Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo XI - Conto de Fadas

Lá no alto, as estrelas parecem fugir de algo, dando um tom solitário para o céu noturno. A Lua de Sangue fica mais avermelhada conforme o tempo corre e sua presença esmagadora é suficiente para amedrontar até mesmo o cosmo.

Esse novo ciclo marca o início de rituais que são preparados para agraciar uma das bestas infernais e, em troca, receber bênçãos através de ensinamentos valiosos.

Os caçadores apreciam uma boa caça e amam a fartura, e quando o Wendigo profanou o solo do Lugar Nenhum com sua carcaça sanguinária, eles viram na criatura uma oportunidade de crescimento.

Não tão diferente das outras tribos, os caçadores viram de perto os horrores causados pela Névoa Negra e suas defesas se tornaram ataques precisos.

Em meio ao caos generalizado, Louis deu azar em encontrar a ilha justamente agora. Cada canto do Lugar Nenhum quer a sua cabeça, seja com o corpo de brinde ou sozinha, e graças ao seu instinto de sobrevivência, isso ainda não aconteceu.

Paralisado numa cama pouco confortável, ele repousa dentro de uma rústica casa, no único cômodo que foi construído. As paredes são feitas de madeira velha e rochas desgastadas, o chão é tão podre quanto a alma de quem o fez e a decoração é porcamente preguiçosa.

Se não fosse pela presença assustadora de uma pessoa vestindo uma capa preta e botas de couro, Louis diria que está numa casinha abandonada no meio do nada.

Ao retirar o capuz que cobria a sua cabeça e mantia sua identidade anônima, o seu rosto é mal iluminado pela luz fraca de um punhado de velas e suas feições se tornam masculinas. Sua pele enrugada e cheia de marcas de expressão enfatiza o quão velho o homem é, e Louis desvia o olhar.

— Pelo visto, você melhorou. —O homem diz enquanto pega uma cumbuca e a entrega para Louis. — Beba, isso vai te revigorar.

— E quem me garante que não tem veneno? —Louis recusa, se espremendo contra a parede. — Eu não te conheço.

— Oh, perdão. —O homem põe a cumbuca na mesa. — Onde estão meus modos? Me chamo Cedric.

— Isso não é suficiente. —Louis responde desconfiado. — Eu lembro daquela coisa me trazendo até aqui.

— O Wendigo? Ele não é uma coisa.

— Se levar em conta que ele veio do inferno, é bem pior do que uma coisa.

— Se você tá vivo até agora, tem motivo suficiente pra acreditar em mim. —Cedric sorri e seus dentes amarelados chamam a atenção de Louis.

— Hum. —Louis suspira e se enoja da higiene do velho. — Sabe que eu posso te afogar naquele caldeirão, né?

— Vai em frente. —Cedric responde confiante. — Faça isso e você ficará sem as respostas que procura.

— Não procuro nenhuma resposta.

— Eu sei que sim. —Cedric retorna com a cumbuca em mãos. — Eu conheço o seu... Segredinho.

Louis encara o homem em sua frente e pensa se é uma boa ideia beber aquilo. Como ele está sem saída e de mãos atadas, talvez não seja tão ruim ceder um pouco e ouvir o que ele tem a dizer.

Louis pega a cumbuca e sente o aroma agradável do líquido, e logo percebe ser uma sopa de cogumelos e legumes. Tentado pela aparência convidativa, ele acaba tomando a sopa até a última gota e Cedric fica feliz.

— Aposto que nunca provou algo assim lá fora. —Cedric se senta numa cadeira feita de barro.

— Já comi coisas melhores. —Louis limpa a boca com a manga da blusa. — Agora prossiga com o que você estava falando.

— Dentre todos os outros, você é o mais astuto. —Cedric suspira. — E também o mais rabugento, mas eu entendo a sua posição.

Louis semicerra os olhos e tenta decifrar a postura do homem, sem transparecer o medo que inevitavelmente percorre em suas veias. Após uma série de tentativas falhas, ele desiste e percebe que manipulação não é o seu lance, nem mesmo intimidação.

— Seja lá o que tá fazendo, para. —Cedric faz uma careta de desaprovação. — Isso não funciona comigo.

— Mas eu não fiz nada. —Louis disfarça.

— Deu pra perceber você tentando me decifrar. Posso ser velho, mas não sou ingênuo.

— Além de velho, você é mais o quê?

— O chefe dessa tribo e também um feiticeiro. —Cedric mostra sua soberba. — Sou o motivo de você ainda estar vivo.

— Por que? Aposto que todo mundo aqui quer me matar. —Louis começa a suar por causa da sopa.

— Eu não disse que não quero te matar. —Cedric ri. — Só achei justo você ter as respostas que procura antes de morrer.

Louis percebe o suor se acumulando em sua testa e sua temperatura aumentando, e fica irritado com a umidade que faz seu corpo pregar.

— Você me envenenou, né? —Ele pergunta forçando o vômito.

— Já disse que não. —Cedric pega um copo de água. — A sopa tá limpando a sua alma, apenas.

— Ótimo. —Louis continua se forçando a vomitar. — Isso significa que você me envenenou e eu tô morrendo.

Desesperado, Louis bate na mão do homem e o copo vai ao chão, se quebrando em seguida e espalhando a água. Seu corpo não compreende as reações químicas que insistem em surgir e Louis se agarra à decoração da casa, deixando alguns objetos caírem no processo.

Cedric observa perplexo e teme que Louis quebre mais alguma coisa, mas permanece imóvel. Ele está divido entre esperar o efeito passar e aproveitar a graça da situação.

— Como pode um Guardião do Tempo ser tão fraco? —Cedric ri. — Você definitivamente não é o que eu esperava.

— Eu não sou um Guardião do Tempo. —Louis escora na parede e escorrega.

Após um breve intervalo, o efeito passa e Louis se recupera do vexame. Suas bochechas queimam por causa da vergonha e aquele plano de parecer intimidador acaba arruinado.

Por mais que tente, ele não é quem as pessoas pensam e isso o enfurece. Mesmo depois de tantas desventuras, Louis permanece o covarde de sempre e Tales não está aqui para defende-lo como na escola, nem o Leni e nem o Adrian. Ele está sozinho, como no começo.

— Eu já conheci muitos Guardiões do Tempo e você desaponta todos eles, tenha certeza. —Cedric insiste nas provocações.

— Que bom, ao menos um deles pode voltar e reinvindicar essa droga de poder.

— Não se preocupe, isso vai acontecer quando você menos esperar. —Cedric estende sua mão calejada. — Até lá, vai querer as respostas ou não?

— Hum. —Louis aceita a ajuda do homem. — Se vou morrer, que seja ciente de tudo.

— Esse é o espírito.

Cedric limpa a sua mesa e separa alguns ingredientes variados. As décadas de experiência o levaram a se tornar um feiticeiro invejável e com uma habilidade única: projetar a verdade na forma de desenhos e faíscas inquietas.

Embora receoso, Louis observa com atenção os movimentos indelicados de Cedric ao preparar o caldeirão com misturas e elixires mágicos. No fim, o caldeirão reage e deixa uma fumaça espessa eclodir.

Sem pedir permissão, Cedric arranca um fio de cabelo do Louis e o joga na fumaça, que logo dança durante o processo e se torna esverdeada, reproduzindo o comportamento de sua áurea.

— O que você tá vendo? —Louis fica confuso.

— Nada, por enquanto.

Após um tempo, desenhos emergem da fumaça esverdeada e contam uma história que apenas Cedric é capaz de entender. A sua ligação com aquele feitiço fica cada vez mais íntima e Louis aguarda impaciente.

Sua voz fica rouca e seus olhos perdem a cor, ficando tão opacos quanto o olhar de um defunto em decomposição. Sua consciência é sugada para dentro do caldeirão e seus pensamentos saem de sua boca como se fossem balões caricatos.

Cedric enxerga o passado de Louis. Desde antes de nascer, ele esteve destinado a coisas grandiosas, exceto se envolver com magia e se tornar um Guardião do Tempo. Alguém manipulou o decorrer da história para que Louis recebesse a capacidade de controlar o tempo, em busca de benefício próprio.

Flora, a sua falecida mãe, foi a última Guardiã do Tempo e ela honrou o manto com graça e destreza. Ao se recusar a cair nos encantos da cobra traiçoeira, ela travou uma batalha mística com o guardião amaldiçoado, sem saber que uma vida era gerada em sua barriga, e isso custou caro.

Por outro lado, mesmo envolto pela desgraça e incumbido de uma responsabilidade que não era sua, Louis cresceu com saúde e destinado a cumprir a missão da mãe.

Relutante, a consciência de Cedric mergulha ainda mais nas profundezas da história de Louis e se depara com um futuro perturbador. Seu destino não é ser um Guardião do Tempo e sim o Aniquilador de Mundos.

Assustada, a consciência de Cedric impede que essa visão saia de sua maldita boca e mãos sedentas a puxam para um canto ainda mais remoto: a faceta deteriorada de Louis. Com o coração encharcado de ódio e mágoa, ele buscará refúgio no cosmo e na Grande Ampulheta, disposto a aniquilar tudo o que o ser superior construiu durante as eras.

Buscando formas de compreender a motivação de Louis, a consciência de Cedric é empurrada para uma memória não tão distante. O sentimento dessa memória é tão poderoso que nem mesmo o maior feiticeiro do mundo consegue doma-lo.

Indisposto a prosseguir, Cedric retorna gritando de dor. Ele nunca interrompeu esse feitiço de forma tão abrupta e sua cabeça lateja por causa da fadiga.

— O que mais você viu? —Louis pergunta com os olhos marejados.

— Além da sua mãe? Mais nada... Me perdoe por isso, eu não sabia que ela era uma Guardiã do Tempo. —Cedric suspira.

— O meu pai sabia disso? Por que ele nunca me contou?

— Calma, Louis. Essas são perguntas que nunca terão respostas. —Cedric se lembra do futuro de Louis.

— Eu sei que você tá escondendo mais alguma coisa. —Louis diz num tom grosseiro.

Cedric teme que Louis tenha acesso aquela visão e se vira para a mesa, em busca de sua adaga de cerimônia, mas não a acha. Seus pupilos com certeza a levaram para a preparação do ritual da Lua de Sangue.

Sem saída, ele se vê obrigado a conjurar uma magia proibida e que até mesmo o Wendigo se recusa a usar de tão profana: a magia de sangue. Louis não pode viver por mais tempo, não até que aquela visão se prove apenas uma possibilidade dentre várias outras.

Louis percebe o nervosismo de Cedric ao se virar para a mesa e se deixa levar pela raiva de ser traído pelo feiticeiro, e então sua áurea envolve seu corpo duas vezes mais potente.

Num movimento brusco, Louis lança a áurea na direção do homem e ela o agarra pelo cabelo, o arrastando com brutalidade até a mão de Louis.

— Eu sei que você tá escondendo alguma coisa de mim. —Os olhos de Louis se tornam verdes.

— Aka libe no. —Cedric pronuncia.

O caldeirão reage ao comando dele e forma uma nuvem avermelhada, como se fosse feita de sangue e energia pura. Ela voa na direção de Louis, o arremessando contra a parede e o largando atordoado.

— Me desculpa, Louis, mas não posso permitir que você saia vivo daqui. —Cedric suspira de alívio. — Muito menos ser oferecido ao Wendigo na Lua de Sangue.

Cedric estende a mão e a nuvem vem até ele, pronta para ser manipulada em algo maior. Com a outra mão, o feiticeiro aponta para Louis e rouba a sua essência, transferindo-a para a nuvem e a moldando numa esfera perfeita.

— Isso é magia de sangue e é a única coisa capaz de ferir você. É a sua essência contra você mesmo, Louis. —Cedric continua seu monólogo.

Pronto para desferir seu último golpe, Cedric lança a esfera na direção de Louis e projeta um escudo para proteger a si mesmo da explosão.

— Você me traiu! —Louis desperta.

Ao contrário do que Cedric esperava, Louis reage num piscar de olhos e freia a esfera com a própria mão, sendo ajudado pela áurea esverdeada. No momento seguinte, a áurea consome a magia de sangue e se esconde dentro do corpo de Louis.

— Você não sabe o que acabou de fazer. —Cedric arregala os olhos.

Louis hesita e não responde, apenas sente a magia de sangue inundar seus poros e dar um tom avermelhado à áurea, aumentando exponencialmente o seu poder.

Sem mais palavras, Louis suga a essência do feiticeiro até sobrar somente o seu cadáver, corrompendo a si mesmo com a magia proibida.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro