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Luz da Noite -18


No dia seguinte, quando acordei, tive vontade de pintar os olhos de modo que fiquei parecendo uma roqueira ou uma gótica, e passei a fazê-lo todos os dias desde então. Para não criar um contraste muito grande, passei a usar roupas de tons escuros incluindo jaquetas de couro pretas e botas de salto, que comprei com o dinheiro da minha mesada. Na escola, todos estranhariam e a minha família também... eu simplesmente não me importava. Não mais. Pelo menos não era batom vermelho.

Sabia que precisava me manter perto de Steven apesar de tudo. Até quando ele não soubesse. Agora que sei dirigir, tenho como descobrir onde mora. Seria bom ter o meu próprio carro antes (por enquanto tínhamos dois: o Volvo do John e o Mustang do Hudson). Óbvio que para sair, eu usaria o carro do meu irmão, já que John passava o dia inteiro fora. Hudson iria detestar... mas dane-se. Não era como se eu fosse usar muito. Em uma quinta-feira durante o jantar, mencionei a ideia.

– Quero usar o carro do Hudson para ir ao colégio amanhã – falei.

– Como? – Hudson respondeu, quase se engasgando com o macarrão.

– Ah querida, não precisa se preocupar – disse John. – Eu adoro te levar, isso nunca atrapalhou os meus horários e...

– Pai, eu sei dirigir agora – interrompi. – Quero ficar independente.

– Você começou a usar maquiagem e agora quer ir sozinha para a escola. O que vem depois? – comentou Hudson.

Olhei para John.

– Pai...

– Acho bacana a Satsuki querer ficar mais independente – opinou Amy. – Mas querida, você só precisa se lembrar de que precisa ficar atenta aos limites.

– Mãe, por favor me passa o molho – falou Jacop, interrompendo o assunto. Amy entregou-lhe a jarra com molho.

– Aqui, querido.

– Bom, eu também acho – John retomou. – Você está crescendo e a gente nem percebe...

– Mas por quê tem que ser o meu carro? – protestou Hudson.

– Eu não vou ter tempo de comprar um carro de hoje pra amanhã, bobo – provoquei, e teria dito idiota se John e Amy não estivessem presentes. Liv deu uma risadinha baixa.

– John. Você pode emprestar o seu carro para a sua irmã pelo menos uma vez até ela ter o seu próprio – falou Amy, e o fato de tê-lo chamado de John queria dizer que a conversa era séria.

– Tá – bufou. – Mas se bater... vai ter que me comprar um novo.

– Vamos, Hud. Satsuki vai cuidar do seu carro como se fosse dela – afirmou John. – Certo, querida?

Consegui. Dito e feito, quando a aula terminou, esperei Steven sair e seu carro se afastar do estacionamento, e fui atrás. Porque o carro era do meu irmão e estudávamos em escolas diferentes, Steven jamais saberia que a pessoa dentro daquele Mustang vermelho era eu. Descobri que ele mora em uma casa pequena porém muito simpática em uma rua próxima ao Lake Eola Park. Embora ele não houvesse como ele imaginar que eu estava dentro do Mustang, o meu cabelo claro chamava a atenção de longe, e eu não queria correr o menor risco de que ele me visse, não mais, então não demorei muito para ir embora, até porque, já havia cumprido meu objetivo.


Sonhei com Jamie. Durante o intervalo da escola, estávamos os dois sentados em uma mureta no jardim e ele compartilhou comigo que estava tendo um dia ruim... um de muitos. Já estávamos há um tempo em silêncio. Ele baixou o olhar por um instante e logo voltou a olhar para frente.

– Sua mãe. Você se lembra de alguma coisa dela?

Baixei o olhar também.

– Não.

Tive vontade de dizer que era óbvio que não, porque eu tinha apenas alguns dias de vida quando ela faleceu. Mas me pareceu algo rude de se dizer naquele momento.

– E o seu pai?

Olhei para ele.

– Quê?

– Como você se sente sabendo que ele fazia coisas tão horríveis?

Voltei a olhar para frente e esperei um pouco para falar.

– Ele não é pior que você.

Ele ficou ali, me olhando de forma triste, e não me lembro do resto.

Aquilo foi uma coisa horrível de se dizer. É claro que o que o meu pai fazia era pior... o que não significava que o odiava. A questão era que eu estava tão magoada com Jamie, tão incrédula e tão inconformada por ele ter me virados as costas depois de tantas declarações sobre como eu era a melhor amiga dele, a pessoa em quem ele mais confiava, e uma vez ele chegou até a dizer que eu era um anjo na vida dele, que isso estava se manifestando nos meus sonhos. Agora eu podia dizer... eu estava arrependida.

A parte em que ele me perguntou se eu me lembrava da minha mãe e eu respondi que não, isso era uma conversa que havíamos de fato tido na vida real, só não tinha sido naquele lugar da escola. Quanto ele me pergunta sobre o meu pai... isso já foi exclusivo do sonho.

Percebi que, quando estamos tristes, é mais fácil notarmos a tristeza nos outros. Noto algo diferente em Amy. Aquele sorriso torto e tímido era o meu sorriso preferido. Ultimamente, o via cada vez menos. Parecia estar mais cansada e desanimada do que nunca. Às vezes, se isolava no quarto e deixava Melody chorando até que alguém (geralmente eu) a viesse resgatar. Uma vez, me irritei e levantei a voz. Encontrei Melody no berço aos berros, levantando-a no colo enquanto tentava acalmá-la. Quando finalmente consegui, a coloquei no chão próxima de seus brinquedos e fui até o quarto de Amy abrindo a porta sem bater.

– Mãe, a Mel está chorando. Não ouviu?

Amy estava deitada na cama de costas para a porta. Se virou para mim no instante em que ouviu minha voz e se levantou.

– Querida, eu sinto muito.

– Não é para mim que tem que pedir desculpas.

Ela se aproximou mais e me deu um beijo na bochecha. Encarei aquilo como um segundo pedido de desculpas.

Pensar em Amy me levou a pensar sobre o seu passado. Filha de dois empresários, Joseph e Amelie, Amy, filha única, passou grande parte de sua infância em Tampo aos cuidados de seus avós. Estudou em uma escola pública onde fez vários amigos, mas já não mantém contato constante com nenhum deles. Joseph trabalhava muito e era alcoólatra. Com frequência, perdia o controle e abusava física e psicologicamente de Amelie, até falecer de câncer aos cinquenta anos. Depois disso, Amy enfrentou uma fase de terrível depressão. Certa vez, quando já era adulta, Amelie confessou-lhe estar aliviada com a morte de Joseph, pois já não aguentava mais e além de tudo, descobriu que este, um pouco antes de falecer, a estava traindo com uma mulher jovem com a qual trabalhava. Diante disso, confessou também não amá-lo mais. Desde então, Amy passou a desconfiar de todos os homens que lhe cruzavam o caminho, e foram muitos. Jamais uma patricinha, Amelia Hampton era uma das garotas mais bonitas e mais populares do colégio. Entretanto, nunca conseguiu confiar e se entregar plenamente a ninguém... até conhecer John Williams, o novo aluno tímido do ensino médio. E depois que se casaram, quando Amy tinha vinte e três anos, tudo ia bem, quando, aos vinte e quatro, teve sua primeira filha: Alice Marie Hampton, que faleceu de morte súbita pouco depois. Apesar da dor, Amy estava disposta a engravidar novamente e sonhava com uma menininha, que também chamaria de Alice... mas descobriu estar grávida de um menino. Quando iniciou o processo de adoção e viu a minha foto, vibrou. Eu não era apenas fisicamente parecida com ela, mas algo em meu olhar a fazia lembrar da filha que perdera. Neste momento, Amy soube que o destino havia nos juntado e precisávamos nos tornar mãe e filha. Quando me contou sobre Alice, eu tinha treze anos. E eu a perguntei por quê optou por manter o nome Satsuki e não nomear-me Alice, já que eu a fazia lembrar dela. Ela sorriu para mim e respondeu "É porque você é você, Satsuki. E eu não quero mudar isso nem mesmo no seu nome." O "Marie", porém, me foi dado como uma homenagem.

E então a perguntei o que a fez decidir adotar. Ela respondeu que era algo que sempre tinha pensado sobre e depois disse que o fato de ela e John terem perdido uma criança talvez significasse que deveriam acolher crianças que perderam seus pais e seu lar. Eu os admirava por isso e sentia muito pelo passado de Amy. Queria saber o que tinha no momento presente, mas não tinha coragem de perguntar e pensei... talvez estivesse apenas cansada. Além do mais eu mal estava conseguindo lidar com a minha própria dor. Por um lado, a maquiagem pesada me servia como um escudo. Por outro, não podia chorar, pelo menos não em público, para não ficar toda borrada. A vontade de chorar, porém, raramente vinha, dando espaço apenas à tristeza e à sensação de vazio. Não conseguia sentir raiva de Steven. Não era culpa dele não se interessar por mim e muito menos ser tão frio. De Jamie sim tinha raiva. Ele escolheu colocar os problemas dele na frente dos meus. Me deus as costas quando mais precisava dele. Dizia ele ser um amigo de verdade... ele nunca foi. 

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