Macarrão com queijo
Era o último dia de Dave e Kath na cidade, então os convidei para um barzinho calmo para podermos nos despedir. Decidi chamar Ellie e Sammy também, afinal, eles tinham se dado muito bem.
– Então, como se conheceram? – Ellie perguntou a Kath, que sorriu pois contar a história deles era um dos assuntos favoritos dela. Ellie bebia uma caipirinha enquanto todos nós estávamos na cerveja. Exceto Sammy, que tomava um suco.
– Foi na faculdade, em uma festa no qual a Luna me deixou sozinho.
– Foi, ele parecia uma criança indefesa e sozinho, então resolvi adotar. – rimos e Dave revirou os olhos. – mas foi a melhor escolha que fiz, passamos a noite toda conversando e a cada minuto surgia um assunto novo. Eu até dei várias deixas para ele tomar alguma iniciativa e me beijar, mas acho que na época ele não entendeu.
– Eu não queria que pensasse que eu só estava ali a noite toda para conseguir algo. – se defendeu e ganhou um breve beijo.
– E esse foi o nosso começo, tivemos muitas outras conversas da madrugada desde então. Ele me pediu em casamento logo após o sucesso da Duma e aqui estamos desde então.
– Você é formada em que?
– Arquitetura, aliás, caso queira planejar algum local, é só falar com a Luna que ela te passa meu contato.
– Pode deixar!
Ficamos jogando conversa fora até quase duas da manhã. Era bom ver meus amigos se dando bem uns com os outros. Melhor ainda era observar Ellie com as bochechas rosadas devido ao álcool. A jaqueta que ela usava já estava pendurada na cadeira.
– Eu acho que está na nossa hora, Sammy. – Ellie disse, pedindo para ir embora. Sammy trocou olhares com Dave e Kath. O que estava acontecendo ali, bem embaixo do meu nariz?!
– Amiga, o Ted me mandou mensagem e pediu para nos encontrarmos. Não quer ficar mais um pouco?
– Porque o Ted quer te ver de madrugada? Eu estou me sentindo um pouquinho bêbada, mas vou só no banheiro lavar o rosto e espero melhorar.
Nesse momento Dave me olhou como quem dissesse "agora é com você" e então entendi minha deixa, eu acho.
– Eu te levo pra casa, estou meio cansada mesmo.
– Tudo bem, Sam?
– Claro, vou ficar bem. Não se preocupe. – Falou sorrindo. Acho que Ellie estava alterada e não percebeu que os três estavam tramando algo.
Antes de sair, pedi que ela me esperasse enquanto me despedia a sós de Dave. O puxei para um canto e ele foi logo falando.
– Você passou a noite olhando que nem idiota para ela, achei que teria um pouco de coragem se estivesse com álcool no sangue, mesmo que pouco.
Suspirei, meio ansiosa. Qual é! Era da minha futura esposa que estávamos falando. Pelo menos era o que eu queria.
– Ok, eu te odeio mas te amo. E adorei que vieram passar um tempinho, qualquer dia vou visitar vocês, tá? Até mais. – falei saindo apressada e dando um beijo de despedida em Kath e Sammy. Ellie estava escorada perto da entrada do bar, com uma cara pensativa. – Você está bem?
Ela assentiu, saindo do transe.
– Não costumo beber muito, acho que é a segunda vez que fico tonta assim. – segurei em suas costas a acompanhando e abrindo a porta do carro.
– Hm, acho que tem uma história de primeiro porre aí, hein? – dei partida no carro. Eu bebi bem pouco, não quero estragar a visão que ela tem de mim.
– Eu sempre bebia socialmente, acho que tinha uns 17/18 anos. Até que um belo dia, decidi tomar cachaça pura…
– Uou, coragem!
– O pior é que eu tinha tomado caipirinha antes, então lá pela quarta dose eu já nem tava sentido gosto, o que foi pior porque eu bebia mais e mais e era uma festa na piscina e toda a minha roupa estava molhada, então quando vi, eu estava vomitando tudo na pia mais próxima que tinha. E tinha que voltar para a casa dos meus pais em poucas horas, então tomei um banho com ajuda de uma amiga e me vesti com roupas que não eram minhas. Foi triste.
– Que horrível! Depois disso você não saiu da linha, não é?
– Não mesmo, mas porque eu detesto vomitar. Eu até gostei da sensação de estar bêbada, mas não das consequências. E fingir estar sóbria para os meus pais também foi uma tarefa muito difícil.
– Imagino. Chegamos, vou te acompanhar até a sua casa.
– Não precisa…
– Não foi uma pergunta, eu irei. Você precisa comer algo.
– Eu não quero ofender, mas não irei comer nada que você preparar. Não quero ter uma intoxicação alimentar. – revirei os olhos, pegando meu celular e pedindo comida. Era um milagre ter algo aberto de madrugada.
– Já pedi comida, acho que nem eu comeria algo que eu mesma fizesse.
Rimos entramos no elevador. Talvez fosse o álcool ou o meu fetiche por elevadores, mas uma tensão sexual subiu naquele cubículo e o que era vinte segundos para sair, pareceram horas. Ellie se encostou no espelho atrás de nós, ela estava vermelha.
– Você está bem? – perguntei, me aproximando. Ela assentiu. – Tira essa jaqueta, está calor, vem cá. – a ajudei a tirar, com um desejo enorme de tirar todo o resto alí mesmo.
Fiquei atrás dela e observei nós duas pelo espelho. Ellie suspirou e eu sabia que ela também sentia a tensão que se fazia presente.
A porta do elevador abriu, quebrando todo o clima. Entramos no apartamento dela e fui direto pegar uma água bem gelada.
– Vou tomar um banho, deve ser o tempo que a comida chega. – assenti e ela sumiu no corredor.
Uns quinze minutos se passaram até a comida chegar, pedi macarrão ao molho branco com queijo. Coloquei em dois pratos e levei a mesa no centro da sala junto com dois copos de suco de maracujá.
Ela apareceu bocejando, com uma calça de flanela vermelha e uma camiseta branca, o cabelo molhado e despenteado lhe deixavam mais bonita, como pode?!
– Isso está com uma cara muito boa! Que fome.
– E está uma delícia. – falei ao provar. – você quer assistir algo?
– Pode ser, vamos ver o que tem na Netflix. – ligou a tv e começamos a ver o que tinha no catálogo, vi uma capa com dois homens de terno.
– Deixa eu ver a sinopse de Suits. Parece ser boa, vamos?
– Vamos!
E realmente era maravilhosa, acho que estou um pouco apaixonada por Harvey Specter e suas metáforas. Vimos alguns episódios até ela querer se deitar no sofá cama, Ellie estava sonolenta, mas não falei nada, apenas a observei quando ela enfim dormiu. Fui lavar a louça e buscar um cobertor para ela.
Quando eu estava ajeitando o pano em cima dela, ela se mexeu e abriu os olhos, me observando por alguns segundos.
– Fica. – bateu no canto ao seu lado, me indicando para deitar lá.
– Fico. – Tirei os sapatos e me juntei a ela, sentindo o cheiro gostoso do seu cabelo e dormindo rapidamente.
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Espero que tenham gostado. Deixem a estrelinha e um comentário pra eu saber se estão gostando ❤️
Bjo, até o próximo capítulo!
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