Capítulo 3
Aquela tarde estava completamente silênciosa. Por incrível que pareça, meus pais não estavam brigando.
Minha mãe estava a ler seu livro na cozinha, enquanto eu e Peter conversávamos, e óbvio, meu pai não estava em casa.
-Você vai contar para ela? -Disse Peter, tirando a atenção da tv, a me olhar.
-Sobre...? -Fingi não saber, esperando que ele não insistisse.
-Não se faça de desentendida, Piper, você sabe muito bem que estou falando de ontem.
-Eu não vou fazer isso para ela. -Disse em um tom sério, voltando a olhar para a tv.
-Piper, ela precisa saber!
-Eu não vou fazer isso com a minha mãe, ela já está triste, não vou piorar a situação dela.
-Não importa. Eu também estou triste, mas mesmo Assim iria querer saber se estou sendo traído.
Revirei meus olhos, mas logo levantei andando em passos lentos em direção a sala, mas logo fui até ela, me sentando em tua frente, então logo ela fechou seu livro.
-Preciso falar com você, sobre o p... Harry. -Disse eu, tentando permanecer séria.
-Fale. -Falou ela, se encostando na cadeira.
-Ele te trai.
-Eu sei. -Ela deu de ombros e pegou o seu livro, voltando a ler, mas logo peguei o livro de sua mão, o fechando a por em cima da mesa.
-Como assim sabe?! -Falei em um tom alto, me levantando da cadeira.
-Eu sei, e eu não ligo, eu não sou burra, vejo ele ficando com ela todos os dias no banheiro dos fundos, e eu não ligo.
-Não liga?! Qual o seu problema?! Você não liga de o homem que você diz "amar" estar fodendo com a porra de uma puta?!
-Se eu não ligo, por que você ainda liga?
-Achava que você tinha um pouco de decência, mas esses vestidos elegantes são uma mentira.
Após eu me levantar, peguei o seu livro e joguei no chão, me virando a andar batendo meus pés no chão, em direção ao meu quarto.
Eu não conseguia acreditar que minha mãe era traída todos os dias (e ainda é) e não se importa. Porque alguém não se importaria com isso?qual é o problema dela? Bem, me fazer essas perguntas não ajudaria em nada, aquela raiva era grande, mas eu não tinha nada a fazer, ela não se importa, eu não deveria me importar.
Comecei a ouvir batidas na porta.
-Vai a merda! -Disse em um tom alto.
-Nossa, não esperava ser recebido assim. Bem, eu esperava, mas tudo bem. -Disse Peter, então logo me levantei com rapidez e abri a porta, abraçando ele.
-Eu odeio ela! -Disse em um tom de raiva, apertando ele com força.
-Ela não tem culpa, as pessoas não tem ideia do que estão fazendo da vida...
-Claro que ela tem! Ela lida com isso como se fosse normal!
-Agh, não se estresse com isso.
Sentia uma grande vontade de gritar com toda minha força, mas só soltei meus ombros e tornei o abraço mais calmo.
-Eu me sinto triste por saber que eles podem se separar, eu sempre achei que seria isso para sempre, mas agora tem essa possibilidade... -Disse a soltar ele devagar, logo me virando a olhar para ele, limpando meus olhos que estavam lacrimejados. -Eu irei sair, não espere que eu volte.
-Você vai para onde?
-Eu não sei, só... Vou tentar esquecer isso.
Suspirei fundo, então logo sai pela janela do meu quarto, começando a andar, dando passos calmos e lentos.
Sentia tanta frustração pelos meus pais, o que me fazia ter raiva deles, então logo os meus passos que eram calmos foram aumentando a rapidez. E lá estava eu, correndo pelo quarteirão.
Algumas lágrimas escorreram de meus olhos, até que eu acabei caindo e ralando meus joelhos.
O que eu estava fazendo? Porque meus pais tem que ser assim? Eu não parava de me fazer essas perguntas, até que me vi sentada na calçada a chorar, enquanto abraçava meus joelhos.
Eu poderia passar a metade do meu dia ali, o resto do dia que sobrava, mas já estava tarde, então simplesmente me levantei como se nada tivesse acontecido, limpando os meus joelhos de qualquer jeito, tirando as lágrimas de meu olho, voltando a andar.
Quando olhei para o céu, já havia escurecidos, então decidi voltar para minha casa, eu não iria ficar tarde da noite sentada no chão chorando.
Ao chegar em minha casa, parei em frente a maçaneta, soltando um longo suspiro, mas logo entrando.
Por incrível que pareça, lá estava minha amiga de infância: Alex.
-Oh... -Eu olhei para a minha calça que estava com um grande rasgo, minha calça estava totalmente suja, e meu joelho machucado. -É... Alex! Está de volta!
Tentei mudar de assunto, para não me perguntarem o porquê de eu estar assim.
-Sim... Piper, porque está assim? -Disse Alex, vendo que Peter e Lindsey me olhava estranho.
-Isso é para outra conversa. Vamos Alex, vamos para o meu quarto conversar. -Disse a subir a escada que dava em direção ao meu quarto.
Logo então ela subiu para o meu quarto.
Nós nos sentamos na sacada de meu quarto, e começamos a conversar.
-Por que chegou em casa assim? -Perguntou a ela, enquanto olhava o sol se por.
-Meu pai trai minha mãe.
-Oh... Que horrível...
-E ela sabe. -Disse aquilo em um tom sério, olhando para o céu.
-Como assim sabe? Ela não faz nada?
-Não, ela disse que não se importa. Acho que eles vão acabar se divorciando.
-É péssimo ter pais divorciados.
-Realmente é... Então, como foi viver no México?
-Agh, foi péssimo, é horrível ter que ficar trabalhando e estudando a todo tempo... Mas meu pai foi transferido para Nova York, então agora moramos aqui.
-Saudades da Rússia... Morar aqui é péssimo.
-Mudar de país é péssimo. -Disse ela, ainda com seu olhar fixo ao céu, mas logo se levantou. -Preciso ir, meus pais devem estar preocupados, amanhã lhe vejo novamente.
Concordei com a cabeça após ela dizer a última frase, então logo me levantei e sai do quarto junto a ela.
Após Alex for, eu e Peter ficamos vendo algum programa qualquer que passava, eu realmente não estava me importando com qual era, por na minha cabeça só consegui passar uma coisa: meus pais irão separar?
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