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Capítulo I - Laços de Sangue

— Porra! —Louis acordou assustado.

— Eita, o que houve? —Adrian o olhou de canto e com a mesma reação.

Louis, ainda assustado, repousou a mão no peito esquerdo e sentiu seu coração acelerado. Não era a melhor sensação, mas logo ele se acalmou e percebeu que estava no avião. Aquilo não era real.

— Nada, foi só um sonho esquisito. —Ele respondeu com a boca seca.

— Sonho esquisito ou pesadelo?

— Sonho esquisito mesmo. Pra ser sincero, eu nem me lembro direito.

Adrian não respondeu e se manteve concentrado no volante. Afinal, qualquer deslize resultaria num acidente aéreo e não seria nada legal cair no meio do mar, pelo menos não por agora.

Inconscientemente, Louis se indagou enquanto olhava pela janela ao seu lado e via o enorme azul que coloria o vasto oceano Atlântico. O que foi aquele sonho?

Sua mente pairava entre a criatividade e a loucura, tudo graças ao pai que sempre o incentivou a ser uma criança a frente do seu tempo. Sua esperteza era uma das características mais notáveis desde a infância, algo que orgulhava Norman.

Sem respostas, Louis afrouxou o cinto de segurança e foi até o compartimento traseiro do avião, em busca de água para saciar sua sede e algo para matar a fome incessante.

— Estamos há quantas horas viajando? —Ele perguntou para Adrian.

— Sei lá, provavelmente dez horas ou mais. —Adrian respondeu vendo o sol se pôr.

— Eu quero fazer xixi, tô apertado.

— Vai ter que segurar até chegarmos, não quero meu avião fedendo mijo.

— Credo, às vezes esqueço que seu vocabulário é podre. —Louis desdenhou e tomou um gole de água. — Já revisou as coordenadas?

— Sim, senhor. Estamos pertos da sua ilha, embora eu acredite que seja fruto da sua imaginação fértil.

Louis conheceu Adrian por acaso, não tinha muitos dias. Ele precisava de um piloto particular e Adrian se dispôs, e mesmo não acreditando em contos de fadas, acabou aceitando o serviço pelo preço certo.

Eles se conheceram num dos heliportos privados de São Paulo. Se esbarraram na entrada e desde então estão juntos nessa expedição não governamental.

Adrian era um cara mais velho, mais experiente, cansado e cético. Gostava de aproveitar o que era real e normalmente estava rodeado de cervejas e garotas seminuas.

Por outro lado, Louis era mais centrado no irreal. Estava sempre buscando respostas para o desconhecido e era introvertido. Definitivamente não era o tipo de pessoa que toparia ir nos lugares que Adrian frequentava.

Era uma relação funcional. Não eram amigos e nem amantes, apenas colegas por conveniência. Bem lá no fundo, por trás de toda aquela casca quase impenetrável, Louis era uma pessoa comum, com medos, preocupações e uma força de vontade gigantesca.

Adrian nem tanto. Ele era menos rancoroso, obviamente, mas beirava a impaciência e tentava não transparecer seu lado emotivo. Era o típico homem insensível, mas que no fundo só queria suprir algum vazio existencial.

— Quer algo pra comer? —Louis perguntou.

— Aceito um dos sanduíches, tô com uma puta fome. —Adrian respondeu tentando estalar o pescoço travado.

— Bom, só tem um. Vamos ter que dividir.

— Desde que você separe igualmente, não vejo problema.

— Vou tentar, mas não prometo.

Louis pegoi uma faca e calculou milimetricamente o meio do lanche, mesmo sabendo que erraria propositalmente e ficaria com o pedaço maior.

Ele se sentou novamente no banco e apertou o cinto de segurança. Louis era medroso e sua cabeça martelava os piores cenários possíveis, como cair no mar e ser devorado por uma trupe de tubarões famintos.

— Seu pedaço. —Louis entregou o lanche para o piloto. — Ficou um pouquinho desigual, mas você releva.

— Não tem como eu comer enquanto piloto. —Adrian fez uma careta de desaprovação.

— Então por que pediu?

— Porque eu tô com fome.

— E quer que eu faça o quê? Dê na sua boca?

— Não tinha pensado nisso, mas é uma boa ideia. —Adrian sorriu imaginando a cena.

— Sem chance, não tenho filho dessa idade.

— Quebra essa pra mim, por favor. Se eu morrer de fome, vamos cair no mar e algum tubarão vai comer a gente.

Adrian já havia percebido o medo súbito em Louis ao entrar no avião e com certeza usaria isso em algum momento oportuno. Ele não era inocente e sabia como virar o jogo ao seu favor.

— Você tá falando sério? Aqui tem tubarões?

— Sim, muitos.

— De qual espécie?

— Da maior e mais perigosa que você possa imaginar. —Adrian tentou assustar Louis. — Me dá esse lanche logo.

— Não pense que sou legal. —Louis bufou e revirou os olhos.

Ele deu um pedaço para o piloto morder e quase teve o dedo arrancado, assim como os tubarões fariam, a diferença é que seria numa proporção maior e desigual.

Entre uma mordida e outra, os dois acabaram seus lanches e suas barrigas pararam de roncar. Louis repousou a cabeça na janela ao seu lado e voltou a observar o mar, perdido no próprio pensamento.

Seu pai desapareceu semanas atrás e não deixou nenhum recado, apenas pistas do seu paradeiro. Um livro e algumas coordenadas, sendo mais específico.

O medo de ser abandonado era latente e consumia Louis dia após dia. Mesmo tendo vinte anos nas costas, ele não se via sem o pai por muito tempo.

Sua mãe morreu após o parto e ele cresceu sem uma família estruturada. Seus parentes eram distantes e mal o visitavam, nem mesmo nas épocas festivas. Foram muitos aniversários e natais praticamente sozinho.

Por sorte, seu melhor amigo era como um irmão. Inclusive, ele quis vir junto, mas Louis não deixou. Caso algo desse errado, ao menos Tales ficaria para avisar às autoridades.

— Tem água aí? —Adrian interrompeu a reflexão do Louis.

— Bebi minha garrafinha toda.

— Tem mais lá atrás?

— Acho que sim.

— Poderia me fazer um favor?

— Poder eu não posso, mas vou ser bonzinho e vou pegar.

— Obrigado. —Adrian sorriu.

Louis se levantou novamente e foi até o compartimento traseiro. No caminho, ele ouviu um som agudo penetrar seus ouvidos e sentiu sua bússola no bolso ficar cada vez mais pesada.

Ele a pegou, mesmo sendo perturbado pelo zumbido maldito, e a viu girando descontroladamente, apontando para todas as direções ao mesmo tempo.

— Aka libe no. —Uma voz misteriosa ecoou como um trovão, rasgando o céu.

Assustado e confuso, ele olhou pela janela da porta de emergência e presenciou as nuvens se acumulando em cima do avião. Elas ficaram acinzentadas e anunciaram uma forte tempestade.

Sem tempo de reação, uma leva potente de granizos atingiu o vidro temperado da parte dianteira. Segundos depois, o vidro se quebrou e um caco atingiu Louis na coxa.

Ao ver seu sangue escorrendo pela perna, ele escutou Adrian gritando, mas o estado de choque não o permitiu entender uma palavra sequer. O que diabos aconteceu?

Desesperado, Louis viu o compartimento da frente se quebrando e se soltando da parte onde ele estava. O avião, ou o pedaço do que sobrou, caía em queda livre e a imponderabilidade sugou Louis, dando tempo apenas de se agarrar num dos paraquedas que estavam presos na parede metálica.

Forçado pela gravidade, Louis recobrou a consciência e abriu o paraquedas, pairando no ar por alguns instantes. Sem energia, ele sentiu seu próprio peso indo contra o seu instinto de sobrevivência e sua mão se desprendeu do equipamento.

Dando piruetas no ar, ele tentou manter a calma ao ver que estava indo de encontro com a água salgada. Sua maior preocupação no momento não era saber se a água ao menos estava numa temperatura boa e sim se já havia algum tubarão o esperando com a boca aberta.

Sem tempo para resistir, Louis bateu com as costas na água e sentiu seu corpo aquecer com a pancada. Era como se ele caísse no chão duro e quebrasse algum osso.

Rodeado pela escuridão do oceano Atlântico, ele sentiu a água inundar seus pulmões e percebeu que engoliu mais do que deveria. Fraco pela queda, Louis apenas aceitou o seu destino e desmaiou.

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