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Luz da Noite - 7


O jacaré e a salamandra que ganhei de John e de Amy antes e depois de ser adotada, continuavam sendo os bichos de pelúcia que eu deixava sobre a cama. Não dormia com eles; nunca me acostumei a dormir abraçada ou próxima a algo. Mas ali estavam os dois na minha cama todos os dias, assim como nas prateleiras, onde permaneciam todos os brinquedos que ganhei dos meus novos pais depois que cheguei e ao longo dos anos. Alguns deles eram miniaturas de animais originários da África. Na minha escrivaninha, havia um globo, que, quando eu ainda era pequena, eu apontava para a África e dizia mentalmente "pai". Apesar de verde ainda ser a minha cor favorita, havia poucas coisas verdes no meu quarto. Assim como a casa, era tudo de tons claros. Mas quando abria a porta, dava de cara com um mundo verde. Winter Park era uma combinação do civilizado com o selvagem, e isso me ajudava a me sentir conectada com o meu passado. Entretanto, depois que recebi uma informação sobre o meu pai biológico, passei a me interessar cada vez menos pelo meu passado e mais pelo presente. Quando fiquei mais velha, tive uma conversa longa com os meus pais adotivos sobre tudo o que passei e no fim, eles me revelaram algo que eles já sabiam (que lhes foi mencionado pelo orfanato) e que disseram que eu estava na idade de saber também: a julgar com a descrição que eu fiz dos fatos em relação ao meu pai e o também o fato de eu ter sido encontrada justo na Serra Leoa durante a Guerra Civil... foi concluído que o que ele provavelmente fazia, ou seja, o "trabalho" dele, era contrabando de armas. John e Amy me consolaram da melhor maneira possível, mas a dor se mantinha. Toda vez que me pagava sentindo a falta dele, sentia culpa, pensando que ele não merecia que eu sequer me lembrasse dele. Apesar de tudo ele foi um bom pai, me ensinou muitas coisas e cuidou de mim, e eu não ia esquecer isso... mas fiquei com uma ferida que eu não sabia como curar porque era um fato: meu pai não era uma pessoa tão boa assim.

Após tornar-me Satsuki Marie Hampton, não imaginei que não seríamos só John Hudson e eu. Quando completei dezessete anos, já tínhamos ganhado mais três irmãos: Jacop, de dez anos, Liv, de quatro, e Melody, de onze meses.

Jacop foi adotado da Índia. Diferente de mim, John e Amy mudaram seu nome, que era originalmente Rajeev. Era um menino muito alegre que adorava brincar ao ar livre e porque queria jogar críquete, John aprendeu para que Jacob tivesse alguém que jogasse com ele. Imaginei que já que queriam adotar mais uma criança, seria uma criança africana, mas aí me lembrava de que eu era uma. E a Índia, além de ser um dos países mais populosos do mundo, era um dos países com mais crianças perdidas ou órfãos. Quando John e Amy ainda estavam programando a viagem, se sentaram comigo e disseram "Achamos que deve vir conosco." Eu tinha doze anos na época. Foi uma experiência emocionante acompanhá-los para adotar mais uma criança, olhar para ela e pensar "Eu já vivi isso."

E depois veio Liv, alegre, sapeca e tímida. Herdou os cabelos louros de Amy e os olhos verdes de John. Podia ser confundida com minha irmã legítima, pois tinha o cabelo liso e claro como o meu. Melody também, com olhos azuis de um tom mais escuro. Liv estava na fase, típica dos quatro anos, de ter medo dos monstros do armário. Todos os dias, de manhã, John e Amy abriam a porta do armário do quarto para mostrar-lhe que não havia nada dentro. Ela sorria. Certa vez, quando estávamos todos reunidos na sala em um frio domingo à tarde – John, Amy e eu sentados no chão, Hudson em uma poltrona com Jacop em pé –, Melody dava seus primeiros passos enquanto soltava risadinhas de alegria. Ela caminhou até nós até cair ajoelhada sobre o tapete. Batemos palmas todos juntos e demos gritos de comemoração. Após bater palmas, Amy olhou para mim sorrindo. Sorrindo também, mantive o olhar por alguns segundos e então voltei a olhar para frente.

Na sétima serie, conheci meu único e grande amigo, Jamie White. Nunca fui de ter muitas amigas na escola ou no geral, de alguma forma sempre me sentia deslocada, e claro que isso estava relacionado ao meu passado, diferenciado de todos os colegas da minha sala. Jamie parecia me entender como ninguém e não tinha muito interesse em se relacionar com nenhum cara, ao menos não da forma como eu me relacionava com ele. Ele era a única pessoa com quem eu compartilhava os meus segredos mais profundos e vice-versa. Meu novo assunto preferido se chamava Steven Colin, meu professor de matemática.

No primeiro ano do ensino médio, Jamie havia tomado a decisão de terminar seus estudos na Inglaterra. Ficamos um tempo sem nos falar e depois passamos a manter contato por e-mail ou mensagem de texto praticamente todos os dias. Recém lhe contei que havia me apaixonado pela primeira vez e com isso, ele animou-se a me contar que também havia se apaixonado e estava namorando, havia aproximadamente dois meses, pedindo mil desculpas por não ter me contado antes. Suas palavras foram "Eu não te contei antes por medo. Achei que você iria se sentir mal, você me disse uma vez que sonhava com isso e não queria que você se sentisse mal, achando que todos conseguem e você não."

Isso era verdade. Compartilhei uma vez como me imaginava tendo meu primeiro namorado e como era ruim sentir que todos ao meu redor tinham alguém e eu não.

Apesar de usar o cabelo comprido e sempre solto, eu não era a garota mais feminina da classe, isso porque as minhas roupas não eram: não gostava de usar vestido, nem saia, nem acessórios, maquiagem e muito menos salto alto. Eu simplesmente não conseguia me imaginar sendo de outra forma. Mas talvez esse era o motivo de não conseguir chamar a atenção de Steven. Sobre Jamie, embora sim me pareceu gentil da parte dele, nunca digeri totalmente ele ter escondido um fato tão importante de mim durante tanto tempo... mas acabei aceitando.

O nome dela era Jessica. Um nome bastante comum. De acordo com Jamie, ela não era.

Steven era o professor mais bonito da escola inteira. Tinha um rosto largo e escultural, cabelos castanhos - sempre ajeitados em um estiloso topete -, olhos verdes. Por mais que eu fosse alta, medindo 1,75, Steven era mais, algo favorável à grossa linha que nos separava.

Steven era dezesseis anos mais velho do que eu. Para piorar, era o meu professor. Pra ficar ainda pior, ele era uma pessoa fechada e difícil de agradar, de modo que eu sentia como se estivesse constantemente implorando por migalhas. Para piorar ainda mais, havia a suspeita de que estava comprometido com uma mulher chamada Hana Parks.

Jamie era a única pessoa até o momento com quem eu havia compartilhado meus sentimentos por Steven. Sua opinião sobre o meu quadro não era boa. Ele não acreditava que eu tivesse grandes e nem médias chances, por razões óbvias, e justamente por serem óbvias, eu também não.

O que não significava que eu não estivesse disposta a tentar. Porém, desde que passei a ver Steven com outros olhos, não tem sido fácil, o que levou John e Amy a acreditarem que eu estava "deprimida" e precisava de terapia... o que me levou à Vivianne.

Vivianne Wood era uma mulher britânica de trinta e sete anos que diziam ser uma das terapeutas melhor indicadas da região. Solteira, sem filhos, bonita e chique, tinha cabelo tingido de louro mais ou menos na altura dos ombros, olhos verdes, uma pele perfeita que a fazia parecer mais jovem do que era. John, é claro, adorou o fato de ela ser britânica. Para mim não fazia a menor diferença pois não acreditava que havia chegado ao ponto de precisar de terapia. Quando contei ao Jamie, ele disse "Isso é bom, ela te ajudar a conquistar o Steven."

Vivianne era psicóloga. Não couch de relacionamentos. E eu sabia que o modo de pensar de Jamie era ingênuo e que o que ela ia tentar fazer seria afastar Steven de mim ao invés de aproximar. Ia me dizer que uma garota da minha idade não tinha nada para fazer com um homem tão mais velho e ainda mais comprometido - supondo que estivesse.

Claro, só iríamos falar sobre Steven se eu quisesse. Minha decisão permanecia: por enquanto, Jamie seria o único a saber do meu segredo. Ele não acreditava profundamente que isso poderia chegar a dar certo, pelo contrário, mas também não dizia acreditar ser algo totalmente impossível e era nessa parte que me encorajava assim como eu encorajava a mim mesma.

Enquanto há esperança, há chance. Esse era o meu lema.

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