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Happy Hour

O dia corrido na empresa não foi o suficiente para me fazer ficar ansiosa por mais tarde. Era quase hora do almoço e eu já havia combinado de almoçar com Ellie. Estava a caminho.

— Então, como está indo o dia? — pergunta, depois de já termos feito nossos pedidos.

— Corrido, mas acho que ficará mais tranquilo depois do almoço. E o seu?

— Bom, muito bom. A empresa vai abrir uma filial, então algumas pessoas vão viajar para iniciar alguns processos, mas não sabemos quem vai.

— Tem chance de você ir?

— Talvez… porque as pessoas que têm que ir são dessa área de administração. Confesso que eu queria, acho que seria uma boa oportunidade.

Assinto, estranhando a sensação de que não gostei muito de saber disso. Ficar longe do amor da minha vida? Hm…

— Boa sorte, então.

— O pessoal está ansioso para te conhecer, sabia?

— Com certeza não mais que eu. Espero muito que eles gostem de mim.

— É claro que vão, amor. São só três pessoas. Vocês vão se dar bem.

Nem estou com muita fome, mas como enquanto conversamos e logo eu a deixo em frente ao seu trabalho e sigo meu rumo para a empresa, mergulho no trabalho por várias horas seguidas. Quando vejo, já é de noite. Tomo um banho rápido e me visto com a roupa que havia separado de manhã para usar hoje.

Uma calça preta com um rasgo no joelho e cintura alta. Uma blusa camuflada de mangas curtas e um sobretudo preto. No pé estava com um tênis que tinha comprado a alguns dias, o Air Force 1 branco. Ellie me mandou o endereço do bar e falou que me esperaria na entrada. Logo cheguei ao barzinho, que tinha música ao vivo e era bem agradável.

— Amor! — Fala, me abraçando. Lhe dou um selinho e a abraço, estou realmente muito nervosa. Quando estamos caminhando até a mesa, ela para na minha frente e segura nos meus ombros. — você é minha namorada, não a chefe. Ok? E ah! Uma bebida de mais de duzentos dólares não é barata.

— Sim senhora. Desliguei o modo chefe. — digo e ela segura na minha mão.

— Luna, esses são Brad, Emma e Julian. Pessoal, essa é a Luna.

— Sentem aí, garotas. É um prazer, Luna — Emma fala.

— O prazer é meu. Ellie fala muito de vocês.

— Espero que só coisas boas. Mas a pergunta é; quais são suas intenções com a nossa Elliezinha aqui? — Brad pergunta, quebrando o gelo e todos riem.

— Com certeza as melhores!

Seguimos conversando e nos conhecendo melhor. Todo o meu nervosismo já havia passado. Eu estava dirigindo, então não podia beber.

— Eu adoro essa música! El, vamos dançar? — Emma chama, se levantando. Ellie me olha e eu apenas sorrio. Elas vão para a parte onde haviam algumas pessoas dançando.

— Que vontade de beber da porra. — digo.

— Eu tô dirigindo hoje, se quiser eu levo vocês também. — Julian fala.

— Pode ser.

— Então vamos mais uma rodada?! Vou buscar. — Brad fala. Ele era musculoso, alto para um caralho e loiro. Julian já era um pouco gordinho e tinha barba grande. Era pouca coisa mais baixo que Brad.

Ele volta com uma garrafa de vodka e mais copos de shots. Enche cerca de oito copos e disputamos quem bebe mais entre eu e ele. Nessa hora Ellie e Emma voltam da pista e os três fora da disputa formam um coro de "vira, vira, vira"

— Foi mal aí, cara. Sou competitiva demais. — digo, quando Brad perde.

— Eu estou bebendo a mais tempo que você, nem vem. — responde, rindo.

— Aceita a derrota, Brad. Luna é mais cachaceira que você. — Ellie fala, passando o braço por cima do meu ombro. Encosto a cabeça em seu ombro. — vou pegar uma água para você, baby. — sussurra o meu ouvindo e eu assinto.

— Você curte futebol?

— Claro! Vai Jets! — digo. Confesso que estou um pouco alterada. Eles riem e gritam "vai Jets!"

Ellie volta com água e eu bebo devagar. Estávamos pedindo algumas porções de batata frita quando meu celular toca. Mostro o visor para Ellie.

— Com licença. — digo, pigarreando para tirar o tom de bêbada. Afinal, era um dos sócios me ligando. — Alô?

— Luna, desculpe ligar essa hora. É que eu não recebi a papelada dos novos modelos de celulares. Já deveriam estar na minha mesa desde ontem.

— Amanhã, antes das cinco horas, estarão.

Eu estava no modo chefe desligado, então não dei a resposta que ele merecia. Quem ele pensa que é para falar com tanta autoridade assim?

— Desculpem, era um dos sócios.

— Está tudo bem? — Ellie pergunta.

— Sim, sim. Foi só uma inconveniência mesmo. E as batatas? Estou com fome.

Logo chegam e ficamos lá por mais algumas horas, conversando e bebendo mais um pouco. Eu tinha parado depois da disputa, então estava bem para dirigir. Não tecnicamente, né? Mas acho que não seria parada aquela hora.

— Bom, foi um prazer conhecer vocês. — digo, quando estamos na entrada do local.

— O prazer foi nosso, Ellie tem que te trazer mais vezes. — Emma fala e os outros concordam. Julian estava servindo de apoio para Brad, que estava cambaleando.

Antes de ir, eles abraçam Ellie e Brad lhe dá um abraço bem… apertado. Não gostei. Durante a noite percebi que eles eram mais próximos um do outro do que os outros. Quando ele a solta, pego em sua mão e abro a porta do carro para ela e depois que entramos e que dou partida, Ellie abre a janela e põe a cara para fora, fechando os olhos e deixando o vento levar seu cabelo.

— Brad costuma te abraçar tão apertado assim? — pergunto.

— Não, acho que ele estava mais se apoiando do que abraçando. Está tudo bem? Gostou deles?

— Gostei, gostei. Todos foram muito receptivos.

Digo, escondendo um pouco do meu ciúme. As vezes meus traumas falavam mais alto. Eu não sabia qual era a orientação sexual dela, mas confiava bastante nela.

Não cegamente.

Talvez nunca conseguisse fazer isso novamente.

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