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Cap.27 (Parte 2: Ser criança é cansativo)

Inspiração que EU TIVE para esse Capítulo:

Tem dias que eu acordo bem cedo
Sem vontade de ir para escola
Não vejo a hora de chegar o recreio para paquerar e jogar bola
Chego em casa muito cansada
Me mandam ir direto para o chuveiro

...

Ser criança é bem assim
Todo mundo manda em mim
Sei que devo aproveitar
Sou criança quero brincar

(Ser criança - Sandy e Júnior)



Oliver

17h30

Pulei de encontro a um monte de vagalumes que estavam voando pela sala, ergui a mão tentando pegar um e gritei comemorando quando senti que havia conseguido, continuei com a mão fechada e sentei no chão.

Tinha alimentado as formigas e ainda tinha estudado para as provas de quarta feira, provas de ciências e religião, que estavam nos esperando amanhã.

Dona Mariete sabia dos nossos planos de irmos no fliperama e decidiu que ela ia me acompanhar.

Eu, Jade e Ravena estávamos planejando conhecer o fliperama, porque Julie havia nos convencido a acompanhar ela nos jogos.

Julie e Vinícius tinham combinado de jogar hoje.

Eu estava mais ansioso para ver Julie e contar as novidades para ela sobre o selinho bem inesperado.

O selinho que não deixou de ser um beijo.

Minha cabeça estava confusa com tudo isso, mas eu não podia ficar preocupado agora, estava adorando e aproveitando ao máximo essa sensação.

Jade Luisa era um anjo.

- Tá caçando vagalumes, primo? - escutei a "linda" voz de Gabriele - Eu estou quase de saída para meu primeiro dia de trabalho. Me deseje sorte.

Ainda estava me acostumando com a presença dela aqui.

Tanto tempo era só eu e minha mãe. Era estranho ver a casa agitada assim.

Encarei Gabriele e fingi um sorriso que achei ter ficado bem exagerado.

- Boa sorte, priminha - continuei sorrindo - Depois vamos marcar de conhecer a praia, não é? Você precisa tomar um pouquinho de sol, porque tá muito branca.

- Mas eu conheço a praia e eu sou branca e não é por falta de pegar sol - disse simplesmente - Você nunca foi na praia, é isso?

- Olha para essa cidade - abri os braços - Acha mesmo que a gente conhece outros lugares?

Ela ficou confusa.

- Você tem muita coisa para aprender, princesa - cruzei os braços - A cidade é cheia de lendas e os estrangeiros não fazem ideia de como funciona aqui.

- Tia Mari contou - piscou o olho para mim - Eu sei das regras, que só existe a religião católica, da lenda da lua...

- Então cuidado - abri a mão e deixei o vagalume sair - Nunca olhe para lua e sempre lembre das regras.

- Preciso agir como se fosse uma moradora desse lugar - balançou a cabeça - Vai ser difícil não olhar para cima, porque eu sempre gostei de ver a lua no céu.

- Deus me livre - fiz o sinal da santa cruz - A lua é encantadora igual a uma sereia e não podemos nos atrever a nem imaginar como seria bom observá-la no céu.

Gabriele levantou as mãos.

- Nossa, que costume estranho - ela revirou os olhos - A lua não faz mal a ninguém.

- Não são costumes - quase gritei - É a realidade.

- Tá bom, primo - se assustou - Não tá mais aqui quem falou.

Continuei de braços cruzados.

- Tudo pronto, Gabi? - minha mãe chegou na sala - Pegou suas coisas?

- Peguei tudo, tia Mari - sorriu - E ainda preciso saber de algo a mais sobre essa cidade?

- Não. Creio que não - ela ficou pensativa - Eu te falei sobre tudo.

- Eu também estou pronto - levantei rapidamente - Vamos nos encontrar com Julie. Ela tá esperando na esquina.

Pegamos os guarda chuvas e saímos de casa.

A primavera estava chegando, mas o tempo frio não parecia querer ir embora.

Fiquei debaixo do guarda chuva junto com dona Mariete, Gabriele ficou com o outro guarda chuva, fomos andando enquanto mamãe conversava com Gabi e perguntava as novidades da cidade onde ela morava.

Fomos chegando perto da videolocadora onde morava Julie, observei as crianças brincando e correndo pela rua, todos eram estrangeiros e não tinham nenhum pouco de medo de olhar para lua.

Escutei alguém gritar meu nome.

- Oliver - ela gritou novamente - Eu estou aqui.

Julie gritava bem alto enquanto pulava segurando seu skate.

Fui ao seu encontro e deixei Mariete sozinha com Gabi.

Ela ficou segurando o skate.

- Sua rua tá bem animada.

- Adoro essa animação. Traz uma boa energia.

- Onde tá aquele seu amigo?

- Vinícius vai ficar nos esperando no fliperama. Aliás... quem é essa guria ali com sua mãe?

Eu suspirei.

- É minha prima. Ela veio trabalhar no Lugar das Lendas.

- Estrangeira que veio a trabalho?

Concordei com a cabeça.

- Corajosa ela.

- Como assim? Por que corajosa?

- Tudo é atrasado nessa cidade, os trabalhos para mulheres são poucos e por isso a maioria trabalha com costura, agora os homens estrangeiros tem mais "sorte" por conseguirem ser professores ou trabalharem em outra coisa assim que chegam e procuram trabalho, as mulheres estrangeiras precisam ir atrás de outra ocupação, porque é bem difícil aceitarem o público feminino de gente de fora.

Parei para pensar um pouco.

- É verdade... nunca tinha pensado muito nisso. Ela vai trabalhar naquela sorveteria famosa que é o ponto de encontro dos jovens.

- Sua prima vai conseguir lidar com essa diferença absurda.

Ela deu de ombros como se não quisesse que eu ficasse preocupado.

- Mas vai precisar de paciência.

- Vamos falar de outra coisa?

Cocei a cabeça me sentindo sem graça e achando muito injusto essa diferença entre homem e mulher.

- Tem alguma novidade, guri?

- Vamos, crianças? Apressem os passos antes que comece a chover.

- Te conto no meio do caminho.

Ela concordou e começamos a andar, dessa vez eu fiquei debaixo do guarda chuva dela e fomos andando na frente, mamãe ficou bem para trás enquanto andava quase correndo.

Me aproximei dela e sussurrei:

- Acho que pulei os últimos passos.

- Do que tu tá falando?

- Você me ensinou lá naquele dia. O primeiro era conhecer ela, o segundo era a hora de agir e também chamá-la para sair e o terceiro era ter autoconfiança.

- Como tu pulou o 2° e o 3° passo?

- Porque nem se quer a convidei para sair e não sei como ser autoconfiante, mas aconteceu algo totalmente inusitado e vou te deixar surpresa quando contar.

- Conta logo. Estou ficando ansiosa.

- Ontem eu beijei Jade Luisa.

Coloquei a mão na boca dela para impedir que gritasse e continuamos andando como se nada tivesse acontecido.

- Me solta, guri - tirou a minha mão e se afastou - Como tu conta do nada? Por que não me ligou e marcou da gente se encontrar e contar quando estivéssemos sozinhos?

- Minha mãe não ia deixar eu sair de casa - puxei o braço dela - Mesmo que fosse só com intenção de te encontrar.

- Mas devia ter me ligado, mandado uma carta, um bilhete hoje na aula - disse com voz de indignação - Não deixar eu saber assim.

- Você não entendeu - aproximei do seu ouvido e sussurrei - Não foi nada proposital. A gente ia se despedir depois do parque e fui beijar a sua bochecha e ela virou o rosto na hora. Aconteceu que demos um selinho.

Ela colocou a mão na boca tentando evitar alguma demonstração exagerada e agradeci mentalmente por não escutar seus gritos.

- O guri que sabia nada sobre relacionamento - empurrou o meu ombro - Agora finalmente deu o seu primeiro beijo.

- E a guria que nunca se apaixonou e finge ser muito inteligente na hora da conquista - sorri forçado - Eu nem precisei seguir os passos da conquista que essa guria ensinou e fui muito bem sozinho.

Julie respirou fundo enquanto soltava uma risada exagerada.

- Eu sou anti romance - chutou uma pedrinha do chão - A regra é clara: nunca se apaixonar a ponto de querer se humilhar para pessoa em troca de uma simples atitude, meu amor próprio vale mais a pena do que perder meu tempo com guris que não valem nada, então eu prefiro ser feliz comigo mesma.

- Acabou a aula de autoestima? - suspirei cansado - Ou vai continuar se achando?

Ela deu de ombros.

- Não estou me achando. Tu sabe que sou assim.

- Sim, sim, sim. Eu sei. Agora chega.

- E como Jade reagiu?

- Ficou surpresa e nem conseguiu olhar na minha cara hoje de manhã.

- Precisamos fazer algo a respeito disso.

- Vou tentar falar com Jade essa noite. Não se preocupe tanto.

- Seja gentil, educado, escute o que ela tem a dizer e esconda o nervosismo.

- Vamos deixar essas regras para lá. Estou mais preocupado em como vou iniciar essa conversa. Eu sempre sou educado e gentil então nem é problema.

Paramos em frente ao fliperama.

- Admite que tu precisa de mim.

Fiquei encarando seu rosto enquanto percebia que a garota se divertia, seu jeito divertido e com um toque de provocação, sua voz que demonstrava estar se aproveitando da situação.

- Preciso de você só por causa da aposta.

Me olhou com os olhos semicerrados e ficou bem séria.

- Só por causa da aposta, não é? Eu sei, eu sei. Vou fingir que acredito.

Fechei o guarda chuva e observei minha mãe conversando com uma amiga que havia encontrado.

Percebi Jade saindo do carro do outro lado da rua e o seu pai esperando uma carruagem passar para eles poderem atravessar.

- Aproveitando que dona Mariete se distraiu - comecei distraído - Vamos falar de outro assunto. Jade tá vindo aí.

- Outro assunto - colocou o skate no chão - Tu ficou sabendo das fofocas?

Esperei ela continuar.

- Algum idiota espalhou um monte de papel pela escola - fez uma careta com raiva - No papel dizia que uma guria chamada Trix estava entregando uns folhetos, porque queria dar aulas de reforço.

- E o que é que tem? - mordi o lábio por ter ficado preocupado.

- Uma coisa horrível, Oliver - ela roeu a unha - Eu nem sei como falar disso sem parecer indelicada...

- Então fale devagar e escolha as palavras certas - eu insisti - Quero saber.

- Parece que Trix namora uma guria chamada Jamile do 9° ano - continuou roendo a unha - Por isso disseram para ninguém deixar as crianças irem fazer aulas de reforço com ela.

Parei de morder o lábio e senti meu coração dar um salto.

Abaixei a cabeça tentando entender o que aquilo significava, não sabia quem eram essas duas meninas, nem tinha visto esse papel em lugar nenhum, tudo era uma tremenda novidade.

- Acorda, Oliver - estalou os dedos - Essa informação te pegou de surpresa...

Se perdeu na frase e seu tom de voz foi diminuindo até parecer palavras sem sentido.

- É verdade? - consegui enfim perguntar.

- Por que mentiria? - voltou a roer a unha - Esse assunto é sério, guri. Eu nunca podia brincar com algo desse tipo.

Sua voz divertida tinha sumido e eu estava diante de uma Julie que parecia ansiosa e nervosa.

- Mas são duas meninas - tentei ligar os pontos - Como é possível que duas meninas namorem?

- Ah, Oliver - desviou o olhar - Tenta entender... elas se gostam. Não é coisa de outro mundo.

- Como é possível que elas se gostem? - me encostei na parede - Ainda não consigo entender...

- Sabia que tu ia reagir desse jeito - ficou me encarando - Olha... acho que não é coisa de outro mundo e também acho que devemos respeitar as pessoas.

- Bom... não quero ser indelicado - disse enquanto tentava escolher as palavras certas - Só achei diferente.

- E eu achei uma falta de respeito terem espalhado esses papéis - subiu em cima do skate - Eles acabaram expondo as gurias e piorando a situação.

- Também não vejo sentido em terem espalhado isso - cocei o queixo - Eles vão manchar a imagem dessa Trix.

Risadas altas chamaram nossa atenção e nos viramos rapidamente para trás.

Mariete e Joel estavam juntos e rindo juntos.

Espera... eles estavam rindo?

- Vejo uma amizade surgindo - Julie comentou - Pois é, Oliver. Então eu concordo contigo, viu? Eles vão manchar e muito a imagem da Trix.

- Conhecem a Trix?

Quase dei um pulo ao ouvir a voz de Jade Luisa.

Ela nos olhava e esperava uma resposta.

- Estamos falando da mesma pessoa?

- Acho que sim, Julie. Talvez.

Jade sorriu sem graça e disfarçou sua curiosidade.

- Eu posso saber da conversa?

- Estávamos falando das fofocas que uns idiotas espalharam pela escola sobre uma guria que namora uma Jamile do 9° ano.

Observei a cara dela ficar branca e seus lábios perderam a cor.

Franzi as sobrancelhas sem saber o motivo da sua mudança repentina.

- Tu tá bem, Jade? Ficou branca de repente.

Ela segurou na parede e fechou os olhos.

- Nada... nada não. Eu estou bem. Deve ter sido uma queda de pressão.

Pegamos nos seus braços e abanamos seu rosto.

- Já estou bem, gente. Tá tudo bem.

- Tem certeza?

- Tenho certeza, Juju.

Engoliu em seco e sorriu forçado.

- Eu também vi esse papel. O que vocês acharam?

- Achei uma total falta de respeito.

- Não vi sentido em terem feito uma coisa dessa.

- Concordo com vocês, porque não deveriam ter chegado a esse ponto.

- Os alunos que começaram e o problema todo tá aí.

- Talvez foi algo meio inusitado por causa das regras dessa cidade e de toda normalidade exigida. Se alguém sai da normalidade e faz algo do tipo...

- Eles julgam. É exatamente assim, Jade.

- Acha que tem algo fora do normal nessa história? Para vocês dois isso é uma total falta de respeito por terem espalhado fofocas ou por outro motivo?

Permaneci em silêncio só observando o seu jeito desconfiado.

Ela estava tensa e sua cara branca.

Dei um passo para frente e perguntei:

- Qual outro motivo?

Se virou de costas para gente e pensou na resposta.

- Se essa Trix fosse da nossa sala. Uma amiga da gente - começou a balançar e não parar quieta - E vocês chegassem a descobrir seu segredo sobre namorar uma menina. Ainda estariam do lado da Trix por acharem uma falta de respeito terem espalhado fofocas ou... estariam do lado dela por amizade? O fato da nossa amiga gostar de... de meninas ia interferir na amizade de vocês?

Eu e Julie nos entreolhamos.

- Bom, não sei te responder - ela começou - Esse exemplo pareceu um pouco meio que pessoal.

- Nada disso - discordei - O exemplo pareceu muito específico, se por acaso essa Trix fosse da nossa sala, uma amiga muito próxima, especial e confiássemos nela, por mais difícil que seja esse assunto, ainda ia preferir ficar sabendo da verdade por ela, mas eu sei que deve ser complicado lidar com isso sozinha e se por acaso acabasse tendo fofofas, então seria bom ter o nosso apoio, eu ficaria sim do lado de uma amiga nesse caso.

- Julgar não é comigo - se adiantou - Só que seria difícil os moradores daqui considerarem isso como algo normal, ainda mais se fossem crianças da nossa sala, seria importante acabar com esse preconceito.

- É. Esse assunto é delicado - Jade concordou - É bom saber que vocês dois apoiariam e defenderiam, ainda tentariam acabar com o preconceito, uma atitude admirável.

- Tá me estranhando? - perguntei em tom de brincadeira - Eu vou até o fim para defender meus amigos.

Juju apoiou o que eu disse e abriu os braços.

- Abraço em grupo?

Concordamos e começamos a rir.

Porém, Jade não parecia muito feliz.

- Chegaram - Vinícius apareceu - O que estão fazendo? Não vamos jogar?

- Estávamos... - as meninas trocaram olhares - Batendo um papo interessante e importante.

- Tudo bem - Vini ficou confuso - Vamos jogar?

- Só se for agora, guri - eles se cumprimentaram.

E entramos.

(Anoiteceu)

Minha primeira experiência no fliperama foi demais.

Um lugar colorido, meio escuro, com várias máquinas de jogos, muito barulho e conversa, pessoas rindo, comendo, se divertindo.

A porta abriu e Ravena entrou no local, sozinha e cheia de trancinhas no cabelo com uma cara de quem queria aprontar, sua animação aumentou quando viu as máquinas de jogos.

Bem, esse lugar não era bem a praia dela, por assim dizer.

Ravena fazia o tipo de garota calma e que gostava de lugares calmos ou que fossem em meio a natureza.

Porém, ter feito amizade com Juju fez ela mudar um pouco, as duas eram uma dupla perfeita, tinham personalidade forte e eram inteligentes, decididas, sabiam se expressar bem.

Eram as tias perfeitas para as crianças da Biblioteca Ultrasecreta.

Raven acenou com a mão e eu acenei de volta com um sorriso fraco.

Muito difícil ver minha amiga e não poder abraça-la porque dona Mariete estava aqui.

Que chato

Raven se aproximou de Juju e ficou observando ela jogando com Vini.

- Ai meu Deus - ouvi um grito e olhei assustado.

Jade Luisa estava na porta do fliperama e várias crianças pequenas corriam em direção as máquinas de jogos.

Eles não queriam jogar.

Queriam mesmo era encontrar as tias que estavam bem ali desprotegidas.

Julie gritou enquanto recebia o abraço de três crianças barulhentas que fizeram ela cair no chão na hora.

As crianças derrubaram ela

Nenhuma se atreveu a abraçar Ravena e só caíram em cima da coitada da Julie.

- Saiam de cima de mim - Juju disse com a voz abafada.

Nós três fomos salvar nossa amiga e tiramos as crianças da frente.

Ravena e Jade nem se quer ficaram perto uma da outra, não trocaram uma palavra, só trocavam olhares meio desconfiados e sem graça.

Por que estavam nesse clima estranho?

A dúvida me deixou cheio de incertezas.

- Oi, Ravena - Amanda e Esther apareceram e a surpreenderam com um abraço.

Um grupo de dez crianças, que também participavam das reuniões da Biblioteca, sorriram amigáveis para garota.

- Ela é uma bruxa do bem, pessoal - Amanda comentou - Não deviam ter medo dela.

- A gente tem duas tias - Esther complementou - A tia "malvada" Rainha da Neve e a tia bruxa.

- Bruxa do bem - a outra riu - Eu gosto de você quando vira escritora, conta os contos de fadas, faz teatro e é engraçada.

- Já eu gosto de você quando enfrenta as populares - gritou e algumas pessoas pediram para fazermos silêncio - Ah, povo, desculpa aí.

O grupo de dez crianças junto com Amanda e Esther pegaram nas mãos de Ravena.

O outro grupo de nove crianças pegaram nas mãos de Julie.

- Estamos fugindo dos nossos pais - um menino disse.

- Eles querem que eu faça aula de canto e seja cantora e prefiro ser professora - uma menina comentou - Por isso estou fugindo.

- Estou fugindo porque minha mãe quer me ensinar boas maneiras e eu odeio essas aulas - outra menina falou.

- Estamos cansados de sermos obrigados a fazer o que eles querem - Amanda complementou - As nossas tias são engraçadas, acreditam em duendes, gnomos...

- Nos ensinam contos de fadas - Esther piscou o olho para Juju - Talvez saibam o que fazer. Algo como ajudar a fugirmos dessas obrigações.

Eu cai na gargalhada vendo a inocência deles.

- As tias não podem ajudar vocês a se esconderem de seus pais.

- Podem sim.

- Não, Esther. Infelizmente não podem.

- Seu nome é Jade, certo?

Ela concordou.

- A gente só quer se divertir um pouco.

- Amanda tem razão. Conta a história de um conto de fadas para gente, tia.

As meninas estavam paradas sem mexer nem o braço e tive medo delas terem ficado paralisadas.

Como as crianças pequenas tinham mudado em tão pouco tempo?

- Bom, isso é no mínimo esquisito - Juju parou de segurar a respiração.

- Esquisito nada. É muito suspeito - Raven pegou nas trancinhas do cabelo.

Juju ajeitou sua blusa que tinha ficado amassada e a calça jeans.

- Vamos para outro canto? - uma menina sugeriu.

- Pequenos aventureiros - chamei a atenção deles - É hora de pirralhos - tossi disfarçando - Criancinhas lindas e bonitinhas estarem na cama.

- Nem te conheço, tio - um menino pegou na minha mão - Por que iria te obedecer?

- Queremos escutar contos de fadas - eles disseram em uníssono - Amanhã voltamos a ser obedientes e fazer o que nossos pais querem.

Começaram a implorar e alguns fingiram que estavam chorando.

- Ordem, gurizada, ordem. Façam duas filas. Gurias para o lado direito e guris para o lado esquerdo.

Vinícius ria da situação e parabenizava as tias.

Eles formaram duas filas.

- Não esqueçam que temos entre 10 a 11 anos e vocês são um pouco menores, mas nem temos tanta diferença de idade e não podemos ser responsáveis por um bando de pirralhos.

- Juju falou tudo. Fazemos as reuniões na escola.

- Podemos mudar as regras hoje.

- Não, Esther.

- Ah, Ravena, você vivia assustando a gente e agora quer agir diferente.

Jade desistiu.

- Tudo bem. Tínhamos combinado de ir no parque.

Olhamos indignados para ela.

- Não vamos levar esses pirralhos.

- Nem vem complicar a situação, Oliver.

Eles fizeram carinhas tristes.

Juju deu um passo para frente se dando por vencida.

- Vão andando em fila e devagar.

Eles comemoram.

- Vamos virar babá agora? - reclamei irritado.

- Para de reclamar e vamos logo.

Minha mãe me fez parar assim que cheguei perto dela.

- Quero saber o motivo dessas crianças estarem desobedientes, Oliver, e de onde você conhece esse povo.

- Eu explico em casa.

Joel foi nos acompanhando junto com dona Mariete.

Parque

Estávamos escondidos em um local afastado daquela multidão de gente que havia no parque.

Todos estavam sentados em roda e nós estávamos em pé.

Eles estavam mais calmos e pararam de fazer barulho.

- As vezes queria acreditar que existem fadas - Amanda e Esther disseram em uníssono - Meus pais vivem dizendo que esse povo das outras cidades são doidos.

- Queria acreditar na existência dos duendes e gnomos - um garoto suspirou entediado - Todos dizem que são coisas bobas e não podemos perder o nosso tempo com fantasias.

- As vezes ser criança é cansativo - uma garota prosseguiu - Precisamos obedecer os adultos e nunca, nunca, nunca questionar.

Nos entreolhamos e o silêncio surgiu no meio dos comentários.

Nosso quarteto ficou refletindo.

- Aprender a questionar é importante - Ravena quebrou o silêncio - Deve ser o segundo passo para mudança, porque o primeiro passo é aprender a usar a imaginação.

- Vamos viver no mundo da lua igual vocês? - alguém perguntou e riu - Assim nossos pais vão achar estranho...

- Não vão viver no mundo da lua - Jade interrompeu - Vão aprender a fazer a mente trabalhar através do uso da imaginação.

- Seus pais nem precisam ficar sabendo - Julie se abaixou e sussurrou - Nada de revolta contra os pais. O negócio aqui é mudança, imaginação e nossa geração ser salva.

Eu bufei irritado por estar cuidando de criancinhas pequenas.

Nós podíamos estar andando nos brinquedos, ou comendo um algodão doce, apostando corrida.

E escolhemos a pior opção.

As meninas me puxaram e sentamos em roda ao lado deles.

- Agora repitam: nossa geração não tá perdida.

Demos as mãos e gritamos bem alto o nosso lema.

- Sou o tio oficial de um bando de criancinhas lindas e elas são as tias mais queridas.

A falta de empolgação na minha voz era impressionante.

Julie bateu palmas.

- Amanhã tem a reunião, pequenos aventureiros. Não faltem.

Senti a sensação de familiaridade depois da sua fala.

E sabia que por mais difícil que fosse.... precisava admitir ter gostado do dia da primeira reunião.

A sensação dessa vez era estranhamento por ter aquela plena certeza que a partir daquele "grito de guerra" de termos dito nosso lema.

A partir desse dia estava se iniciando algo grande.

Não sabia bem definir o nome.

Porém, depois desse lema uma grande família estava surgindo e esse grupo veio para ficar.

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