Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Sem Piedade

A porta do telhado está repleta de sangue. O cheiro metálico me oprime.

Almeida acertou.

Pintaram a porta com o sangue do meu amor. Vou pintar o aço do Complexo com o sangue deles.

O visor da trava está cheia de sangue, mal consigo digitar a senha.

- Vou com você! - Almeida sussurra.

Olho em seus olhos. Não me interessa se ele quer consertar as coisas. Não me interessa se está preocupado como que vai acontecer agora. Ele falhou comigo, não lhe darei a chance de errar de novo.

- Não vai. - respondo de volta. - Se entrar neste lugar e estragar ainda mais a minha vida, vai morrer como um porco.

Almeida não se move. Sabe o que fez, sabe como falhou comigo. Mesmo depois de tudo o que fiz por ele e por sua filha. Ele falhou comigo.

O telhado está meio iluminado pelo abajur. Aquele abajur antigo, que meu homem trouxe para cá, há quase dois anos, só para me impressionar na nossa primeira noite.

Meu coração queima dentro do meu peito.

No fundo da sala, Ferreira está sentado no chão, apontando uma arma para mim. Está ensanguentado, o braço treme em espasmos. Está bastante ferido.

Ao lado dele, Cristiano agoniza.

Vejo um corpo na outra extremidade, no lado oposto de onde eles estão.

Faria. Morto.

Cristiano está vivo. E fez muito estrago.

Pelo Criador.

Só o reconheço por causa dos cabelos. É a unica parte de seu corpo que não está coberta de sangue.

- Demorou, Major!

Reviro os olhos.

- Estava ocupada, enviando cumprimentos ao Souza, através de Sato.

Por um momento o homem empalidece. Ele entendeu.

- Então você a matou... Achei que não teria coragem. Fiquei sabendo que você hesitou em matar o Souza.

Ele sabe disso, Sato sabia que Almeida estava encarregado de cuidar do Cris. Ela também sabia que eu queria sair daqui. Desse lugar maldito. Sabia do plano quase todo.

Alguém me traiu.

- Eu contei cinco tiros na testa. Menos de cinco segundos. Nem demorei tanto assim. - sussurro, me aproximando.

- Pára! - ele aponta a arma para o corpo de Cristiano.

Cris está me olhando com um único olho. O esquerdo está inchado, não abre. Também percebo a dificuldade em respirar, a boca aberta, sugando o ar com força.

Meu amado...

- Seu esposo é valente. Acredita que ele enfiou uma faca nas costas do Faria, mesmo com um tiro no ombro? Tentou tomar minha arma... até que não é tão frouxo quanto pensei que fosse.

Foi no ombro. Graças ao Criador, o tiro foi no ombro.

Uma faca. Ele devia andar armado, isso sim. Por que não dei uma arma a ele?

Subestimei Bruna Sato.

- Ficaria decepcionada se ele não matasse pelo menos um de vocês.

Cristiano ri e começa a tossir.

Tenho orgulho dele. Não é mais um nerd sem defesa. E não pode perder mais sangue. Vou até a janela. Abro o trinco tranquilamente.

- Não tem vontade de sair daqui? - questiono.

O vento noturno invade o lugar. Vejo as estrelas que tanto amo observar.

Vou poder vê-las sempre, à partir dessa noite. Com meu homem ao meu lado.

- Passar fome e morrer na miséria? Não. Agradeço.

Olho nos olhos do meu amor.

- Eu estou cansada. De jogos, de barganhar, de fingir. Eu vou te matar, Ferreira. Você não vai sair daqui vivo.

- Você também não vai sair. Seu esposo não tem muito tempo de vida. Então seremos três a morrer.

Vejo Cristiano indicar a arma que Ferreira está segurando. Percorro meus olhos pelo corpo dele.

- Você achou que podia ser militar, não é mesmo? - ele debocha.

Ferreira parece imóvel. Não se move, também está sujo de sangue.

- Eu provei que posso.

Se Faria morreu aqui em cima, aquele sangue no elevador não era todo do Cristiano.

- Você não pode. Nunca pôde. Sato te deu as patentes. Você nunca as mereceu.

Observo a lateral da perna do meu amor. Ele tem dois ferimentos de tiros. E continua indicando a arma do Ferreira.

Olho em volta. Há alguns projéteis chão, usados. Ele disparou várias vezes, aleatoriamente. Queria que Cris estivesse vivo quando eu chegasse aqui.

- A cada nova patente, eu executei minhas ações com maestria. Jamais falhei como militar, em nenhum dos cargos.

Observo as paredes. Vejo marcas. Ele atirou para assustar e coagir meu esposo.

Munição.

Ele está sem munição.

Cris aprendeu. Sabe a quantidade de munição para cada tipo de arma. Ferreira está usando um 38, a reserva.

O maldito usou toda a munição da ponto 40 para torturar e assustar Cristiano.

- Se não fosse Sato, você jamais conseguiria.

Vejo seu olhar de compreensão. Ele sabe que entendi. Com o indicador ele faz sinal de silêncio, colocando o dedo sobre os lábios.

- Posso ser o que eu quiser. Mesmo que me falte oportunidade.

Ergo a arma, miro na testa dele e atiro.

Uma. Duas. Três vezes. Sinto um tiro no braço. Ele ainda tinha uma munição.

Ouço correria e gritos, mas não me importo com nada. Avanço sobre o corpo de Ferreira e o arrasto pelo colete até a janela.

A dor no braço é aguda, como se estivessem cortando meu músculo ao meio. Mesmo assim, ergo o corpo do maldito que torturou a pessoa que mais amo e, sem hesitar, jogo Ferreira pela janela.

Agacho ao lado de Almeida, que está checando os ferimentos de Cristiano. Beijo o rosto do meu amor, sentindo o gosto de sangue.

- Vem. Ele precisa da emergência, Lana. - Almeida sussurra.

Me permito chorar, enquanto ajudo Almeida e Bianca a erguer meu esposo e levá-lo até o elevador.

- Amor... Vai ficar tudo bem. - sussurro.

Ele tenta sorrir e faz um bico, na intenção de um beijo. Mas antes que meus lábios alcancem os seus, ele perde os sentidos.


Eu preciso gritar com dúzias de pessoas na emergência.

Primeiro, porque o Complexo está um caos e não querem atender ninguém.

Depois, porque já descobriram que matei Sato e, apesar de ninguém ter coragem de me deter, eles não entendem meus motivos, me julgam com o olhar.

Então, depois de gritar muito, saco a arma e começo a ameaçar as enfermeiras.

Só assim que a coisa funciona.

Mesmo com uma arma apontada para a cabeça dela, a enfermeira loira quer me impedir de entrar na sala de cirurgia. Ela só me deixa entrar depois que atiro para cima.

Enquanto estou sentada no fundo da sala, observando os dois médicos trabalharem no meu amor, meu rádio toca sem parar.

Quase atiro nele também.

Quase.

Um aparelho começa a emitir um som agudo e contínuo. O médico avisa sobre a parada cardíaca. Eles se movimentam mais rápido, falam palavras que não compreendo.

Ajoelho.

Ter fé sempre ajuda. Pelo Criador. A angústia, o pesar, o ódio, a culpa, a dor e o medo se misturam dentro de mim.

Lágrimas. Gemidos de dor. Sou uma confusão de sentimentos. Meu único desejo é que ele fique vivo. Que viva para sair daqui comigo.

O meu lugar de liberdade é ao lado dele.

Eu vou dar a ele os filhos que ele tanto quer. Vou aprender genética, só para conversarmos por mais tempo. Não vou ligar se ele quiser morar longe do meu pai. Vou deixar que ele e Vítor façam bastante bagunça na casa toda.

Serei a esposa que ele merece.

Só quero que ele volte para mim.

Uma mão toca meu ombro. Ergo os olhos e vejo o médico me olhar. Ele está sorrindo.

- É sua vez. Precisa cuidar desse ferimento.

- Ele... Está...?

Não consigo perguntar.

- Está vivo. Vem. Você precisa de cuidados.

Não existe no mundo alguém mais feliz do que eu.

Com alguma paciência, deixo que o médico cuide do meu ferimento, enquanto observo o outro médico limpar os ferimentos do meu Cris.

Nem preciso dizer que não quis ir para outra sala. E que só vou sair daqui com ele.

- Foram muitos ferimentos? - pergunto.

- Cinco tiros. Um no ombro esquerdo, um na mão esquerda. Dois na perna esquerda, um na perna direita. Nenhum órgão foi atingido. Ele precisa ficar com o braço imobilizado por um tempo. - O médico diz.

Ele foi torturado.

- Ele vai precisar de cuidados?

- Limpeza e troca do curativo da mão. Não vai poder andar por um tempo e o trauma. Não sabemos o que disseram ou o que fizeram. Ele pode demorar um tempo para aprender a lidar com as memórias.

Claro que sim. Cristiano nunca passou por isso, nem quando a guerra estourou. Ele tinha um lugar para se esconder, não viu o que aconteceu nas ruas.

- Eu vou cuidar dele. - sussurro.

Por que é a verdade. É minha responsabilidade. Ele está assim por causa das minhas ações.

E mesmo que a culpa não fosse minha. Ele é o meu amor.

A pessoa mais importante da minha vida.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro