Prólogo
Mesmo depois de tantas desgraças e de percorrer um caminho banhado em sangue, ele permanecia de pé e cada vez mais forte. Não duvide do seu poder, muito menos da sua força de vontade. Essas são duas coisas que os meros mortais mais almejam e ele, dentre tantos, foi o único que as conquistou.
Abandonado na escuridão do universo que o cercava, Louis aos poucos se entregava ao desejo sombrio que consumia sua mente e por fim percebia que todos os seus esforços foram em vão. Nada é capaz de obstruir o caos e a destruição, nem mesmo a ambição de um semideus.
Já era tarde de mais para se arrepender e ele sabia disso. Afinal, as coisas saíram um pouco do controle. Só lhe restava uma única opção: resetar a linha do tempo. Não até o começo dessa desventura ou até o nascimento do primeiro átomo, e sim até o confronto final. A batalha que custou toda a vida, inclusive daqueles que não estavam dispostos a se sacrificarem.
E então ele começou a moldar as areias do tempo através da Grande Ampulheta. Suas mãos brincavam com movimentos suaves e perversos, como se buscassem alcançar a harmonia entre o tempo e a realidade. Essa era uma tarefa árdua e que demandava um domínio no qual Louis não tinha, e isso era perigoso.
Antes que pudesse continuar o seu trabalho, ele sentiu uma presença desconhecida vagando pelo brilho das estrelas e pulando de nebulosa em nebulosa, assim como uma criança curiosa e aventureira faz ao se deparar com um parque enorme.
— Quem é você? —Ele perguntou, mas escutou apenas o eco da sua voz se fragmentando no cosmo.
Repentinamente, uma linha esverdeada e infinita surgiu em sua frente. Louis se aproximou sem pudor e se sentiu atraído pelo brilho inquieto, e logo a linha se dividiu até formar uma extensa teia, como se tudo estivesse conectado.
Ele presenciou um turbilhão de emoções e sentimentos invadirem seu corpo, o dando um vislumbre de incontáveis vidas que ele não viveu e sequer sabia da existência.
Aquilo em sua frente era a Teia do Destino, criada por algum tecelão habilidoso e que com certeza tinha o domínio necessário para moldar as areias do tempo.
Curioso, Louis se aproximou mais e passou a observar um ponto em específico: uma linha temporal onde sua desventura ainda não havia começado. E isso o fez perceber que tinha outro jeito de recomeçar.
Naquele momento, ele traçou um novo plano no mesmo instante em que seu sorriso se tornou malicioso e as peças se encaixaram. Ele nunca esteve sozinho.
Sua armadura celestial voltou a brilhar e tomou forma em seu corpo, unindo as partes que se quebraram no confronto final. Seus olhos ficaram avermelhados e emanaram uma forte luz em direção à grande teia, simplificando-a até caber na palma da sua mão.
— Então quer dizer que existem outras linhas do tempo além da minha? —Louis empunhou sua espada banhada no sangue daquele que um dia chamou de amigo. — Quanto poder eu vou tomar...
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