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⊱◈NOSSA DESPEDIDA◈⊰

Parte 2
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"Prometo-te, meu amor, ser teu farol,
Nos mares revoltos que navegamos.
E mesmo que o mundo desabe ao redor,
Juntos, meu amado, resistiremos e amamos."
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DYLAN OLHAVA PELA JANELA DA RESIDÊNCIA, suas feições refletiam a tensão que pairava no ar de Copacabana. A cada sirene distante e a cada passo apressado na calçada, ele mergulhava mais fundo em suas próprias memórias dolorosas. Anthony, o observava com preocupação crescente, tentando transmitir-lhe segurança, embora soubesse que era uma tarefa difícil.

Finalmente, Dylan afastou-se da janela, dirigindo-se ao móvel onde uma garrafa quase vazia de uísque repousava. Ele serviu-se de um pouco do líquido âmbar e o ingeriu em um único gole, na esperança de acalmar os nervos. Mas suas mãos trêmulas e o olhar distante deixavam claro que o alívio era apenas superficial.

Sentindo a necessidade de oferecer mais do que palavras, Lins impulsivamente o abraçou. O gesto acolhedor do romancista rompeu a frágil couraça de força que o fotógrafo tentava manter. Num instante, ele se entregou a um choro copioso e dolorido, as lágrimas escorriam livremente enquanto os ombros sacudiam com cada soluço.

Por alguns minutos, o som abafado do choro de Dylan preenchia a sala, e Lins continuava a segurá-lo firmemente, proporcionando o conforto silencioso de que ele tanto precisava. Aos poucos, a intensidade do choro diminuiu, e o fotógrafo finalmente conseguiu falar entre os soluços.

"Eu... nunca contei a ninguém," começou ele, com a voz entrecortada. "Mas agora, você saberá por que me tornei um ativista."

Lins afrouxou o abraço, mas manteve uma mão no ombro de Dylan, incentivando-o a continuar. Ele respirou fundo e começou a relatar suas memórias.

"Há alguns anos, durante uma manifestação pacífica. Estávamos protestando contra a censura e a violência do governo. Minha irmã, Camila, estava comigo. Ela era uma estudante de jornalismo, cheia de esperança e coragem. Quando os militares chegaram, começaram a dispersar a multidão com brutalidade. Tentamos fugir, mas eles nos pegaram. Vi Camila sendo levada, gritando meu nome enquanto eu era espancado e jogado em um camburão."

Tavares fez uma pausa, com o olhar perdido no vazio. "Nunca mais a vi. Soube depois que ela foi torturada e morta. Desde então, dediquei minha vida a essa causa. Para honrar a memória dela e de todos os outros que foram silenciados."

Lins sentiu um aperto no coração ao ouvir a história. Ele sabia que a dor de Dylan era um reflexo da dor de muitas famílias brasileiras naquele período sombrio.

"Sinto muito por você, Tavares," disse ele suavemente. " Não sei como funciona isso, mas vamos lutar juntos. Por Camila e por todos que perderam suas vozes."

Dylan, enxugando as lágrimas, agradeceu. "Obrigado, Lins. Isso significa muito para mim. Mas temo que não possas se envolver nesse assunto, existem muitos perigos e você não está acostumado com meu mundo."

Anthony apertou as mãos em punho, determinado. "Então me leve... me leve para conhecer o seu mundo, Tavares. Me permita conhecer você e a sua vida."

O fotógrafo ficou em silêncio por um momento, ponderando. "Por que? Me diga o motivo de querer tanto assim ficar ao lado de alguém que você acabou de conhecer?"

Lins hesitou, mas em seguida falou com uma honestidade crua. "Não me pergunte os motivos, porque não saberei responder. A única certeza que tenho, é sobre meus sentimentos. E em meu cerne, há algo que me induz a estar com você, um sentimento que me leva a querer protegê-lo e ampará-lo."

Batendo com a mão no peito em cima de seu coração, ele disse com a voz firme. "Aqui, bem no fundo de minha alma, eu sinto que deveria te encontrar nessa vida."

Dylan o encarou profundamente e viu a sinceridade que ali continha. Ele assentiu, finalmente aceitando o apoio do romancista.

"Está bem," disse com uma voz mais firme. "Vou te mostrar. Mas você precisa entender os riscos. Ser um ativista significa viver constantemente na sombra do perigo. Podemos ser presos, torturados ou mortos. Não há garantias, apenas a certeza de que estamos lutando por algo maior do que nós mesmos, precisamos ser cuidadosos. Vamos esperar até que a noite esteja mais avançada. Quando tudo estiver em silêncio, sairemos sem sermos percebidos."

Anthony, com seu olhar resoluto acenou em concordância. "Eu entendo. E estou pronto para enfrentar isso ao seu lado."

Com um último olhar de compreensão mútua, eles aguardaram o momento certo para sair.

A noite já havia caído sobre Copacabana, e a cidade estava envolta em uma tensão silenciosa. Quando os sons das sirenes e passos apressados diminuíram, Dylan sinalizou para Lins o chamando. "Vamos," sussurrou ele. "É hora de enfrentar a realidade."

Juntos, com passos silenciosos e corações entrelaçados pelo mesmo propósito, saíram furtivamente da casa de Anthony, prontos para enfrentar os horrores que a ditadura impunha às ruas do Brasil.

O ar noturno, preenchido de suspense, envolvia-os num manto escuro sobre a cidade que nunca dormia.

Atravessando as ruas de Copacabana, eles avançavam com cautela, suas silhuetas se fundindo com as sombras dos edifícios. Anthony, acostumado ao conforto de sua vida de romancista, sentia-se deslocado, mas a presença de Dylan ao seu lado lhe dava forças.

"Vamos passar por alguns pontos críticos," murmurou o fotógrafo, atento a qualquer sinal de perigo. "Quero que veja o que realmente está acontecendo."

A primeira parada foi um beco estreito onde um grupo de jovens discutia em voz baixa, trocando papéis e ideias para o próximo protesto. A desconfiança nos olhos deles era palpável, mas ao reconhecerem Dylan, um brilho de esperança surgiu em suas expressões.

Ao aproximarem-se, o ativista os apresentou: "Este é o Anthony, ele quer ajudar."

Os jovens assentiram, com olhares desconfiados. Lins acenou com a cabeça, tentando passar confiança e absorver a gravidade da situação. Ele viu os rostos marcados pela luta e percebeu a profundidade do compromisso daqueles jovens. Eram estudantes, operários, cidadãos comuns, todos unidos pela mesma causa.

Seguiram em frente, passando por uma casa humilde onde uma mulher cuidava dos feridos. Ao entrar, Anthony viu homens e mulheres machucados, suas feridas, testemunhas silenciosas da brutalidade do regime. A mulher, uma enfermeira voluntária, dava o melhor de si com os poucos recursos que tinha.

"Este é o rosto da resistência," disse Dylan, sua voz exibindo um tom sombrio. "Pessoas como ela arriscam tudo para ajudar quem precisa."

Anthony sentiu um nó em sua garganta, a realidade da luta se tornava mais tangível a cada passo. Eles continuaram a caminhada, passando por paredes pichadas com slogans de liberdade e justiça, e por praças onde a presença de soldados era constante, a ameaça da repressão sempre iminente.

"Agora você entende?" perguntou o fotógrafo, seus olhos encontrando os de Lins. "Essa é a minha vida, nossa luta. Não é fácil, não é seguro, mas é necessário."

Anthony respirou fundo, sentindo o peso da decisão que havia tomado. "Entendo, Tavares, estou com você. Até o fim."

O ativista assentiu, grato pela presença e pelo apoio de Anthony. Naquele momento, sob as estrelas que brilhavam indiferentes ao sofrimento humano, selaram um pacto silencioso.

Unidos pela causa, avançaram para a próxima etapa da resistência, determinados a fazer a diferença em um mundo que precisava desesperadamente de esperança e coragem.

Levando o romancista pelas ruas escuras e estreitas, Dylan evitava as principais avenidas onde as patrulhas militares costumavam circular. O ar pesado, carregava o medo silencioso dos cidadãos que evitavam até mesmo as janelas de suas próprias casas.

Guiando Lins até uma porta lateral de um edifício velho e mal conservado, adentraram-na e seguiram a descida de uma escada estreita e sinuosa.

No fundo, uma sala mal iluminada revelava um grupo de pessoas reunidas ao redor de uma mesa cheia de papeis e panfletos. O cheiro de umidade e café forte se misturavam preenchendo o ar. Eram homens e mulheres comuns: professores, donas de casa, estudantes. Cada rosto trazia as marcas da resistência silenciosa e contínua.

"Dylan!" exclamou uma mulher, seu rosto se iluminando ao vê-lo. "Você conseguiu!"

"Estou bem Madalena, não estava nas ruas desta vez." Ele a confortou. "Este é Anthony, ele veio de um lugar distante. Mas está disposto a apoiar nossa causa."

Anthony, ainda se adaptando à realidade crua ao seu redor, olhou para os rostos em volta da mesa. "Como posso ajudar?" perguntou, sentindo a gravidade da situação pesar em suas palavras.

Um homem alto, de olhar firme, levantou-se. "Cada ajuda é bem-vinda," disse ele. "Nós lutamos para manter a verdade viva, para que o mundo saiba o que está acontecendo aqui."

O acolhendo, como um dos seus, começaram a explicar para Lins a situação. "Desde 1964, o Brasil está sob uma ditadura militar. Direitos básicos foram suprimidos, e qualquer oposição é brutalmente reprimida. Tortura, desaparecimentos, censura... esta é a realidade que enfrentamos todos os dias."

Anthony sentiu um frio percorrer suas entranhas e um nó se formar em seu estômago. "E como vocês lutam contra isso?" perguntou abismado.

"Com coragem e esperança," respondeu Madalena, a mulher que havia saudado Dylan. "Distribuímos panfletos clandestinos, organizamos reuniões secretas, e contamos com a ajuda de jornalistas e intelectuais para levar nossas vozes para fora do país."

"Mas é perigoso," continuou o fotógrafo. "A qualquer momento, podemos ser descobertos. E isso significa prisão, ou pior." Seu semblante se fechou, as lembranças novamente o invadiram.

Anthony olhou para as pilhas de panfletos. Cada um deles era uma pequena fagulha de resistência, uma chama de esperança em meio à escuridão opressiva. "Quero ajudar," disse finalmente. "Me mostrem o que fazer."

Tavares sorriu, sentindo uma conexão renovada, ainda temia pela desistência de Lins ao ver a realidade em que ele vivia. "Vamos, então," disse pegando um maço de panfletos. "Vamos começar a espalhar a verdade." uma comemoração em tom baixo se iniciou, todos tinham forças renovadas para buscar seus ideais.

Nas semanas seguintes, Lins mergulhou no mundo de Tavares. Conheceu famílias destroçadas pela violência do regime, viu a resiliência nos olhos daqueles que se recusavam a ceder ao medo, e entendeu a profundidade da luta por liberdade.

Em uma dessas noites, enquanto colavam panfletos em um beco escuro, Tavares externalizou seus pensamentos. "A luta pode ser longa e árdua," disse ele, "mas enquanto houver esperança, enquanto houver resistência, nunca estaremos completamente derrotados."

Lins assentiu, sentindo o peso dessas palavras. Ele sabia que a jornada seria perigosa, mas também sabia que estava do lado certo da história. Juntos, ele e Dylan continuariam a lutar, um panfleto de cada vez, uma chama de esperança após outra.

Os dias se tornaram semanas, e as semanas se transformaram em meses. A cada momento compartilhado, eles descobriam novas camadas de entendimento mútuo, de apoio inabalável. Seus corações batiam em uníssono, destinados a encontrar-se e unir-se em cada vida que vivessem.

Em uma noite especialmente tensa, após uma série de eventos perigosos, Tavares e Lins encontraram um momento raro de paz em um pequeno refúgio escondido da agitação das ruas. Sentaram-se lado a lado em um banco de madeira desgastado, a luz fraca de um poste dançando suavemente sobre seus rostos.

O silêncio era confortável entre eles, como se as palavras se tornassem desnecessárias naquele momento. O romancista encarou a face de Tavares, percebendo a exaustão e a determinação em seus olhos. "Você é incrível, sabia?" sua voz suave interrompeu a quietude.

Dylan virou-se para encará-lo, um sorriso cansado, mas genuíno, estampou seus lábios. "Não sou nada comparado ao que você está fazendo aqui. Poderia ter escolhido ficar seguro em sua vida anterior, mas decidiu se juntar a essa luta."

Lins balançou a cabeça em negação. "Não poderia ficar de braços cruzados sabendo o que está acontecendo aqui. E estar ao seu lado torna tudo ainda mais significativo."

Uma faísca de reconhecimento e apoio inabalável se acendeu entre eles. Dylan colocou uma mão sobre a de Anthony, em um gesto simples, mas cheio de significados.

"É estranho," admitiu Tavares, sua voz um sussurro rouco. "Eu não esperava encontrar isso aqui, não agora, não neste momento da minha vida."

Lins assentiu com sua expressão séria. "Às vezes, o inesperado é o que mais precisamos. Encontrar você e fazer parte disso tudo... sinto que estou exatamente onde devo estar."

Eles permaneceram em um silêncio confortável, deixando as emoções fluírem entre eles, observando o horizonte, Os olhares revelando uma vulnerabilidade que raramente mostravam.

"Você é a luz neste lugar sombrio," disse o ativista, emocionado. "Não sei o que será do futuro, mas sei que estou grato por tê-lo aqui comigo. Obrigado por ter me encontrado"

Anthony sorriu, suas orbes escuras brilhando com ternura. "Estou grato por você também. E não importa o que aconteça, estaremos juntos nisso, enfrentando cada desafio lado a lado."

Dylan e Anthony compartilhavam um vínculo que ia além das palavras e das circunstâncias. Ao passo que os dias se transformavam, o amor entre eles florescia como uma flor rara em meio ao caos da ditadura.

Durante os raros momentos de tranquilidade em meio à luta, Lins encontrava refúgio na escrita. Ele se sentava em algum canto recluso, sua casa e seu escritório, não eram mais o seu lugar comum, com seu caderno aberto diante de si, ele deixava as palavras fluírem, cada linha uma expressão de seus pensamentos mais profundos.

Ao escrever, refletia sobre sua jornada ao lado de Dylan. O fotógrafo havia se tornado mais do que um companheiro de luta; ele era a luz em meio às sombras, o ponto de apoio em tempos turbulentos. A coragem e a determinação do ativista inspiravam Anthony de maneiras que ele nunca havia experimentado antes.

Em uma noite silenciosa, Lins deixou que seus sentimentos transbordassem para o papel, suas palavras tornaram-se uma carta para o fotógrafo que ocupava seu coração e mente.

Nos pequenos momentos, nos gestos gentis e nos olhares profundos, que a verdade de seus sentimentos transparecia, Anthony não conseguia evitar o sorriso ao ver Dylan concentrado em sua arte, capturando imagens que contavam histórias e revelavam a alma das pessoas.


Uma tarde, enquanto trabalhavam juntos, Anthony se viu hipnotizado pela intensidade nos olhos de Dylan. "Você tem um dom incrível," proferiu segurando uma das fotos. "Consegue capturar a essência da vida, dos momentos que nos definem."

"É fácil quando tenho você ao meu lado, inspirando-me a cada instante." Respondeu o fotógrafo colocando a câmera de lado e se aproximando do romancista. "Você é minha inspiração, meu refúgio neste mundo tumultuado." Sorriu, com seus olhos que se fechavam com as curvas de suas bochechas rosadas.

Aquelas palavras tocaram o coração de Lins mais profundamente do que ele poderia expressar. Encarando as orbes de Dylan viu não apenas paixão, mas um compromisso profundo e uma devoção sincera.

Nos dias seguintes, cada olhar trocado, cada toque suave e cada palavra de apoio fortalecia ainda mais o vínculo entre eles. Que não precisavam de grandes gestos para expressar seu amor; era nas sutilezas do cotidiano que encontravam a magia de sua conexão.

Em um outro momento, enquanto organizavam os panfletos para uma manifestação, Dylan percebeu um papel dobrado escondido entre as folhas. Curioso, ele o desdobrou e seus olhos se encheram de surpresa ao reconhecer a caligrafia de Anthony.

Era a carta, escrita com cuidado e ternura, as palavras expressando sentimentos que ele mal podia acreditar.

"Querido Dylan,"começava a carta, "Enquanto escrevo estas palavras, meu coração se enche de gratidão por tê-lo encontrado nesta vida de lutas e desafios. Nestes tempos tumultuados, onde a incerteza é nossa companheira constante, há algo que permanece inabalável em meu coração: meu amor por você. Desde o momento em que nos conhecemos, minha vida ganhou um novo sentido, uma luz que brilha mesmo nas noites mais escuras. Você é minha inspiração, meu refúgio, e minha esperança para um futuro melhor..."

A cada palavra que lia, o coração de Dylan parecia querer saltar do peito. Ele sentia uma felicidade genuína e reconfortante, uma certeza de que suas próprias emoções eram compartilhadas por Anthony. Guardando a carta com cuidado no bolso, decidiu que ao retornarem da manifestação, ele confessaria seu amor ao romancista.

O protesto era intenso e cheio de energia, mas mesmo em meio à agitação das ruas, o fotógrafo não conseguia tirar Anthony de sua mente. Ele capturava imagens poderosas, mas seus pensamentos estavam voltados para o que ele diria quando finalmente estivessem a sós.

Quando a noite caiu, voltaram para o refúgio, tomado de coragem, esperou até que estivessem sozinhos, as palavras da carta ainda ecoavam em sua mente. Com um sorriso nervoso, ele se aproximou de Anthony e tirou a carta do bolso, colocando-a suavemente nas mãos dele.

"Eu li o que você escreveu, eu sinto o mesmo. Mais do que posso expressar."

Anthony o olhou surpreso e emocionado. "Dylan... Eu não esperava que você lê-se... não tão cedo."

"Não pude resistir," admitiu com um rubor corando suas bochechas. "Sua carta me deu coragem para dizer o que venho sentindo desde que nos conhecemos."

E ali, naquela noite iluminada apenas pela luz da lua, Dylan confessou seu amor a Anthony. As palavras fluíram livremente, carregadas de emoção e sinceridade. E quando ele terminou, Lins segurou seu rosto entre as mãos e disse as palavras que Dylan esperava ouvir:

"Eu te amo, Dylan Tavares. Mais do que posso dizer. E mesmo nos momentos mais difíceis, estarei sempre ao seu lado."

Eles se abraçaram, compartilhando um momento de felicidade e alívio.

Naquele momento, o mundo ao redor deles parecia se desvanecer. Abraçados, sentiram a segurança e o conforto de estarem juntos, um oásis de amor e esperança em meio à desolação e ao perigo que os cercavam.

Os dias que se seguiram foram repletos de trabalho árduo e riscos constantes. Mas agora, havia uma nova força impulsionando-os. O amor que partilhavam não era apenas um sentimento, mas uma fonte de energia que os motivava a seguir em frente, mesmo quando o cansaço e o medo ameaçavam dominá-los.

Em uma dessas noites, enquanto caminhavam de volta ao refúgio após uma reunião clandestina, ouviram o ruído inconfundível de botas militares. Os dois se entreolharam rapidamente, o medo pulsando em suas veias. Dylan apertou a mão de Anthony, indicando que deveriam se mover com cautela.

Atravessaram ruas escuras e becos estreitos, evitando ao máximo qualquer contato com as patrulhas. O silêncio pesado era quebrado apenas pelo som distante de passos e conversas abafadas. Finalmente, chegaram a uma casa abandonada, um dos muitos refúgios temporários usados pela resistência.

Lá dentro, Dylan observou Anthony atentamente. "Você está bem?" perguntou, a preocupação evidente em sua voz.

Anthony assentiu, ainda tentando recuperar o fôlego. "Sim, estou. Mas precisamos ser mais cuidadosos. A vigilância está aumentando."

Dylan concordou. "Vamos descansar um pouco. Precisamos estar com a mente clara para o que vier a seguir."

Depois de um início de noite tenso, decidiram que era hora de mudar de refúgio para garantir a segurança. Anthony sugeriu que retornassem para sua casa em Copacabana. Seria um risco, mas ele acreditava que seria um lugar onde poderiam encontrar um pouco de paz e planejar seus próximos passos.

A jornada até a casa de Anthony foi cautelosa, com paradas frequentes para garantir que não estavam sendo seguidos. Quando finalmente chegaram, foram recebidos pelo silêncio acolhedor do jardim iluminado pela lua. O cheiro das flores e o som distante das ondas quebrando na praia ofereciam um contraste bem-vindo à tensão constante que os acompanhava.

"É bonito aqui," comentou Dylan, observando o ambiente ao redor.

"Eu vinha aqui sempre que precisava de inspiração," respondeu Anthony, pegando a mão de Dylan e guiando-o para um banco de madeira no meio do jardim.

Sentados lado a lado, o silêncio entre eles não era mais pesado ou tenso, mas confortável, cheio de promessas mudas e sentimentos mútuos. Lins, sempre o romântico, sentiu a necessidade de expressar o que estava em seu coração.

"Dylan," começou ele, olhando para as estrelas. "Tenho algo a dizer-lhe."

Dylan virou-se para olhá-lo, o interesse evidente em seus olhos. Lins sorriu-lhe e começou a recitar, com sua voz suave e cheia de emoção.

"Nos olhos teus, encontro meu abrigo,
Em meio à tormenta, és meu porto seguro.
Cada dia ao teu lado, é um verso que sigo,
Num poema onde o amor é o puro."

O fotógrafo sentiu as lágrimas brotarem em seus olhos, emocionado pelas palavras que Anthony recitava. Ele segurou as mãos entrelaçadas às suas com mais força, seu coração pulsando com o amor e a gratidão que sentia.

"Em tempos de guerra, és minha paz,
No escuro, tua luz me guia.
Entre sombras e medos, és a brisa que traz
Esperança, amor, e alegria."

"Anthony..." sussurrou Dylan, incapaz de conter a emoção.

Lins continuou, sua voz tremendo ligeiramente com a intensidade do momento.

"Prometo-te, meu amor, ser teu farol,
Nos mares revoltos que navegamos.
E mesmo que o mundo desabe ao redor,
Juntos, meu amado, resistiremos e amamos."

Dylan não conseguiu mais segurar as lágrimas. Ele puxou Anthony para mais perto, suas testas se tocando enquanto sussurrava: "Eu te amo, Anthony. Mais do que palavras podem expressar."

Anthony o abraçou forte, sentindo o mesmo amor transbordar em seu próprio peito. "E eu te amo, Dylan. Para sempre."

Naquela noite, sob o manto estrelado e envoltos pela serenidade do jardim, Dylan e Anthony selaram seu amor. A adversidade que enfrentavam não os definiria; ao contrário, os fortalecia.

Em meio aos perigos e incertezas da resistência, encontraram um oásis de amor e esperança, um lugar onde podiam ser verdadeiramente eles mesmos, unidos pelo coração e pela causa que abraçaram.

Nos dias seguintes, a tensão nas ruas de Copacabana parecia aumentar a cada momento. As operações militares estavam mais frequentes, e as prisões de ativistas e simpatizantes se tornavam mais comuns. Eles sabiam que estavam em perigo constante, mas também sabiam que recuar não era uma opção.

Algum tempo depois, mais um protesto foi organizado. As ruas fervilhavam de pessoas clamando por liberdade e justiça. O romancista e o ativista se encontravam na multidão, suas mãos estavam entrelaçadas, sentindo a eletricidade do momento.

De repente, gritos e o som de uma marcha ecoaram pelo ar. O caos se instalou, e as pessoas corriam em todas as direções. Em meio à correria, Dylan e Anthony se perderam um do outro. O medo e o desespero se misturavam enquanto tentavam se reencontrar.

Lins conseguiu se desvencilhar dos soldados que o cercavam e iniciou uma procura frenética por Dylan. Entre protestantes e soldados, ele se esquivava de uma multidão em desordem. Do outro lado da praça, o ativista também havia conseguido escapar, e seus olhos procuravam ansiosamente por Anthony.

Finalmente, eles se avistaram. Seus corações aceleraram ao perceberem que estavam a apenas alguns metros de distância. Correram um em direção ao outro, seus rostos iluminados pela esperança.

Um som agudo cortou o ar...

Disparos...

Fumaça...

Desespero...

Gritos...

A chuva...

Dylan foi atingido pelas costas, a bala atravessou seu coração e ele caiu nos braços de Anthony, que chegou a tempo de segurá-lo antes que seu corpo tocasse o chão.

"Dylan, não, não, por favor... não!" Lins gritou, segurando-o com força, suas lágrimas misturando-se com o sangue que manchava suas roupas. Abraçado ao amor de sua vida, que perdia suas forças em seus braços.

Tavares tentou sorrir, levou a destra a face de Lins, limpando a sujeira e as lágrimas que se misturavam às gotas de chuva, seus olhos perderam o foco. "Anthony... eu... te amo," sussurrou, em um fio de voz. " Até... a... próxima... vida." Dando seus últimos suspiros.

"Eu também te amo, Dylan. Sempre amarei," respondeu o poeta, sua entonação quebrada pela dor, enquanto o corpo do ativista pendia praticamente sem vida.

O fotógrafo apertou a mão de Lins uma última vez antes de sua vida se esvair. Anthony segurou seu corpo, soluçando, sentindo a realidade esmagadora da perda. Sentou-se ao chão o aninhando em seu peito, tentando protegê-lo mesmo depois da morte.

No meio da confusão, o romancista encontrou algo no bolso de Dylan. Com as mãos trêmulas, puxou um pedaço de papel: era a carta que ele havia escrito, palavras de amor e esperança que agora queimavam como brasas em seu coração.

A chuva, lavava o sangue e as lágrimas, misturando-se com a poeira e os gritos da multidão eufórica. A tempestade encobria os sons ao redor, deixando Anthony em um mundo isolado de dor e despedida.

Os protestantes se dispersaram, e o clamor da luta foi dando lugar a um silêncio pesado. Quando tudo se acalmou, restou apenas Anthony, ajoelhado ao lado do corpo inerte do fotógrafo, a carta agora encharcada em suas mãos.

"Dylan, até a próxima vida. Estarei esperando por você" sussurrou o romancista, beijando a testa de seu amado. Suas últimas palavras foram um juramento eterno, um fio de esperança em meio à tragédia, um amor que transcenderia o tempo e a morte.

A tempestade que caía sobre Copacabana parecia refletir o estado interno de Anthony que sentia-se perdido, envolto em um turbilhão de dor e desesperança. A carta, agora molhada, que ainda estava em suas mãos, era um símbolo do amor que partilhara com Dylan e da promessa que fizera.

Enquanto segurava o corpo sem vida do ativista, sentiu um vazio insuportável. Olhando ao redor, notou que os protestantes haviam se dispersado, e a praça agora estava quase deserta. Apenas alguns poucos manifestantes ainda permaneciam, alguns feridos, outros em silêncio, como testemunhas da brutalidade que haviam acabado de presenciar.

Lins sabia que precisava se mover, precisava levar Dylan para um lugar seguro, onde pudesse honrar sua memória.

Com dificuldade, levantou-se, segurando o corpo de de seu amado com o máximo de cuidado que podia, e caminhou em direção à casa que haviam chamado de refúgio.

A caminhada parecia interminável, cada passo um esforço hercúleo. A chuva não dava trégua, e os trovões ecoavam como um lamento pelo que haviam perdido. Finalmente, ao chegar em casa, suas forças quase se esgotaram. Ao entrar, foi recebido por olhares de consternação e tristeza.

"Meu Deus, Anthony..." começou Madalena, mas as palavras morreram em sua garganta ao ver o estado de Dylan.

"Precisamos cuidar dele," disse Lins, sua voz rouca, fraca mas determinada. "Ele merece um adeus digno."

Os companheiros de luta se mobilizaram rapidamente, providenciando um lugar para o corpo de Dylan e ajudando Anthony a se recompor. Enquanto preparavam tudo, o poeta não conseguia deixar de pensar nas últimas palavras de Dylan e na promessa que fizera.

Naquela noite, em meio ao luto, Lins encontrou um momento de solidão no jardim da casa. Sentou-se em um banco, a carta ainda em suas mãos. As palavras que escrevera pareciam ecoar na sua mente, um tributo ao amor que sempre guardaria em seu coração.

"Dylan, eu prometo que continuarei nossa luta," sussurrou, olhando para o céu nublado. "Por você, por nós. Até que possamos nos reencontrar."

Os dias que se seguiram foram de intensa dor, mas também de renovada determinação. Anthony se jogou no trabalho, organizando protestos, escrevendo artigos e buscando justiça. O amor que sentira, agora alimentava sua coragem, e ele sabia que, de alguma forma, Dylan estava ao seu lado, guiando seus passos.

O legado de Dylan Tavares continuou a viver através das fotografias, das histórias contadas por aqueles que o conheceram e amaram, e na resistência que se fortalecia a cada dia. Anthony sabia que a luta seria longa, mas também sabia que nunca estaria sozinho.

E assim, com o coração pesado mas cheio de propósito, Anthony Lins enfrentou cada novo dia, levando consigo a memória de Dylan Tavares e a promessa de que seu amor perduraria além do tempo e do espaço, até que pudessem se encontrar novamente na próxima vida.

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A CARTA
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Querido Dylan,

Enquanto escrevo estas palavras, meu coração se enche de gratidão por tê-lo encontrado nesta vida de lutas e desafios. Nestes tempos tumultuados, onde a incerteza é nossa companheira constante, há algo que permanece inabalável em meu coração: meu amor por você.

Desde o momento em que nos conhecemos, minha vida ganhou um novo sentido, uma luz que brilha mesmo nas noites mais escuras. Você é minha inspiração, meu refúgio, e minha esperança para um futuro melhor.

Você não apenas iluminou meu caminho com sua coragem e determinação, mas também aqueceu minha alma com seu sorriso gentil e seu apoio constante.

É difícil colocar em palavras o quanto sua presença significa para mim. Você se tornou meu porto seguro em meio à tempestade, a âncora que me mantém firme diante dos ventos violentos da adversidade. Cada momento ao seu lado é um presente, uma dádiva que guardo com carinho em meu coração.

Eu admiro sua força inabalável, sua capacidade de enfrentar os desafios de frente, mesmo quando a escuridão parece avassaladora. Você é um verdadeiro exemplo de coragem e resiliência, e é uma honra poder caminhar ao seu lado nesta jornada.

Às vezes, me pego admirando sua determinação silenciosa, sua maneira de olhar para o mundo com olhos que enxergam além das aparências. Você não apenas captura imagens com sua câmera, mas também captura a essência das pessoas e dos momentos, revelando a verdade escondida por trás das máscaras que usamos.

Dylan, você é mais do que um amigo ou companheiro de luta. Você é a luz que ilumina meus dias mais sombrios, o sorriso que aquece meu coração, o abraço que me conforta nas horas difíceis. Eu não sei o que o futuro nos reserva, mas sei que quero estar ao seu lado, enfrentando cada desafio com coragem e amor.

Obrigado por existir, por ser quem você é e por compartilhar sua jornada comigo. Seu espírito livre e sua determinação são um presente para o mundo, e tenho a sorte de poder testemunhar sua grandeza de perto.

Com todo o meu amor e admiração,

Anthony Lins

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