Louise Smith
— Mamãe? Acorda vai. — sou acordada por Chris me sacudindo. Ainda era bem cedo, e eu não trabalhava no sábado, mas ele era um trabalho em tempo integral, então logo levantei, escovei os dentes e fui fazer algo para ele comer. — mamãe, a gente pode passear hoje?
Ele pergunta, ao ver uma cena no desenho onde uma família passeia num parquinho. Feliz.
— Claro, podemos sim dar uma volta.
Estávamos abraçados assistindo o desenho. Observei meu menino, que tinha muitos traços do pai. Tenho que afastar os pensamentos desse homem rapidamente, senão fico com muita raiva.
Depois que tive o Chris, seis meses depois, ele me largou com uma quantia ridícula para, segundo ele, me sustentar por um tempo.
Sete mil dólares com certeza não era suficiente para sustentar uma criança. Foi muito difícil conseguir um emprego, pois depois da faculdade eu me dediquei à Luna e deixei minha carreira de lado. Foi um erro, eu sei. Remoer o passado era péssimo, então fui dar um banho em Chris e logo estávamos arrumados para passear no parquinho.
Fazia pouco tempo que tinha chegado em Nova York, então não conhecia muita coisa. Quando descobri que minha ex morava aqui fiquei bem surpresa. Achei que aqui eu pudesse recomeçar, mas… consegui um emprego exatamente onde a atual dela trabalhava.
Seria cômico, se não fosse trágico.
Eu não gosto dela, claro, parece ser boa no que faz, mas não gosto dela. E sei que ela não gosta de mim. Fazer o que, não é? Não se pode agradar a todos.
— Vem, mamãe! — Chris chama, correndo na grama. Eu estendo o pano e em seguida tiro os sanduíches e o suco de laranja da bolsa para quando ele estivesse com fome. Logo ele arruma um amiguinho e eles ficam nos brinquedos junto com outras crianças.
O tempo estava agradável, então me deitei e observei as nuvens e seus formatos abstratos. Quando meu filho sente fome, ele vem até mim e juntos comemos os sanduíches.
— Então, quem era o seu novo amiguinho?
— Johny, ele é bem legal e mais velho. — respondeu, de boca cheia, tornando quase impossível decifrar sua fala.
Quando voltamos, ele parecia cansado e acabou dormindo na minha cama. Peço para minha vizinha cuidar dele depois de me arrumar e depois saio. Estava com uma jaqueta de couro vermelha e um vestido preto soltinho. Um salto pequeno e uma bolsa combinando com a jaqueta.
Adivinhe só a cor do meu batom…
Não foi à toa que consegui um emprego, tecnicamente, digno. Eu precisava fazer aquele velho se apaixonar por mim e me tirar da lama. Eu não tinha a vida que eu queria e estaria longe de conseguir tudo que eu tinha quando estava com a Segrini.
Inclusive, era bem melhor estar com ela. Transar com ela. Do que ter que foder com um cinquentão.
— Olá, baby… estou com saudades, não quer me ver? — digo, no telefone. Ainda estou na escadaria do prédio.
— Claro. Mas o baby aqui é você. Vou pedir para um dos meus motoristas pegar você.
— Sua baby. Até já. — digo, forçando um pouco a voz e desligo. Pelo menos ele não era desleixado.
Quando chego na mansão, o mordomo me leva até o quarto de Blake e pede para esperar que logo ele viria e então me vejo sozinha num quarto que é maior que a minha casa. Tiro os sapatos e ponho do lado da cama, depois vou para janela, observar a vista.
Blake não era o chefe de tudo, mas dava para o gasto. Sem contar que o dono da empresa deveria ter bem uns oitenta anos.
— Perdão pela demora. — o homem de cabelos grisalhos entra no quarto, trajado de uma blusa social branca e uma calça preta.
— Tudo bem. Você está bem? — pergunto, me sentando na poltrona perto da janela.
— Um pouco cansado, mas bem. E você, está gostando do trabalho?
— Sim, sim. Obrigada pela oportunidade. Mesmo.
Ele sorri e avisa que vai tomar banho e que logo voltaria e que eu podia ficar a vontade. Então fiquei. Me deitei na cama e liguei a televisão, estava passando um filme interessante, então acabei me entretendo.
Blake volta, apenas de roupão. Ele tinha um corpo bonito para um velho. Sorrio ao vê-lo e ele se aproxima. Eu estava deitada de barriga pra baixo quando ele segura em meu queixo. Sorrio, sabendo suas intenções. Desfaço o laço do roupão, onde já me deparo com ele ereto.
Ergo a sobrancelha quando ele me encara, em seguida puxa meu cabelo, me fazendo colocá-lo quase todo na boca. Ele geme, ainda segurando meu cabelo, ele mesmo faz os movimentos de vai e vem. Logo ele goza e se deita na cama.
— Deita aqui comigo, baby. Hoje eu só quero conversar. — me deito ao seu lado. — você já fez muitos colegas de trabalho?
— Não, na verdade, eu acho que tem uma pessoa lá que não foi muito com a minha cara.
— Quem?
— Ellie Petterson. Ela é educada, claro, mas eu sinto que ela não gosta de ficar perto de mim. Os amigos dela também não se aproximam muito.
— Nossa, srta. Petterson sempre foi uma das melhores funcionárias, nunca tivemos problemas.
— Creio que seja mesmo, mas é isso. Tenho medo que em algum momento ela possa usar seu cargo para me diminuir de alguma forma.
— Ela não faria isso, baby. Caso aconteça algo, pode me contar diretamente que eu mesmo resolvo. Certo? Além do mais, posso subir você de cargo em alguns meses.
Suspiro, por um momento achei que conseguiria fazer com que ele demitisse ela. Não deixo minha frustração aparecer e lhe dou um beijo rápido nos lábios.
— Você pode dormir aqui hoje ou tem que voltar para o seu irmão? — questiona, depois de um breve momento em silêncio.
— Preciso voltar, deixei ele com a vizinha. — digo. Sim, eu falei que Chris era meu irmão, não queria nenhum tipo de empecilho no meu caminho. — Mas foi muito bom ver você hoje, não conheço muita gente.
— Bom, vá conhecer algumas pessoas então. Tenha uma boa noite, baby. — diz, colocando uma certa quantia na minha mão e me dando um beijo na testa. — vou pedir ao motorista para te deixar em casa.
— Obrigada, Blake. Uma boa noite.
Quando chego em casa, Chris já está dormindo. Agradeço a minha vizinha e abro uma garrafa de vinho e tomo alguns goles do gargalo. Não era tão tarde, mas acabei dormindo no sofá depois de tomar quase a metade da garrafa.
Acabei acordando muito cedo no domingo, Chris tinha pegado meu celular e estava vendo desenho. A coisa mais linda. Não me orgulho de ter dito que ele era meu irmão, mas espero que ele me perdoe um dia.
— Filho, que tal fazer uma caminhada hoje?
— A gente pode apostar corrida?
— Só não vale chorar se perder.
Ele concorda e pouco tempo depois já estamos arrumados, eu decidi que iríamos no central park. Talvez não estivesse tão lotado de gente. E realmente não estava. Foi bem tranquilo a nossa caminhada e brincadeiras.
— Sorvete! — Chris diz, correndo até a banquinha, corro atrás e sorrio quando ele me olha com carinha de pidão.
— Tá bom, qual você quer?
— Morango! Você vai querer também, mamãe?
— Vou. Um de chocolate e um morango, por favor. — digo.
Nos sentamos em um banco próximo e degustamos nossos sorvetes.
— Olha, mamãe! A moça daquele dia! — Chris fala, apontando e gritando para ninguém mais que a Luna! Puta que pariu, viu? Ela se aproxima depois que ele a chama. — Oi!
— Oi, pequeno. — ela diz, simpática. — Louise.
— Oi. Como vai?
— Bem e você?
— Também. Está só aqui? — ela aponta para Ellie, que espera por ela mais afastada. Luna a chama e logo ela se aproxima. — Ellie, oi! Esse é meu filho, Chris. Filho, essa é a Ellie. Ela trabalha com a mamãe.
— E aí, Chris?
— Oi! Sabia que eu gosto muito de sorvete de morango? — ele diz e Ellie ri.
— Que legal! Toma, você vai precisar. — ela diz, dando um lencinho a ele e um para mim. Me dei conta que eu não tinha levado mesmo algo para limpá-lo. — nós vamos indo.
Luna entrelaça as mãos delas e elas se afastam.
— Tchau, pequeno! — Luna diz e Chris acena.
Que momento péssimo, argh!
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Oiiiii!
Chegamos a 14k de views! Sou muito, muito grata! Obrigada por aturarem a demora, sei que as vezes eu demoro demais pra atualizar aqui, mas eu estou sempre tentando trazer o melhor para vocês!
Espero que tenham gostado do capítulo. O que acham da Louise?
Queria agradecer a quem comentou no post que eu fiz!❤️❤️❤️❤️ Adoro quando vocês interagem comigo. Pra quem não viu: eu perguntei no meu perfil quem vocês queriam que narrasse esse capítulo.
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