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Capítulo 02

"Estou melhor sozinha, 
fico melhor quando não há você na minha vida."
-Better By Myself
Hey Violet

Essa foi a primeira noite que dormi tranquila depois de muito tempo.

Praticamente não conseguia fechar os olhos dentro da minha própria casa. Bastava com que a luz se apagasse para que os pesadelos me atacassem sem dó nem piedade.

Eu estava vivendo meu inferno pessoal e não sei até quando aguentaria.

Todas as noites durante quase um ano eu rezei para que tudo acabasse, para que qualquer divindade me levasse desse mundo e assim pudesse finalmente ter paz.

Porque eu era muito covarde para fazer isso por minha conta.

Até que um dia em uma das raras ligações com minha avó, eu finalmente tive coragem para lhe contar tudo sem imaginar que ela seria um anjo na minha vida.

E graças a isso, agora posso respirar sem medo.

Desço até a cozinha depois de lavar o rosto e vestir uma roupa confortável para o primeiro dia na minha nova faculdade.

Vovó está na beirada do fogão cozinhando algo e franzo o cenho ao sentir o cheiro delicioso de bacon frito.

Era proibido comer esse tipo de coisas na minha casa. Segundo meus pais, eu precisava manter uma figura que despertasse interesse nele.

— Sabe que não precisa fazer essas coisas, não é mesmo? -Abraço seu corpo lateralmente e seus lábios formam um sorriso tranquilo ao me ver.

— Claro que vou fazer o desjejum da minha única neta! Além do mais, você precisa estar bem alimentada para enfrentar a temível universidade de Brown.

Levanto as sobrancelhas em confusão.

— Por que? Existem vampiros lá? Ou algum tipo de seita pela que eu tenha que me preocupar? -O tom de brincadeira vem acompanhado de uma pitada de medo e vovó cai na risada.

— Não, querida. Brown não tem vampiros nem nada disso, apenas é uma das maiores e melhores universidades do país e os alunos tendem a ser bem... intensos. Eles sentem o cheiro de aluno novo de longe e não perdem a oportunidade de fazer o seu show. -Explica.

— Bom, nesse caso pode ficar tranquila que se depender de mim sequer vão notar minha presença. -Suspiro. — Faltam apenas dois anos e estarei livre para sumir. -Concluo baixinho e minha avó desliga o fogo para então segurar meu rosto com as duas mãos.

— Você está a salvo aqui comigo, meu amor. Não vou permitir que nada te aconteça, está bem?

Balanço a cabeça para cima e para baixo me forçando a acreditar nas suas palavras.

É incrível como uma pessoa me fez perder a fé até mesmo na minha própria avó.

Engulo em seco para dissipar as memórias que insistem em me atormentar a todo momento e lembro de algo que eu amava quando era criança e vinha visitá-la.

— Vovó, você ainda tem a Mabel? -Indago em uma tentativa de nos distrair e ela abre outro dos seus sorrisos genuínos.

— Não só ainda tenho, como mandei arrumá-la para você.

— C-como assim?

— Você amava aquela moto, Ava. Nada mais justo do que ela ser sua. -Afirma animada. — Era do seu avô, eu não conseguiria vendê-la de todas formas...

Encaro o fogão com os olhos marejados e vovó solta uma uma risadinha carinhosa.

— Obrigada, eu não... obrigada. -Corro até o meu quarto e lavo o rosto com água fria.

Por tanto tempo eu pensei que não merecia um ato de carinho, nem que fosse mínimo. Que eu deveria agradecer pelas migalhas emocionais que ganhava dos meus pais e dele. E agora tudo isso é demais para mim.

— Ava querida, está tudo bem? -Toques leves na porta do quarto chamam a minha atenção e acabo de secar o rosto antes de sair.

— Está sim, eu só fiquei emocionada com o presente, só isso. -Minto mais uma vez.

Não sei até quando vovó vai acreditar nessa baboseira e me sinto péssima por colocá-la nessa situação, ainda mais quando ela se dispôs a me ajudar sem pensar duas vezes.

— Eu sei que você está machucada, querida. E que vai demorar um pouco para entender que você vale muito mais do que te fizeram acreditar, mas quero que saiba que eu estou aqui para você. Você é minha neta, meu sangue e te defenderei com unhas e dentes se for preciso.

Concordo sem saber o que responder e em questão de segundos estou chorando outra vez.

Ela me abraça novamente e afaga meus cabelos com cuidado, embalando nossos corpos ao ritmo de uma música inexistente.

Respiro fundo sentindo o cheiro adocicado do seu perfume. Uma mistura de morango e cereja que ela usa desde que conheceu o esposo e ele disse que amava aquele cheiro.

Pouco a pouco vou me tranquilizando e me afasto alguns centímetros para olhar nos seus olhos.

— Você me salvou, vovó, e eu nunca vou me esquecer disso. -Prometo com a voz embargada.

— E faria tudo de novo, meu bem. Agora vamos lá para baixo que você vai amar como eu deixei a Mabel para você. Mandei pintá-la de novo e troquei algumas peças que estavam velhas. -Afirma animada.

Descemos até a garagem de mãos dadas e só nos separamos ao chegar. Vovó vai até a moto coberta por uma capa de plástico cinza e a puxa com um movimento pomposo como se fosse um mago revelando seus truque e solto uma gargalhada.

— Com vocês, Mabel 3.0. -Arregalo os olhos ao dar de cara com a velha Honda CB 750 novinha em folha.

A cor vermelha que me recordo de ser desgastada, agora é tão brilhante que quase posso ver o meu reflexo na pintura.

O couro do banco também foi renovado e escorrego os dedos pela costura branca recém confeccionada. Instintivamente passo uma perna de cada lado do banco e em segundos estou montada em cima da moto, os dedos apertando o guidão, um pé em cima da embreagem e o outro descansando no chão por mais que a moto esteja sustentada pelo pezinho duplo.

Aperto as pálpebras e puxo uma longa respiração.

Quantas vezes andei nela com vovô, os braços ao redor do seu corpo musculoso, o vento batendo no meu rosto e a sensação de que eu poderia conquistar o mundo em um estalar de dedos se eu quisesse.

Como sinto falta disso.

De confiar em mim mesma, de me valorizar.

Ah, se eu pudesse voltar no tempo...

— Ela é toda sua, Ava. -Vovó puxa minha mão e deixa cair a chave da moto entre meus dedos. — Um presente meu para um novo começo seu. -Viro o rosto focando na mulher à minha frente e me surpreendo com o sorriso que se forma nos meus próprios lábios.

O primeiro em muito tempo.

— Não sei nem como agradecer...

— Não precisa, meu amor. Só de ver você usando-a já é suficiente, assim saberei que a memória de Sebastian segue viva.

— Prometo que vou cuidá-la com muito carinho. -Murmuro emocionada e ela assente confiante.

Desço da moto com cuidado voltamos lado a lado para a sala.

Pego minha mochila jogada de qualquer jeito no sofá e reviso se todos os meus documentos e materiais estão dentro antes de sair.

Guardei as poucas roupas que tenho no armário com a promessa de comprar algo mais decente depois da aula.

Por sorte passei todo o meu dinheiro para uma conta que meus pais não fazem ideia da existência, assim eles não podem me tirar nada.

Mesmo assim, sei que preciso arranjar um trabalho para me manter enquanto estiver nessa cidade. Não quero abusar da boa vontade da minha vó por mais que ela me garanta que não é nenhum problema.

— Até mais tarde. -Beijo seu rosto enrugado e ela devolve o gesto rapidamente.

— Tenha um ótimo dia, Ava. Te esperarei com um jantar maravilhoso.

Balanço a cabeça para um lado e para o outro rindo antes de dar meia volta até a garagem.

Coloco a chave na ignição e dou partida na moto provocando um estrondo do motor em funcionamento.

— Muito bem Mabel, senti saudades de você! -Aliso a parte cromada do tanque em um carinho como se ela pudesse de fato me entender.

Minutos depois, estou na estrada rumando até a universidade com o coração batendo rápido e os olhos se enchendo de lágrimas, que dessa vez são de pura felicidade.

Chego na universidade em minutos e estaciono no lugar indicado para motos e desço de Mabel em um movimento ágil.

Tranco a moto com a chave, ajusto a mochila no ombro e marcho para dentro da faculdade.

Durante todo o trajeto até aqui, me preparei mentalmente para enfrentar esse dia, as pessoas novas e os olhares curiosos.

Não quero atrair a atenção de ninguém, mas eu seria uma ingênua se pensasse que posso simplesmente passar despercebida em um lugar que todos se conhecem principalmente por conta do seu status social.

Caminho a passos decididos até a secretaria e uma mulher de não mais do que quarenta anos me recebe com a cabeça levemente inclinada por baixo dos óculos cuja armação parece mais cara do que o normal.

— Bom dia, querida, no que posso lhe ajudar? -Me contenho para não fazer uma careta ao ouvir sua voz aguda em falsa amabilidade.

— Bom dia, hã, eu acabo de ser transferida para cá e preciso das informações dos estudantes, grade curricular, senhas de acesso essas coisas. -Murmuro cansada.

— Oh, claro. Me empresta sua identidade e olho tudo em um minuto.

Entrego meu documento nas suas mãos e ela digita os números no teclado.

O barulho das suas unhas compridas ao golpear cada tecla me irrita, porém mantenho o sorriso no rosto.

Não quero causar uma má impressão no primeiro dia de aula.

— Pronto, Ava. -Ela me entrega uma pasta com vários folhetos e imprime uma folha com dados sobre minhas matérias, horários entre outras coisas. — Sua carteirinha de estudante ficará pronta daqui duas horas, então poderá passar para buscá-la, ok? Seja bem vinda à Brown. -Finaliza com a típica frase ensaiada e balanço a cabeça para cima e para baixo.

— Obrigada, até mais tarde.

Saio rapidamente da sala com a pasta nas mãos tentando localizar qual é a primeira sala para a que devo ir, no entanto, não consigo achar nada nessa confusão.

Mesmo assim, continuo fuçando sem prestar atenção para onde estou andando, até que inevitavelmente acabo colidindo com alguém.

Provavelmente uma pessoa que devia estar tão distraída quanto eu.

— Qual é a sua, garota? Não olha para onde anda por acaso? -A voz feminina reclama e me abaixo para juntar tudo o que derrubei sem lhe dirigir o olhar.

— Me desculpe, eu sou nova aqui e estava perdida com as salas.

Me levanto devagar ainda colocando os papéis na ordem que estavam.

— Deveria prestar mais atenção se não quiser ser atropela... -De repente seus olhos se detém sobre mim e seu rosto adquire uma expressão de surpresa.

— Espera um momento! Não estou acreditando nisso! É você mesmo? -Diz para si mesma.

Mas que merda é essa? Será que já colocaram algum aviso na polícia?

— Não acredito! Ava? Ava Rice? Sou eu, Bianca Forbes! Não lembra de mim? -Tento procurar seu rosto na minha memória, porém não encontro nada.

— Me desculpe, eu não lembro de você. -Respondo com sinceridade.

— Caramba, você não mudou nada mesmo! Não se lembra de quando você vinha visitar sua avó e nós brincávamos no parquinho perto da sua casa?

De repente as coisas começam a fazer sentido e os flashbacks se transformam em lembranças vívidas de um tempo em que eu era feliz e não fazia ideia disso.

— Oh por Deus... -Sussurro impressionada.

De todas as pessoas que eu poderia ter encontrado nessa faculdade, fui logo dar de cara com uma que já me conhecia e que incrivelmente lembraria de mim.

— Então você vai estudar aqui agora? -Ela segura meu braço e praticamente me arrasta até um dos banquinhos espalhados pelo lugar.

Nos sentamos lado a lado e sacudo a cabeça confirmando sua pergunta.

Só espero que ela não queira saber mais sobre meus motivos para estar aqui.

— Isso é ótimo! Vou te apresentar muitas pessoas e você vai se sentir em casa em um piscar de olhos.

Puta que pariu, o que definitivamente eu não queria.

— Obrigada Bianca... E-eu preciso mesmo ir, não quero chegar tarde na minha primeira aula.

— Deixe-me ver onde é. -Ela insiste e lhe entrego minha grade curricular sem ter uma desculpa para não fazê-lo.

A loira de olhos claros passa o dedo por cada matéria e faz uma careta quando vê algo que aparentemente não gosta.

— Bom, é melhor correr mesmo, porque o primeiro professor é um pé no saco. Venha comigo, te levarei até a sua sala e você pode me contar onde andou todo esse tempo no caminho.

Novamente seus braços grudam nos meus e ela me arrasta pelos corredores lotados de alunos apressados para chegar nas suas próprias salas.

Invento uma história qualquer sobre o meu sumiço e ela parece comprar toda essa balela para o meu alívio.

— Pronto, chegamos. Me passe seu número de telefone para que possamos ficar em contato. -Pede com um sorriso de orelha a orelha.

Respiro fundo ponderando comigo mesma se devo fazer isso ou não e chego à conclusão de que seria muito rude da minha parte se não o fizesse. Afinal de contas, ela só está sendo amável comigo.

Soletro os números um por um enquanto ela anota no seu celular e dá um toque no meu para que faça o mesmo.

— Muito bem, preciso ir para a minha aula, nos vemos mais tarde então. Foi muito bom te ver de novo, Ava.

Bianca se despede jogando um beijinho no ar e não espero que ela dê nem dois passos para entrar na sala e me sentar na última cadeira longe de todos.

Pouco a pouco o lugar vai se enchendo de alunos e o professor espera que o último entre para então fechar a porta.

Todos estão com cara de desânimo, típico de um estudante a essa altura do campeonato e posso apostar que minhas feições não são muito diferentes das deles.

Várias garotas se sentam em grupo perto da janela e não param de fofocar por um segundo sequer, contudo, o professor parece nem ligar, como se ele soubesse que é uma batalha perdida lutar contra elas.

Quase vinte minutos depois alguém toca na porta fechada e ele se levanta girando os olhos enquanto caminha até ela.

— Atrasado de novo, senhor Cross. -O professor resmunga impaciente.

— Meu carro quebrou... -O garoto dá de ombros como se decidisse que essa é uma resposta plausível.

— Que seja, vá se sentar que a aula já começou.

O tal Cross sorri ladino e caminha entre as filas de cadeiras procurando uma vazia.

Todas as da frente estão ocupadas e meu coração começa a bater cada vez mais rápido ao perceber que uma das poucas livres está bem ao meu lado.

Ele observa cada um com o mesmo sorriso burlesco no rosto, e quando seus olhos pousam sobre mim, pequenos vincos se formam na sua testa e ele levanta uma sobrancelha em curiosidade.

Tento desviar o olhar do seu, mas é como se estivesse presa nas suas íris castanhas.

— Quem é você? Nunca te vi aqui. -Ele diz com aquela voz rouca típica de um conquistador barato e todo o encanto se esvai em segundos.

Não respondo à sua pergunta, em vez disso, me viro para a frente e faço de conta que há algo extremamente interessante na maneira em que o professor fala sem parar sobre planejamento estratégico.

— Hum, parece que o gato comeu a sua língua. Que seja.

Ele se senta a algumas cadeiras de distância da minha e joga a mochila de qualquer jeito no chão.

Durante toda a aula eu sinto seu olhar sobre mim, mas não paro de olhar a ate quadro na nossa frente.

Talvez se eu não lhe der bola, ele perca o interesse na garota nova e procure outra para jogar seu charme ridículo.

Pelo menos é o que espero. 

NOTA DO AUTOR

Sim, sei que não é sexta feira, mas as meninas do grupo 

ficaram me azucrinando para eu postar mais cedo e como 
sou uma manteiga derretida eu sempre faço
o que vcs pedem kkkkkkkkkkk
O que estão achando da nossa Ava? Algum palpite do que
possa ter acontecido com ela?
Façam suas apostas hahahahaha 
Espero que tenham gostado, 
não se esqueçam de votar e comentar!

Amo vcs, 🥰
Bjinhosssss 🖤🖤🖤

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