Luz daNoite - 19
De vez em quando, Amy continuava me perguntando sobre Steven. Eu não aguentava mais aquela mentira. Em nossa última conversa, contei que saber que ele estava namorando era algo que me desanimava muito... mas que não significava que eu ia desistir. Infelizmente, o fato de eu ter mudado um pouco o meu visual, não o fez olhar por mais tempo. Por incrível que pareça, ele ainda não havia mencionado nada sobre o campeonato. Tudo que eu mais queria era que ele chegasse e dissesse "Sinto pela derrota, mas estou muito orgulhoso de você e peço desculpas por não ter estado presente."
Ele não precisava justificar. Se ele pedisse desculpas por não ter ido, isso para mim já bastaria. Certo dia, durante a aula, acontecia algo típico: não conseguia prestar atenção no que ele dizia e escrevia na lousa, e me concentrava apenas nele. Conseguia tirar notas boas porque estudava muito.
Eu planejava confrontá-lo. Mas claro, havia hora e lugar certos para isso.
Estava totalmente na dúvida sobre como deveria responder. Como dizer para ele que estava profundamente magoada por ele não ter aparecido em um evento tão importante e depois não ter nem se desculpado, nem sequer tocado no assunto? Criar um clima de tensão entre nós era a última coisa que eu queria, mas não tinha outra escolha – não podia simplesmente deixar isso passar. Não podia ignorar algo que me chateou tanto e que me fez concluir que ele realmente é uma pessoa que se importa pouco com os sentimentos dos outros.
Tudo bem, dizer isso é forte. Porém, infelizmente, não me ocorria outro raciocínio. Se ele tivesse o mínimo de consideração por mim, teria me avisado que não iria... ou, teria se desculpado depois por não ir. Ele não fez nenhum dos dois. E concluí algo que até então pensei ser real... ele não tinha orgulho nenhum de mim. De nenhum de nós. Se tivesse, teria vindo nos prestigiar. Aquilo era muito estranho e não entrava na minha cabeça: como que um professor, quando vê que um aluno seu atinge um nível desses, não dá pulos de alegria? Eu, se fosse uma professora, me sentiria muito realizada se cumprisse a minha missão: fazer com que os meus alunos fossem bem sucedidos e gostassem do que ensino. Caramba, o que ele estava fazendo que era mais importante e mais interessante do que ter vindo nos prestigiar? Eu pagaria para saber.
Nesse momento, Vivianne seria de grande ajuda, mas já que não tinha mais o direito de pedir conselhos seus... teria de confiar no meu poder de intuição. Algo me dizia que não devia ser boazinha: ele foi mal comigo, então, eu seria má com ele. Eu não iria minimizar os meus sentimentos, eu iria dizer clara e diretamente que eu estava muito chateada com a atitude dele e que merecia uma satisfação. Entretanto... sabia que colocar tudo para fora, não era algo que eu iria fazer. Se colocasse todos os meus sentimentos para fora, provavelmente começaria a chorar e a gritar... e criaria uma discussão. E além do mais, não tinha coragem. Eu iria, portanto, deixar algumas coisas de fora, como por exemplo dizer que eu acreditava que ele era uma pessoa fria que não se importava com os sentimentos dos outros. O assunto do orgulho... acho que iria mencionar, sim. Por enquanto, porém, teria de ficar engolindo, pois eu realmente não tinha a liberdade de falar com ele a hora que eu quisesse e muito menos a sós.
Agora, se eu realmente achava que ele era esse tipo de pessoa... como podia continuar gostando dele? Eu sabia muito bem que todos tinham seus defeitos. E se ele reconhecesse os dele... isso para mim seria mais que suficiente. Eu acreditava que não tinha problema as pessoas terem defeitos, contanto que elas os reconhecessem e se esforçassem para melhorar. Eu perdoaria Steven se ele se desculpasse e entendesse que o que ele fez não foi legal. Se ele não fizesse isso... eu provavelmente não iria perdoá-lo. Digo o mesmo em relação à Jamie. O que mais importa não é o que fazemos na hora que contemos erros... mas o que fazemos depois.
Com o Mustang do Hudson, fui à mais uma aula de apoio. Hana Parks me surpreendeu aparecendo para buscar Steven, com um carro caindo aos pedaços. Droga.
– Tchau, Steven. – Me despedi dando-lhe um beijo no rosto.
– Tchau, nos vemos.
Era extremamente incomum um aluno chamar o professor pelo primeiro nome, e inapropiado também. Mas realmente, a nossa turma quebrou esse paradigma por Steven ser o professor mais jovem da escola e por nos fazer sentir-nos à vontade como nenhum outro professor fazia, e ele parecia não se importar. Eu ficava feliz toda vez que ele dizia o meu nome... e triste quando não dizia. Mencionar o nome da pessoa quando falamos com ela, é um gesto simples que promove simpatia e proximidade. Chamar alguém pelo apelido então, isso nem se fala, estabelece mais proximidade ainda. Eu não tinha apelidos, com o meu nome não dava muito certo, mas tinha Jamie, que me chamava de "Chi", que significa "força interna" em chinês. O coitado do Jacop, tinha apelidos bacanas, mas as pessoas se confundiam o tempo todo chamando-o de Jacob e escrevendo-o assim... o que era mais que natural, pois de acordo com John e Amy, Jacop foram eles que inventaram. Eles queriam algo original e acharam que ficava fofo. Tudo bem, mas é chato as pessoas ficarem o tempo todo errando o seu nome, no caso do meu, a pronuncia. Jacop, entretanto, por enquanto não se importava, lidava com a situação com naturalidade e simplesmente respondia, orgulhoso: "Sou diferenciado." Agora, o fato de chamarmos Steven pelo primeiro nome não significava que não o respeitávamos. Na verdade, nos dávamos tão bem, que era como se fossemos professor e amigos, e não professor e alunos. É por isso que não entrava na minha cabeça o fato de ele não ter ido ao evento e nem ter se desculpado. Meus colegas não comentaram nada, pelo menos não comigo.
Não fui embora depois que me despedi. Fiquei olhando Steven e Hana, me auto torturando. Na portaria, os dois conversavam, provavelmente decidindo o que fariam naquela noite. Mantendo uma distância de alguns metros, eu espiava por detrás da parede de tijolos. Quando o olhar dele foi na minha direção, recuei imediatamente.
Recebi uma mensagem de John avisando que iríamos jantar fora e que era para eu ir direto para o restaurante. Era o aniversário da Liv. Por ser quinta-feira, faríamos uma festa com familiares e amigos no final de semana, mas para não deixarmos o dia em branco, John teve a ideia de irmos à um restaurante. A tia de John que mora na Suécia, Irena, veio para uma de suas raras visitas e estava hospedada em casa, juntando-se a nós para o jantar. Porque não tínhamos quarto de visitas e porque ela era idosa e não podia dormir no sofá, montamos um colchão no quarto de Melody. Apesar de ser uma senhorinha chique e às vezes um pouco chata com algumas coisas, quanto à isso pareceu não se importar. Não tinha muita paciência com crianças, mas dava para notar que adorava a Melody. Uma coisa que me irritava era que vira e mexe encontrava oportunidades para dar alfinetadas em Amy, dando a entender que não a considerava boa o bastante para o sobrinho, parecendo mais mãe que tia. Antes de a comida chegar, notei que Amy me olhava de forma que não consegui decifrar.
No sábado, pouco antes de os convidados chegarem, Hudson saiu sem dizer para onde ia. Talvez tivesse ido comprar um presente, mas Liv já tinha recebido presentes de todos nós na quinta. Eu estava na sala, estudando, quando a porta se abre e Hudson entra com um filhote de pastor alemão no colo.
– Oláaaaaa... surpresa!
Me levantei imediatamente e me aproximei. Jacop, que também estava por perto, foi ao encontro de Hudson mas sem expressar nenhuma emoção. Ignorando a minha presença e se concentrando apenas em Jacop, Hudson se abaixou um pouco para cumprimentá-lo.
– Oi, amigão. Olha só o que eu trouxe. Quer segurar?
Sem demora, o menino deu meia volta e saiu correndo. Decepcionado, Hudson se levantou.
– Vou encarar isso como um não.
– Hud, o que é isso? Veio Amy, da direção para onde Jacop correra. Deve ter visto que havia se assustado com alguma coisa.
– Mãe, achei ele na rua.Vamos ficar com ele – Hudson simplesmente respondeu.
Ninguém ia acreditar que Hudson não havia ido ao pet shop e gastado toda a mesada dele naquele cachorro de raça. Amy não gostou nada.
– Hud, não – disse ela, aproximando-se. – Sabe que não podemos ter um cachorro, você vai ter que devolver...
– É pra Liv!
Esse foi um dos muitos argumentos que Hudson usou para convencer Amy e depois John... até acabar conseguindo. Estávamos todos de acordo que Jacop não iria superar seu medo de cães se não começasse a ter contato. Como todos nós gostávamos, isso iria servir como um grande incentivo. O ruim era que agora, uma casa já cheia ficaria mais cheia ainda, com um cachorro que agora era pequeno mas ficaria enorme. Hudson prometeu cuidar. Alguns dias depois, quando estávamos todos reunidos no jardim, votávamos para escolher um nome.
– Que tal Whisky? – sugeri, agachada no chão ao lado de Hudson.
– O que você é, uma bêbada? – zombou.
– Gosto da forma que soa – defendi.
– Eu também gosto – disse John.
Jameson era o nome de uma marca de whisky irlandesa. Por isso me ocorreu, pois quase tanto quanto pensava em Steven, pensava em Jamie e na falta que a presença dele na minha vida, mesmo sendo à distancia, me fazia.
É claro que eu não ia dar o nome como uma homenagem. Se assim fosse, sugeriria chamarmos o cachorro de James ou algo assim.
– O cachorro é meu, então eu deveria decidir o nome – afirmou Hudson.
– Sim Hud, você tem a palavra final, mas antes decidimos que íamos fazer uma votação – constatou John.
No fim, Hudson convenceu-se de que "Whisky" combinava e também gostava de como soava...
E acabei me arrependendo de ter sugerido aquele nome. Eu ia acabar associando-o com Jamie.
Naquele domingo, apesar de termos um novo membro na família e portanto uma nova distração, senti que precisava sair. Prendi o cabelo em um coque, peguei o carro do Hudson (ocupado demais com o cachorro para se importar), e segui para a casa de Steven, estacionando praticamente em frente – de que outra forma eu poderia ver o que acontecia ali? Muito arriscado, se eu estivesse em um carro que ele visse sempre. Além de tudo eu estava com zero maquiagem e com o cabelo preso. Mas mesmo assim, não me sentia confortável ali, sabendo que ele poderia sair à qualquer momento e me ver. Eu já estava estacionada olhando para aquela casa havia dez minutos, talvez fosse hora de ir embora. É que ainda não tinha visto nada, nenhuma sombra, e era decepcionante. Mas o simples fato de saber que ele estava dentro daquela casa já era algo que me entretia. Dei a partida e fui embora, parando no primeiro Starbucks que encontrei para trazer um mimo à família... talvez isso incentivasse Hudson a fazer menos resistência na hora de emprestar o carro.
Tínhamos um compromisso familiar. Era o casamento de um primo distante, e Amy queria que eu fosse bem arrumada, então foi ao Milenia Mall e me comprou uma roupa que eu por mim jamais usaria: um vestido rosa choque comprido, com decote em V, cheio de estampas brilhantes, de um tecido tipo transparente. As alças eram flores, também rosas, e na altura da cintura, do lado direito, um detalhe do mesmo material. Como se não fosse rosa suficiente, o vestido vinha em conjunto com uma tiara com uma fita no meio, do mesmo tom. Para combinar um batom também rosa e por cima gloss, para dar mais um brilho. Sapatos, por sorte não precisaria me preocupar em usar salto alto, já que eles nem apareceriam e eu já era bem alta sem eles, então coloquei sapatilhas. A única coisa que faltava eram os olhos. Eu estava em frente ao espelho que eu tinha na parede do meu quarto, e acabei deixando a porta aberta - em uma família tão grande, já estava acostumada com falta de privacidade. Tinha acabado de colocar a tiara e estava ajeitando o cabelo quando ouvi que alguém se aproximava, o que me fez virar imediatamente, e me assustei ao ver Amy parada na porta feito uma estátua.
– Mãe – arfei. – Me assustou.
Ela ainda não estava pronta. Faltavam aproximadamente quarenta minutos para o horário de sairmos. Baixando o olhar, Amy deu um sorriso sutil.
– Me desculpe, querida. Eu só queria ver se você precisava de ajuda com o vestido.
Para colocar um vestido, eu era toda uma atrapalhada. No fim, terminava presa dentro deles e Amy me ajudava. Desta vez, no entanto, não tive muita dificuldade.
– Deixa eu ver... – Amy se aproximou, me olhando de cima a baixo, e logo emocionando-se. – Satsuki, você está... você está maravilhosa.
– Mãe, eu pareço uma barbie – retruquei.
Por mais que aquele vestido não fosse o meu estilo, o usava por Amy, porque ela queria me ver nele. Mas isso não me impediu de reclamar.
– Você está ótima – ela insistiu. – Deixa eu ver as costas.
Me virei, colocando todo o cabelo para frente. As costas não eram muito decotadas, e não havia nenhum detalhe extra atrás, então Amy não teria de me examinar por muito tempo, mas aquilo já estava demorando demais. Senti a ponta de seus dedos frios me tocarem as costas, movendo-se para baixo lentamente, e por alguma razão, senti um arrepio.
– Mãe, você precisa se arrumar – falei. E me virei para ela.
– Falta você maquiar os olhos – ela disse. – Faça isso agora, Satsuki, antes que se atrase.
– E você vai se arrumar senão nós duas vamos nos atrasar. Estou bem, mãe. Consegui colocar o vestido sozinha, posso me maquiar sozinha também. – Terminei a frase com uma leve risada.
– Sei que pode. Mas, eu também vim para te trazer isso.
Amy pegou no bolso o que ela queria que eu colocasse nas pálpebras. Uma sombra rosa clara brilhante.
– Mãe...
– Satsuki, se está tudo combinando, os olhos também tem que combinar – afirmou. E ela tinha razão. A única peça no meu corpo que não estava combinando eram os sapatos. Amy pegou minhas mãos e as examinou.
– Sem anel?
– Mãe, chega.
– Mas o único acessório que você está usando é a tiara, e ela faz conjunto com o vestido. Precisa colocar algo nas mãos ou no pulso – ela insistiu. – Venha, tenho uma pulseira perfeita pra você, que ganhei da minha mãe no meu aniversário de dezesseis anos...
Tentei me manter paciente.
– Ok. Vamos fazer assim, eu ponho a maquiagem e te encontro no quarto. Agora vai se arrumar.
Amy sorriu e assentiu.
– Tudo bem, feito.
O casamento era em Maitland, cidade vizinha à Winter Park, ao ar livre, em uma mansão em frente à um lago. Durante a cerimônia, Amy olhou mais para mim do que para a noiva. Não pude evitar me sentir um tanto incômoda. Durante a festa, eu não estava a fim de dançar e também não conhecia quase ninguém. Fiquei durante um tempo sentada sozinha em nossa mesa, enquanto John e Amy conversavam com parentes, Jacop e Liv brincavam com as outras crianças, Melody ficou em casa (sorte dela) com a tia Irena e Hudson estava ocupado com a namorada, que embora não conhecesse ninguém, veio para acompanhá-lo. O nome dela era Malina e era um ano mais nova que ele. Achava ela bem simpática, mas nunca fomos amigas, até porque, eles não estavam juntos há tanto tempo. De longe, os vi se despedirem um do outro. Malina foi dançar e Hudson cruzou com Jacop, pegando-o no colo, e se aproximou da mesa onde eu estava. Não o dirigi o olhar; estava ocupada olhando fotos do Steven no Facebook, um dos meus passatempos preferidos. Havia várias com Hana, mas nada que mostrasse que estivessem juntos. Porem, à aquela altura, eu já tinha 99,9% de que sim estavam juntos.
– E aí – disse Hudson. – A princesa da festa vai realmente ficar aí sozinha?
Baixei o celular e olhei para ele.
– Para.
Hudson colocou Jacop de volta no chão e puxou uma cadeira para se sentar frente a mim. Jacop deve ter notado que íamos ter uma "conversa de adultos" e se foi.
– Por que não fala mais com o Jamie?
Agora eu ia definitivamente largar o celular. O olhei surpresa.
– Como sabe?
Ele deu de ombros.
– Notando. Sei que não é da minha conta mas... quer me contar o que houve?
Baixei o olhar e esperei um pouco para responder.
– Você se entediaria.
– Tá, provavelmente. Bom, por quê vocês terminaram não importa. Há alguma chance de voltarem?
– Não – respondi sinceramente. – Não creio.
Com um sorriso triste, Hudson assentiu.
– E o professor? Quando vai contar pra mãe e pro pai?
Por um instante, entrei em pânico. Então ele não sabia apenas que Jamie e eu tínhamos terminado, mas sabia que eu gostava do Steven. Como? Bom, ele sempre suspeitou, ou seja, a única coisa que eu precisava fazer era continuar negando. Mas aquilo me pegou de surpresa.
– Que professor?
– Que professor? O de quem você está a fim?
Tentei disfarçar da melhor maneira possível. Eu consegui mentir bem o suficiente para fazer Amy acreditar de que o Steven de quem eu gostava não era o meu professor de matemática dezesseis anos mais velho que eu. Mas sentia que não conseguiria fazer o mesmo com Hudson, que me pegou desprevenida com aquele assunto.
– Eu não estou.
– Quantas vezes mais vai mentir?
Fiquei muda por alguns segundos. E então falei a primeira coisa que me veio.
– Não conte pra mamãe.
– Por que só a mamãe?
Porque a noto estranha ultimamente e não quero jogar isso encima dela agora. Mas me expressei mal, eu não quis dizer que não era para Amy não saber, mas principalmente.
– Esqueça – apenas respondi. – Gostaria que não contasse à nenhum dos dois.
– Bom, não cabe a mim contar, então não vou contar... mas você...
– Não, eu não deveria. Porque provavelmente não vai dar em nada e só iria aborrecê-los.
– É... isso é verdade.
Assim como Jamie, Hudson não tinha medo de ser sincero comigo. Eu agradecia isso à ele. Antes que pudéssemos finalizar a conversa (embora eu não tivesse mais nada a dizer), Malina se aproximou e acho que estava feliz demais para notar que estávamos no meio de um assunto importante. Perguntou se Hudson não iria vir dançar com ela, e me chamou para ir também. Agradeci e menti que não iria porque os meus pés estavam me matando. Não estava com ânimo para dançar. Não estava com ânimo para fazer nada que não fosse relacionado ao Steven. Olho na direção onde vi os meus pais pela última vez, e ainda estavam lá, conversando com as mesmas pessoas. Notei que Amy não estava com a atenção na conversa, senão seu olhar estava em mim.
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