Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Prólogo

Dias atuais

Uma estrela cadente cruza o céu e faz as três meninas levantarem suas cabeças no mesmo momento. Aquele é um momento rápido e mágico, mas conseguem ver o brilho que a estrela deixa para trás.

Sorriem encantadas e nenhuma se atreve a desviar o olhar. Eu sei de uma coisa.Sei que a partir dessa noite, desse lugar, desse ano as meninas nunca esquecerão o que elas viram. A primeira vez que vêem uma estrela cadente.

Olho animada para as meninas e me preocupo. Será que elas fizeram o pedido? É essa a pergunta que ronda minha mente. Eu então sorri por me dar conta que estou pensando nisso. Penso na minha infância.

Ninguém gostava de mim. E eu fui me acostumando com isso. Morava em um lugar diferente dos lugares de hoje em dia. Eu morava no Lugar das Lendas. E o nome já dizia tudo, né? Era uma cidade pequena, um povo que se conhecia muito bem, as fofocas corriam solta, nem todos eram amigáveis.

No Lugar das Lendas todos ali, sem exceção mesmo, todos acreditavam nas lendas. Todos tinham medo das lendas. Todos tinham medo do casal "perigoso" que me adotaram.

Então como eu posso explicar-lhes melhor? Eu fui adotada. Isso mesmo. Adotada por um casal e eles não eram amigáveis. Os meus pais adotivos me trouxeram problemas. Um atras do outro.

Sabem o que eu mais gostava de fazer? Desenhar lugares sombrios. Coisas escuras como o cemitério mais antigo.

No Lugar das Lendas tinha duas escolas, Padre Aluisio Gomes e Padre Alfonso Albuquerque.

Tinha uns cemitérios também, um trilho para o trem, poucos carros,tinha ônibus.

Era uma cidade pequena e nem todos pegavam ônibus.

Os ônibus paravam de funcionar as 18:00 horas.

Ninguém queria sair de noite para não correr o risco de ser atraído pela Lua. Sair de noite era pedir para morrer na Floresta mal assombrada. Sair a meia noite então? Era um risco bem maior.

Nosso costume era de pegar o trem ou ir a pé. Carros era algo luxuoso que nem todos podiam ter. Nas ruas as vezes tinha um telefone público.

Porém, nem sempre. Ficava uma fila grande de pessoas ali. Adorava ficar escondida de trás de um carro ou de trás de uma árvore e observá-los.

Era um costume meu. Brincar não, mas observar as pessoas sim. Gostava de observar os adultos. Costumes do tipo que me fizeram parecer estranha e todos começaram a colocar apelidos em mim.

— Titia, você viu? Uma linda estrela cadente passou aqui — Flora me tira das minhas lembranças de infância e a olho enquanto ela faz um biquinho de choro — Titia, não fiz meu pedido. Meu sonho nunca vai se realizar.

— E quem disse que sonhos nunca se realizam? — uma voz doce me faz fechar a boca rapidamente sem saber mais o que falar. Jade Luisa aparece com uma bandeja cheia de docinhos e coloca a bandeja do lado delas.

— Jade, você veio — as três meninas se levantam na hora e abraçam ela — Fez docinhos para gente? — voltam a falar todas juntas em uníssono.

— Trouxe docinhos sim, mas só vão comer se tirarem essa negatividade — diz séria e vejo o canto da sua boca se levantar um pouco, pois ela quer rir — Quem falou em estrela cadente? Cadê?

— Já passou e todas fizeram o pedido. Acabei esquecendo — Flora abaixa a cabeça e vejo o biquinho de choro se formar de novo em sua boca — O que faço agora, titia?

— Você acredita que seu pedido pode se realizar? - ela pergunta e sorri — Então já é um primeiro passo. Nada de negatividade ok? Faça seu pedido agora, pequena. Feche os olhinhos e se deixe levar. Na contagem de... 1, 2, 3 e...

Flora fecha os olhos e coloca suas duas mãozinhas em cada olho. Fica um tempo assim e depois abre os seus olhos. Olha para o céu, sorri, e ainda levanta o braço e acena com a mão para o céu. Eu e Jade levantamos a cabeça para ver. Só que não vi nada e a olho confusa. Minha noiva arqueia a sobrancelha sem entender nada.

Um sorriso quase aparece em meus lábios e me seguro muito para não deixar esse sorriso escapar. Porém, é quase impossível. Amo observar cada detalhe nela. Minha noiva é perfeita para mim.

Os olhos azuis, cabelo loiro um pouco ondulado e um sinal pequeno em formato de lua no braço direito.

Ela tem um sinal vermelho, mas com o tempo foi aos poucos perdendo sua cor.

O seu sinal é fofo. Tem formato de lua e só tem como ver se olhar com atenção. Jade tem um cuidado enorme com o seu cabelo. Impossível não sorrir ao ver seu jeitinho confuso. Ela é tão fofa.

— As tias não entenderam o que você viu, Flora — Pietra coloca a mão na boca para abafar uma risada — Por onde tá sua imaginação?

— Verdade. Por onde anda essa sua imaginação? Vive no mundo da lua — Alícia a reprova com voz autoritária e a vejo como uma adulta. Ela gosta de calçar as sandálias de salto alto da sua mãe e fingir ser uma adulta.

— O brilho no céu. Vocês viram? É os rastros da estrela — seus olhos ficam iluminados — Meu pedido vai sim ser atendido. Vocês vão ver, suas chatas — cruza os braços e faz biquinho de novo.

— Sem brigas, meninas — Jade logo se intromete na conversa e pega três docinhos da bandeja — Um docinho para cada. Pronto. Sem negatividade agora. Podem comer.

— Elas estavam tristes porque você não tinha chegado — me aproximo dela e sussurro no seu ouvido — Tive que vim ficar aqui fora para as três se distraírem. Estavam ansiosas dentro de casa.

— Elas são uma graça — Jade sorri e aproveita que as meninas estão bem distraídas para se aproximar de mim e me da um selinho — Boa noite. Você tá bem, meu amor?

— Estou cansada. Trabalhei até tarde hoje, pois tive que tirar umas fotos de um aniversário — minha voz acaba demonstrando meu cansaço — Como foi seu dia?

— Não temos folga nem no ano novo — suspira e sorri — Aconteceu um pequeno imprevisto com um bebê e tive que ajudar.Sou uma das melhores pediatras então...

Ela gosta muito de ser pediatra e adora trabalhar com crianças.

— Fico me perguntando quando vai chegar nossos dias de glória. Vamos comprar nossa casinha na cidade do Sábia e vamos poder visitar o Lugar das Lendas — eu deixo a imaginação voar enquanto sou levada para uma realidade igual a que imagino.

— Acredite nos seus sonhos. Se nós esperamos anos para nos reencontrar então a gente pode esperar mais anos e enfim vai chegar os nossos dias de glória — me abraça e eu sinto que não vamos ser capazes de nos soltar mais.

Abraçar Jade foi algo tão bom na infância. O nosso primeiro abraço, o nosso primeiro contato físico, nosso primeiro olhar. E está tudo guardado na minha memória.

Me deixo levar pelo cheiro do seu perfume e deito a minha cabeça no seu ombro. Abraçar uma pessoa é um gesto tão bonito, tão sincero, tão mágico. Todos deveriam abraçar seus parentes, amigos e etc.

É algo que expressa sentimento. Um ato simples e de muito significado.

Um barulho nos interrompe e eu sou obrigada a soltar ela. Nós vemos os fogos no céu. Jade sorri novamente e que sorriso lindo. Sou uma pessoa bem difícil de demonstrar todos meus sentimentos. Apelidos fofos, cartas ou demonstrações de amor.

Me sinto um pouco vulnerável com demonstrações ou com apelidos, mas teve um tempo que não consegui me conter. Teve um tempo que escrevi cartas de amor. E com ela é diferente. Consigo sim ser carinhosa.

— Tá chegando a hora, titia — Flora pega na minha mão e tapa o ouvido com a outra mão, pois tem medo dos fogos — São muito altos.

— Eu vou filmar e mandar para nossa mãe — Pietra diz animada e pega seu celular — Não tenho medo de fogos — sua voz mostra determinação, pois ela quer parecer sua irmã, Alícia. Só que sei o quanto tem medo do barulho.

— Sai para lá, Pietra. Sempre gravo tudo — Alícia empurra a irmã e pega seu celular — Você grava e fica tudo borrado.

— Eu te protejo, pequena — digo e pego Flora a protegendo dos fogos e ela me abraça forte — Ei, meninas parem de brigar.

— Pietra e Alícia, vou ligar para mãe de vocês — Jade fica séria de repente — Eu cheguei para gente ficar juntas e vocês só querem brigar.

— Desculpa, tia. Prometo ficar bem comportada — Alícia abaixa o celular e se afasta da irmã — Até porque nós temos aula em fevereiro e viagem nas férias. Nem vamos poder ficar aqui.

— Vou sentir saudades, tia — Pietra me abraça e em seguida abraça Jade — Mas precisamos aproveitar nossas férias em Belo Horizonte.

Sorrimos para as meninas e mais um barulho de fogos nos interrompe. Dessa vez dois fogos. Depois mais uns quatro e depois mais um.

Olho a hora e vejo 23:50 no relógio de pulso. Está chegando meia noite. Logo ajeito Flora em meus braços e peço para ela não ter medo e nem tapar com força o ouvido.

— Vamos fazer a contagem — Pietra sugere feliz.

— 10, 9, 8, 7, 6, 5 — nós começamos a contar todas juntas — 4, 3, 2, 1.... Feliz ano novo.

Os fogos coloridos brilham no céu e conseguimos ver as estrelas. Todas as pessoas comemoram e também as que estão na rua.

Casais se abraçam, crianças gritam felizes, som de rádio, famílias comemoram, sinto cheiro de bebida. Eu vejo os fogos, Pietra filma tudo, a Alícia olha admirada, Flora agarra o meu pescoço e tenta se esconder.

Jade me abraça e nós encostamos nossas testas uma na outra. Amo esse tipo de momento. Me sinto realizada. Tenho meu emprego como fotógrafa, tenho minha casa, moro com minha noiva, gosto do meu trabalho, tenho vizinhos bons do lado.

Sinto que hoje tenho a minha família. Eu e Jade. Só a gente. Isso basta. Fico pensando o que o pai dela acharia se nos visse hoje em dia ou o que meus pais adotivos diriam.

Por muito tempo me escondi dos julgamentos das pessoas, de tudo e de todos. Por muito tempo me escondi com medo de mostrar quem eu era. O que eu sou. Sempre fui corajosa, mas para isso não tinha coragem.

Encarar o mundo nos dias antigos era muito difícil. Nunca me importei com o que os outros pensavam. Porém, isso era diferente. Eu ligava sim e muito.

Imagina uma criança sentir que é "diferente" e ainda se culpar por isso, ter sentimentos por uma coleguinha de sala, sentir vontade de ficar com a coleguinha... Beijar.

Não sabia nada e custei para entender o significado.

Flora, Pietra e Alícia moram um pouco perto de nós. Conhecemos suas famílias. Somos amigas. Então as três gostam de vim passar um dia ou até uma noite em nossa casa. Elas tem um quarto aqui.

Um quarto de hóspedes que reformamos e agora pertence as meninas. É tão bom cuidar delas, mas a parte de aconselhar, mimar, educar eu deixo com Jade. Só a paciência de uma pessoa calma como ela mesmo. Não tenho muita paciência.

Os fogos continuam e me sinto ser transportada para um ano, para uma época em específico... Ou melhor. Me sinto ser transportada para o Lugar das Lendas.

Ninguém nesse lugar tinha dois nomes próprios e com a chegada de Jade Luisa de Cabral tudo mudou

Um lugar menos desenvolvido, com poucas oportunidades, onde se tem muitos costumes, onde os filhos respeitam muito os pais, um lugar com regras

Amores a moda antiga

Três crianças, uma amizade, um amor, um erro... Tudo aconteceu no Lugar das Lendas

Fecho meus olhos ouvindo o som dos fogos e sinto Jade beijar a minha bochecha. 5, 4, 3, 2, 1. E em questão de segundos vou sendo transportada para minha cidade.

Para as minhas origens. Aí vou eu Lugar das Lendas. Tudo fica escuro e... Volto para minha infância.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro