Reconciliação
Eu amo aquele homem com todas as forças.
Não suporto ficar longe dele, nenhum segundo mais. Fecho a porta do apartamento e sigo até o quarto andar, até nosso quarto, onde ele está.
Bato na porta, duas vezes. Ele demora, mas finalmente pergunta.
- Quem é?
Meu coração dispara em meu peito.
- Eu continuo querendo você. - digo. - Não importa o que nos separou... Só não aguento mais ficar sem você.
Ouço barulho dentro do quarto. Em poucos segundos, ele destranca a porta e estamos frente a frente. O quarto está vazio atrás dele, o que alivia um pouco o peso do meu coração. Carla não está lá dentro.
- Desculpe te acordar. Sei que não é hora.
- Eu não consegui dormir. - ele diz.
Respiro fundo, tentando acalmar meu corpo que reage instantaneamente ao cheiro e ao calor dele.
- Eu te amo. Sei que sou egoísta, mas nunca quis te machucar, Cris... Eu não suporto mais... - minha voz some, deixo as lágrimas passarem.
Ele finalmente me abraça e um peso some dos meus ombros.
- Você é o amor da minha vida... - soluço. - A pessoa mais importante. Nunca duvide... Nunca, Cris.
Ele me abraça mais forte, enquanto tento acalmar a tormenta dentro de mim.
Quando estou mais calma, ele beija minha testa e tranca a porta do quarto, por fora, sem me soltar.
- Quero conhecer o apartamento. - ele diz, seguindo comigo para o elevador.
Cristiano me abraça e deita comigo no sofá.
Permanecemos em silêncio até perceber que ele dormiu.
Deve estar como eu, há dias sem dormir direito, sentindo falta do meu corpo como eu sinto falta do corpo dele.
Beijo seu rosto, ele abre os olhos.
- Precisa dormir. Ir para cama.
- Eu não vou embora! - ele responde e fecha os olhos, me apertando em seus braços.
- Não quero que você vá embora... Quero que vá para o meu quarto. Não pode dormir no sofá. Dá dor nas costas.
Ele ri e beija minha boca.
- Me mostra o caminho.
Levantamos e eu o guio até meu quarto, que era para ser nosso. Cris deita na cama, enquanto fecho a porta.
- Vem! - ele chama.
Hesitante, chego perto dele.
- Não vai conseguir nada comigo. Estou naqueles dias.
Ele revira os olhos.
- Eu quero dormir. Só quero dormir. Você também precisa. Vem.
Sorrio e subo na cama. Ele beija minha testa e me envolve com seus braços.
- Esse lugar está lindo! Do jeito que pedimos.
Sorrio, me aconchegando em seu calor. Meu homem está aqui, comigo, apesar de tudo o que sou e do que fiz.
- Vamos resolver isso. Estou cansado de ficar longe. - ele pede.
- Quero casar, mas não quero ver meu pai magoado. - aviso.
- Ele parece feliz por saber que estamos separados. - Cris comenta.
- O médico disse isso na última visita. Que ele se sente culpado por estar feliz em nos ver separados.
Cris me aperta um pouco mais.
- Amanhã vamos pensar nisso. Vamos dormir, Lana.
Suspiro, sentindo o cheiro que tanto amo.
- Princesa! Bom dia. Pensei que estava sonhando, mas você está aqui.
Cristiano me encocha e sinto sua respiração em meus cabelos.
- Você está aqui. Veio dormir comigo.
- Você foi me buscar! - ele sussurra, acariciando meu rosto. - Cheirosa, como só você!
Eu sou dele, pertenço a esse calor, a esse corpo. E que calor!
Cristiano está agarrado a mim, como se eu fosse fugir. Suas pernas envolvem as minhas, seus braços trançados com os meus e sua bochecha colada a minha.
Cristiano solta meus braços e alisa minhas costas, me envolvendo em um abraço gostoso. Suspiro, colando minha testa na dele.
- Sabe que andei sonhando com esse último feriado? Seu apetite me deixou louca.
Cristiano ri.
Nos beijamos e seus braços me apertam ainda mais contra ele, até que estou com os seios colados em seu peito. Ficam duros e latejam, instantaneamente. Cristiano ergue a sobrancelha e sorri.
- Ah, você me quer?
- Quero. Mas vamos resolver isso. E... realmente estou naqueles dias. Não menti.
Cristiano faz uma careta. Beijo seu rosto.
- As coisas ficam difíceis quando seu pai está perto.
- Ele não pode ficar longe, Cris. Precisa entender isso.
- Entendo. Mas não quero essa questão entre nós... Desculpe. Podia ter sido mais paciente, muita coisa aconteceu ao mesmo tempo.
Suspiro e cheiro seu rosto.
- Eu não fui fácil, mas estava confusa... Ficar sem você foi a pior coisa que fiz.
- Certo. Nada de separação. Somos um casal, vamos permanecer juntos, não importa o que aconteça! Então... decidi não tentar ser amigo do seu pai. Deixar que ele fique a vontade para não gostar de mim.
Olho em seus olhos. Ele está sério e chateado.
- Não quero que ignore meu pai. Indiferença não vai ajudar.
- Não vou ignorar. Vou me manter afastado. Serei educado. Mas não vou forçar uma amizade que não vai acontecer.
Suspiro. Cris tem razão. É melhor não forçar.
- E tudo bem, não casar... por enquanto. Te dou alguns meses.
- Como se eu pudesse resolver esse problema! - reviro os olhos.
Ouço uma batida fraca na porta e sei que são meus irmãos.
- Lana! - Vítor grita.
- Já vou abrir, Vítor! Espera um pouco.
Cristiano me puxa e crava um beijo em mim.
Que beijo! Agarro seus cabelos e retribuo até me sentir tonta de desejo.
- Lana! - ele grita de novo.
Solto Cristiano e vou abrir a porta.
Vítor sorri largo ao ver Cristiano em minha cama e corre para ele. Lucas estica seus braços para mim, pedindo colo.
Sento na cama com Lucas no colo. Enquanto o mais novo brinca com os cachos de Cristiano, nos fazendo rir.
- Cris voltou! Anis quer que eu tome aquele remédio antes de comer! - ele reclama.
Rimos todos.
- Você sabe que tem que tomar. Não reclama! - Cris reprova.
Vítor faz careta. Lucas sorri.
- Anis prometeu uma sobrenisa de morangos, no almoço.
- Sobremesa, Lucas! - corrijo.
Lucas sorri, envergonhado. Beijo sua testa.
- Vão correr mais um pouco na sala. Eu e Cristiano precisamos conversar. Não podem sair sozinhos!
Os meninos murcham. Cristiano me olha, sorrindo.
- Depois, podemos encher esse menino com aquele remédio horrível!
Lucas solta uma gargalhada e Vítor sai correndo do quarto. Acompanho Lucas até a porta e me curvo para ganhar um beijo no rosto antes que ele comece a correr.
Fecho a porta e olho para cama. Cristiano está de bruços, fingindo um ronco. Vou até a cama e deito sobre ele. Ouço seu riso. Beijo seu rosto.
- Senti sua falta, Príncipe.
- Eu também, Princesa.
- Ouvi... a conversa que teve com Carla, no dia em que trouxeram minha mãe.
Cris está surpreso, mas não diz nada.
- Ela te abraçou... te consolou. Eu vi. Me senti a pior pessoa do mundo... o monstro que ela diz que sou.
- Você não é. - ele sussurra. - Eu não fui procurar por ela, se foi o que pensou.
Não respondo. Só minha mãe me conhece melhor do que ele.
- Ela estava lá quando cheguei. Insistiu, disse que continuava minha amiga, apesar de te odiar.
- Entendo. Você precisava desabafar. Ela estava lá.
- Sim. Apesar de tudo, ela estava.
Tenho uma ideia. Algo que pode funcionar.
- Vamos esquecer isso... Estamos juntos, é o que importa. - suspiro. - Amor, eu vou ficar muito triste se meu pai não estiver no nosso casamento. Mas não quero mais esse assunto entre nós. - digo a ele.
Escorrego para o colchão e o olho nos olhos. Eu senti tanta falta dele, de nós e desses olhos e dessa boca.
- Nós decidimos casar antes de tudo isso, antes de encontrar ele... Não é justo com a gente se adiarmos. - ele diz, sussurrando.
- Tem razão. Então... Quero casar logo. Mas vamos fazer uma cerimônia simples... Poucas pessoas vão saber.
Cristiano sorri e me abraça. Amo esse sorriso, saber que ele está feliz.
- O que você quiser, Lana.
- Então... Nossas testemunhas serão Gordo e Almeida. Certo?
- Sim. Sua mãe estará presente e eu vou chamar a minha mãe. E podemos pedir que Gordo faça um bolo. - ele diz.
- Minha mãe pode fazer. Você precisa comer a comida dela. É a melhor do mundo!
- Melhor que a do Gordo?
Respiro fundo o aroma de sua pele, seu cheiro. O cheiro maravilhoso do homem que amo.
- Mil vezes melhor.
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