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012

O sacerdote contava baixinho os segundos. Não queria bater novamente e assustar quem quer que estivesse do outro lado. Sabia que a maneira com a qual ele chegasse faria muita diferença na aceitação de sua presença posteriormente.

— Dezessete... dezoito... dezenove...
Rudolph olhou para os lados e teve um espasmo devido ao susto que levara ao escutar o ranger da maçaneta sendo girada. Ele ajeitou a gola clerical e engoliu o monte de saliva que juntara na boca por conta da ansiedade.

— Justice? — ele indagou à mulher, que pôs a face no vão entre o batente e a porta.

Uma corrente ainda ligava as duas partes do portal de entrada, fazendo que o corpo dela parecesse ainda mais afastado. O escuro do interior da residência moldava os cabelos pretos bagunçados, que lhe caíam sobre as bochechas. As olheiras roxas e profundas denunciavam a falta de sono.

— O senhor é... — Ela desceu as pupilas e encarou a vestimenta de Rudolph. Sua voz estava fraca, fazia jus ao resto do corpo também empalidecido.

— Sim, minha filha — disse ele em um tom acolhedor. — Soube que precisa da minha ajuda, e eu quero que saiba que eu só vim até aqui para isso.

Apesar das íris clamarem por socorro, a boca temerosa só pôde responder:

— Veio ao lugar errado. Eu não preciso de nenhum auxílio.

A mulher fez menção de fechar a porta, e o sacerdote viu-se obrigado a intervir. Rudolph segurou a estrutura de madeira com demasiada força, fazendo com que o branco da palma de sua mão esquerda se tornasse rubro.

— Eu sei que parece estranho, mas eu fui enviado para cá. Percebo que algo lhe aflige, não precisa ter vergonha de dizer o que é. Eu quero apenas rezar por você. Por favor, deixe-me entrar.

Ela se calou e olhou para baixo. Depois fechou a porta com cuidado e destravou a corrente, antes de abri-la novamente.

— Espere na sala. Eu vou acender as luzes — disse ela, deixando passagem para que o sacerdote adentrasse no breu do corredor.

Ele encaminhou-se até onde a mulher lhe mandara e retirou o chapéu da cabeça. Segundos depois, notou algumas lâmpadas se acenderem em sincronia. Junto delas, os passos coordenados de Justice revelaram a moça descendo as escadas.

— Venha. Vou servir um café na cozinha.

— Obrigado — ele respondeu enquanto encaminhava-se para o local indicado ao lado da figura feminina.

Assim que percebeu a entrada do cômodo, Justice se apressou e, quando o padre a alcançou, apenas conseguiu enxergá-la enfiando algumas louças sujas embaixo da pia, dentro de uma espécie de armário.

— Sente-se, por favor — ela pediu.

Os trejeitos dela eram tão aflitos e ansiosos que a mulher parecia à beira de um ataque de nervos. Até mesmo a colher reluzente sacudiu entre os dedos ao seu tiritar. Ela pôs uma xícara sobre a mesa, bem à frente do padre, juntamente com um pote pequeno de açúcar. Depois, virou-se na direção do fogão e acendeu a segunda boca traseira, onde se encontrava o bule.

— Quem foi que contou ao senhor sobre isso? — ela perguntou ao tempo em que secava as mãos em um pano cor de rosa, que em seguida abandonou amassado sobre a bancada.

— Um amigo — limitou-se a dizer.

— Eu não sei o que falar, padre...?

— Rudolph — completou.

— Rudolph. Eu não quero parecer ingrata, mas não há o que ser feito. Os médicos da clínica disseram que...

— Já esteve internada, Justice?

— Não! — ela respondeu de forma dura. — Eu não. Ele — sussurrou.

— Seu esposo?

A mulher assentiu com rapidez.

— Imagino que seja muito difícil. Mas a senhora precisa entender que o que ele sofre não é um mal físico. Compreende? — Rudolph indagou enquanto a mulher servia o café.

— Como assim, padre?

— Sente-se para tomar café comigo e eu lhe explicarei tudo.

A mulher, ainda receosa e hesitante, puxou a cadeira da frente e sentou-se nela. Rudolph despejou duas colheres generosas de açúcar dentro do café e sorveu o restante do líquido que continuou escorrendo sobre o talher.

— É uma bela família — ele comentou, observando o porta-retrato sobre a geladeira.

Reconhecera a figura saudável da mulher e também a do marido. Entre eles estava um diminuto ser humano loiro.

A mulher olhou de soslaio para o lugar onde a fotografia se encontrava e assentiu.

— Obrigada — acrescentou ao gesto.

— A sua menina tem quantos anos? — ele indagou.

— Sete — respondeu ela, sem muito dizer. Estava inquieta em seu lugar.

— E eu posso vê-la? — ele pediu.

— Depois — a mulher respondeu. — Agora ela está no quarto, fazendo a lição.

— E o seu esposo, onde está? — perguntou Rudolph enquanto levava o café à boca.

— Está dormindo. Ou de olhos fechados. Eu nunca sei — falou a mulher e mordeu os lábios, tentando controlar algumas lágrimas que brotavam em seu olhar lânguido.

— Não tem medo?

— Ele ainda é o homem que eu amo. Mesmo depois de tudo, eu sempre acredito que ele vai voltar a ser como antes.

— Pode ser que nós consigamos.

— O senhor sabe como?

Rudolph abandonou o recipiente estampado com pequenas rosas sobre a mesa e depois cruzou as mãos em frente a ele.

— É um trabalho árduo. Mas todas as almas podem ser salvas. — O homem lançou um olhar aprazível. — A senhora me permite vê-lo.

— Não sei se é prudente, padre — ela se opôs.

— Não quer que ele volte ao que era?
Um silêncio confuso fez-se presente, deixando subentendido o que ela desejava.

— O senhor pode esperar na sala? — disse ela. — Vou retirar a mesa e nós subimos.

— É claro, Justice. — Ele esticou o braço e tocou a mão dela com doçura. — Muito obrigado por confiar em mim. Vamos salvar a sua família.

A mulher apartou o contato entre eles e levantou-se rapidamente. Rudolph espelhou os seus movimentos e seguiu na direção contrária, que levava ao cômodo anterior.

Enquanto ouvia o tilintar das louças na cozinha, o sacerdote sentiu-se incomodado, como se alguém o estivesse observando. No entanto, nada visível lhe aparecia.  Não obstante, sentia o peso de olhos mortos sobre os seus ombros. As pupilas ansiosas de Rudolph passearam pelo corrimão de madeira envernizada, depois desceram até os degraus cobertos pelo carpete caramelo. Se a visão não estivesse um pouco turva pela distância, poderia jurar que havia algumas gotas vermelhas vívidas no terceiro, que perdiam a intensidade conforme a imagem descia, tornando-se apenas um pontilhado contínuo que dava a volta por trás da mesa e imergia no breu do corredor. Não se lembrava de ter notado aquele pormenor no momento de sua chegada.

— Padre!

Ele virou-se na direção da voz feminina que o chamava. Justice estava com as mãos para trás e a postura ereta.

— Vamos?

Antes que pudesse respondê-lo, uma força brusca impulsionou o corpo da mulher para o lado, fazendo com que os dois corpos fossem ao chão.

— Solte-a! — Rudolph bramou assim que seus olhos assimilaram a visão da figura masculina que deixava o escuro embaixo da escada em direção a Justice.

Os berros da moça, lançada ao solo, eram agonizantes; a respiração do rapaz estava descompassada. Rudolph se aproximou subitamente, puxando o homem que portava uma seringa na mão direita e tentava acertá-la no pescoço de Justice.

— Me solte, seu estúpido! — O esposo desferiu um soco no maxilar do padre, que não se sustentou sobre as próprias pernas e prostrou-se.

Neste instante de distração, Justice aproveitou para morder o braço forte que a segurava, fazendo com que o homem perdesse o equilíbrio. Mesmo indo em direção ao chão, ele lançou o último golpe certeiro, injetando o líquido amarelado na pele fina e esbranquiçada da esposa, que perdeu gradativamente as forças e jogou-se novamente, com os olhos fechados.

— O que fez, espírito imundo? — Rudolph questionou ao tempo em que utilizava o indicador para limpar o sangue espesso que escorregava lentamente sobre a pele.

— Eu? — O homem apoiou-se no tapete e ficou de pé. — O senhor está maluco?

Rudolph estranhou a maneira com a qual o homem se portava e falava. Foi possível ver uma linha avermelhada por sua face. Era sangue seco.

— Ela ia te matar! — disse o esposo, depois virou-se encarou a mulher estirada, apagada. — Assim como tentou fazer comigo.

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