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Luz da Noite - 9


Como previsto, duas horas antes de sairmos para o almoço em família, eu estava no closet de Amy detestando todas as opções que ela me mostrava. Ela pegou os poucos vestidos que eu tinha para que eu os provasse com um espelho de corpo inteiro e também me mostrava opções dela própria. Um dos vestidos que ela queria que eu usasse era um vestido branco dela de sua época de adolescente, sem graça e básico, mas esse não era o problema principal. Primeiro, um vestido branco não caía bem em uma garota pálida feito a neve, em minha opinião. E segundo... eu não queria usar vestido naquele dia, não importava o quão básico ele fosse ou a cor.

– Mas você nunca quer usar vestido nenhum – disse Amy, enquanto ajeitava uma das alças.

Ela já estava pronta, com um vestido azul-claro comprido, que combinava com os olhos. Acho que nem azul-claro eu poderia usar; era branca demais.

– Eu não gosto dessa cor – simplesmente respondi. – E por quê temos que ir tão arrumadas? Como se...

– Porque é um compromisso familiar para comemorar o feriado. E não é para tanto, esse vestido é simples... mas bonito, e quero que você esteja bonita para encontrar a família.

Eu só queria entender por quê nós, mulheres, éramos obrigadas a colocar roupas melhores, maquiagem, sapato de salto ou o que quer que fosse para um almoço familiar... enquanto os homens podiam colocar uma camisa e um shorts ou uma calça básica e ninguém dizia nada.

– Por que o papai pode ir de camisa e jeans? Não é justo – falei.

– Porque ele é homem. E você, mocinha, deve se vestir como uma.

Amy se colocou diante de mim para me ver. Seu olhar me percorreu de cima a baixo. Pude notar que ela notou que havia algo de errado.

– Hmmmm...

– Quê?

– Pensando bem está um pouco comprido demais. Vamos tentar este.

Antes que eu pudesse responder, Amy dirigiu-se ao armário para escolher mais um vestido. Pegou um rosa-claro, mais curto.

– Ok, tente este.

– É o quarto que tentamos – reclamei.

– Terceiro. Agora vamos, tente.

Tirei o vestido branco e coloquei o rosa.

– Vamos ver... – Amy examinou. – Oh não.

– O quê?

– A alça do sutiã está muito visível. Deixa eu ver se tenho algo com alças menos finas ou um casaquinho também resolveria...

– Mãe, por favor, está quente demais para usar casaco! – Minha paciência chegou ao fim.

Casaquinho, Satsuki. Algo fino. Deixa eu ver... Amy revirou o armário por alguns segundos e se virou para mim. – Espera. Ou você não usa nada por baixo. O que acha?

Baixei o olhar, examinando o decote.

– Bom... é um vestido um tanto quanto decotado. Acha que é uma boa ideia para um almoço em família?

– Sim, é claro. Justamente o que você disse, não é tão decotado assim. Por outro lado... um casaco branco ficaria lindo com esse tom de rosa. Só me dê um minuto, deixa eu ver se...

Eu estava a ponto de gritar. Mas como nunca fui de chiliques, mordi o lábio e me contive.

– Mãe? Eu realmente não quero usar nenhum vestido. Posso por favor usar as jeans que o papai me deu de aniversário?

Amy parou com o que fazia, descontente com o meu pedido.

– Satsuki por favor, aquelas jeans tem furos! Você não pode usar essas jeans velhas num almoço em família e muito menos furadas.

– Não são tão velhas. Por favor, mãe... tenho o meu período – falei finalmente, diminuindo o tom de voz. Talvez agora conseguiria convencê-la.

– Querida, por quê não disse antes? E antes que eu respondesse, escutei a voz do meu irmão caçula pedindo ajuda.

– Mãe... me ajudar.

Meu irmão entrou no quarto cambaleando com a cabeça totalmente presa dentro de uma camisa branca. Amy logo se aproximou para ajudá-lo.

– Jacop, o que houve?

– Apertada.

– É que você precisa desabotoar os botões, querido. – Amy se abaixou, já desabotoando-os. Assistindo a cena, dei uma leve risada. Ainda bem que no fim me livrei do vestido branco. Ficaríamos combinando.

No fim, Amy me deixou usar uma jeans, sem furos e junto com uma bata cor creme que ela adorava. E me emprestou brincos de pérola. Não me senti chique nem bonita... mas me senti cômoda.


Depois que a aula terminou naquela manhã de segunda-feira, tomei coragem e me aproximei de Steven. Com ele, simplesmente jogar conversa fora não dava muito certo, ele era o tipo de pessoa que mais ouvia do que falava. Eu sentia que precisava sempre de um motivo, uma desculpa para dirigir à palavra e iniciar uma conversa... caso contrário, tinha medo de que ele pudesse suspeitar o meu interesse. Nunca namorei, porém, achava eu, que sabia sobre os princípios básicos que deveriam ser aplicados em qualquer processo de atração. Regra número um: Não deixe o cara saber que você está interessada até ele estar. Eu apenas me esforçava para ser a melhor aluna da classe e fazia questão que ele soubesse disso. Li uma vez em um artigo que para fazermos uma pessoa se interessar por nós, é importante demonstrarmos interesse pelos interesses dela. O que eu sabia sobre Steven Colin? Que ele gostava de matemática. Se não gostasse, provavelmente não seria professor, certo? O que mais? Ele tinha um cachorro, o que significava que gostava de animais também. Nós também gostávamos, e eu sempre quis ter um cachorro... mas conforme os anos foram passando e Amy foi engravidando, isso foi ficando em segundo plano. Hudson dizia que cuidaria, mas se ele mal cumpria com as tarefas de casa, como cuidaria de um animal de estimação? Além de tudo, Jacop tinha medo de cães.

O que mais sabia sobre Steven? Não muito; ele realmente era um homem reservado. Sabia que ele provavelmente tinha uma namorada, depois que os vi juntos no estacionamento da escola depois da aula. Não os vi se beijarem nem nada assim, e os vi de longe... mas me pareceu suspeito. Dias depois, quando me aproximei de sua mesa para entregar uma tarefa, olhei de relance para o seu celular e vi que havia chegado uma mensagem de um contato chamado Hana Parks. Fiquei orgulhosa e feliz comigo mesma por ter descoberto tanto com uma simples olhada, tendo a sorte de o celular dele estar ali na mesa, à vista. Quando cheguei em casa, fui direto para o computador pesquisar o nome e a encontrei no Facebook. Havia uma única foto com Steven, que não revelava nada. Ela estava na casa dele, e os dois estavam sentados no jardim junto com pessoas que deviam ser amigos. Fotos no geral também não havia muitas, muito menos declarações. Com a pesquisa, consegui descobrir apenas que ela era um ano mais velha que Steven e era professora de inglês. Que sem graça. Ela tinha, porém, um charme particular. Cabelo preto, liso e comprido, olhos azuis. Pelas fotos, não consegui decidir se era bonita.

Se eu sabia tão pouco sobre Steven, como podia gostar tanto dele? Eu podia ver nos olhos dele a pessoa boa que ele era. Quando ele conversava com os alunos, ria e sorria, isso me tirava o fôlego. E eu era muito atenta aos pequenos detalhes. Uma vez, ele se empenhou em me explicar algo que eu já havia entendido mas não queria que ele soubesse disso. Ele me deu uma grande atenção e não encerrou até saber que o conteúdo havia ficado completamente claro para mim. Isso significou muito. O problema era que episódios como esse eram raros. Na verdade, não conseguia me lembrar de uma outra vez em que ele se dispôs a me dar tamanha atenção. Quando me aproximei, ele estava no celular. Falei com ele de maneira séria e tímida, como sempre, chamando-o pelo primeiro nome (tudo mundo o chamava pelo nome e ele jamais se interessaria por mim se eu me referisse a ele de maneira formal).

– Steven.

– Sim?

Ele não era de falar nomes e perguntar o que eu queria. Ele apenas olhava, esperando que eu tomasse o primeiro movimento. Fiz um esforço para sorrir, não me saindo bem.

– Já terminei os exercícios que você passou para a sexta-feira. Achei um pouco difícil no começo mas no fim acabei conseguindo...

Esboçando um sorriso, ele desviou o olhar, me passando a mensagem: E? "Que bom" era a única coisa que ele poderia responder, mas nem isso. Em pânico mas mantendo uma pose calma, tentei consertar.

– Só achei que deveria saber.

– Vamos ter uma aula de apoio na próxima quarta – ele apenas respondeu. – Lá você vai poder esclarecer todas as suas dúvidas.

Dando um sorriso fraco, assenti. E no segundo seguinte, ele foi embora literalmente me deixando ali parada como uma tonta. Eu era. Achei que ele iria gostar de saber que eu me adiantei. Mas o assunto pelo jeito não poderia ser mais desinteressante. E ainda por cima, dei a entender que estava com dificuldades, o que não era verdade. Mas uma coisa era certa: eu sim iria querer participar daquela aula de apoio.


Em minha terceira sessão de terapia, Vivianne começou a me desmembrar. O objetivo era simples: descobrir qual era o problema para então trabalhar encima dele da melhor forma possível. Já estávamos há alguns segundos em silêncio. Ela pigarreou antes de falar e começou a lançar as perguntas, com um ar frio mas interessado.

– Quais são seus amigos no colégio, Satsuki?

Pensei um pouco. Eu não tinha amigos no colégio. O único amigo que eu tinha havia se mudado para a Inglaterra... e não me interessava a atenção de ninguém senão a de Steven, o que afastava as pessoas de mim.

– Eu tenho um amigo – respondi. – Mas ele se mudou para a Inglaterra.

– Para estudar?

– É.

– E vocês mantém contato?

– Todos os dias.

– Ok, e... tem algum professor pelo qual você sinta mais apreço do que pelos outros?

As palavras de Vivianne eram elaboradas. Porque ela era psicóloga ou porque era britânica? Quando me veio à mente a primeira imagem de Steven, senti o rosto corar. Incômoda, comecei a mexer as mãos enquanto respondia séria e devagar.

– Tem... tem o professor de matemática.

– Ele é o seu preferido?

Assenti. Vivianne esboçou um sorriso como se tivesse acabado de desvendar um segredo importante.

Isso porque era o que ela de fato havia feito. 

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