Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 14 - Esmeralda

Na manhã seguinte.

O diretor desperta com Lyara deitada em seu braço. Ele se afasta bem devagar para não acordá-la. Após conseguir levantar, cobre-a com o lençol e se retira do quarto.

Após alguns minutos no chalé ao lado.

Lacerda está tomando banho, enquanto ensaboa seu musculoso corpo nu, tem a sensação de que está sendo observado. Ele se vira e encontra olhos amendoados lhe fitando pela porta entreaberta.

— Agora vai ficar me espiando, Valéria? — pergunta, desligando o chuveiro.

— Estava admirando o banheiro do hotel — comenta, mordendo os lábios. — Passei aqui ontem à noite e você não estava. Dormiu aonde? — indaga, cruzando os braços.

— Dormi no quarto da Lya — responde, saindo de dentro do Box. — Ficamos conversando até tarde e acabei pegando no sono — conclui, se enxugando com uma toalha branca.

— Dormiu com a índia? — questiona a secretária, abismada.

— Dormi ao lado da minha filha e, por favor, pare com essas insinuações. Isso já está me irritando.

— Perdão! — desculpa-se, apalpando o abdômen dele. — Não quero irritá-lo, pelo contrário, minha função é deixá-lo relaxado... Bem relaxado — provoca, descendo as mãos até o membro dele que rapidamente enrijece com o toque.

— Estou mesmo precisando relaxar um pouco — rebate, acariciando os lábios dela com o polegar. — Ajoelha — ordena, fazendo ela se abaixar entre suas pernas.

A secretária se ajoelhou e Lacerda enfiou bruscamente seu membro rígido na boca dela, segurando-a pelos cabelos e estocando com firmeza. Usou e abusou da garganta profunda da loira, no entanto, ao fechar os olhos a única imagem que via era a da cachoeira.

***********************

No restaurante do hotel.

A índia entra acompanhada do macaco que pula na grande mesa posta com café da manhã regional e começa a fazer a maior bagunça. Um garçom prontamente aparece.

— Bom dia, senhorita Lyara. Que macaquinho adorável... Será se a senhorita poderia pedir, gentilmente, para o seu bichinho parar de jogar a comida no chão?

— Kanauã, vem! — ordena Lyara, fazendo o macaco subir em seu ombro.

— Obrigada, senhorita! Deseja algo especial para o café da manhã?

— Tem Jaraqui²² frito?

— Peixe no café da manhã? — pergunta o garçom, estranhando o pedido.

— E não esquece a farinha. Ah e traz uma cerveja daquela de garrafinha.

— Sim, senhorita, como desejar — fala o garçom, indo providenciar o pedido.

Lyara avista, sentados à mesa, Lacerda e Valéria tomando café da manhã. Ela se aproxima e ele a cumprimenta:

— Bom dia, filha! Sente-se — fala, à medida que comia uma fatia de bolo.

— Bom dia, Lyara. Você está radiante hoje — elogia, ao passo que posiciona o braço nos ombros do diretor.

Oi, Valquíria! — fala desconfiada, sentando-se de frente para o casal.

— O meu nome é Valéria — retruca, disfarçando o desconforto.

— Tanto faz.

— Então, Lya, eu vou ao fervedouro com o Sebastião...

— Posso ir junto, Cael?

— Melhor não, filha. Vou apenas com o Sebastião e um engenheiro pra tirar as medidas do local para o projeto. Fique aqui e aproveite, eu não vou demorar — disse, levantando-se.

— Espera, Lacerda. Tem um sujinho aqui — comenta, se aproximando e limpando delicadamente o chocolate da barba dele. — Pronto! Agora pode ir — exprime, depositando um beijo na bochecha dele.

Ele revira os olhos e se retira. Lyara encara enfurecidamente a loira que a ameaça sutilmente:

— Escuta aqui garota, o Lacerda pode ter caído nessa sua conversa de índia perdida na selva. Mas eu não e estou de olhos bem abertos. Eu sei o que você quer e digo uma coisa, você não vai conseguir, ele é meu namorado e eu não vou perdê-lo para uma moleca do pé descalço.

— O Vitório contou que eu matei um porco com um graveto? Imagina só o que eu consigo fazer com uma faca — anuncia a jovem, segurando com força a faca que estava em cima da mesa.

— Você é uma selvagem — espanta-se.

— E você é uma loira azeda. Deixe-me em paz, Vanusa.

— Valéria! Eu já disse que o meu nome é Valéria.

— Eu não dou a mínima pro seu nome, Vagina.

Kanauã pula na mesa e derruba o copo de suco na secretária.

— Seu macaco nojento, olha o que você fez, estragou meu vestido — fala, levantando-se da mesa com o longo vestido branco sujo de suco de frutas vermelhas.

Valéria se retira do restaurante, enquanto o garçom limpa a bagunça do macaco.

Alice e Lucas entram no restaurante.

— Bom dia, Lya! — disse, aproximando-se dela. — Essa aqui é a minha mãe.

— Olá, querida! Eu estava ansiosa para lhe conhecer. Sou a sua tia Alice. Você é tão linda... E é muito parecida com a Maria Madalena — comenta, acariciando o rosto da jovem. — Sabia que ela foi Miss?

— O Lacerda comentou algo sobre isso, mas eu não entendi direito. É como se ela fosse uma cunhãporanga²³?

— De certa forma, digamos que é uma cunhãporanga de vestido de seda, salto alto e coroa de ouro. Falando em ouro, a titia trouxe um presentinho pra você, espero que goste — fala Alice, abrindo uma caixa de joia com um colar dentro.

— Isso é uma pedra preciosa? — questiona Lyara, notando o pingente no colar de ouro branco.

— Sim, querida. É uma esmeralda, para combinar com seus lindos olhos verdes. Você gostou?

— O meu povo foi dizimado por coisas como está. Centenas de índios assassinados a sangue frio, florestas queimadas, rios poluídos e animais extintos. Essa pedra não combina com meus olhos, essa pedra representa a destruição e a ganância do homem branco.

— Que vacilo hein, mãe — sussurra Lucas.

— Eu não quis ofender o "seu povo", foi apenas um presentinho de boas vindas.

— Quando os colonizadores chegaram ao Brasil, também deram muitos presentes de boas vindas aos indígenas e depois os escravizaram até a morte. Você é espanhola, né?

— Sou, mas posso assegurar que não escravizei nenhum índio — disse, constrangida.

— Acho que a nossa faxineira é da tribo Waimiri-Atroari²⁴, mãe.

Lyara pega a faca e enfia a ponta com força na mesa de madeira, encarando a tia de forma intimidadora.

— Cala a boca, Luquinhas! — exclama Alice, desconcertada.

— Olha que maneiro, a faca ficou em pé — comenta Lucas, admirado. — Devia ter visto a Lya tirando o couro do porco ontem, ela tem uma agilidade com a faca impressionante, mãe.

— Acho que eu vou tomar o meu café da manhã no quarto. Até mais — fala Alice, assustada, se retirando do local.

O garçom traz o peixe e a cerveja de Lyara.

— Já vai beber tão cedo, Lya? — questiona Lucas, vendo-a virar o copo. — Pensando bem é domingo e a minha mãe e o meu tio já foram... Acho que eu vou tomar uma também. Traz mais uma cerveja, amigo, e um pão na chapa, por favor.

— Bom dia! — disse Vitório, bocejando, sentando-se à mesa com eles. — Acordei tão tarde assim, já está na hora do almoço? — pergunta, ao ver o prato com peixe, arroz e farinha.

— Esse é o café da manhã made in Lya. Acho que eu vou pedir um peixe também. Ei amigo, cancela o pão e traz um peixe desses pra mim — fala Lucas, chamando atenção do garçom. — Vai querer comer peixe também, Vitório?

— Se tiver açaí eu quero.

— E traz um peixe com açaí pra esse paraense — grita o jovem.

**********************

Na tarde ensolarada.

Os três jovens estão sentados na grama sob a sombra das árvores, fazendo artesanato com as sementes que Lyara colheu na mata.

— Sua pulseira está ficando linda, Luquinhas — comenta a índia, observando a arte do rapaz.

— Você acha que a Fran vai gostar?

— Vai sim, tenho certeza que ela vai adorar, ainda mais porque sabe que foi feita com amor — responde sorridente. — E você também vai dar essa pulseira para a sua namorada, Vitório?

— O Vitório? Duvido que tenha namorada — questiona, debochado. — Se bobear ainda é BV.

— O que é BV? — pergunta a índia.

— Boca virgem, porque ele nunca beijou ninguém — disse, fazendo chacota do amigo.

— Não enche, Luquinhas — retruca o universitário de cara fechada. 

— Eu beijei uma vez — confessa Lyara, lembrando-se do rápido beijo que deu naquele dia na praça de São Sebastião. — O que tem entre a sua mãe e o Cael?

— A minha mãe e o diretor é o típico caso entre patrão e secretária. Ela se ilude muito, mas eu duvido que essa relação vire algo a mais. Não precisa se preocupar, nós não vamos ser irmãos — disse Vitório, tirando os óculos de grau e limpando na camiseta azul.

— É como à quadrilha de Drummond: Valéria que amava Lacerda que amava Maria que não amava ninguém. — ironiza Lucas. — A verdade é que o meu tio ainda não superou o luto e nem sei se ele vai conseguir superar algum dia... A vida dele se resume ao trabalho, hoje mesmo ele deveria estar aqui descansando, no entanto está planejando uma nova atração para o hotel.

— E a minha mãe deveria estar em casa aproveitando a folga do final de semana, mas resolveu dirigir até aqui para "vir me buscar" — comenta Vitório, fazendo aspas com os dedos.

— Mas eu vi o seu carro bem ali, aquele Honda prata não é seu?

— É, Luquinhas. Por isso eu fiz as aspas no ar — explica o rapaz loiro com espinhas no rosto. — Eu vim pra Figueiredo no meu carro e depois a minha mãe apareceu com essa desculpa esfarrapada. Pra completar ela falou que vai voltar de helicóptero com o diretor e eu tenho que levar o carro dela. Como eu vou dirigir dois carros?

— Ei Vitório, eu posso levar o carro da sua mãe — fala, dando uma tapa no ombro do amigo.

— Ai! — exclama, esfregando o ombro. — Mas a polícia não apreendeu a sua carteira de habilitação naquela blitz?

— Não, a polícia fez pior: ligou pra minha mãe. A minha carteira foi apreendida pela dona Alice e você acabou de me dar à desculpa perfeita para eu conseguir a minha CNH de volta.

Lacerda aproxima-se deles e pergunta:

— O que estão aprontando?

— A Lya está ensinando a gente a fazer artesanato. Olha só a pulseira que eu fiz, tio — responde Lucas, mostrando a bijuteria em seu braço.

— Está muito bonita sua pulseira. Nem precisa mais estudar, já pode vender sua arte na praia — disse sarcasticamente.

— Concordo, diretor — comenta Vitório, rindo.

— Até o senhor me zoando, tio? — dispara chateado, cruzando os braços.

— Estou brincando, Luquinhas. Vocês podem me dar licença? Eu preciso falar com a Lya.

— Vitório, prepara a sua melhor cara de bom moço nerd e vamos lá resgatar a minha habilitação das garras da cruel dona Alice — fala Lucas, levantando-se do chão.

— Vamos — responde levantando e caminhando ao lado de Lucas. — Mas você vai ficar me devendo uma.

— Depois eu te apresento uma amiga que curte tirar virgindade — grita e sai correndo.

— Eu te pego, Luquinhas! — exclama, correndo atrás dele.

O diretor senta-se na grama ao lado de Lyara.

— Eu fiz isso pra você — fala a índia, entregando um colar de sementes a ele.

— Que lindo! Eu adorei, Lya — disse Lacerda, colocando o colar no pescoço.

— Ficou muito bonito. Combina com seus olhos cor de barro.

— Vou considerar isso como um elogio... A Alice me contou sobre o encontro de vocês mais cedo. A minha irmã ficou muito chateada e até um pouco assustada.

— Eu não vou usar aquela esmeralda, símbolo da destruição de um povo, no meu pescoço.

— A esmeralda é uma pedra poderosa — define, tirando a joia de dentro do bolso. — Sendo conhecida como a pedra do amor bem sucedido, ela afasta a inveja e atrai a prosperidade — fala o diretor, manuseando o colar. — Eu entendo os seus motivos por não gostar de pedras preciosas, mas não veja esta bela pedra como símbolo de destruição, encare-a como um símbolo de resistência e luta de um povo guerreiro que jamais será esquecido — conclui, colocando o colar na mão de Lyara.

— É muito bonito.

— Quer que eu coloque em você? — pergunta, recebendo um aceno de cabeça como confirmação. Ela suspende os cabelos com as mãos e Lacerda coloca o colar em seu pescoço.

*********************

Na área de lazer do hotel.

Lucas e Vitório estão jogando sinuca, enquanto Alice e Valéria estão sentadas numa mesa jogando baralho. Lyara vai ao local acompanhada de Lacerda.

— Minha irmã, a Lya quer falar algo com você.

— Desculpa, tia Alice! E obrigada pelo colar de esmeralda — agradece, tocando no colar em seu pescoço. — Eu também gostaria de presenteá-la com um colar, fui eu mesma que fiz — fala, oferecendo um cordão de sementes e palha.

— Que bela peça. Você é uma excelente artesã — elogia Alice, recebendo o colar.

— Nada melhor que uma troca de presentes para selar a paz — comenta o diretor, satisfeito.

— E este colar foi apenas um presente de boas-vindas, ainda quero lhe dar um presente especial para o seu aniversário, mas para não termos conflitos com a sua cultura, você escolhe.

— O meu aniversário já passou, foi dia primeiro.

— Não, querida. O seu aniversário é dia 16 de outubro, eu lembro-me bem.

— Tem razão, Alice. Aconteceram tantas coisas que eu acabei me esquecendo, o aniversário da Maria Julia era dia 16, logo o seu aniversário é dia 16 e não dia primeiro, Lya.

— Precisamos organizar uma grande festa e apresentá-la a sociedade. Precisamos fazer a lista de presentes, lista de convidados, flores, bolo... São tantas coisas para organizar e tão pouco tempo — fala Alice, animada.

— Eu não quero festa e nem presentes.

— Tudo bem, Lya. Se você não quer festa, não faremos festa. Mas tem certeza que não quer nem um presente? — pergunta o diretor.

— Eu quero duas bonecas e uma bola — responde, após pensar por alguns segundos.

— Não prefere um celular ou um notebook? — questiona Lacerda, confuso com o pedido.

— Você não está crescidinha para brincar com bonecas? — indaga Valéria.

— Não são pra mim. Lá na Matinha eu tinha uma vizinha, a Hortência, ela é da minha idade e tem três filhos, duas meninas e um menino.

— Agora entendi... Duas bonecas e uma bola — reflete o empresário. — Valéria, encontre essa moça e providencia os brinquedos, ou melhor, faça um levantamento da quantidade de crianças que foram vítimas do incêndio, vamos comprar brinquedos para todas elas. Será um belo dia das crianças.

— Quem diria, o meu irmão fazendo ação social, eu vivi pra ver isso — ironiza Alice.

— Eu sempre faço ações, sou uma pessoa muito solidária... Agora chega de papo furado e vamos embora. Eu preciso voltar à cidade, tenho uma entrevista marcada para esta noite.

***

__________________________

22_Jaraqui é um peixe muito popular no Amazonas. Expressão usada pelos manauaras: "Quem come jaraqui nunca mais sai daqui".

23_Cunhãporanga na língua tupi significa a mulher mais bela da tribo.

24_Waimiri-Atroari é um povo indígena do estado do Amazonas. São do ramo linguístico Karib, cujo território imemorial de ocupação está situado entre os rios Uatumã, Negro e Branco.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro