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Cap.6 Uma visita inesperada

Oliver

Quantos esconderijos tinham no Lugar das Lendas?

Eu podia ter escolhido me esconder em uma área rural, a lagoa encantada, que era um lugar lindo. Ia estar ao lado da natureza, ver patos, marrecos, plantas e podia mergulhar.

Mergulhar naquela lagoa de águas cristalinas

Eu podia ter escolhido me esconder na igreja abandonada, ficar sentado do lado de fora do cemitério mais antigo da cidade, tentar pegar alguma formiga e guardar para levar para casa.

O cemitério mais antigo estava a muito tempo abandonado. Sombrio.

Muitos nem se quer passavam perto, porque tinham medo.

Quem morava perto contava relatos de ouvirem choros, pisadas, sussurros e outras coisas durante a noite.

Fantasmas pareciam "despertar" a meia noite. Não me atrevia a entrar e ficava fora do cemitério enquanto era dia.

Eu podia ter escolhido uma das opções. Porém, preferi a menos indicada.

Andar pelas ruas sem procurar um esconderijo e sem querer acabei me perdendo.

Eu me perdi

Não sei voltar pra escola

Muito menos voltar pra casa

A noite estava se iniciando e a lua havia se escondido.

Céu escuro, nuvens negras tinham aparecido, ouvi sons de trovões e vi relâmpagos.

Nenhuma estrela.

Minha mãe não ia aprovar essa minha atitude. Fugir da escola não foi o certo a se fazer.

Já era quase noite e começava a pensar em todos os pensamentos que estavam se passando pela cabeça da minha mãe.

Nessa hora eu provavelmente ia estar alimentando minhas formigas ou até mesmo fazendo a tarefa de casa. Tinha um formigueiro com formigas.

Elas eram de estimação.

Era a hora de meninos obedientes irem se preparar para dormir. E eu estudioso, inteligente, corria bem acabei ficando perdido.

Como uma pessoa se perdeu na própria cidade que morava?
Como uma pessoa se perdeu pelas ruas que tão bem conhecia?

Enquanto isso Mariete, mãe de Oliver

Mariete roía as unhas. Era uma mulher jovem com 27 anos. Em cima da mesa havia copos com um pouco de café.

Nem se quer tomava o primeiro copo de café e lá estava novamente colocando mais café e tomando rapidamente. Seu filho único, Oliver, havia desaparecido.

De manhã cedo deu um beijo na testa do filho, o abraçou e disse:

Não se esqueça. Obedeça a professora Ivana e seja bonzinho. Volte junto com os filhos da Nazaré.

Oliver sempre voltava da escola junto com os filhos de Nazaré, a vizinha deles, uma mulher alta, morena e muito forte com 40 anos.

Ela tinha três filhos rebeldes.

Por isso as três crianças estudavam em Padre Alfonso. Mariete então olhou pela décima vez para o relógio na parede.

Os ponteiros indicavam 18:00 horas e a sua ansiedade aumentava.

— Vizinha, você está bem? — ouviu a voz de Nazaré e abriu a janela.

— Tem noticias do meu filho, Nazaré? — perguntou segurando o seu terço — Por favor, vizinha, diga alguma coisa.

— Não, Mariete, não sei sobre Oliver — Nazaré respondeu falando devagar para procurar as palavras certas — Nem a minha menina que estuda com ele sabe.

— Tem certeza que ela não sabe? Posso tentar de novo — colocou a cabeça para fora da janela — Lúcia, venha aqui — a menina brincava com as suas bonecas e se levantou.

— Lúcia, minha filha, diga a vizinha o que me falou — pediu — Sobre Oliver.

— Aquele esquisito? — a menina riu e encarou elas — Não sei.Nem apareceu na sala hoje. Ninguém sabe nada dele.
Oliver é muito estranho e... mexe com bichos.

— São insetos, Lúcia. Meu filho nunca foi estranho — Mariete entortou a boca e suspirou — O que farei? Está anoitecendo e ele não chega.

— Sinto muito por você, vizinha. Queria poder te ajudar — disse limpando as mãos no vestido e a olhando com um olhar de pena —
Só Deus pode proteger seu menino.

— Obrigada pela ajuda — pegou na mão dela — O que vai ser de Oliver sozinho se começar uma chuva? Preciso ir atrás dele.

— Se acalme, vizinha. Seu menino é bem esperto — sorriu forçado sem saber o que dizer — E não pode sair no meio da noite. Quer ser levada para floresta?

— A lua sumiu e as estrelas também — Mariete sorriu — Nada a temer. Posso ir buscar ele e hoje mesmo meu filho vai estar comigo.

— Ainda acho arriscado. Melhor você continuar rezando — a tranquilizou — Amanhã vamos juntar grupos de cinco pessoas para procurar Oliver.

Mariete fechou a janela com o coração aflito e se ajoelhou no chão de frente para Nossa Senhora. Ela voltou a rezar enquanto segurava o terço.

Oliver

Aprendi muitas coisas com minha mãe. Um de seus conselhos foi sobre árvore e chuva. Esse eu nunca esquecia para o meu bem.

Quando estiver chovendo e você tiver na rua... Não fique debaixo de árvore. Pode cair um raio e lhe atingir

Por isso eu sai debaixo da árvore e corri sentindo a chuva cair. As gotas caiam no meu corpo me molhando por completo.

Minhas pernas começavam a pesar.

Era meio difícil correr quando tudo ao redor se resumia em chuva. Deixava as poças de lama no escuro. Tudo parecia uma cena de filme.

E eu assumia o papel de protagonista da história. Pela primeira vez na vida. Não me sentia pronto para arcar com todas as consequências dos meus atos.

Um garoto obediente não ia fugir, nem agir sem pensar, nem ia pedir perdão a Deus para perdoar sua desobediência.

Ele sabia o que fazer e como resolver
os seus problemas.

Eu deixei de ser o garoto obediente.

Nem sei mais quem sou.

— Me perdoa, mamãe — eu gritei ainda correndo — Que Deus não me castigue. Tenho muito para viver.

Dizia e tossia porque sem querer acabei engolindo água da chuva.

Tão burro que falava com a cabeça levantada como se pudesse ver algo no meio da tempestade cruel.

O céu dava a impressão que os anjos tocavam tambor sem parar.

Cada trovão me lembrava tambor, relâmpago me lembrava fogos de artifício, as gotas eram a neve pesada.

Os anjinhos estão tocando tambor a minha mãe dizia Vamos contar juntos quantos trovões vem e os relâmpagos. Assim acaba mais rápido

Mariete sussurrava baixinho no meu ouvido quando eu tinha 7 anos. Passei um bom tempo acreditando que anjos tocavam tambor.

Porém, um dia eu disse na escola sobre a história e meus colegas riram. E desde então parei de acreditar.

É só água fria. Você por acaso é uma menininha para ter medo de água? Ah ele é menininha. É filhinho de mamãe

Um colega de sala me falou rindo.

Nesse tempo tinha 9 anos e não quis correr para entrar na quadra, pois havia  chovido e ainda chuviscava quando a aula de educação física começou.

Apesar da escuridão consegui ver uma luz acessa. Corri e sentei na calçada suja de folhas amarelas.

Tossi novamente. Abracei minhas pernas sentindo frio.

Ouvi um som de pisadas. Olhei para o lado direito esperando ver o dono desse lugar, mas sem sucesso.

Alguém vinha andando devagar com seu guarda chuva. Uma imagem escura que não me permitia ver direito.

Podia ser assombração? A lua não veio, mas assombrações podiam aparecer.

Um relâmpago iluminou me fazendo enxergar a "criatura".

Vi o fantasma de uma criança? Senti um arrepio.

Uma criança sozinha no meio de anjos animados tocando tambor.

Uma criança perdida.

Ela se aproximou de mim e pensei em me levantar.

— Quem é você e o que faz aqui? — ela manteu certa distância. Tarde demais para correr do fantasma.

— É uma assombração? — franzi as sobrancelhas.

— Assombração usando roupa normal? — perguntou séria — Se eu fosse devia estar com um vestido branco.

— Não brinque. Isso nem tem graça — reclamei — Eu preciso de ajuda. Estou perdido.

— Perdido e com as roupas ensopadas — disse me observando — Por que veio para cá?

— É seguro para mim  — falei sem saber se era certo conversar com a estranha.

— Péssimo dia para fugir — desviou o olhar — Acha mesmo que não sei? Você deve ter fugido.

— Tem nada a ver com isso — gaguejei inseguro — Preciso de ajuda e se for para brincar comigo... melhor seguir adiante.

— Ver mais alguém além de mim? — cruzei os braços confuso — Só eu posso te ajudar. Ninguém vai surgir das sombras.

Ela zombava. O seu tom de voz deixava isso claro. Como se ela fosse piadista e eu o palhaço. Não estava sendo nenhum pouco protagonista da minha história.

— Eu gosto de tempestades — ela sorriu fraco. Sua voz misteriosa — Mas nunca saia de casa sem proteção — apontou para o guarda chuva.

— Fugi da escola — admiti olhando para baixo — Onde estou?

— Eu sabia. Bem previsível — colocou o pé em cima da calçada e observei como a menina aparentava ser — Vai pegar um resfriado se continuar aqui e você precisa de um chá.

— Odeio chá — fiz careta e tossi — Um chazinho nem cura tosse.

— Chá de hortelã é bom para resfriado — ergueu a mão — Pode ficar na minha casa.

Levantei me apoiando nela.

— Como é o seu nome? — encarei o seu rosto.

— Não importa agora. Você precisa se esforçar e andar rápido — olhei para  a boca dela percebendo o seu tom autoritário.

— Sempre andei rápido — afirmei — Nunca foi problema.

A menina desconhecida era baixa, cabelo castanho e olhos pretos.

Engoli em seco pedindo a Deus para acordar se fosse um sonho.

Andamos até finalmente chegarmos em um lugar afastado.

Matos rodeavam as cabanas, as luzes dos postes piscavam,  poças de lama sujavam nossos sapatos.

Subimos uma ladeira. Fiquei cansado, mas não deixei ela perceber. O clima ali era frio. Não entendi o motivo de ter a ladeira e de ser tão afastada das outras.

Ela abriu a porta revelando uma sala grande. O espaço era aconchegante e eu quis correr para me deitar.

Fiquei parado observando o espaço.

— Está com medo de entrar? — me tirou dos pensamentos fechando o seu guarda chuva.

(coruja piou ao longe)

Eu olhei ao redor me deparando com as grandes árvores. Tudo "dormindo" o que acabou trazendo lembranças da floresta e das árvores antigas na estrada.

— Não se preocupe. É uma coruja — me puxou para dentro da sala.

— Precisa tirar essa roupa ensopada — colocou o dedo na boca pensando — Então vai usar isso aqui — saiu e peguei em uma estante bonita de madeira.

— Vou usar roupa de menina? — logo perguntei quando vi ela voltando.

— É só essa noite. Ou prefere dormir assim? — colocou as roupas nos meus braços.

Tirei meu sapato, entrei no banheiro e troquei de roupa. Não tinha espelho ali e não sabia se tinha dado certo usar isso.

Voltei inseguro andando me sentindo
bobo.

— Caiu bem em você — ela comentou enquanto fiquei encostado na parede da cozinha.

— Obrigado por ter me trazido  — agradeci tímido — O que está fazendo com essas ervas?

— Preparando um chá de hortelã — ela colocou a mão na cintura — Pode sentar e descansar.

— Se a minha mãe te conhecesse diria que sabe receber bem as visitas — sorri balançando a cabeça — Nunca vi crianças fazendo chá sem supervisão de adulto.

— É bem simples — continuou — Eu observei a minha mãe fazendo e fui aprendendo.

— A minha nunca me ensinou — falei baixo — É inteligente e sábia. Tem 10 anos também?

— Eu tenho 11 — respondeu séria — Sei que não pareço ter essa idade. Sempre se surpreendem quando falo ter 11 anos ou ao saberem que sei reconhecer ervas.

— Realmente é impressionante — logo concordei — Nossa. Estou congelando... e o mundo parece está caindo.

— O inverno chega e precisamos estar preparados. É como a neve. Cobre o mundo nos trazendo a sensação de dormência. Por um período tudo fica "sem vida".

— Prefiro a luz do que o inverno — fiz careta.

O cheiro de hortelã estava por toda parte.

— Eu não moro sozinha — quebrou o silêncio — Moro com meus pais. Notei o quanto a ansiedade te consumia para saber a verdade.

— Nem havia me questionado — menti sorrindo forçado —  Sairam? Digo... seus pais — tossi disfarçando.

— Estão dormindo e ficariam bravos se vissem gente nova — ela disse de costas para mim — Então amanhã cedo saímos.

— Tem razão. Até porque não quero incomodar  — aquela parede quente fez passar o frio do meu corpo — Como se chama? Meu nome é Oliver.

— Me chamo Ravena — colocou o chá na xícara — Agora só esperar esfriar.

— Nunca te vi por aqui — admiti — Certamente não estuda na minha escola.

— Estudo em Padre Aluisio Gomes que fica a oeste indo na direção do cemitério antigo — apontou indicando o lugar e suspirei.

— Estudo na outra escola — eu falei desanimado — Padre Alfonso. Nem sei indicar onde fica. Queria estudar na sua escola.

— Só pedir para os seus pais te matricularem lá — deu de ombros.

— Minha mãe não acha bom me deixar andando sozinho pelo Lugar das Lendas — falei com vergonha — Deve achar perigoso e Padre Aluisio fica longe.

— Ela é uma mulher inteligente — me entregou a xícara — Melhor tomar o chá morno.

— Acha que vou ficar gripado?

— Se tiver mais um pouquinho de sorte não há o que temer — sorriu.

— Tem razão. Seus amigos tem muita sorte de te conhecer — experimentei o chá e queimei a língua.

— Toma devagar. Vai com calma — ela aconselhou — Não tenho amigos — disse e eu me surpreendi — Tudo bem. Nada de pedir desculpa... já me acostumei.

— Sinto muito — gaguejei sentindo a língua dormente.

— Gosto de ficar sozinha. Prefiro mil vezes a companhia do meu caderno de desenhos.

Fiquei calado mordendo a língua. Essa sensação era ruim.

— Está tarde. Vamos dormir — saiu da cozinha e entendi o recado.

Assunto encerrado

— Você é mandona sabe? — reclamei disfarçando o constrangimento e fui a acompanhando.

— Durma no sofá e amanhã te acordo cedo — me ignorou — Também não faça nenhum barulho.

— É 19:30. Hora de jantar — consultei as horas no relógio em cima da estante — Sua família tem uma bíblia — me estiquei para tocar nas folhas amareladas.

— Não toque. É proibido — de repente bateu na minha mão — É do meu pai e odeia quando tiram do texto. Precisa sempre estar em Salmos.

— Precisava me bater? — respirei fundo — Só queria tocar na bíblia. Não temos uma dessa. Vai a missa no domingo?

— Nunca fui a missa. Só eles que são católicos — continuou com a voz meio rouca.

Tomei o chá emburrado. Podia ter agido como um garoto mimado ou dramático. Todos diziam o quanto eu fazia drama.

Não era de propósito

— Obrigado. Poderia ser considerada uma curandeira — me deitei.

— Fala como se eu fosse uma pessoa de outro planeta — se ajoelhou perto de mim — Não faço milagres. Posso ensinar o passo a passo da preparação do chá.

Ravena foi irônica.

— Ensinar? Sem ironias? — bocejei — Significa que vamos nos ver de novo?

— Salvei sua vida. Não foi uma simples coincidência — tocou minha testa — Tem sorte de não estar com febre.

— Coincidência. Palavra difícil — fechei os olhos — Graças aos seus cuidados como médica-curandeira não terei resfriado. Se salvou minha vida seremos amigos?

— Usou a ironia, Oliver — se levantou — Pode me tratar normal. Sou criança e temos muito para aprender.

— Seremos amigos? — a ignorei e achei divertido ter o controle da situação. Era agora o piadista e ela a "perdida" na conversa.

Parecíamos estar competindo.

— Entendeu errado. Podemos nos ver um dia ou outro — apagou a luz.

— Espera. Antes de ir queria te pedir algo — a chamei criando coragem —
Se amanhã fosse me deixar, explicasse para minha mãe o que aconteceu essa noite e eu te pedisse para conversar com ela sobre me mudar de escola...

— Nem nos conhecemos e tenho aula. Não posso chegar atrasada — deu um passo e segurei um grito, pois estava desesperado para ela concordar com a minha ideia.

— Também tenho. Esse é o problema — falei pensando que ela tinha subido — Fugi de Padre Alfonso e nunca mais quero pisar os pés naquela prisão. Com sua inteligência e sabedoria pode convencê-la a me matricular na sua escola.

— Está cansado e delirando — mesmo no escuro sabia que permanecia perto — Somos só duas crianças. Além do mais... O que poderíamos dizer para mudar a mente de um adulto?

Soltou no ar o questionamento e foi dormir. Os ponteiros do relógio faziam barulho. Fiquei desanimado por ter saído do controle da situação.

Essa garota misteriosa tinha muito a ensinar. Algo bom, mas também meio sombrio a envolvia.

Como se suas palavras sussurrassem nos meus ouvidos.

Cobri meu rosto com o lençol.

Tive medo de dormir em um espaço aconchegante, mas tão vazio.

Sempre que vinha o arrependimento de ter sido desobediente sentia um frio na barriga. Medo. Isso era medo.

Nunca se sabe o que pode encontrar em momentos desafiadores.

Eu encontrei Ravena.

E aprendi minha lição.

Nunca saia sem proteção. Sempre leve um guarda chuva

Eu ri muito escrevendo o diálogo deles 😂 Oliver querendo competir. Os anjinhos tocando tambor (alguém aí escutou essa história do pai ou da mãe na infância?)
Eu já escutei e acreditava 👼🏻 👻 

Finalmenteeee eles se conheceram.

Chegamos até o fim de mais um Capítulo. Coloquem um emoji ☂ e digam "Boa sorte Oliver" para que nosso personagem consiga chegar bem em casa

Desculpa se repeti muitas palavras
As vezes fica difícil não repetir...

Vejo vocês no próximo. Fiquem bem

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