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Cap.15 Promessas

Porque
Quando o sol brilhar
Vamos brilhar juntos
Disse que eu estaria aqui para sempre
Disse que sempre serei seu amigo
Fiz um juramento, eu vou aguentar até o fim
Agora que está chovendo mais do que nunca
Saiba que ainda teremos um ao outro...

Ember Island - Umbrella (música sobre a amizade de Ravena e Oliver)

Oliver

Oliver jovem narrando

Você é Espectador da sua vida?

Ou você e o Protagonista da sua vida?

O espectador observa o que acontece, vive a vida sem muitas expectativas e é como se ficasse apenas na platéia.

O espectador pensa muito e na hora de agir acaba se frustrando.

O protagonista da vida é aquele que vive como precisa viver.

Assume as suas responsabilidades, se colocar em primeiro lugar, tem amor próprio e sabe decidir.

( 1990 )

Não sabia como assumir o protagonismo nesse caso.

No dia que fugi da escola, todo perdido e cheio de culpa, tive quase certeza que tinha perdido o controle da minha vida.

Porém, Deus resolveu confiar em mim e me presentear com mais uma chance.

Essa era a única chance para mim poder rever minhas atitudes, decisões, jeitos de pensar e mudar o que fosse preciso.

Provar para minha mãe que eu tinha muitas qualidades.

Provar que conseguia me virar sozinho.

Era segunda feira. Mais uma semana se iniciava. Na sexta a noite eu fui assistir filme na casa de Jade e levei Ravena também.

Não queria admitir, mas foi a melhor noite que tive a oportunidade de passar momentos agradáveis ao lado de pessoas legais.

Jade Luisa nos recebeu bem.

Assistimos o filme e depois fizemos algo inacreditável que nunca pensei em fazer.

Tomamos banho de chuva

Bem, estávamos protegidos com guarda chuva, mas mesmo assim. Eu considerei aquilo um banho de chuva.

Para mostrar a Ravena como eu era corajoso... tive a ideia de pularmos em uma poça de lama.

Foi uma grande aventura.

Estava tendo uma chance de recomeçar e pretendia não decepcionar a Deus, pois a ideia de fazer alguma coisa errada e deixar Deus triste comigo me fazia ficar com sentimento de culpa.

— Bom dia, meu filho — minha mãe entrou no quarto — Como você dormiu?

— Ah, eu dormi igual uma pedra — sorri — Dormi a noite toda. A senhora vai costurar tão cedo?

Mariete era costureira.

— Não. Vou te deixar na escola primeiro — me abraçou sorrindo — Ai Meu Deus. Como você assustou a sua mãe. Nunca mais fuja daquele jeito. Tá ouvindo?

— Fugir de Padre Aluisio Gomes? — eu olhei para ela — Essa é a escola dos meus sonhos. Estou feliz estudando lá.

— Tá feliz com suas novas amizades? — perguntou e assenti com a cabeça — Eu fico mais tranquila sabendo disso. Você é meu pequeno Oliver e fico preocupada um pouco.

— Preocupada com o que? — suspirei — Continua me achando inútil?

— Pode ir parando — levantou a mão — Eu te amo muito. Só fico preocupada de você estar fazendo novas amizades e...

— Fala o resto — pedi meio impaciente.

— Sabe que aqui é cada um por si — ela começou — Cuidado com as suas novas amizades. Jade parece uma menina bem iluminada e Ravena é corajosa, mas não se deixe enganar. Elas são boas pessoas e você teve sorte. Tenha cuidado com as próximas amizades que vai fazer.

Ela ainda não acreditava que eu era capaz de decidir sozinho

Mamãe ainda me achava incapaz e sem boas qualidades

— Tendo elas como amigas é suficiente — bocejei e levantei da cama — Eu nem pretendo fazer amizade com ninguém.

— Vai ter somente duas amigas? — me perguntou e cruzou os braços.

— Não preciso de mais amigos — peguei a blusa do uniforme — Então a senhora pode ficar despreocupada.

Mariete se aproximou do formigueiro que ficava no meu quarto. Observou as formigas andando.

E do nada soltou a bomba.

— Vou visitar sua escola hoje.

Olhei para trás. Meu rosto devia ter deixado claro o quanto fiquei surpreso.

— O que? Mas por que? — perguntei confuso.

— Conhecer sua professora — disse como se fosse óbvio — Eu visitava Padre Alfonso. Conheci a professora Ivana, os seus colegas, a tia da cantina e preciso conhecer sua escola nova.

— Minha professora se chama Kátia — sorri forçado — A de Religião é Carmem.

— Tudo bem. Obrigada por explicar — pegou umas roupas sujas — Ainda quero conhecer sua escola. Dizem que Padre Aluisio tem um ótimo ensino e eu preciso comprovar se o meu filho tá mesmo em boas mãos.

Saiu do quarto com as roupas sujas.

Não tinha como voltar atrás.

Ela sabia que conseguia me convencer e eu precisava concordar. Pensei nos meus novos colegas, cadeiras da sala de aula, a lousa com giz, o enorme jardim...

Estava tudo sobre controle.

Não tinha nada para esconder. Isso ia ser só uma visita rápida e não tinha motivo para ter medo.

    

( uma hora se passou )

Estava na hora de ir para aula. Mamãe e eu pegamos o ônibus e logo chegamos.

Não tinha muitos carros na cidade então nem havia o perigo de atrasarmos ou presenciar acidentes.

As ruas estavam calmas.

Pessoas andando a cavalo, carruagens, poucos carros e igrejas católicas. Gostava de observar a paisagem.

Era bom pegar ônibus todos os dias.

Vantagens de pegar ônibus?

Observar a paisagem, dormir um pouco na cadeira, ficar sentindo a fragrância das plantas quando passávamos perto da natureza.

As desvantagens?

Estar em um ônibus lotado de gente, o calor, escutar pessoas conversando tão cedo, bebês que entram chorando...

Eram muitas desvantagens na verdade.

Descemos do ônibus. Encarei a escola Padre Aluisio Gomes e engoli em seco quando vi seu Joel sair do carro, e Jade Luisa abraçar ele.

Era o pai que vinha deixar a filha de carro.

O coração pareceu ter dado um pequeno salto ao vê-la, a boca ficou seca e tratei de forçar um sorriso.

Mariete queria andar de mãos dadas comigo e fiquei com vergonha.

Fingi que estava com frio. Cruzei os braços, andei na frente e ela me fez parar.

— Tem algo errado, filho? — me encarou — Não quer entrar comigo na escola?

Nesse momento Jonas passou rindo enquanto empurrava Lucas.

Eles estavam brincando.

Jonas olhou para mim.

Logo ele gargalhou alto, pegou no ombro de Lucas e apontou o dedo na nossa direção.

— Olha lá o filhinho da mamãe — os dois riram — Que bonitinho eles. Essa cena merecia uma foto.

— É o nosso velho Ollie, Jonas — Lucas balançou a cabeça rindo — O que você podia esperar? Ele continua esquisitão e filhinho de mamãe.

Jonas e Lucas mandaram um beijo no ar e continuaram rindo sem parar.

— Quem são esses meninos, meu filho?

— Não foi nada. Vamos logo. Daqui a pouco o sinal vai tocar.

Passamos pelo portão e no jardim tinha muitas crianças brincando.

Grupos de adolescentes passavam por nós.

Alguns adolescentes paravam de andar só para ficar me olhando, outros riam sem disfarçar e uma pequena minoria deles parecia ter medo de mim.

As crianças me olhavam dos pés a cabeça e davam espaço para gente poder passar.

Apertei a mão da minha mãe sem saber o que fazer.

Eu me livrei de Padre Alfonso e das crianças maldosas

Só não estava livre das zoações e dos comentários maldosos dos alunos de Padre Aluisio Gomes

Agora tinha dois motivos para eles me zoarem.

Primeiro: eu era o esquisitão, estranho que mexia com insetos, gostava de floresta.

Segundo: estava andando com a garota bruxa.

Na cabeça deles eu me tornava mais uma vítima assim como Ravena.

A gente era a minoria.

Quando você é a minoria... não pode fazer muita coisa para mudar isso.

A perseguição caia em cima dos mais fracos.

Entramos na escola rapidamente e eu podia sentir que mamãe estava confusa.
Ela olhava para trás, me encarava séria, sussurrava como se estivesse orando.

Mariete também ficou desconfortável.

Indiquei onde ficava a sala de aula e entramos.

O silêncio foi a melhor companhia naquele momento tenso.

Avistei Ravena sentada na cadeira e corri de encontro a ela.

Finalmente eu me sentia seguro

— Bom dia, nova melhor amiga — sorri e soltei o ar que estava segurando — Onde tá Jade Luisa?

— Bom dia, novo melhor amigo — sorriu tímida — Não sei. Eu nem vi ela hoje.

— Jade veio com o pai dela e eu vi eles lá fora — segurei as alças da mochila.

— Posso te fazer uma pergunta? — ela continuou desenhando no caderno e concordei — Por que a sua mãe tá aqui?

— Queria conhecer nossos colegas e as professoras — expliquei com vergonha — Sabe como ela gosta de ser protetora.

— Dessa vez consegui me surpreender com tanta proteção — deslizou o lápis pela folha — O bebê também trouxe o lanche na lancheira?

— Para com essas brincadeiras, Raven —   falei sério e ela me olhou de canto de olho — O que você tá desenhando?

— O jardim. Esse é o balanço, a grama verde, as árvores antigas...

Ficamos calados e eu observei a sua agilidade com o desenho.

Ravena com certeza ia ganhar em um Concurso de Desenhos ou algo parecido.

— Isso ficou incrível — elogiei surpreso — É como tá vendo o retrato perfeito do jardim.

— Obrigada, Oliver — soltou o lápis e o apontador — O desenho me deixa muito relaxada. Só escuto o som dos pássaros ao meu redor e tudo perde o sentido... é como se não existisse mais ninguém.
Só existisse eu, o desenho, meu caderno, os pássaros... — parou de falar — Estou falando coisa sem sentido.

— Não precisa pedir desculpa — eu logo interrompi ela — Só quero que você se sinta a vontade se quiser falar sobre esse assunto comigo.

Escutamos risadas e sussurros.

Duas meninas estavam atrás da gente esse tempo todo.

Minha mãe estava olhando pela janela do lado direito enquanto estávamos na fileira de cadeiras que ficavam sempre encostadas na parede.

Porém, mamãe percebeu quando as meninas sussuraram.

— Não entendo, amiga — uma menina falou um pouco alto — Por que ele anda com essa esquisita?

— Nem sei. Eu também queria entender — a outra menina enrolou uma mecha de cabelo — Acho que essa bruxa pode fazer um feitiço para ele.

— Nossa. Deus me livre. Prefiro manter distância — fez o sinal da santa cruz — Ele é bonitinho, mas escolheu ficar com más companhias.

— Venha aqui, Oliver — Mariete saiu da sala — Precisamos conversar sério.

Suspirei.

— Fica tranquilo. Respira fundo — pediu e eu obedeci — Agora vai soltando o ar devagar. Repete isso quantas vezes for preciso.

Sai da sala respirando fundo e em seguida soltando o ar.

Havia chegado o momento mais difícil.

— Tá acontecendo algo que eu precise saber? — se abaixou ficando da minha altura.

— Não tem nada errado — falei rápido — Pode ir embora se quiser. Já terminou a visita?

— Eu sei quando tá mentindo, filho — pegou no meu rosto — Posso saber o que foi aquilo lá fora? Todo mundo rindo e correndo... pareciam ter medo de você.

— Eles são chatos. Nem valem a pena  — dei de ombros — Esquece isso, por favor.

— Tudo bem... então explica para mim — se levantou — Por que essas meninas chamaram Ravena de bruxa?

Engoli em seco.

— Eu te fiz uma pergunta — estalou os dedos — Estou esperando sua resposta. Bruxa é um tipo de apelido?

Neguei com a cabeça.

— Estão zoando ela, não é? — tentou novamente — Acusarem alguém assim é muito sério, filho. Não diriam esse nome se não tivessem certeza.

Respirei fundo e fechei os olhos.

— Lembra aquele dia que eu fugi?

— Como vou esquecer esse dia? Foi bem difícil passar por aquilo tudo.

— Lembra das roupas de menina? Foi ela quem me emprestou e fez um chá de hortelã para mim.

— Foi muito bonito da parte dela ajudar um desconhecido.

— No outro dia eu descobri uma foto dos pais dela. Então Ravena é filha do casal feiticeiro.

Ela ficou quase paralisada sem se mexer e só ouvia o som da sua respiração.

— Repete, meu filho — pegou o leque e ficou se abanando — Eu posso ter me confundido.

— Para, mãe. Você não se confundiu — gritei perdendo a paciência — Desculpa por ter gritado. Não foi minha intenção.

— Se Ravena é filha dos feiticeiros... ela... ela é a bruxa da cidade? — passou a mão nos braços — Isso é mentira, Oliver. Diz que você tá brincando.

— A senhora pode falar o que quiser, ficar chateada o quanto quiser, me dar um sermão daqueles — eu disse sendo sincero — Só não é justo falar mal da minha amiga.

— Abaixe o tom de voz — levantou o dedo me repreendendo — Você ainda tá falando com sua mãe. Como pôde ficar escondendo isso?

— Eu sabia que você ia reagir assim — encolhi os ombros — Ravena não tem nada a ver com esses boatos. Ela é uma criança inocente nessa história.

— Como pode defender uma bruxa? — pegou no meu queixo e levantei a cabeça — Uma bruxa nunca é inocente, filho. Os pais dessa garota são feiticeiros e claro que eles ensinaram a filha a praticar a bruxaria. Essa família é um mal horrível para nossa cidade e nós devemos manter distância dessa garota. Ela vai enfeitiçar você, te conquistar, te levar para o mal caminho e sabe lá Deus o que mais pode fazer.

— É sério? A senhora acredita mesmo nisso? — segurei uma risada — Estão muito equivocados. Posso chamar ela para vocês conversarem e resolver esse mal entendido.

— Perdeu a noção do perigo, filho? — entortou a boca — Não fale bobagens. Eu te amo e sabe disso, certo?

— Eu também te amo — abracei ela.

— Ah, Oliver, te amo tanto — retribuiu o abraço — Não aja como se fosse rebelde, querido. É um bom garoto e por isso vai parar de andar com essa garota pagã.

— Como assim? — senti meu coração acelerar e me afastei — Agora a senhora tá brincando.

— Escute sua mãe, querido — sussurrou — Não tenha raiva de mim. Essa garota é uma completa pagã. Ela vai contra tudo que acreditamos... não sabe orar nada e nunca assistiu uma missa.

— Acho que podemos escolher ir para a missa ou ficar em casa — disse sorrindo — Eu expliquei para Raven sobre você ser devota de Nossa Senhora de Fátima e confirmei que tudo na Bíblia é verdade.

— Oliver é tão inocente, meu Deus — falou baixo —  Escute, querido, se afaste dessa garota de uma vez por todas. Nós não podemos ficar brigando... Estamos entendidos?

Beijou a minha testa e saiu sem se despedir. Fiquei olhando ela se afastar a cada passo e o corredor ficando vazio.

Senti meus olhos se encherem de água.

— Eu já imaginava — alguém quebrou o silêncio — Cedo ou tarde iria acontecer.

Ravena estava parada na porta.

— Mariete precisava saber — deu de ombros — Ninguém gosta da bruxa.
Eu sou adotada e pertenço a família do casal perigoso. Sei que nenhum pai ou mãe deixaria os filhos se aproximarem de mim.

— Sua família não interessa — falei com a voz embargada e abracei ela — Você é importante para mim. Me promete uma coisa. Promete nunca mais se diminuir como tá fazendo agora?

— Oliver...

— Promete, Ravena.

— Eu vou tentar, ok? Mas não estou exagerando.

Olhei para ela.

— Ei, por que tá chorando? — enxugou as lágrimas — Ficou tão sensivel assim?

— Estou chorando por causa desse mundo — confessei — Tudo é injusto. Fiquei meio decepcionado com a atitude da minha mãe.

— O que estava esperando? — colocou a mão na cintura — Todos estão certos. Eles sussurram quando falam de mim, temem me encontrar na noite escura, temem ter pesadelos comigo. É como eu disse. Já estou acostumada a sempre ser deixada em último lugar.  

— Não deveria se acostumar com isso — pisco três vezes e sinto as lágrimas se apregarem nos mais cílios — Não precisa sentir o peso da culpa.

— Eu sempre vou carregar esse peso, Oliver — disse com a voz meio sombria — Minhas origens são essas. Vânia, mãe, e seu Gilberto, pai. São a família que me adotaram e...

— E você não precisa ser como eles — me interrompeu — Pode fazer a sua própria história e ser quem você quiser. Foge daqui quando tiver maior de idade, arruma um trabalho, conhece o mundo, tira fotos de paisagens bonitas. Assim vai mudar sua vida.

Um sorriso atravessou seus lábios.

Logo seus olhos pareceram brilhar, como se um pouco de esperança tivesse surgido, e ela concordou comigo.

Porém, seu sorriso aos poucos foi perdendo o sentido.

O vento entrou pela janela da sala e nos alcançou ali.

Era um vento quente.

Logo a primavera iria dar seus primeiros sinais.

Mas a névoa que cobria a casa das “montanhas”, onde morava dona Vânia e seu Gilberto, ia continuar durante toda a primavera.

A névoa só ia embora no verão.

— Talvez tenha razão — disse por fim — Por enquanto não posso mudar nada. Só no futuro.

— Nós não podemos lutar contra eles, porque a gente perderia essa luta. Então precisamos estar unidos, dia e noite, e ajudando um ao outro.

— Tá mesmo disposto a embarcar nessa aventura?

— Claro. Eu e você podemos nos unir. Quem sabe no futuro a gente consiga.
Não queria admitir, mas minha mãe também tem a mente fechada...

— Vamos com calma. Não podemos agir sem pensar. O que pensa em fazer para sua mãe mudar de opinião sobre mim?

— Não sei, mas eu vou pensar em algo. Isso é uma promessa.

As horas se passaram depressa. Faltava poucos minutos para o intervalo.

O cheiro de giz parecia querer me sufocar e comecei a tossir.

Odiava sentir esse cheiro.

Eu ainda estava triste pelo que tinha acontecido mais cedo.

Depois da promessa eu e ela entramos na sala e não voltamos a tocar nesse assunto.

Jade havia chegado animada e querendo comentar sobre a sexta feira, mas a sua felicidade acabou quando Olivia chamou ela.

Olivia e Rute queriam que Jade Luisa ficasse ao lado delas, conversasse com elas, se divertisse com elas.

Eu nem conhecia as populares direito e já sentia um pouco de raiva delas.

Pareciam querer obrigar Jade a ser do grupo delas.

Quando o sinal tocou para começar a aula de Português, Jade decidiu sair de perto delas e sentar com a gente.

Senti seu perfume floral e ela sentando na cadeira de trás. Ravena sorriu tímida.

Agora estávamos bem no final aula de português.

— Atenção, crianças — a professora Kátia bateu o apagador na lousa — Tem um maravilhoso trabalho esperando por vocês.

— Ah não, professora — disseram em uníssono.

— Se animem, pessoal — escreveu com giz — Esse trabalho vai ajudar vocês a melhorar sua nota na primeira prova bimestral.

Finalmente a primeira prova estava chegando.

— As provas começam na primeira semana de março — ela pegou alguns papéis — Esse trabalho é sobre a páscoa. Cada aluno vai conversar com os seus familiares e perguntar a eles isso aqui.

Escreveu na lousa:

O que a Páscoa representa para você?

Você se sente feliz na Páscoa?

E no final cada aluno vai fazer um desenho que represente o que a sua família gosta de fazer na páscoa

— Entenderam o propósito do trabalho? — sorriu — Estou animada. Quero ver todo mundo participando, porque quem fizer irá começar o ano bem e ajudar na nota da prova do mês de março.

— Pode escrever um texto? — Jade levantou a mão — Eu não sei desenhar.

— Óbvio. Vale representar com desenho ou texto — respondeu com certo tom de ignorância na voz — Você pode fazer do jeito que quiser. Estou vendo que vai ser uma das melhores alunas desse ano.

— Nossa, que professora estranha — sussurrei — Mas ela não é pior que a professora Ivana.

— Quem é Ivana? — Ravena guardou seu material na mochila.

— Era a minha antiga professora em Padre Alfonso.

O sinal tocou.

Os alunos correram se espalhando e ficamos eu, Ravena, Jade, Olivia e Rute.

Rute estava penteando o seu cabelo enquanto se olhava no espelho pequeno.

Olivia tirou sua blusa do uniforme e estava usando outra blusa de alcinha por baixo.

Olhei para Ravena e notei seu jeito distraído.

Ela desenhava de cabeça baixa e vez ou outra olhava para o lado.

Olivia ajeitou sua meia, fez um rabo de cavalo e foi andando na frente.

Acompanhei o olhar de Raven e percebi nitidamente quando sua boca se abriu enquanto observava a popular.

Ravena não parava de olhar para Olivia.

— Vem com a gente, Jade Luisa — ela falou cheia de autoridade.

Esse definitivamente não foi um convite

Pareceu uma ordem

— Precisamos te mostrar a galera do 6° ano — Rute passou o braço ao redor do pescoço dela.

Jade concordou meio cabisbaixa e se disse um tchau como se fosse um certo perdido de desculpas.

Elas três saíram quase correndo.

— Essas meninas nem parecem ter a nossa idade — comentei —  Prefiro me juntar com quem é daqui do 5° ano.
Para que vamos querer fazer amizade com o povo do 6°?

— É... costume peculiar esse — gaguejou — Eu te faço companhia hoje. Aonde quer ficar?

— O que deu em você? — indaguei sem conseguir me controlar — Não parava de olhar para Olivia...

— Fica quieto — resmungou — Preciso de paz e colocar meus pensamentos em ordem.

Chegamos no jardim e ela me puxou.

— Tira o sapato. É bom andar de pés descalços na grama ou na terra.

Tiramos o sapato e eu fiquei sem entender nada.

— Sempre sinto como se meu corpo todo tivesse relaxado quando ando descalça. Parece que eu fico renovada.

Andamos descalços aproveitando a sensação da grama nos nossos pés.

Estávamos encarando as folhas quando vimos uma bacia pequena cheia de água e um barco de papel.

— Cuidado se não derramam a água — uma garota com sotaque gaúcho estava sentada no balanço — Tu é a Ravena, não é? E ele é um dos novatos.

— Meu nome é Oliver — me apresentei sorrindo — É de qual sala?

— Estudo com vocês — pegou na água da bacia — Sou a Julie.

Ela começou a cantar só para gente escutar.

Mandei fazer um barquinho de papel, de papelão. Para levar meu benzinho, para dentro do meu coração.

Foi cantando enquanto movimentava o barquinho na água.

Eu e Raven nos entreolhamos e Julie continuou cantando com seu sotaque bonito.




Essas músicas que estou adicionando fazem parte da Playlist

A Playlist já está feita :)
Mas estou aguardando vocês lerem o Capítulo Especial que falei sobre a ideia da playlist

Então depois posto as músicas que escolhi

E é isso, pessoal. Até a próxima

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