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Capítulo IX - Nas Entrelinhas

Digerindo aos poucos, Louis se sente sobrecarregado com tanta informação e decide, pelo menos uma vez, jogar tudo para o alto e se entregar ao seu lado irracional. Ele vê isso como um ato de justiça consigo mesmo e não há nada mais nobre do que reconhecer que todos merecem extravasar às vezes.

Adrian passa a olhar Louis com outros olhos e se indaga se ele realmente precisa de proteção, afinal, alguém com tamanho poder deve desprezar a ajuda de um mero humano como ele.

Leni está indiferente, ele já acostumou com as reviravoltas que acontecem na ilha e a magia faz parte do seu cotidiano. Sua maior preocupação no momento é descansar porque enfrentar o Nexu não será fácil, nem mesmo com Louis sendo uma bomba ambulante.

Após caminharem uma distância considerável, o trio acha uma cabana abandonada e decide ficar por ali até o sol nascer. Leni acende a lareira da sala e põe os enlatados restantes para esquentar, enquanto Louis e Adrian se aconchegam no calor que emana do fogo.

— Já temos um plano pra enfrentar a besta do deserto? —Adrian inicia a conversa.

— Pior que não. —Leni se junta a eles. — Um ataque direto seria arriscado.

— Complicado. —Louis responde. — Até agora, dei sorte de enfrentar os mais fracos.

— Não desanime, nós três daremos conta dele. —Adrian conforta Louis.

— Vir pra cá foi a pior decisão que eu tomei na minha vida e eu nem achei o meu pai ainda.

— Um problema de cada vez, certo? —Leni esconde sua teoria. — Tenho certeza que ele está vivo.

— Eu espero... —Louis suspira.

Leni acredita que Louis seja filho do governante, mas isso ainda é uma incerteza. Mesmo que seja verdade, é ainda mais arriscado os dois se encontrarem por agora. O espectro não superou o luto e não mede esforços para trazer a esposa de volta à vida, e com Louis no cenário, as coisas podem piorar.

— Você ainda tem o livro do seu pai? —Adrian prossegue.

— Sim, por quê?

— Talvez ele tenha mais informações sobre o Nexu e como derrota-lo.

— Já li essa parte, não tem nada além de uma morte certeira.

— Bom, já leu o restante?

— Tem algumas partes faltando, mas posso conferir.

Louis pega o livro deixado por seu pai e folheia página por página, até achar uma que chama a sua atenção. Ela conta a história de dois seres místicos que coexistem em harmonia, um sendo a contraparte do outro, assim como Yin e Yang.

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"Após a divisão do ser maior, sua alma foi fragmentada em duas partes, cada uma regendo um aspecto do universo: o tempo e o espaço. Esses fragmentos caíram nos humanos, a maior criação do ser maior, e a cada geração, duas pessoas são escolhidas para continuarem o trabalho daquele que as criou. O Guardião do Tempo possui uma áurea esverdeada e é capaz de controlar o começo e o fim de tudo. Por outro lado, o Guardião do Espaço é responsável por subjulgar a realidade, sendo capaz de alterá-la e a sua áurea é alaranjada. Com o passar das eras, vários guardiões foram escolhidos e cumpriram seus propósitos com êxito, mantendo a harmonia do universo e da criação. Contudo, as coisas mudaram quando o último Guardião do Espaço teve seu poder transferido por vontade própria, quebrando o Código da Promessa e amaldiçoando seu sucessor."

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— Caralho. —Adrian comenta. — Isso foi bizarro.

— Eu me lembro da Evelynn desaparecer num portal laranja, antes de eu destruir a base. —Louis semicerra os olhos.

— E você acha que ela é a guardiã amaldiçoada? —Leni pergunta.

— Não, tinha mais alguém do outro lado...

— Ok, sabemos que ele quer algo contigo. —Adrian começa a teorizar. — E sabemos que você é o Guardião do Tempo.

— Eu? —Louis ri. — Eu não sou nada, não pedi por isso.

— Louis, nós vimos a áurea esverdeada saindo de você. —Leni instiga a teoria. — Então vamos tirar a prova.

Adrian e Leni se afastam da lareira, num olhar mútuo, e se posicionam atrás de Louis.

— E o que querem que eu faça? —Ele fica incrédulo.

— Acelera o cozimento dos enlatados. —Os dois falam uníssono.

— Vocês tão zoando comigo.

Mesmo não querendo, Louis acaba cedendo e estica as mãos na direção dos enlatados. Se ele fez uma vez, ele consegue fazer de novo e após várias tentativas, a áurea esverdeada sequer apareceu. Frustrado, Louis desiste e encara a dupla como se quisesse despejar o sentimento de culpa neles.

Subitamente, Louis sente suas mãos formigarem e a áurea surge em pequena quantidade, talvez o suficiente para deixá-lo animado. Num movimento giratório e delicado, Louis projeta sua vontade de acelerar o cozimento dos enlatados e a áurea obedece, fazendo o líquido deles borbulharem num piscar de olhos.

— Viu? Você conseguiu! —Adrian sorri.

— Agora vamos comer, aposto que você tá faminto. —Leni retira os enlatados do fogo.

— Meu Deus, eu... —Louis gagueja. — Eu tenho... Poderes?

— Podemos assaltar um banco já. —Adrian comemora com um sorriso malicioso.

— O que é um banco? —Leni fica confuso.

— Um dia te conto. —Louis ri e retira a tampa do enlatado, e começa a comer.

Adrian e Leni acompanham Louis no jantar não tão saboroso, e logo se sentem satisfeitos. Os últimos dias não foram fáceis e ter os três juntos era motivo de esperança.

Inevitavelmente, Louis se indaga sobre a dimensão dos seus poderes e imagina o que mais consegue fazer com eles. A exaustão o corrompe, mas ele se sente revigorado ao mesmo tempo.

Após terminarem de comer, o trio se junta do lado de fora e deita no mato coberto de sereno, e passa a observar a lua cheia. Essa é a fase favorita do Louis e ele se sente grato por ter uma vista tão limpa, longe da poluição visual da cidade grande.

— O que vocês acham que tem do outro lado? —Ele questiona.

— Alienígenas ou bestas infernais. —Leni responde espantando os mosquitos.

— Eu acho que tem apenas o outro lado, sem essas fantasias e maluquices. —Adrian rompe o momento.

— Sonhar não custa caro. —Louis continua. — Depois de tudo o que você viu, ainda permanece cético?

— Sim. Isso é um pesadelo e eu vou acordar daqui a pouco, vou continuar a minha vida normalmente e talvez procurar um psicólogo.

— Pra mim, isso tudo é bem vívido. —Leni debocha.

— Pensem só. —Louis fala. — Se meu pai não tivesse desaparecido, eu não teria conhecido vocês.

— Levando em conta a quantidade de vezes que a gente quase morreu, tem certeza que ainda consegue extrair algo de bom disso? —Adrian demonstra seu pessimismo.

— Tento ser otimista.

— Você é um babaca. —Leni se refere a Adrian.

Os três ficam em silêncio, escutando apenas o barulho da mata e dos esquilos correndo de um lado para o outro.

Adrian é mais casca grossa e se esforça para ser legal e simpático. Sua única motivação era proteger Louis, mas depois de descobrir que ele tem poderes, essa motivação se esvaiu.

Leni aprendeu a admirar os forasteiros, mesmo sem compreender seus costumes e como o mundo lá fora funciona. Ele tem questionamentos, assim como uma criança curiosa, mas prefere guarda-los para si.

A essa altura, Louis simpatiza com qualquer um que não queira matá-lo e o importante é sobreviver, achar seu pai e levá-lo para casa com Adrian, em segurança. Por ter crescido sem amigos, ele teme largar Leni para trás e voltar a viver como um miserável.

— Como será que o Tales está? —Ele deixa um pensamento escapar.

— Tales? —Leni fica confuso. — Quem é esse?

— Meu melhor amigo.

— Acho que ele tá bem. —Adrian se anima. — É mesmo, ele ficou pra trás pra alertar as autoridades caso a gente demorasse.

— E vocês acham que ele fez isso? —Leni questiona. — Digo, que demora pra resgatarem vocês.

— Tenham fé. —Louis interrompe. — Ele não nos deixaria na mão.

— Eu espero que sim.

O trio volta para dentro da cabana e se organiza para dormir. Como só tem duas camas, os três decidem como farão e Leni acaba ficando com a cama menor, deixando a maior para Louis e Adrian.

Após se ajeitarem, Leni se despede e logo cai no sono, deixando os dois sozinhos no meio da escuridão. Adrian se sente desconfortável ao perceber que está sendo esmagado contra a parede e Louis não dá a mínima.

— Tem como arredar? —Adrian diz.

— Arredar? O que é isso? —Louis permanece imóvel.

— Se afastar, ir pro lado, me dar espaço.

— Ah, perdão.

Louis se ajeita, mas a cama não era grande o suficiente para caber duas pessoas e quase cai, chamando a atenção de Adrian que resolve dar uma ideia.

— Vira pro lado. —Ele fala.

— Ok. —Louis obedece. —Assim?

— Isso. Nunca dormiu de conchinha antes? —Adrian passa o braço pela cintura de Louis e encaixa sua perna na dele.

— Eu sempre dormi sozinho.

— Eu tô vendo.

— Isso é meio esquisito.

— Então dorme no chão.

— Não, eu mereço um descanso decente.

Adrian hesita e não responde, apenas sente o calor gerado pelo corpo de Louis. Era reconfortante sentir o aconchego dele, mas Adrian se sente esquisito por deitar de conchinha com outro homem.

Louis, por outro lado, acaba não ligando para as carícias involuntárias de Adrian. Deve ser um costume de casal, embora eles não sejam um, e Adrian exala experiência. Deve ser difícil conter esse hábito.

— Me promete uma coisa? —Adrian quebra o silêncio.

— Diga.

— Me promete que não vai deixar esse poder subir à sua cabeça?

— Nem tenho motivos pra isso, mas sim. —Louis suspira pelo cansaço. — Eu prometo.

No meio da madrugada, perto do sol nascer, Louis desperta após escutar uma voz o guiando para o livro deixado por Norman. Tomado pela curiosidade e pela familiaridade com a voz, Louis a segue até a sala e se senta no chão.

Ele abre o livro e vai até as páginas que foram arrancadas, e sente a áurea controlar o movimento das suas mãos. Num passe de mágica, as páginas tomam forma como se voltassem do passado, e Louis fica admirado com tamanha destreza.

Repentinamente, a áurea o faz levitar e entra em harmonia com a sua mente, o fazendo entender o emaranhado de letras confusas que foram escritas nas páginas.

Ali está contido uma série de feitiços que envolvem a sua magia de controlar o tempo, que vão desde as mais simples até as mais complexas. Incrédulo, Louis absorve inconscientemente todas elas e já não sente mais aquela estranheza de ser um novato nas artes místicas.

— Filho, socorro! —Uma voz distante grita.

Sem se lembrar de como foi parar na sala, Louis pega o livro e percebe as páginas faltando, e acaba o guardando novamente na mochila. Sem o cansaço o atrapalhando, ele vai para fora da cabana e vê uma borboleta azul voando serenamente.

O inseto e sua beleza descomunal chamam por ele, mas ele se recusa a seguir o chamado, ao menos por enquanto.

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