Capítulo 36
"Abra seus pulmões e inspire as minhas palavras
Vejo em seus olhos um reflexo de mágoa
O livro em sua mente não chegou ao fim
Há sempre uma página que não foi lida."
-Ghost
Jacob Lee
Observo a tatuagem fresca na minha perna.
Olívia como sempre fez um ótimo trabalho. A âncora cobre quase toda a panturrilha e os traços delicados em tinta preta me fazem ficar com os olhos cheios de lágrimas.
Ainda não tirei o adesivo de plástico transparente que a protege, e depois de um banho rápido, dou voltas e voltas na cama sem saber o que fazer a partir de agora.
Daqui algumas semanas irei embora, desaparecerei outra vez e só de lembrar disso, meu estômago se contorce e sinto vontade de vomitar.
Não verei mais as minhas amigas, Julio, vovó e principalmente... Jhonatan.
As coisas entre nós dois não deveriam acabar assim. Tudo parecia tão perfeito, tão... nosso.
Talvez ir embora seja a melhor decisão a ser tomada, o problema é que não posso simplesmente desaparecer sem pelo menos me desculpar com o garoto.
Ele foi uma peça fundamental para que eu entendesse como devo ser tratada de verdade e seria muito egoísmo da minha parte sumir de uma hora para a outra.
Além do mais, sei que Jhonny ficaria preocupado se eu sumisse sem dar explicações.
Eu não posso fazer isso.
Não sou assim.
Me levanto do colchão em um pulo e visto a primeira coisa que encontro no guarda roupas.
Devo acabar com isso o mais rápido possível.
Jhonny já deve estar em casa uma hora dessas e embora sinta um frio percorrendo minha espinha só de pensar em vê-lo tão perto outra vez, mesmo assim, preciso ter coragem suficiente para enfrentar esse fantasma que me atormenta a cada segundo e fazer o correto pelo menos uma vez na vida.
— Vovó, estou saindo, não demoro! -Grito passando pela porta com pressa.
Ela acena com a cabeça sem deixar de olhar para a televisão.
Sua novela é sagrada e essa é outra coisa que vou sentir falta.
De acompanhá-la, sentar ao seu lado e conversar por horas e horas sem medo de ser julgada.
Porque Elizabeth Dalton é a pessoa mais amável e ao mesmo tempo a mais osso duro de roer que eu conheço.
Ela não estava brincando quando disse que foi para o exército e pode literalmente chutar as bundas de muitos marmanjos por aí. Sorrio para mim mesma. Vovó é demais.
Subo na Mabel ficando séria e antes de dar partida, procuro o endereço do garoto no meu celular.
Não foi difícil encontrar a sua casa, já que seus pais são algo famosos por aqui.
É até engraçado o fato de que durante o tempo que saímos, ele nunca me chamou para ir até lá e balanço a cabeça para tentar não pensar que ele poderia ter vergonha de mim ou que não queira que a sua família me conheça.
— Ele não é assim, Ava. -Digo para mim mesma por baixo do capacete.
Jhonatan jamais faria isso.
Talvez ele apenas não achou que era o momento correto para as apresentações.
Ou talvez ele sabia que uma hora ou outra nosso romance acabaria e não queria perder seu tempo me introduzindo na sua vida.
De todas maneiras, não há outra saída, preciso fazer isso antes de que seja tarde.
Sigo as instruções do mapa e em poucos minutos estou na entrada do seu condomínio.
Sorrio ao pensar que ele mora ridiculamente perto da casa da minha avó.
Que ironia.
Estaciono no lugar destinado para veículos de duas rodas e retiro o capacete liberando meus cabelos para evitar uma possível dor de cabeça.
Tranco a moto com a chave e caminho a passos curtos até o portão de metal, tão distraída, que quase não noto quando alguém se aproxima de mim e chama a minha atenção.
— Ava? -Olho para o lado e dou de cara com o meu tatuador me encarando com uma expressão curiosa no rosto.
— Olá Nick, como está? -Esfrego o braço sentindo minhas bochechas queimarem.
— Muito bem, e você?
— Hã... eu... -Droga, não consigo dizer a verdade. Menti tanto nos últimos dias, que é como se não tivesse mais forças para continuar.
— Escuta, -ele se aproxima ainda mais com os braços cruzados — eu sei que não é da minha conta, mas ontem você não parecia estar bem... -suspiro pesadamente — se estiver acontecendo algo, se precisar de ajuda, é só me falar, ok? -Meus olhos se enchem de lágrimas e balanço a cabeça para cima e para baixo sem ter ideia do que responder.
Agora entendo porque Olívia só falta babar por esse cara. Ele é um amor de pessoa.
— Na verdade... -seus olhos me encaram com atenção — Você mora aqui?
Nick inclina a cabeça para o lado.
— Não, eu moro ao lado do estúdio. -Afirma com o cenho franzido. — Mas por que a pergunta? Está procurando alguém?
— Sim. -Solto uma longa respiração. — Jhonatan Cross, o conhece?
Nesse momento seu semblante muda de curioso a desapontado e então as coisas começam a fazer sentido na minha cabeça.
— Oh não, você é o melhor amigo dele, não é mesmo? -Nick confirma com um aceno. — Olha, eu sei que deve estar me odiando no momento, no entanto, preciso que entenda que existe muito mais por baixo do que ele deve ter te contado. -Explico com a voz trêmula e ao contrário do que imaginei, o cara não diz nada, apenas espera pacientemente que eu termine.
— E acha que ele vai querer te escutar depois do que lhe disse? -Nick indaga com certa tristeza.
— É o que eu espero... E-eu não posso te contar toda a verdade porque não quero envolver mais ninguém na confusão que é a minha vida, mas acredite quando te digo que tudo o que eu fiz foi para protegê-lo. Nunca tive a intenção de machucá-lo, eu me importo com ele... -Uma lágrima escorre pela minha bochecha e Nick estende um pequeno lenço de papel na minha direção.
— Tudo bem, Ava. Eu acredito em você. -Arregalo os olhos em surpresa. — Me acompanhe, estava indo até o seu apartamento de todas formas.
Faço o que ele diz e passamos pela portaria caminhando em silêncio até um dos elevadores.
Se for parar para pensar, foi até bom encontrá-lo aqui, já que provavelmente não me deixariam entrar.
Como eu tive coragem de vir até aqui sem nem ao menos saber qual o número do apartamento que o garoto mora?
Nick aperta o botão do andar correspondente e conforme vamos nos aproximando, sinto meu coração bater cada vez mais acelerado.
— Ei, vai ficar tudo bem, ok?
Mexo a cabeça no modo automático.
Será mesmo que vai ficar tudo bem, ou só estou piorando as coisas?
De qualquer jeito, já estou aqui, não há volta atrás.
Me olho no espelho e quase pulo com o meu reflexo. Estou horrível.
Os olhos inchados de tanto chorar, as bochechas avermelhadas e os cabelos despenteados me fazem querer voltar para casa.
No entanto, faço o possível para parecer mais arrumada bem a tempo da campainha tocar e as portas se abrirem automaticamente.
— As damas primeiro. -Nick estende a mão em um gesto cavalheiresco e agradeço em silêncio. — É o novecentos e doze. -Ele explica baixinho e procuro o número da porta ficando cada vez mais nervosa.
Ao chegar, é como se toda a coragem que sentia ao vir até aqui tivesse se esvaído do meu corpo.
— Eu não posso fazer isso. -Murmuro ofegante.
Dou meia volta e tento me afastar, mas Nick segura meu ombro com cuidado e olha profundamente nos meus olhos antes de falar.
— Você consegue, Ava. Já está aqui, o que tem a perder? -Encaro suas íris azuis e como se ele tivesse a capacidade de me hipnotizar, balanço a cabeça para cima e para baixo.
Então nos aproximamos novamente da porta de madeira e ele aperta a campainha sem dizer mais nada.
Alguns segundos se passam antes de que abram a porta e estou a ponto de sair correndo quando finalmente a maçaneta gira e a madeira se move revelando a figura de uma pessoa que jamais imaginei encontrar nesse momento.
— Ava, o que está fazendo aqui? -Olívia me encara com uma expressão curiosa no rosto perfeito.
— Liv? E-eu... tem certeza que esse é o lugar correto? -Me viro para Nick e ele confirma com um movimento de cabeça.
— Esse é o lugar correto para quê, Ava? -A garota insiste com os braços cruzados.
Os olhos castanhos me observam autoritários, os braços cobertos de tatuagens e os cabelos escuros me fazem lembrar dele. Então uma luz se acende na minha mente e sorrio internamente me sentindo a pessoa mais burra da face da terra.
— Oh não, você é a irmã gêmea do Jhonatan, não é mesmo? -Sussurro impressionada. — Como não percebi a semelhança entre os dois antes.
Ao perceber do que se trata a minha visita, Liv tenta fechar a porta furiosa sendo impedida por um movimento ágil do Nick.
— E você, o que diabos está fazendo aqui? - Ela finalmente parece notar a sua presença ao meu lado.
— Você deixou cair a carteira no meu carro, vim te devolver. Encontrei Ava lá embaixo e ela me perguntou se eu sabia qual apartamento era o de Jhonatan... -Ele responde com a voz baixa.
— Agora ela já sabe, então pode ir embora. -Solto uma longa respiração.
— Liv, eles precisam conversar. -Nick interfere a meu favor. — Sério.
— Essa garota acabou com o meu irmão, partiu o seu coração como se não significasse nada! -Olívia grita e me encolho sabendo que isso foi exatamente o que aconteceu, que ela está coberta de razão portanto não posso julgar a sua atitude protetora. — Acha mesmo que vou permitir que ela converse com ele?
— Liv, por favor, e-eu preciso mesmo falar com Jhonatan, por favor. -Peço em um último vestígio de esperança e me preparo para levar uns tapas, já que ela está a ponto de explodir de raiva.
— Dê o fora daqui antes que eu quebre a sua cara e faça o favor de não aparecer mais no estúdio. Se eu soubesse quem você era, jamais teria feito uma só tatuagem em você! -Seus gritos ficam cada vez mais altos.
— Amor, fica calma, não vai resolver nada dessa maneira! -Nick diz baixinho no seu ouvido. Ele quase não consegue contê-la e observo a cena com os olhos arregalados até que uma voz rouca chama a minha atenção.
— Vá embora. -Jhonny murmura olhando diretamente nos meus olhos.
Por alguns instantes não consigo dizer nada.
Droga, ele está tão lindo, que mesmo depois de tudo o que aconteceu, parece um deus grego.
— Por favor, preciso te dizer algo, depois disso prometo que vou sumir da sua vida, só me deixa te explicar... -Sussurro sem deixar de encará-lo.
Jhonatan aperta as pálpebras e puxa uma longa respiração antes de negar com a cabeça.
— Ava, faça o que o meu irmão está pedindo e dê o fora. -É Olívia quem responde dessa vez e percebo que não adianta mais insistir, ele não quer me ver.
— Olívia, eu sinto muito. Se soubesse que você era irmã do Jhonatan, jamais teria ido ao estúdio e permitido que me tatuasse. Eu... lamento mesmo tudo isso. E Jhonny, espero que algum dia você me perdoe...
Dou meia volta e caminho até o elevador com o coração pesando tanto que ao passar pela porta, rezo para que ninguém entre e eu possa descer sozinha.
É isso, perdi minha chance e agora devo viver com a ideia de que não vou mais tê-lo de volta.
Quanto mais cedo eu aceitar essa realidade, menos vai demorar para parar de doer.
Liv, Nick e meus pais conversam sobre o que acabou de acontecer, porém não escuto nada.
Meus pés se movem contra a minha vontade enquanto caminho na direção do elevador que Ava acabou de entrar.
Porra, a quem eu quero enganar?
Não consegui vê-la nesse estado e permitir que ela vá embora sem me dizer o que queria quando veio até aqui.
Por mais que seja eu quem deva estar furioso, meu coração quase parou quando seus olhos se encheram de lágrimas, os lábios se apertaram em uma tentativa de não chorar e ela se afastou com o corpo encolhido em uma expressão derrotada.
Ela não deveria estar assim, droga! Não quando quem está sofrendo sou eu.
Ava não tem esse direito.
Ela não pode simplesmente vir até a minha casa e querer conversar sobre algo que ela mesma provocou.
Já não basta ter que encontrá-la no campus todos os dias e ficar pensando se ela está seguindo adiante sem mim? Ter que observá-la de longe e lembrar dos momentos que passamos juntos e que não voltarão nunca mais?
Mesmo assim, aqui estou eu colocando a mão na porta do elevador antes que elas terminem de se fechar e entrando sob o seu olhar assustado e arrependido.
Eu realmente sou um idiota.
Ava respira fundo e um silêncio desconfortável se instaura dentro da enorme caixa de metal durante todo o nosso descenso.
Ainda não entendo o porquê de eu ter vindo atrás dela. Nada do que ela diga ou faça vai mudar o que ela me causou e só de lembrar das suas palavras, um tremor percorre meu corpo me fazendo querer fugir para bem longe.
Quando as portas se abrem outra vez, saio rapidamente e ando até a entrada, cruzando o portão sem saber para onde ir.
Não deveria ter vindo com ela em primeiro lugar.
Olho para o lado e reconheço Mabel estacionada. Imediatamente as lembranças do que fizemos em cima dela naquele bendito cemitério me assolam e balanço a cabeça com força para tentar esquecê-las, borrá-las da minha mente de uma vez por todas.
— Jhonny eu... -A voz suave chama a minha atenção e viro o rosto dando de cara com seu olhar triste.
Sua postura não condiz em nada com os seus atos. Ela parece estar tão abalada quanto eu, os ombros caídos como se tivesse um peso enorme em cima deles e por um milésimo de segundo sinto uma enorme necessidade de consolá-la, de dizer que vai ficar tudo bem, mas então lembro que ela não hesitou quando quis me ferir.
Ela se aproxima até parar bem na minha frente e cruzo os braços para evitar tocá-la.
Uma risadinha trêmula escapa pelos seus lábios e ela balança a cabeça para um lado e para o outro antes de continuar.
— Eu vim aqui porque preciso te dizer algo. -Respiro fundo, meu coração batendo cada vez mais rápido.
Será que ela está com outra pessoa? Será que veio me dizer que siga adiante, que nunca mais poderemos estar juntos?
Mas que droga! O que diabos estou pensando? Mesmo depois de todo o sofrimento que ela me causou, ainda assim tenho esperanças de reatar a nossa relação?
— Estou indo embora. -As palavras me golpeiam com força e dou um passo para trás. Definitivamente não estava preparado para escutar a frase que ela solta como se não significasse nada.
— O-o que quer dizer com isso? -Franzo o cenho para o óbvio.
— Daqui algumas semanas, quando o semestre acabar, vou me mudar para outra cidade. -Ela explica e deixo que meus braços caiam para os lados sentindo todo o ar escapando dos meus pulmões.
— Por quê?
— Porque não quero mais ser uma carga para a minha avó. Devo começar a me virar sozinha. -Ava desvia o olhar do meu e sei que ela está mentindo.
Caralho, a conheço tão bem em tão pouco tempo que até me assusta.
— Não pense que vou comprar essa história, Ava. -Me aproximo do seu corpo com cautela e ela aumenta a nossa distância.
— Essa é a verdade, sinto muito.
Fecho os olhos e sorrio amargamente.
— Se está indo embora em algumas semanas, por que veio me dizer isso agora? O meu sofrimento não foi suficiente para você? -Solto sem pensar nas consequências das minhas palavras e me arrependo de imediato ao notar como seus olhos ficaram marejados outra vez.
— Não é nada disso... -Ela responde com a voz embargada.
— Então o que é, caramba?
— Se eu viesse me despedir no mesmo dia que irei embora, então não teria coragem para dizer adeus. -Arregalo os olhos diante da sua afirmação. — E-eu sinto tanto pelo que te fiz, Jhonny, não faz a menor ideia. E embora me odeie, não quero que pense que eu não me importo com você.
— Eu não te odeio, Ava. -Seguro seu rosto com uma mão e ela fecha os olhos ao sentir o meu toque. — Eu tentei, acredite em mim. Mas simplesmente não consigo. -Encosto minha testa na sua e ela levanta o braço para devolver o gesto, no entanto, desiste no meio do caminho. — Por que você fez isso comigo? -Sussurro com a voz embargada. — Por que fez isso com a gente? -Ela nega com a cabeça sem ter coragem de me responder.
Levanto o seu queixo como das outras vezes e aproximo meus lábios dos seus em um gesto desesperado, e quando percebe o que estou a ponto de fazer, Ava se afasta rapidamente com o rosto nublado pela tristeza.
— Me desculpe, eu... eu preciso ir. Me desculpe. -A garota praticamente corre até a moto e desaparece em questão de segundos.
As lágrimas banham minhas bochechas e me sento no meio fio apoiando a cabeça nas pernas e cruzando as mãos na minha nuca. A tristeza me invade, golpeando meu corpo sem dó e com ela, a saudade da única garota que foi capaz de virar meu mundo de ponta cabeças e que vai desaparecer da minha vida deixando meu coração completamente despedaçado.
Não sei quanto tempo passo sentado na mesma posição, até que sinto uma presença do meu lado e respiro fundo me preparando para o interrogatório, derramando ainda mais lágrimas.
— Se aquela garota te machucou de novo, eu juro que vou caçá-la até o inferno. -Olho para a minha irmã com surpresa e algo de medo. Liv pode ser bem protetora às vezes.
— Ava não fez nada, pelo menos não dessa vez. -Soluço baixinho. — Ela... ela veio para me dizer que está indo embora.
Seu olhar se suaviza e de repente seus braços estão em volta do meu corpo, me puxando para perto de si.
— Oh Jhonny... -Choro ainda mais ao lembrar de como Ava parecia destruída por dentro. — O que vamos fazer com nossa vida amorosa, heim? Somos um desastre.
— O que quer dizer com isso, Liv? -Indago mesmo já sabendo que algo muito ruim deve ter acontecido.
Antes de vir atrás de Ava, lembro que Liv e Nick estavam discutindo por algo. Droga, eu deveria ter ficado lá para apoiá-la. Como pude ser tão egoísta?
— Eu e Nick... nós... brigamos. Ele me disse algumas coisas e eu... -Aperto sua cintura com carinho.
— Será que precisarei dar uma surra nele? -Olívia pode até rir da oferta, mas antes de Nick ser meu amigo, ela é a minha irmã gêmea em primeiro lugar e faria qualquer coisa para que ela fique bem.
— Se fosse mesmo necessário, eu mesma teria feito isso. É difícil assumir, mas eu sou tão culpada quanto ele. -Sorrio triste concordando com a cabeça. A teimosia da família Cross é inconfundível.
Ficamos mais um tempo abraçados do lado de fora nos consolando mutuamente, até que começa a escurecer e esfriar, então voltamos para casa e agradeço internamente o fato de que não encontramos Nick pelo caminho, porque não sei como reagiria.
Provavelmente acabaríamos brigando e isso não é nada bom.
Odeio ver Liv triste e embora eu esteja tão destruído quanto ela, sei que devo estar ao seu lado para o que acontecer.
Vamos direto para o meu quarto e nos deitamos na minha cama, ambos tristes por motivos bem similares. Uma piada de muito mal gosto.
Sem perceber, deixo cair mais algumas lágrimas e para dizer a verdade, não me importo mais com parecer afetado.
É exatamente assim que estou. Completamente acabado.
— Vai ficar tudo bem, irmão. Você é um Cross, por Deus. -Recebo um beijo na bochecha e lhe dedico um sorriso desprovido de qualquer esperança.
— É uma pena que os Cross não sejam imunes a ter seus corações despedaçados.
NOTA DO AUTOR
Bom, vcs queriam capítulo, e como sou um amorzinho de pessoa,
resolvi postar hoje kkkkkkk
Espero que tenham gostado,
Não se esqueçam de votar e comentar
Amo vcs, 🥰
Bjinhossss BF🖤🖤🖤
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