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Cap.8 Eu prometo...

Jade Luisa de Cabral

(Cidade Lugar das Lendas)

Eu vivia no mundo da imaginação.

Fingia ser a princesa Gabriela, fingia ser feliz em um castelo, fingia viver ao lado da natureza, fingia um mundo que só eu conhecia.

Um mundo onde podia ditar as regras. Um mundo onde eu escolhia comemorar o natal todos os dias se quisesse.

As vezes eu me perguntava do que adiantava ser popular se eu não podia brincar com minhas amigas.

Não tinha saúde, ficava gripada facilmente, uma poeira qualquer me fazia espirrar, uma simples dor de cabeça se transformava em coisa grave para o meu pai.

Você não tem saúde, filha. Por isso eu preciso cuidar de você. É tudo para seu bem meu pai dizia.

Continuava pensando que ia valer a pena. Minha esperança era de um dia ficar curada.

Brincar como as crianças normais

Correr como as crianças normais

Abri meus olhos na esperança de ver o meu antigo quarto.

A primeira coisa que observei foi cheiro diferente. Não tinha cheiro de flores ou natureza. E a segunda coisa foi o teto.

Com os olhos abertos observei o teto forrado, a cômoda do lado da cama, bonecas guardadas no baú e essa nova janela.

Uma janela sem cortinas pesadas.

Um caminho novo cheio de liberdade.

Só um passo e mais um pouquinho de coragem... chegava a abrir a janela e ver minha liberdade do outro lado.

Nesse momento ia esquecer a gripe, os espirros, dor de cabeça ou mal estar.

O medo nos impedia, escravizava, nos deixava reféns. Porém, atravessarmos a ponte nos levaria até o outro lado. Íamos chegar vitoriosos.

Nem pensei muito em atravessar essa ponte, porque o clima estava diferente.

Nós estávamos no Lugar das Lendas

Diana, Eunice, Ana Lúcia e Luciana pertenciam a Cidade do Sabiá.
Eu e papai pertencíamos ao Lugar das Lendas.

Deixei de cuidar da pequena Luciana, minha querida Diana ficou para trás, nunca mais ia escutar as histórias de terror que Eunice contava no Carnaval e nem disputar corrida com Ana Lúcia.

Flashs. Flashs.

Tudo virou apenas memória.

Como podia usar imaginação se meu mundo estava prestes a desabar?

Minha popularidade, sonhos, os meus pequenos momentos felizes, os pássaros.

Até um sábia veio se despedir ontem.

Abri a porta do quarto esperando ter a visão do corredor junto com a escada.

Encontrei uma parede branca, mesinha com abajur e um espelho.

Andei desanimada pegando na parede fria e deixando minha mão suja de tinta branca.

Nada de escadas

— Quem dera fosse um pesadelo — falei andando.

Olhei para meus pés e sorri um pouco.

— Somos como os forasteiros que viram o sabiá — levantei a cabeça — A única diferença é estarmos em um local fixo. Deixamos de ser nômades.

Suspirei.

— Nós somos forasteiros em terras desconhecidas — sussurrei sentindo o chão frio — Explorando cada canto do paraíso.

Lembrei da descoberta da Cidade do Sabiá.

Cheguei na sala e papai lia o jornal.
Seu óculos, olhar atento, paciente.

— Bom dia Diana, Eunice, Ana Lúcia e Luciana — mandei um beijo no ar.

— Acordou, minha filha — fechou o jornal tirando o óculos em seguida — Falava com quem?

— Pensei alto — me aproximei dele — Bença, pai.

—  Dormiu bem? — perguntou — Gostou da casinha?

— É muito linda — sorri forçado — Estou me acostumando. Mudanças são necessárias, certo?

— Certo. Sinto falta do sorriso da minha filha. Cadê? — fez cócegas em mim e não resisti, pois acabei rindo — Sorria, Jade, você vai se acostumar em breve.

— Tô com saudade das meninas — eu confessei.

— Entendo. Logo estará fazendo muitas amizades legais — tomou café — Tenho certeza absoluta.

— Acha que vão querer fazer amizade comigo? — cruzei os braços tentando afastar o medo — Essas pessoas não me parecem amigáveis.

— Vimos pouca gente. Chegamos tarde — deu de ombros — Tenho novidades e espero arrancar um sorriso desse seu rostinho.

Fiquei calada torcendo em silêncio e colocando boas vibrações.

— É sobre a escola. Aqui é uma cidade pequena e tem somente duas escolas — explicou usando a voz familiar de suspense que eu tanto gostava.

Joel amava contar relatos, notícias, uns assuntos do dia a dia.

Ele sabia narrar e fazia tudo parecer interessante.

— Duas? Na Cidade do Sabiá tinha umas cinco — coloquei a mão na boca por ter ficado surpresa.

— Exatamente. Precisamos se enturmar com o pessoal — falou com tom de voz misteriosa — Sei uma escola boa. Acho melhor te consultar primeiro antes de decidir.

— É internato? — dei um passo sentindo as pernas tremerem e as mãos suarem.

Meu pai conhecia muitos internatos. Ele era um homem bem informado e tinha uma certa influência no meio de todas as pessoas.

Ele influenciava os outros, mas nunca se deixava influenciar

Internatos sombrios com crianças e jovens considerados rebeldes diante da sociedade, internatos para onde iam os meninos que haviam cometido algum "crime" como roubos.

Internatos de freiras só para meninas. Alguns eram órfãos, outros mandados pelos pais.

O colégio era pago

A criança ou jovem estudante de um internato levava fama ruim no meio da sociedade. Eram mal vistos.

As vezes desobedecia Joel e ele dizia sem paciência

"Quer ser mandado para um colégio de freiras? Elas irão cuidar bem de você e aprenderá a respeitar regras"

— Se acalme, minha filha.Não vai morar longe de mim — me abraçou — Está sendo boazinha.

— Obrigada, papai. Fui precipitada — agradeci e beijei sua bochecha — Em qual escola estudarei?

— Uma é Padre Aluisio Gomes. Pelo que ouvi falar dos moradores tem um ótimo ensino — piscou o olho — Já a outra é Padre Alfonso Albuquerque. Por informações descobri sobre o péssimo ensino dessa escola.

— Os donos devem ser católicos — sorri divertida — Agradeço a Deus por aqui ter igrejas católicas.

— A única religião existente — disse sério — Só tem o catolicismo.

— Tenho certeza do meu destino — fui pegar uma xícara — A sua escolha é a minha escolha também.

— Confia tanto no seu pai assim? — ele me observou — Então escolho Padre Aluisio Gomes. Tem ótimos professores.

Comecei a preparar meu café da manhã.

— Sua mãe amava mistérios, contos de fadas, princesas — contou e soltei o pão — Tinha um fascínio pelo Lugar das Lendas e eu achava estranho, porque ninguém parecia interessado em sentar e ficar horas falando sobre a cidade assombrada. Jade Luisa, temo que o assunto será delicado.

— Mamãe? É algo maravilhoso, papai — peguei no ombro dele — Como assuntos sobre minha mãe pode ser ruim?

— Na verdade... é péssimo, querida — em seus olhos vi tristeza e lágrimas — Peço perdão. Fiz errado em esconder a verdade.

— Qual verdade? Pode desabafar. Irei entender perfeitamente — enxuguei uma lágrima solitária que caiu por sua bochecha.

— Demorei anos criando coragem o suficiente — sua voz falhou — Talvez esse seja o melhor momento. Espero ter o seu perdão. Lembra da viagem da sua mãe?

Concordei com a cabeça.

— Ela fez uma viagem, mas nunca irá voltar — respirou fundo — Entende o quão grave é esse assunto?

— Mamãe mandou uma carta falando que não vai voltar? Pode me mostrar a letra dela?

— Você não entendeu, Jade Luisa — começou a chorar e permaneceu calmo apesar das lágrimas molharem seu rosto — Só uma bebê de 2 anos. Como eu poderia dizer uma coisa terrível dessas a uma bebê inocente?

— Não chore. O senhor nunca chora — abracei ele — Sempre foi um herói.

— Desculpa. Os adultos também sofrem — retribuiu o abraço — Somos humanos falhos.

— Pare com isso — sussurrei — É feio chorar por bobagens.

Acabei repetindo a frase que ele falou no dia anterior.

— Aprendeu direitinho — sorriu fraco e me afastei — Sua mãe era linda. Os olhos azuis e cabelo loiro assim como você.

— Qual o motivo de falar no passado? — o arrepio na nuca e o coração acelerado.

— Ela ficou doente — desviou o olhar — Nossa menininha tinha 2 anos. Sua mãe ficou mal, Jade, sem forças e precisei assumir o papel de paizão.
Sua doença não impediu de escrever cartas para você.

— Mamãe escreveu um diário? — esse arrepio continuava e a sensação ruim.

— Sim. Deixou registrado o quanto te amava. Ela nunca te abandonou — encarava o chão enquanto relatava — Porém, essa doença...

Nem escutava direito. Meu ouvido havia deixado tudo com eco. Cada palavra vinha como se ele tivesse falando duas, três, quatro vezes.

Flashs

Sem querer imaginei uma mulher loira deitada na cama. O corpo magro. Um homem bonito e ela com olhos fechados.

O homem chorava enquanto a mulher nem respirava mais.

Cheguei a terrível conclusão. Mamãe nunca ia conseguir se recuperar dessa grave doença. Como podia ter viajado doente?

A realidade deixou um gosto horrível na minha boca. Sangue

Sem perceber comecei a morder o lábio inferior

— Pare de morder o lábio — o eco foi embora e voltei ao normal — Acorda, filha, nem pense em desmaiar.

— É mentira, é mentira, é mentira.

— Franciele virou uma estrelinha.

Faleceu. Morreu. Descansou.

Preferiu a ideia dela ter virado uma estrela. O choque podia ser menor.

— Fantasiei imagens belíssimas, praias, casas grandes, roupas chiques — deixei o choro vencer.

— Desculpa por ter criado as imagens  falsas e ter te feito acreditar na viagem.

— O nome dela era Franciele? Perfeito — enxuguei o rosto — Franciele não gostaria de ver a gente infeliz. Vou lembrar dela sempre que olhar para o céu.

— A sua atitude é de se admirar — se levantou.

— O senhor está sofrendo. Alguém tem que passar confiança para o outro — dei de ombros — Chorar não vai mudar o passado.

— Franciele estaria orgulhosa — me encarou — Sua reação totalmente inesperada.

— Graças aos ensinamentos do meu querido pai — funguei querendo evitar um possivel choro — O choque passou — fui até a janela — Irei fazer um juramento.

— Fazer juramentos é a sua marca registrada — abriu a gaveta do rack de madeira — Merece ganhar o álbum de fotagrafias de Franciele.

— Obrigada. Esperei tanto por isso — agarrei o álbum contra o peito.

— Mamãe, eu prometo ser uma boa filha e andar na linha. Nunca deixarei outras pessoas me influenciarem. Farei boas amizades, irei para missa, vou estudar bastante.

— Juramento feito. Parabéns — bateu palmas emocionado.

— Espero que esteja no céu — mandei um beijo no ar — Nos protegendo.

— O álbum de fotografias e o diário pertencem a você — tirou um caderno da gaveta.

Depois dessas emoções fomos tomar o café da manhã. Comia as bolachas em silêncio e quando a tristeza vinha... tentava substituir por algo fantasioso.

Obrigada, imaginações, vocês me salvaram

Qual Palavra acha que resume esse Capítulo?

Esperavam essa revelação?

Estão gostando de Jade?
E do pai dela?

(Está bem perto de Jade estudar com Ravena e Oliver)

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