Cap.12 Velho Ollie
Olá, gente bonita. Estão bem?
Nesse Capítulo veremos Jonas e Lucas.
Jonas foi Mencionado no Capítulo com título "Uma visita inesperada"
Oliver
Era estranho estar em um lugar novo. Estava cercado de desconhecidos, em um jardim cheio com todo tipo de inseto, numa escola bonita.
Padre Alfonso Albuquerque ficou no passado junto com a professora Ivana. Eu tinha novos colegas, ganhei uma amiga e achei uma novata bastante interessante.
Mamãe ia concordar comigo e talvez ia apoiar nós sermos amigos.
Jade Luisa de Cabral era a garota mais linda que eu conhecia.
Professora Kátia não tinha nada a ver com a professora Ivana.
Queria ser diferente em Padre Aluisio. Não precisava ser só o aluno nerd.
Nós estávamos na última aula e eu pedi a professora para ir beber água. Estava tudo tranquilo até chegar no bebedouro.
Vi dois meninos rindo jogando água um no outro. Eles aparentavam ter por volta de 12 anos.
Engoli em seco sentindo as minhas mãos suarem lentamente.
Eles vão gostar de mim, vão gostar de mim, vão gostar de mim
Ou não vão?
— O que está olhando, menininha? — um deles perguntou sério e pararam de brincar.
— Deve ser aluno novo. Deixa ele, Jonas, vamos para sala — o amigo logo disse o empurrando.
— Se esqueceu da menininha, Lucas? — parou apontando para mim — É aquele que tem medo de água. A gente estudou lá em Padre Alfonso.
Meu Deus.
Oliver Jovem narrando: tem lá o seu lado bom de morar em cidade pequena, mas hoje em dia vejo que se fosse para mim escolher... escolheria morar em cidade grande, pois todo mundo me conhecia no Lugar das Lendas
Sempre seria excluído por essa ser a minha fama desde os 4 ou 5 anos e em grandes cidades dificilmente iam me conhecer por ter muita gente
(Voltando ao passado)
Éramos colegas em Padre Alfonso. Eu, ele e o seu amigo. Nos conhecemos no ano passado quando eu tinha 9 e ele já tinha 11.
Nunca fomos próximos. Eu estudava em uma série e ele em outra. Jonas nem se quer passou muito tempo lá, porque os seus pais o trocaram de escola.
É só água fria. Você por acaso é uma menininha para ter medo de água? Ah ele é menininha. É filhinho de mamãe
— Você por aqui, Ollie? Jurei que nunca mais ia te ver — Lucas cruzou os braços — Continua o mesmo de sempre. Ainda é esquisitão?
— Óbvio. É só olhar para cara dele — Jonas falou rindo — É o velho Ollie. Eu tenho certeza que ainda tem medo de trovão. Como dizia? — colocou a mão no queixo pensando — Os anjinhos estão tocando tambor, pessoal. Eles vão parar se contarmos de um até dez.
Jonas tentou imitar. Revirei os olhos. Escondi as mãos no bolso da calça e dei um passo ficando perto deles.
— Não sou menininha — comecei e senti a voz falhar — Eu só tinha 9 anos e por isso acreditei na história dos anjos.
— Da onde tirou essa valentia toda? — Lucas pegou no meu ombro — Está se achando demais.
— Tenho amigos e não podem me tratar assim — gritei agradecendo a Deus por a voz não ter falhado — Eu estou livre de Padre Alfonso e livre de vocês.
— Ele tem amigos — Jonas debochou — Quem ia querer ser amigo do esquisitão?
— É a filha daquele casal feiticeiro das montanhas — sorriu e me empurrou — A tal bruxa. São os dois esquisitos.
— Vocês se merecem — saíram rindo alto.
Ravena.
Esses meninos chatos debocharam dela.
Tomei água, continuei andando, passei pelos banheiros e prestei atenção em um grupo no pátio.
Deviam estar matando aula. Jogavam bola e de vez em quando olhavam para os lados. Provavelmente tinham medo de alguém aparecer.
A bola veio em minha direção e abaixei para pega-la.
Quando fui entregar a bola o grupo se afastou.
— Obrigada, novato — uma garota agradeceu e todos correram.
Fiquei sozinho. Esse dia podia acabar.
Entrei na sala desanimado. Professora Kátia explicava a matéria.
Pedi desculpa pela interrupção e sentei na cadeira.
Ravena se aproximou chegando perto.
— Aconteceu algo? — sussurrou e encarei ela — Estou te achando triste.
— Nada demais, Raven, depois te conto — sorri forçado enquanto ela arqueava as sobrancelhas.
— Raven?
— Apelido carinhoso. Não gostou?
— Vou separar a duplinha aí. Hora da explicação — Kátia avisa — Esse tema é importante.
O meu lápis caiu no chão e alguém estendeu o pegou rapidamente. Observei Jade Luisa entregar o lápis.
Ainda conseguia sentir seu perfume floral. Pensei no intervalo e na conversa aleatório de Jade e Ravena.
Eu vi tudo.
Sentado no chão procurando joaninhas, eu vi Jade se aproximando devagar, ela parecia observar o livro de Ravena.
Fiquei a olhando sorrindo até que eu finalmente tomei coragem.
Levantei pegando na sua mão a cumprimentando em seguida.
Não soube identificar a reação dela. Jade conversou normal e foi educada quando perguntou se podia sentar com a gente.
Só faltava Raven enxergar o quanto eu queria vê-la bem, o quanto eu queria defendê-la, o quanto eu queria agrada-la e enxergar o jeito como a via.
Era especial. Jade devia ter visto isso nela.
Eu apostava que se as pessoas dessem uma chance, quisessem apoia-la, estar junto iam mudar seus pensamentos a respeito da maldade que fizeram
Ela tinha qualidades.
Eu não.
O tempo se passou. A aula acabou. Todos comemoraram e sairam correndo quase caindo.
Coloquei a mochila nas costas e a professora me chamou.
— Venha, Oliver. Espero que goste da nossa turma.
— Obrigado. Estou muito feliz. Esse era meu sonho.
— Maravilha. Só queria te pedir uma coisinha — abaixou o tom de voz — Eu, como professora, busco o melhor para meus alunos. Preciso lhe alertar a respeito da aluna, Ravena, é rebelde e mau educada.
— O que a senhora quer dizer?
— Se afaste dela.Não é boa companhia para você — piscou o olho — Confia em mim.
Esse conselho foi tão sem sentido
Tive que respirar fundo, forçar mais um sorriso, sair da sala andando tranquilo e quando cheguei lá fora me deparei com Ravena.
— Fiquei te esperando — suspirou desviando o olhar — Eu ainda estou lembrando de como voltou depois que foi beber água.
— Estão evitando chegar perto de mim — confessei meio envergonhado — No bebedouro acabei encontrando Jonas e Lucas que estudaram comigo. No pátio eu vi um grupo jogando bola.
— Esse grupo te fez algum mal? — se aproximou me analisando.
— Nem deu tempo. Saíram correndo. Senti como se estivéssemos brincando de pega pega e precisasse correr para pegar eles.
— Alguém já te disse o quanto você é dramático? — mordeu o lábio tentando não rir — Por que tiveram essa atitude?
— Não sei. Só queria ver essa manhã terminando em 5,4,3,2... — comecei a fazer a contagem contando nos dedos.
— O sinal já tocou, Oliver — abaixou minha mão — Pode comemorar.
— Já posso começar a pular alegre ou está cedo demais? — deixei os meus ombros caírem demonstrando estar desanimado.
Três crianças pequenas passaram por nós. Elas cochicharam.
Não disfarçaram nenhum pouco.
— Suspeito. Atitude suspeita — falou na hora.
— Atitude suspeita? — perguntei sem compreender.
— Tão previsíveis. Estão fugindo de você por estarmos andando juntos — explicou — Talvez seja melhor nos afastarmos.
— Seria muito fácil se a gente cedesse.
É o plano deles — eu semicerrei os olhos observando as crianças longe — Vamos continuar andando juntos sim.
— Está mesmo disposto a arcar com todas as consequências? — ela disse, uma expressão curiosa e sua voz meio rouca — Pode manchar a sua futura reputação e vão pegar no seu pé.
— Já disseram que sua voz é aveludada e calma? — perguntei descontraindo — Para de se colocar para baixo. Eu serei feliz fazendo a escolha certa e escolho nunca me afastar de você.
— Minha voz não é aveludada — deixou um sorriso escapar — Tudo bem, tudo bem. Assunto encerrado. Já parece ter absoluta certeza disso.
— Azar o deles. Deixa falarem. Um dia vão cansar — encostei na parede — Vamos mudar o disco e encerrar com chave de ouro esse assunto?
— Realmente não faz ideia de como eles são. Nunca se cansam quando eu sou o tema principal da conversa — ela deu de ombros — Gosto da forma que você fantasia as coisas.
— Estou sendo sincero. Ainda preciso pegar ônibus — começamos a andar — Chegar cedo em casa se não minha mãe vai ficar preocupada.
Chegamos perto dos Banheiros. Eu escutei um som vindo de lá.
Nos entreolhamos confusos e Ravena encostou a cabeça na porta.
— Tem alguém chorando no banheiro feminino.
— Então deixe ela ter privacidade — puxei ela — Preciso pegar ônibus.
— Deve ser importante — disse parada no mesmo canto — E se for Olivia? Sei lá... Pode ser Rute.
— As populares? Elas nem falam com você — franzi as sobrancelhas — Acho que está viajando.
— Foram suposições, Oliver. Preciso ver quem é — respondeu gaguejando.
Abriu a porta devagar e quase esbarrou na menina loira que vinha saindo. Ela segurava um lencinho e estava com os olhos meio vermelhos.
— Jade Luisa? — perguntamos em uníssono.
— Que susto. Meu Deus — sussurrou e pegou no trinco da porta.
— Estava chorando? — colocou o pé no batente do banheiro — Escutamos um choro e ficamos preocupados.
— Vocês são fofos. Não foi a minha intenção assusta-los — apagou a luz — Estou esperando meu pai. Avisou que ia se atrasar, pois está gravando a radionovela.
— Seu pai é ator de radionovela? Não brinca — quase gritei com tamanha empolgação.
Ela concordou.
Saiu do banheiro forçando um sorriso, sem jeito, antes de dar de ombros.
Eu e Ravena nos entreolhamos novamente.
— Não chorava com saudade de seu pai ou por saber do seu atraso — constatou — Teve um primeiro dia ruim?
— Nenhuma das opções. A minha mãe morreu, Ravena — soltou o ar pela boca — Fiquei sabendo na semana passada. Morreu quando eu tinha 2 anos.
— Jade, que coisa horrível — senti um arrepio — A gente pode te ajudar.
— Não precisam se incomodar — disse se apoiando na pia e jogando o lencinho no lixo.
— É difícil confiar nas pessoas quando mal conhecemos elas — continuei — Somos desconhecidos por enquanto. Você foi amigável mais cedo e ficamos juntos no intervalo então...
— Então desculpa — ela interrompeu — Agi errado ao pensar que alguém tinha te desafiado. Pode confiar em mim e principalmente no Oliver.
Jade não pensou duas vezes.
Notei a rapidez com que puxou Ravena de encontro a um abraço.
No começo um abraço desajeitado, mas depois Ravena retribuiu.
Jade me chamou e ficamos abraçados.
— Mania peculiar essa de vocês. Chegar abraçando os outros — fugiu do abraço e manteu distância.
— Pe-cu-li-ar. Peculiar — ela soletrou enxugando as lágrimas — Eu faço companhia a vocês e aprendo umas palavras difíceis.
— Fechado. Será bem vinda. Isso vai ser o suficiente para nunca mais te vermos chorando? — fiquei sério — Estou brincando.
— Fez essa pausa dramática só para dizer que estava brincando — desfez a trança e sacudiu o cabelo — Seu nariz está todo vermelho.
— É isso que dá chorar muito — começou a balançar o corpo para trás e para frente — Eu preciso ir esperar meu pai no pátio.
— Espera. Acha essa ideia boa? — eu me apressei e bloqueei sua passagem — Podemos ir brincar a tarde onde você quiser.
— Brincar? Sim. Adorei a ideia — pegou no relógio de pulso — Não sei olhar as horas. Papai vai chegar em breve.
— Ótimo. Escolhe um lugar — fiquei ansioso — Que seja perto, por favor.
— Na rua da minha casa — eu fiz um joinha com a mão — Não conheço nada por aqui.
— Verdade. Tem esse detalhe — disse entredentes e ela ficou confusa — Posso fazer um pequeno tour pela cidade.
— Quer me mostrar a cidade inteira? — arregaçou as mangas do uniforme.
— Uma parte. Meus lugares preferidos — respondi de imediato — No início vamos na lagoa encantada e também ver a igreja abandonada.
— Maravilha. Aceita nos acompanhar no tour, Ravena? — desviou o olhar e flagrou a garota encarando as unhas distraída.
— Eu? Claro. Aceito sim — sorriu — Do que exatamente estavam falando?
— Mostrar a cidade para Jade. Acorda, Raven — estalou os dedos na frente do meu rosto — Quais lugares quer ir?
— Qualquer um. Não importa — falou respirando fundo.
— Oliver, o sinal tocou a um tempão — a diretora veio andando em nossa direção — Sua mãe está lá fora. Jade, o seu pai já chegou.
Se despediu e correu em direção a saída. Ainda podia sentir um misto de alegria e ansiedade tomando conta do meu corpo.
Realmente não julgava Ravena por ter ficado "hipnotizada" pela beleza de Jade
Essa novata parecia mesmo um anjo
Espero que tenham gostado :) perdão se tiver Palavras Repetidas ou Vírgulas em lugares errados 🤦🏻♀ estou tentando fazer o meu melhor
Como acham que será esse tour?
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