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Capítulo 23

Lucy Gallagher

Não tínhamos dormido, na verdade, estávamos até agora acordados e preparando lanches. Olho para Dylan e o vejo só com a cueca box preta que tirei dele umas horas antes, e eu estou só com a camisa de botão dele e uma calcinha.

Ainda estava de madrugada, as estrelas estavam incríveis no céu e parecia um sonho estar aqui. Afasto uma mecha de cabelo e volto a olhar para baixo, tiro o pão da frigideira e coloco no preto, decidimos fazer queijo quente de frigideira.

-Outro.- estendo a mão.

-Aqui.- Dylan dá o queijo quente que ele acabou de montar.

-Quantos são?- fico confusa ao ver ele empilhando.

-Estou morrendo de fome, você tirou toda minha energia.- ele explica e sorrio apertando o pão entre a frigideira e a espátula.

-Dramático.- balanço a cabeça.

-Vem cá.- ele toca a blusa e me puxa.

-Mas eu tenho que ficar vendo....- sorrio quando ele insiste em me puxar e deixo.

Ele segura meu queixo com uma mão e passo meus braços por seus quadris, então Dylan beija meus lábios e sua mão desliza até meus cabelos para entrar. Gemo baixo quando ele aperta meu cabelo entre os dedos e me pressiona contra a bancada da cozinha.

-Você não estava sem energia?- pergunto mordendo o lábio dele.

-Sempre tenho energia para isso.- ele apoia as mãos nas minhas coxas e continua me beijando.

Coloco a cabeça para trás e sinto os beijos dele descerem pelo meu pescoço, sorrio sentindo as mãos dele pelo meu corpo e olho para o lado vendo a frigideira. Então me afasto arrancando um ruído irritado dele e vou até a frigideira para virar o pão, sorrio e aponto para o que ele estava fazendo antes.

-Eu devia ter trazido um cozinheiro.- ele fala e rio baixo enquanto coloco o pão no prato.

-Outro.- estendo a mão.

-Aqui.- me dá e faço o mesmo circuito.

-Acha que eu deveria ter avisado algo antes de sair?- apoio as mãos na bancada.

-É, provavelmente você deveria ter dito que ia ficar fora por um dia.- ele passa a mão pela nuca.- Mas você é adulta.

-Não tão adulta para sair e não avisar.- engulo em seco.

-Tudo bem, Lucy.- ele acaricia minhas costas.- Se der algo errado, eu assumo a culpa.

-Você vai chegar para as minhas irmãs e dizer que eu não respondi porque estava transando com você?- franzo as sobrancelhas.

-Não vou ser tão direito.- ele sorri.

-Mattias vai matar você.- cruzo os braços.- Dizer que está se aproveitando de mim por ser meu chefe.

-Ele não acha você tão burra assim, acha?- Dylan parece ficar ofendido e viro o pão.

-Não, não é a intenção dele me achar burra. Ele só acha que tem que proteger tudo e todos.- mexo os ombros.

-Bom, só vamos saber a gravidade da situação quando chegarmos lá.- ele segura minha nuca e agora me trás para um abraço.

Deito minha cabeça em seu peito e fecho os olhos quando as mãos dele começam a tocar minhas com uma delicadeza fora do normal. Me sinto tão segura nos braços dele que acho que poderia viver aqui, bem aqui mesmo.

-Senta.- aperta minha cintura.- Eu faço o resto.

-Ok.- começo a ir até a mesa de jantar grudada na parede.- Aqui tem bebida?

-Sem álcool.- ele fala.

-Por que?- faço bico.

-Quero você bem lúcida.- ele fala com um sorriso que me causa arrepios.

Respiro fundo e cruzo as pernas com força tentando não demonstrar o que ele tinha feito comigo, mas, de alguma forma, Dylan já estava sabendo como eu estava. Cruzo meus braços e observo ele só de cueca andando pela cozinha.

É uma bela atração.

☽︎

Dylan Griffin

Passo as mãos pelas pernas de Lucy, que estão em cima do meu colo, e olho para o lado enquanto ela olha para o céu com um sorriso contido. Estamos do lado de fora do barco, onde tem aqueles colchonetes para ficar se bronzeando da cor azul clara.

-É incrível, não?- ela aponta para cima e continuo observando seu rosto.- E também é estranho, é como se fosse um programa de TV. Fico pensando que talvez existam ETs assistindo a gente. Você não?

-Eu sou normal, Lucy.- falo e ela ri me empurrando de leve.- O que mais você pensa?

-Você não quer ouvir o que eu penso.- ela deita e fica olhando para o céu.

-Ficaria o dia inteiro ouvindo o que você pensa.- aperto a coxa dela.- Até pagaria.

-Idiota.- ela sorri e se apoia nos cotovelos de novo.- Eu estava pensando que esse foi o dia mais calmo que eu já tive em muito tempo.

-Eu sei fazer um dia ficar divertido, não?- sorrio e ela senta.

-Mais que isso.- segura meu queixo.- É o melhor dia da minha vida, Dylan.

-Vai ficar melhor ainda.- pego a caixa ao meu lado e coloco no colo dela.

-O que é isso?- sorri.

-Você falou que não ganhava presentes de Natal.- explico.- E como faltam apenas algumas semanas, quis comprar. Só que fiquei animado, então esse vai ser um presente de pré-natal.

-Ah.- ela senta de pernas cruzadas e me observa.- Eu não posso aceitar, Dylan...

-Eu quero que aceite.- falo sério e ela olha para a caixa embrulhada de papel natalino.

-Ok.- começa a desfazer o laço de fita dourada.- Você também vai ganhar um presente de pré-natal, então.

-Não, eu não quero nada...

-Você vai ganhar.- ela fala baixo e sorrio.

Lucy vira a caixa e começa a tirar o papel cuidadosamente, então morde o lábio ao começar a descobrir o que é. Seus olhos brilham como as estrelas e logo ela está abrindo a caixa para ver a câmera nova, sorrio quando ela fica de joelhos e a liga para ver como funciona.

-Não acredito que fez isso.- ela sorri.- Não acredito.

-Que tal algumas fotos do céu?- aponto.- Para você lembrar da noite.

-E suas?- ela vira para mim e sorrio quando bate uma foto.

-Não sou tão bonito quanto o céu.- aponto para cima.

-Você serve.- ela volta a deitar do mesmo jeito e parece testar a câmera nova.

Sorrio ao ver como ela está feliz e parece que provoca um certo tipo de alívio, antes Lucy estava prestes a explodir e a chorar e agora ela estava bem de verdade. Acaricio suas pernas e volto a olhar para ela como Lucy estava olhando para o céu e começo a perceber que não quero perder ela.

Não posso perder Lucy.

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