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Hesitação

Não posso sair desse inferno. Ainda não.

É pela saúde do meu amor.

- Preciso de um tempo, pai

- Quanto tempo, Lana? - Edgar grita através do rádio.

Estou tentando ter calma, mas ele não ajuda.

- Cristiano levou cinco tiros! - berro. - Vou esperar a merda do tempo que for preciso! - atiro o rádio na parede.

Ele não quebra. Só cai no chão e continua apitando.

Maldito.

Não meu pai, o rádio.

- Você precisa dormir. - Almeida diz.

Nem respondo. Por que eles insistem em me dizer o que fazer?

- Bianca vai olhar por ele. Vá tomar pelo menos um banho.

- Não. Vou tomar banho com ele, na casa que ele escolheu para morar comigo, lá fora.

Almeida sorri e aperta meu ombro, sentando na poltrona ao meu lado. Bianca está na sala de espera. Estamos no quarto de hospital, esperando Cristiano acordar.

- Não viu a casa ainda?

Não esqueci do que disse a ele lá no telhado. Era a verdade, Almeida falhou. E continua preocupado em consertar o que fez. Sabe que é culpa dele Cris estar nessa situação. Mas não estou com raiva dele. Só quero sair daqui com meu esposo.

- Não. Eu não podia sair, lembra? E quando saia não podia ir longe.

- Verdade.

- Você falou do nosso problema para alguém? - questiono, lembrando do que Ferreira disse sobre nossos planos.

Almeida franze a sobrancelha.

- Que problema?

- Ficamos meses sem nos falar, você sabe o motivo. Contou para alguém o motivo de ter ficado com raiva de mim?

- Para o Gordo. Ele me chamou para conversar. Sabe que o Gordo gosta de resolver essas coisas em relação a você como se fosse seu pai.

É como se Gordo realmente fosse um pai para mim. Ele não faria isso. Gordo não me trairia assim.

- Você não falou isso para mais ninguém, certo?

- Não falei. Por que está perguntando isso?

Isso não pode ser possível.

- Sato sabia disso. Ferreira sabia. Eles sabiam de coisas que só conversamos entre nós. Como o fato de que você ficaria responsável por tirar Cristiano daqui. A saudade que eu tinha da cidade antes da guerra. Ela sabia da cronometragem, ajustou suas ações às nossas, só por isso conseguiu pegar Cristiano sozinho.

- Gordo não faria isso. Haviam outras pessoas na sua sala, quando a evacuação começou. Ângela, Ivone e a própria Silvana. - Almeida responde.

- Elas sabiam do motivo da nossa briga? - insisto.

- Não falei disso com ninguém, nem com Júnior.

Um nome. Apenas um.

Se for quem estou pensando... Tenho mais contas a acertar.

- Vamos descobrir quem foi, assim que sairmos daqui.

- Lana. - Ouço uma voz rouca me chamar.

Abro os olhos e em segundos, estou ao seu lado, olhando seus olhos inchados.

- Oi, meu rei.

Ele sorri. Não está sentindo dor, está sedado. Muito sedado.

- Oi, minha rainha. Você parece preocupada. - ele sussurra.

- Estou. Meu guerreiro mais nobre foi ferido. Quase enlouqueci. Até dei tiro para cima.

Ele sorri mais largo. Acaricio seu rosto e beijo seus lábios levemente.

- Posso ir para casa? - ele pergunta.

- Eu preciso dizer que você vai usar a cadeira de rodas por uns dias, está todo remendado.

Ele faz uma careta e deixa escorrer uma lágrima.

- E eu achando que a gente ia fazer amor assim que chegasse na casa nova.

Sorrio e beijo seu rosto.

- Dessa vez não podemos. Mas vou te mimar bastante, até que enjoe de mim.

- Isso nunca vai acontecer, amor! - ele sussurra.

Almeida me ajuda a colocar roupas limpas nele e colocá-lo na cadeira de rodas.

O médico que cuidou do meu ferimento deixou uma pequena maleta térmica com todas as medicações que Cristiano vai precisar nos próximos dias.

Coloco a maleta no colo do meu amor e sigo para fora da ala médica.

Para o estacionamento.

Para o blindado. Benny. O meu favorito.

Finalmente, para fora desse inferno.

Até que uma voz me faz recuar.

- Major Fernandes!

Não conheço o militar que me chama. É idoso. O General Thomas está ao seu lado.

- É Matarazzo. E não mais Major. - aviso.

Só posso deduzir que seja Cádis, o Marechal Fantasma.

Bela hora para se fazer presente.

- O que você quer? - questiono.

Almeida pigarreia e bate continência. Isso não me pertence mais.

Nunca mais.

Sem mentiras, sem fingimento. Sem patente. Sem superior. À partir de agora, só o Criador acima de mim. O idoso ri.

- Trégua, Major. - ele pede, se aproximando.

Aguardo sua aproximação total. Ele olha para Cristiano, depois para Bianca e volta a olhar para mim.

- Fique. Arrume a bagunça que causou. Assuma o lugar da mulher que matou. - ele diz.

Parece que ele está pedindo.

E eu não estou nem aí.

- Não. - respondo.

- Tudo isso é maior do que imagina. Sato tinha a obrigação de manter esse lugar funcionando e próspero. Ela tinha ordens. Você estragou tudo. Conserte.

- Me obrigue! - desafio.

Cádis ri novamente.

- Eu faria isso, se tivesse armamento. Mas até nisso você pensou.

Essa conversa me cansou. Dou as costas a ele.

- Capitão Almeida, o convite se estende a você. Fique e arrume a bagunça. Seja conselheiro.

Olho nos olhos do Almeida. Ele ri e nega com um gesto.

- Minha lealdade não está neste lugar, senhor.

- Nos deixe em paz. - Cristiano pede.

- Seremos como as pessoas na zona leste. - prometo, ainda de costas. - Não vamos andar pelo seu lado da cidade, vocês não nos verão. Ninguém vai saber se morremos ou vivemos. Só nos deixem em paz.

Almeida me ajuda a colocar a cadeira de rodas dentro do blindado e a prender os cintos nas rodas. Bianca assume a direção.

Fico ao lado do meu amor, segurando sua mão.

Antes que Almeida consiga fechar a porta, Thomas entra no blindado e dá apoio para Cádis entrar também.

Saco a arma e miro na cabeça do velho.

- Calma, Lana. - Cristiano pede.

- Por que você vem me infernizar justamente quando não preciso mais de você! Sato brincou com todas as vidas desse lugar! Por que você aparece só agora, quando não tenho mais paciência para lidar com vocês?

- Sato tinha ordens. Gente acima dela, acima de mim. De todos nós.

- Ninguém está acima de mim. - sibilo.

- Estão sim.

O velho tira do bolso uma miniatura do Cetro Solar. O de Sato era muito maior e eu o estraguei, atirando nele.

- Isso é um comunicador. - ele aperta um botão.

Saco a outra arma e aponto as duas para ele. O velho sorri.

- Eu sei que pode me matar, não sou de subestimar ninguém. Só preste atenção.

Uma imagem é projetada no ar.

Tecnologia. Uma que eu não sabia que existia. E nem Cristiano. Ele também está surpreso. Assim como Almeida e Bianca.

- Não é somente um projetor. É nossa ponte de comunicação com o resto do país. Com as outras colônias.

Colônias. Que merda é essa?

- Tudo o que você sabe sobre a guerra, sobre os conflitos pré-guerra foi programado. Tudo foi planejado. Pessoas foram usadas, dinheiro, vidas... Para termos nossa colônia. Era isso ou a extinção.

Eu não posso acreditar no que estou ouvindo. Nem no que vejo.

- O pós-guerra era o objetivo. Pessoas com medo da violência que foi gerada, dispostas a sacrificar sua liberdade em troca de um pouco de paz.

- Paz? - questiono. - O ser humano não sabe o que é isso.

- Não sabemos. O que nos trás a sensação de paz é a ignorância. Você se sentia mais feliz antes de descobrir tudo, não?

Ele tem razão. Eu era mais feliz, mas não respondo.

- Vários motins ocorreram durante a fundação das outras colônias. O mundo passou a viver no caos de uma guerra sem fim. E perdemos tecnologia, alianças, território.

As imagens da projeção mudam. Partes do mundo que só vi em filmes e livros, aparecem em total destruição. Alguns lugares parecem desertos. Outros com pessoas vivendo na miséria.

- Nós somos umas das poucas colônias que vivem uma relativa paz. Não quero perder isso. Se acontecer, seremos eliminados. Totalmente extintos. Estou falando de armas biológicas, que não deixam sobreviventes, nem humanos, fauna ou flora.

Cristiano olha para mim, vejo terror em seus olhos. O mesmo terror que estou sentindo.

- Eu nunca pude parar o que Sato fazia. Achei que ela controlaria a situação. Então, espero que você assuma o lugar dela e conserte as coisas. Ninguém vai ousar te desafiar, depois do que fez.

Almeida está olhando o chão do blindado. Cristiano está em silêncio. Eu não sei o que dizer.

Ou talvez eu sabia. Só não queira dizer.

- Você pode fazer isso. Não precisa de mim. - digo, baixando as armas.

- Até posso. Se me ajudar.

Chacoalho a cabeça, em negativa. Uma ideia vem a minha mente.

- Abra o portão. Deixe as pessoas saírem e viveram por si mesmas. Deixe a vida seguir o curso natural. Mantenha a estrutura do Complexo e dê abrigo a quem precisar. Continuarão como Colônia, já que nunca deixaram de ser. A população aumentou, você precisou ceder. É uma justificativa.

Cádis mantém o olhar em mim. Nem Cristiano nem Almeida se manifestam. Nem mesmo Bianca. Deduzo que eles concordam.

- Nada do que eu disser vai mantê-los aqui?

- Nada. - Cristiano diz. - Seremos como fantasmas, exatamente como você foi durante todo esse tempo. Invisível.

Cádis suspira de forma teatral, guarda o comunicador no bolso e desce do blindado. Thomas desce em seguida.

Não há despedidas.

Bianca coloca o blindado em movimento. Olho o rosto do meu amor.

Lágrimas caem de seus olhos.

- Quer conversar? - pergunto e beijo sua mão boa.

- Ela foi esperta. Sato. - ele diz. - Sabia de tudo, esse tempo todo. Nos testou até o último minuto.

Sorrio, limpando as lágrimas de sua bochecha.

- Morreu com cinco tiros na testa. Não adiantou ser tão esperta assim.

Ele ri. Passo meus dedos por seus lábios.

- Você foi muito valente. Me orgulho de você. Não se entregou. Lutou o quanto pode. Me conta...

Cristiano baixa o olhar.

- Eles me arrastaram, Faria me deu um tiro na perna, me obrigou a digitar nossa senha... Sabia que ele era amante do Ferreira? Levei um tiro na mão por ter esfaqueado a coluna dele.

Acaricio o rosto do meu amor. Do homem que não desistiu de mim.

- Como conseguiu uma faca?

- Lembrei que você esconde uma na bota. Deduzi que eles também tinham. Eu consegui pegar a arma dele. Atirei na virilha do Ferreira. Por isso ele não conseguia levantar quando você chegou lá.

Olho em seus olhos. Ele não está bem. Tirar vidas não é com ele.

Cristiano salva vidas. Tem esse dom. Nasceu para isso.

- Eu só pensava em ficar vivo. Por você, pelos meninos. Pela nossa família. Vocês são tudo o que tenho na vida. Eu não podia deixar de lutar.

- Nada disso vai voltar, Cris. - Prometo a ele.

- Eu sei, Lana. Eu sei.

🌱

Edgar está extremamente contrariado. Não dou muita importância. Sua feição muda quando vê Cristiano na cadeira de rodas. Ele ajuda Almeida a descer a cadeira do blindado.

Anis fica preocupada com o curativo em meu braço. Eles nos ajudam, nos levam até nossa nova casa.

Tem a fachada alegre, recém pintada de amarelo.

Provavelmente Edgar pintou.

As crianças estão no gramado, de cueca e molhados, tomando sol. Eles ficam preocupados ao nos ver. Correm até onde Cris está, mas hesitam em tocá-lo ao verem os curativos.

O cansaço é opressor, mas preciso falar com Gordo antes de poder dormir.

- Amor... Eu quero tomar sol também. - ele diz, sorrindo para os meninos.

- Não quer dormir? - pergunto.

- Não. Eu dormi bastante.

- Eba! - os pequenos gritam.

Ajudo Cris a deitar sobre uma toalha. Tiro sua camisa, a pedido dele. O sol não está tão forte.

- Meia hora, Cris. É o tempo de falar com o Gordo e voltar. Depois você vai para sombra! - aviso a ele.

Cristiano sorri, beijo seu rosto e o deixo com meus pais e meus irmãos.

Almeida me mostra onde Gordo vai morar, uma casa com dois cômodos, depois da casa dos meus pais, que fica ao lado da nossa. A fachada pintada de azul claro.

Gordo está sentado numa cadeira, na porta da casa, olhando a represa.

- Gordo. - chamo.

Ele olha para mim. Está chorando.

- Ela não veio.

Suspeitas confirmadas.

Ivone.

Ela era a informante.

- Sinto muito. - sussurro, abraçando meu amigo.

Quem me acolheu com seu riso alegre, seu jeito descontraído, sua comida maravilhosa que só perde para a comida da minha mãe.

- Quer ficar com a gente? Cris vai gostar de ter você por perto. - sussurro.

- Vou ficar com ele. - Almeida garante. - Eu e a Bianca. Já acertamos isso.

Sorrio e acaricio seu rosto. Ele também acaricia o meu e passa as mãos no próprio rosto, secando as próprias lágrimas.

- Você vai ficar bem, meu amigo. É melhor e mais forte do que qualquer dificuldade. Vai ficar bem. - sussurro, abraçando Gordo mais forte.

- Eu vou, Lana. - ele garante.

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