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Cap.1 Eu sou uma bruxa

Ravena

10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2...1

O sinal finalmente tocou nessa Escola Padre Aluísio Gomes. Esperava o sinal tocar todos os dias e fazia uma contagem de 10 para baixo. Eu sabia exatamente a hora certa do sinal.

07:10

Nem mais e nem menos. 7:10 em ponto. E eu não tinha relógio de pulso para confirmar o horário, mas sabia o exato momento.

Era só observar os passos das pessoas, a gritaria cessando, o jardim ficando solitário, os meninos grandes do 7° ano devolvendo os doces das meninas pequenas do 3° ano.

Isso era quase uma regra entre os alunos grandes. Os meninos, e isso incluía as meninas também, eles mexiam com as crianças pequenas. Pegavam os doces ou algum biscoito que as crianças traziam para comer no recreio. O motivo? Nem eu sei.

Nós costumávamos dizer que era algo para atormentar as criancinhas. Para eles era divertido. Ah, mas eu não podia julgá-los, não é? Afinal eu fazia quase a mesma coisa.

Meu nome é Ravena e tenho 11 anos

Sou moradora do Lugar das Lendas

Essa é uma apresentação boa para me descrever. Por mais que tudo tenha só ficado no passado eu ainda me sinto como uma moradora daquele lugar.

Seu Raimundo, o inspetor, trabalhava na Escola desde que o lugar tinha sido fundado. Seu Raimundo, ou melhor, Raimundinho como costumávamos o chamar, era um velhinho muito gente boa.

Tinha seus sessenta e pouco anos, mas não parecia ter essa idade.

Ele gostava muito de trabalhar ali

Eu costumava observar as pessoas e sempre observava o inspetor. Eu sabia algumas coisas dele.

Como o jeito que assobiava imitando o canto dos pássaros, o seu jeito de andar, sua voz alta e grossa e seu famoso apito que o acompanhava para todo canto.

As vezes ele chegava a tempo, antes do sinal tocar,e conseguia ver os meninos pegando os doces das meninas.
Então ele intervia e logo apitava o apito fazendo com que devolvessem os doces.

As crianças pequenas sabiam que ele era como um "herói" e elas confiavam em seu Raimundo.

Raimundinho ainda andava pelo jardim passando por cada árvore que tinha ali, pois as vezes os alunos grandes ficavam escondidos de trás das árvores.

Apitava o seu apito quando achava algum aluno escondido.

Ele sempre ficava do lado dos alunos que sofriam algum tipo de zoação. Pois essa era quase uma regra da Escola. As zoações não são aceitas.

Porém, tinha certos casos que meio que "aceitavam" as zoações. Casos como o meu. Tem muitas coisas sobre mim que ainda não contei.

Muitos outros também são zoados por vários motivos. Mas no meu caso era um motivo em especial. Adotada, casal perigoso, a estranha, a bruxa.

Ela é perigosa. Não brinque com ela. Ela é uma bruxa

As mães sussurravam para seus filhos os alertando para que não chegassem perto de mim.

E de tanto falarem que eu era estranha, esquisita, de terem medo de mim. O normal era eu me sentir triste e sim... Eu me sentia triste.

Mas procurava me isolar o máximo que eu pudesse. Estar sozinha era a melhor coisa. Eu procurava não ligar para essas zoações.

Padre Aluísio Gomes era pública e era também a Única Escola Boa da cidade. Tínhamos duas Escolas e sempre teve uma certa rivalidade entre as duas instituições.

Padre Aluísio Gomes tinha um teste rigoroso para todos que tinham interesse em estudar ali.

Já Padre Alfonso Albuquerque não tinha um teste rigoroso. Apenas matriculava pessoas que não tinham boas condições financeiras.

Os fundadores de cada uma das instituições eram rivais e tentavam "chamar" os pais para matricularem os seus filhos em uma delas.

Porém, a maioria escolhia Padre Aluísio Gomes por causa da fama da Escola. Era pública, uma instituição bonita, tinha algumas regras rígidas, o respeito era ensinado dentro da instituição e usado também fora dela.

E nas aulas de religião eram ensinados sobre a religião católica, pois era a única religião existente do Lugar das Lendas.

Desde pequenos todos aprendiam sobre o caminho a se seguir, sempre obedecer as regras, respeitar os pais. As vezes era meio sufocante.

O Lugar das Lendas me deixava assim. Eu me sentia sufocada no meio de tantas regras. Eu não me identificava com o catolicismo.

Outro motivo para terem medo de mim e me acharem estranha? O fato de eu não ser católica como todo mundo.

Desde muito nova percebi que não era como as outras garotas.

Me isolava de todos só que quando tinha as aulas de educação física eu precisava ficar com as meninas.

Algumas delas iam trocar de roupa no banheiro. Lá via elas tirando a blusa do uniforme e a saia para se trocarem para o jogo.

Sentia que era algo errado observar elas enquanto trocavam de roupa.

Não sabia o motivo para pensar assim.

Afinal era uma garota também então por que me sentia constragida ao ver as meninas trocarem de roupa?

Evitava ficar pensando nisso. Evitava me fazer esse tipo de pergunta.

Só que eu sabia o que sentia, sabia como era um sentimento diferente, tinha total consciência disso. Só que uma criança, como eu era, não iria nem ser capaz de entender toda a complexidade disso. Era estranho.

Eu sempre quis conversar com alguém sobre esse assunto. Com meus pais adotivos não podia contar, não tinha um amigo e muito menos uma amiga, fazia nem ideia da minha família biológica.

Então eu ficava quieta e sentindo todas essas coisas confusas.

O jardim se tornou meu lar. Eu ficava o recreio inteiro desenhando sozinha em um banco. Aquele era como se fosse o meu banco, porque ninguém sentava ali comigo.

A maioria ficava correndo, outros brincavam de pula corda, alguns jogavam bola na quadra, brincavam de bila.

Desenhar me livrou de ficar ouvindo zoações, me livrou de ver pessoas rindo de mim, falando palavras maldosas ou me julgando com o olhar. Só que na hora da aula eu precisava estudar e ficar com meus colegas.

Ouvia pelos corredores e também na sala de aula as meninas conversarem entre si. Enquanto as minhas colegas conversavam sobre garotos bonitos eu ficava perdida no assunto.

Nem se quer ficava escutando muito e ia desenhar. O desenho me deixava concentrada.

Eu fechei meu caderno de desenhos e me levantei do banco. Raimundo ainda andava sozinho pelo jardim e não tinha me visto.

Aproveitei sua distração e corri para dentro da Escola. Só tinha eu ali no jardim.

Olívia, minha colega de sala, estava lá no seu armário. Me escondi rápido para ela não me ver. Fiquei de trás de um cesto de lixo, levantei um pouco a minha cabeça, coloquei as mãos no cesto e a observei.

Olívia tinha os seus olhos pretos, pele morena, era alta. Talvez até mais alta que eu. Seu sorriso era lindo e ela usava sutiã. Algumas colegas minhas usavam sutiã e isso era algo muito novo para mim.

Um dia tentei experimentar usar um sutiã e fiquei me sentindo diferente.

Afinal tínhamos 11 anos e todo mundo nos tratava como crianças.

Eu dizia o tempo todo para mim mesma: sou só uma criança e tenho que me preocupar com coisa de criança.

Usar sutiã, salto alto, maquiagem não era certo na minha idade.

Mas Olívia era uma das garotas mais bonitas da Escola.

Os garotos disputavam a atenção dela.

Olivia podia ter 11 anos, porém era inteligente e os boatos eram que ela já tinha beijado na boca.

Ficava até mal falada para alguns. Eu não me deixava afetar pelos outros.

Não julgava ninguém.

Não julgava Olívia.

Sair beijando os amiguinhos era uma coisa errada no Lugar das Lendas.
Criança tinha que ser criança. E isso sempre foi algo ensinado dentro das instituições e nas casas.

Os pais diziam que tínhamos regras e deveres, direitos e aprendizados. Um dever era respeitar a infância.

As vezes me pegava olhando para ela quando ninguém estava prestando atenção.

Estar sozinha no banco me fazia ter tempo de observar brincadeiras de todo mundo.

E vez ou outra eu sentava na quadra, mas isso era raramente, lá eu podia ver Olivia com as amigas.

Elas jogavam carimba.

Sabemos que o nome era queimada e preferíamos chamar a brincadeira de carimba.

Quando não ia para quadra eu ficava no jardim. Tinha um motivo especial para ir na quadra. Morria de medo de todos da Escola descobrirem. Por isso evitava deixar estampado esse fato.

Não levantava a cabeça e ficava olhando para ela.

Levantava um pouco o olhar e olhava disfarçadamente.
Apesar de depois me sentir culpada e logo voltar a desenhar.

Sabia que nunca teria a oportunidade de falar com ela.

Ninguém gostava de mim.

Todos tinham medo de mim.

Será que ela também tinha medo de mim?

— O que estão fazendo aqui? — a voz da diretora Bárbara me assustou e quase derrubei o cesto de lixo. Meu coração acelerou.

Minha colega também se assustou por ter sido pega no flagra e se virou para olhar para diretora. Foi quando ela me viu escondida de trás do cesto.

O meu coração estava acelerado e nos meus pensamentos elas conseguiam escutar as batidas do meu coração

Diretora Bárbara ajeitou o óculos no rosto e nos encarou.
Me levantei devagar e tentei me recuperar do susto.

Digamos que eu não era tímida.

Eu gostava de ficar quieta na minha. Porém, também não ficava calada o tempo todo.

A diretora devia me odiar por sempre a responder e não escutar tudo calada.

Eu vivia na sala da diretoria.

As professoras não gostavam de mim.

E diziam que eu estava errada por assustar as criancinhas pequenas.

— Vim pegar meus livros, diretora — Olivia se adiantou e sorriu inocente — Já estou indo para sala. Desculpa — ela acenou sorrindo e saiu correndo.

— E a senhorita Ravena? O que estava fazendo? — a diretora colocou as mãos na cintura e me encarou — Também estava pegando seus livros ou prefere ter uma conversinha comigo?

— Nem um nem outro — respondi com um sorriso que a fez arquear as suas sobrancelhas — Eu estava apenas admirando o corredor e matando os primeiros horários de aula.

— Como se atreve, senhorita Ravena? — ela aumentou o tom da voz — Já para minha sala. Agora.

— Desculpa, diretora, mas agora tenho prova. Professora Kátia me espera — continuei sorrindo, acenei imitando o gesto de Olivia e sai correndo pelo corredor.

Eu ficava me perguntando quando que iam me aceitar do jeito que eu sou ou quando que eles iam parar de ter medo de mim.

Mas quer saber?

Não vou me importar. Preciso ser criança. Preciso me preocupar com coisa de criança.

Chegamos ao fim do Primeiríssimo Capítulo do meu livroooo aeeeee
Deixem um emoji 🙋🏻‍♀ e digam
"Bruxas existem"

O livro se divide em fases... A partir do 1° Capítulo é a Fase 1

Quando for a Fase 2 eu aviso

Fase 1 é mais para conhecer os personagens
Fase 2 é o desenvolvimento dessa linda amizade deles, a história de Jade e Ravena
Já a fase 3 é a fase meio complicada do Livro... vai ter uma passagem de tempo

A Fase 3 será a maior Fase com mais capítulos e com Passagens de Tempo e os protagonistas passando pela adolescência e começo da vida adulta

Meus bebês ficando adolescentes 😢 são tão piticos por enquanto

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