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Luz da Noite - 2


Era um dia úmido e extremamente quente. Sem brisa. Um clima perfeito para eu usar as minhas roupas de sempre – um shorts marrom curto e uma blusa branca (na verdade havia deixado de ser branca há muito tempo pois estava sempre encardida) sem mangas. Na verdade, eram as únicas roupas que eu tinha. Estranhamente, meu pai nunca me trouxe uma peça de roupa sequer em uma de suas várias idas ao trabalho. Sapatos nem pensar. Eu também não me importava em não ter mais roupas e as solas dos meus pés já estavam lotados de cicatrizes que viraram cascas duras, mas sim havia momentos em que simplesmente me cansava daquele trapo fedido que vivia encardido e usava apenas o shorts. Com o calor constante da selva – exceto à noite – não era um problema senão um alívio.

O vilarejo onde papai iria fazer a tal da entrega, de início, assim como a cidade em si, me chocou. Tudo muito sujo, desorganizado (tantas pessoas transitando em um lugar só me deixava tonta), animais – cachorros, cabritos e porcos – que eu nunca tinha visto antes e muitas (na verdade todas) pessoas com aquele mesmo tom escuro de pele, incluindo crianças da minha idade e mais novas. Esse devia ser o motivo pelo qual a maioria deles nos encaravam e eu encarava de volta – eles eram tão estranhos para mim quanto eu era para eles. Mesmo assim, houve um momento em que me senti tentada a me juntar à um grupo de crianças que brincavam de pega-pega entre si, soltando gritinhos de alegria. Pareciam realmente estar se divertindo. Sempre quis ter um irmão ou uma irmã, ou simplesmente um amigo que não andasse em quatro patas. Não sabia o que era interagir com crianças humanas e morria de curiosidade. As casas eram engraçadas, inteiras feitas de palha. Talvez aquilo era melhor do que não ter nenhuma casa. Mas eu não incomodava de dormir a céu aberto; adorava olhar para as estrelas. Papai as usava para me ensinar a contar e às vezes, contava histórias. Difíceis eram as noites intermináveis de chuva e vento. Me enrolava nos cobertores que papai trouxera da cidade e buscava por alguma gruta onde pudesse me abrigar.

Quando papai parou de caminhar, automaticamente também parei. Notei que seu olhar estava fixo em um homem parado alguns metros à frente, que conversava com mais dois. Eles não se misturavam aos habitantes do vilarejo, usavam roupas que indicavam que eram viajantes, assim como papai. Mas definitivamente não eram turistas. Porque ele continuou, também continuei, mas sua mão me impediu. Questionei por quê não queria que o acompanhasse. Ele me disse que ia fazer a entrega e me pediu para esperar ali, que ele já voltava. Não vi por quê aquilo seria um problema – não seria a primeira vez que nos separaríamos, desta vez não iríamos nos perder de vista... e o vilarejo a princípio aparentava ser um local seguro e pacífico. Obedeci e fiquei onde estava, enquanto papai se aproximava dos homens que estava encarando instantes antes. Fiquei ali sem olhar para os lados senão mantendo o olhar fixo em papai. Porém, tive de olhar quando notei quatro crianças, que deviam ter uns seis e cinco anos de idade, se aproximaram de mim timidamente com uma bola e parecia que queriam que me juntasse à elas para brincar. Eram três meninos e uma menina. Deviam ter achado que eu era menino. Com as minhas roupas nada femininas, meus pés descalços, meu cabelo liso até a altura dos ombros e que me cobria a metade do rosto, não era difícil.

Jamais pudemos começar a brincadeira. O som dos cabritos, os latidos dos cães, o choro dos bebês e os risos das crianças foi substituído pelo som de gritos, tiros e bombas. Ao invés de correr, permaneci paralisada, o que me permitiu ver que eram os rebeldes que atacavam o vilarejo, e só porque meu pai e eu não pertencíamos ao povo que estava sendo cruelmente massacrado por mais um ataque da FRU, não significaria que sairíamos imunes. Procurei por ele e estranhamente, não estava mais lá, assim como nenhum dos homens com os quais se reunira. Talvez, porque havia uma cabana há poucos passos, haviam corrido para dentro para se esconderem ou simplesmente saíram correndo em disparada para alguma outra direção. Não importava. O que eu sabia era que o vilarejo onde meu pai e eu tínhamos vindo naquela tarde apenas para fazer uma entrega, estava sob ataque... e eu estava sozinha. 

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