Aniversário do Bernardo
O dia do nosso amado afilhado chegou e o que era para ser algo pequeno virou uma festa com direito a um pula pula que mais tarde eu com certeza iria pular. Seria no espaço de festa do condomínio, cabia umas duzentas pessoas ali.
Na noite anterior Sammy estava nervosa com a decoração, que tinha cancelado com ela devido a um problema interno, mas pela manhã Ted conseguiu outra agência de decoração.
Ellie e eu iríamos trabalhar só a parte da manhã, eu estava torcendo para não haver nenhum imprevisto.
— Tenha um bom dia, amor. — digo, dando um selinho nela.
— Você também. Ah, amanhã nós vamos a um barzinho depois do expediente.
— Tá bom, eu posso te levar.
— Não, Luna. Estou te chamando para ir comigo. — ela fala, rindo. Ellie parece um pouco vermelha. Eu fico surpresa.
— Você tem certeza?
— Tenho, amor. Eles vão te adorar, espero que goste deles.
Eu assinto, me sentindo um pouco nervosa. Ela me dá mais um beijo e sai do carro. No trabalho, o novo foco é a nossa nova linha de celulares sustentáveis com baterias que duram até quatro dias.
— Bom dia, um dos engenheiros quer falar com a senhora. Ele disse que era urgente. — minha secretária fala, quando dou permissão para entrar em minha sala.
— Senhora não, por favor. É o Ben? Pode mandar entrar.
— Desculpe. Sim, é o Ben. — logo o rapaz de cabelo encaracolado entra.
— Bom dia, Luna.
— É bom mesmo?
Ele não tem uma cara nada boa.
— As peças do novo celular estão vindo defeituosas, todas.
— Mas o que? — digo, me levantando da cadeira, pegando o telefone. Quando consegui o contato do fornecedor das peças, . — Ben, tem mais alguma coisa com defeito?
— Não, o protótipo está perfeito. — fala. Eu até acredito, mas preciso averiguar, senão não sou eu.
— Certo. Ben, quero que você fale com o fornecedor e explique certinho como as peças estão vindo, eu vou ver o protótipo, ok?
— Ok, eu vou junto, ligo da minha sala. — assinto e ele vai comigo até a sala de produção.
Quando chego, observo uma pilha de peças ridiculamente defeituosas. Em anos de fornecimento, nada do tipo aconteceu. A equipe de engenheiros está toda reunida tomando café. Me aproximo do protótipo. O design da câmera com certeza seria um dos pontos fortes.
Examino o celular completamente, todos tentam disfarçar, mas estão prestando atenção na minha cara. Bom, pelo menos eu estaria se fosse eles. Passo alguns minutos ali e saio.
— Bom trabalho, pessoal.
Quando saio da sala, escuto bem falar no telefone com o fornecedor. A porta estava aberta, então apenas entrei, ele parecia estar suando.
— Sim, eu compreendo, mas foi falta de ética não avisar sobre o problema e irresponsabilidade enviar as peças assim. Um segundo.
Peço o celular e ele me entrega.
— Com quem eu falo? — pergunto.
— Olá, você fala com uma das atendentes de reclamação. — uma voz enjoada fala.
— Certo, então, eu quero falar com o seu chefe. Agora.
— Creio que isso não será possível no momento.
— Bom, eu creio que será sim possível. Fale que é Luna Segrini chamando, te garanto que aparecerá alguém para me atender melhor do que você.
— Luna Segrini? — ela fala e escuto um barulho, então uma voz grossa me atende. — bom dia, senhora, me dê um momento para que eu passe para o senhor Every.
— Eu não tenho o dia todo. — Menos de um minuto depois eu estou falando com o chefão de lá.
— Nós lamentamos o erro, já estamos resolvendo isso.
— Não, eu quem lamento. Minha empresa não tem lugar para erros como esse. Estou, oficialmente, desvinculando a Duma de sua fornecedora. Passar bem.
Desligo o telefone e saio da sala, quando chego no meu andar, peço para minha secretária encontrar fornecedores e entro na sala, me acomodando na cadeira, com o celular já discado no número de Dave.
— Eu acabei de desvincular a Duma com nossa principal fornecedora, eu sinto muito não ter consultado você antes.
— Não sinta, tinha uma pilha de peças ruins aqui, eu já ia fazer isso mesmo.
— Ótimo. Agora, eu preciso ir, você pode contratar novas fornecedoras? Vou pedir para te mandarem os contatos.
— Não precisa, eu tenho meus contatos aqui. Tenha um bom dia. — desliga e eu peço para a mulher do lado de fora cancelar minha ordem. Quando olho no celular novamente, vejo as horas.
— Puta merda! — era quase uma da tarde! Saio disparado para o estacionamento e quando entro no carro, Ellie me manda mensagem pedindo para buscá-la. E eu vou, o mais rápido possível. Quando chego, a vejo sentada nas escadas ao lado de nada mais nada menos que Louise, a cobra. — amor? — chamo, abaixando o vidro.
As duas mulheres a minha frente olham rápido para mim e em seguida Ellie olha para Louise. A ruiva por sua vez, abaixa a cabeça.
— Vamos! Tchau. — Ellie diz entrando no carro e me beijando.
— Até amanhã, Ellie. — responde, se levantando. Eu dou partida e seguimos o caminho em silêncio.
— Achei que eu estava atrasada.
— Estamos. — ela diz. — Sammy vai nos matar.
— Talvez. Você almoçou? — ela nega com a cabeça. — manda mensagem para ela, diz que vamos só almoçar e pergunta como está por lá.
— Eu já havia perguntado, ela falou que o Ted está lá, mas que eu e você chegassemos o mais rápido possível. Mas eu aceito almoçar.
— Aqui perto tem um lugar muito bom. Como foi sua manhã? — digo.
— Passei ela com a sua ex. Irritantemente boazinha.
— Você poderia trabalhar na Duma. Ela nunca seria admitida lá
— Não, não mesmo. Esses momentos serão raros, eu aguento.
— Ok, mas a Duma sempre vai estar aqui.
— A não ser que eu vire sua ex, não é? Aí também nunca serei admitida lá. — diz, abaixando o cardápio. Eu fico calada, não gostei do tom. Cinco segundos depois ela suspira. — me desculpa, eu estou irritada com a situação, não deveria descontar em você.
— Tá bom, tudo bem.
Seguimos conversando mais de boa até terminarmos de comer e em seguida fomos para casa. Sammy tem o Bernardo no colo, enquanto Ted diz onde colocar o pula-pula para os rapazes montarem.
— Minha mãe está me enlouquecendo. Você faz isso errado, bla bla, não é assim. Argh. Toma. — entrega o bebê a Ellie enquanto me puxa para arrumar as mesas e cadeiras. — aliás, vou apresentar você a ela. A El já conhece a peça. Aí vem ela.
— Querida, não seria melhor colocar as mesas ali?
— Não, ficarão aqui. Mãe, essa é a Luna. Luna, essa é a Mary.
— Prazer, senhora. — ela me dá dois beijos na bochecha. Ellie ri de mim.
— Ellie! Como vai, querida?
— Muito bem, e a senhora?
— Estou ótima!
Fomos nos conhecendo um pouco e depois subimos para nos arrumarmos. Bernardo tinha acabado de dormir no meu colo depois de Sammy ter trocado sua fralda. Nós achamos melhor deixar ele na nossa casa enquanto Sammy terminava de organizar as coisas e aturar a própria mãe. Combinamos de descer só quando ele acordasse.
— Eu vou primeiro ou você vai? — Ellie pergunta, apontando para o banheiro.
— Calma aí, vamos tomar banho juntas? — digo e coloco o Bê no centro da cama e faço uma proteção com os travesseiros ao seu redor. — vamos?
— Só banho, ok?
— Sim, senhora!
Algumas horas depois descemos e a maioria dos convidados tinham chegado. Não era algo tão grande, mas havia convidados da família de Sammy e da de Ted. A decoração estava perfeita, no canto principal havia vários balões azuis e brancos e algumas nuvens espalhadas nas paredes, atrás e na frente da mesa onde estava o bolo e os docinhos. Estava tudo lindo! Bernardo estava com um macacão azul bebê e chapeuzinho, já havia mamado e estava bem calmo e desperto.
— Sam, Ted, vão para trás da mesa! Vamos tirar as fotos antes de bater os parabéns. — Ellie pede. Ela era a fotógrafa das festas. Ficava maravilhosa segurando a câmera.
Todos tiraram fotos, menos eu e Ellie. Peço para Ted tirar a foto enquanto eu, Sammy e Ellie nos aproximamos. Fazemos algumas poses idiotas no qual combinamos de recriar todo mês até o de um ano.
Logo todos batemos parabéns para aquele garotinho que em trinta dias de vida, já era tão amado. E se dependesse de mim, isso não mudaria jamais.
Pelo olhar e a felicidade da mulher ao meu lado, também não.
A noite terminou horas depois do aniversariante dormir, virando uma festa de adultos.
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