#06- Amizade
No dia seguinte fui para a escola, mas durante as aulas, Joseph ficava me olhando a todo instante, o que já estava me deixando curioso.
No fim da aula, eu estava saindo para o clube, quando Joseph me parou.
_ O que foi? Ficou me olhando durante toda a aula e agora fica me parando assim.
_ Karen me chamou para sair sábado. _ disse Joseph.
_ Você quer que eu te parabenize? _ perguntei.
_ Claro que não! Eu lá iria querer parabéns por uma coisa como essa? _ questionou Joseph.
_ Vai saber o que se passe em sua cabeça. _ falei.
Ele ficou me olhando de uma forma diferente, como se estivesse precisando muito de alguma coisa.
_ Vai fazer alguma coisa nesse dia? _ perguntou Joseph.
_ Quem sabe assistir Pokémon. _ respondi.
_ Eu queria muito que você se juntasse a nós no sábado. _ disse Joseph.
_ Acha que eu sacrificaria o meu final de semana para sair com vocês? _ perguntei.
_ É só por algumas horas. Prometo fazer o máximo para não ser tão chato. _ disse Joseph.
_ Já é chato o suficiente sair com pessoas tão populares. _ respondi.
_ Por favor Isaack, me ajude com isso. _ fala Joseph suplicante.
_ Não sei se consigo sair com Karen e suas amigas. Fiquei com elas durante algum tempo em uma loja e quase me suicidei. _ falei.
Joseph suspirou e ficou procurando uma forma de me convencer a ir junto, então ele olhou para Rachel que virou a cara e fingiu que não era com ela.
_ Você me meteu nessa Isaack, então tem a obrigação de me ajudar. _ disse Joseph.
_ Quem passou seu contato foi a Rachel, eu não tenho nada com isso. _ respondi.
_ Eu não! _ disse Rachel. _ Eu passei o contato dela para o Joseph, mas foi você quem falou que conseguiria um encontro.
_ Ela tem razão, você me meteu nessa para se livrar da Karen. _ disse Joseph.
Falando assim fica parecendo que sou uma pessoa horrível que apenas me aproveitei da situação.
_ Tudo bem, eu vou com você Jhonny! _ falei para irritar.
Joseph e Rachel se olharam como se tudo fosse como planejado. Será que tinham bolado algo para me fazer ir junto com eles?
No sábado acordei cedo e tomei um banho. Quando desci, minha mãe já estava na cozinha esperando.
_ Está muito bem filho. Nem precisou de minha ajuda.
_ Eu estou indo apenas em um lugar que eu não queria. Qualquer roupa iria ser ótima. _ respondi.
_ Você tem que se divertir. Aproveite que está saindo para isso. Você disse que é uma garota que estudaram no fundamental, então podem conversar sobre muitas coisas.
_ Não mãe. Se eu tiver sorte ela nem vai perceber que estou lá e vai ter foco total no Joseph. Assim, pelo menos vai ser uma saída menos ruim que eu imaginei.
Apenas peguei uma maça que estava em uma cesta e saí comendo, indo encontrar Joseph, que já me esperava no portão de minha casa.
_ Isso é medo que eu não fosse? _ perguntei.
_ Não! Queria agradecer por estar vindo comigo nisso. _ respondeu Joseph.
_ Agradecer nada! Você e Rachel tramaram isso, eu tenho certeza. _ falei.
_ Nós não tramamos nada. Ela só não quis se responsabilizar.
_ E eu tenho que ser o responsável de tudo. Muito bom isso.
Começamos a caminhar até chegar perto do cinema, onde Joseph marcou de esperar as garotas. Não demorou muito e as três chegaram dando toda a atenção para Joseph.
_ Joseph, não te vejo desde o fundamental. É muito bom ver você aqui. _ falou Karen.
As amigas dela estavam tão admiradas quanto ela, estavam quase babando só ao ver Joseph perto delas.
_ Planejaram algo para esse dia? _ perguntou Joseph sorrindo.
_ Seus planos são melhores, então vamos deixar por sua conta. _ disse Karen.
_ Alguma ideia Isaack? _ perguntou Joseph.
_ Me tira dessa. _ respondi.
_ Então podemos começar pelo parque de diversões. Vai ser muito bom. _ falou Joseph.
_ Com certeza. _ disseram as garotas empolgadas.
Parque seria o último lugar que eu queria ir com essas pessoas, mas já que eu havia prometido, teria que seguir eles, o que me fazia parecer um cachorrinho.
Chegando no parque os olhos das garotas brilhavam, e Joseph continuava sorrindo como se estivesse gostando da ideia de participar daquilo tudo.
_ Podemos ir na montanha russa? _ perguntou uma das garotas.
_ A barca seria mais legal e eu não teria tanto medo. _ disse a outra.
Eu já não estava aguentando mais essa conversa de tentar impressionar o Joseph. Isso era bem pior que um castigo.
_ Que tal deixarmos o Joseph decidir em qual vamos? _ disse Karen.
As outras concordaram facilmente. Elas parecem não ter vontade própria, tudo tem que ser pelo Joseph.
_ Mas se eu decidir tudo fica sem graça. Isaack não quer dar uma ideia? _ perguntou.
_ Eu prefiro sentar naquele banco, enquanto vocês se divertem. _ respondi.
_ Viemos para todos divertir juntos, então vamos pensar em algo bom para todos. _ disse Joseph.
Quem está divertindo aqui? Seria bem melhor se eu estivesse em casa com minha mãe e a Encrenca.
_ Então podemos ir um pouco em cada brinquedo que foi sugerido. _ disse Karen.
_ Ótima ideia Karen. _ falou Joseph.
Claro que é ótima ideia. Isso é o óbvio e ele fica dando todo esse merecimento.
Infelizmente fui arrastado junto com eles, primeiro na montanha russa, depois na barca e até na roda gigante. Foi uma grande tortura.
_ Que tal para finalizar ir na casa do terror. _ disse Karen sorrindo.
_ Último brinquedo, tudo bem? _ disse Joseph.
_ Sim! _ respondem em sincronia.
Quando entramos na casa assombrada a primeira coisa que fiz foi lembrar de Akira, principalmente quando uma das meninas tomou um grande susto.
Quando saímos da casa assombrada, Karen estava grudada no braço de Joseph e as outras duas quase que abraçadas.
_ Isso foi muito bom! Eu pensei que o Isaack teria um pouco de medo. _ falou Karen.
Foi a primeira vez que ela citou meu nome durante todo o dia, isso me deixou um pouco estranho.
_ É mais fácil eu ter medo das pessoas que medo de coisas assim. _ falei.
Karen começou a rir e suas amigas riram junto com ela, mas pareciam não estar entendendo muita coisa.
Seguimos em frente e antes de sair do parque vi Akira andando com Marina.
_ Akira! _ diz Joseph surpreso.
_ O que vocês estão fazendo aqui e juntos? _ disse Akira desentendida.
_ Estamos dando uma volta com uma colega do fundamental e como eu não queria estar sozinho, pedi ajuda ao Isaack. _ sussurrou Joseph.
_ Então vocês têm uma amiga em comum do fundamental. _ disse Akira sorrindo forçadamente.
Karen foi chegando perto e Marina acabou se escondendo atrás de Akira.
_ E você é? _ perguntou Karen.
_ É cortesia dizer o nome antes de perguntar a alguém, mas me chamo Akira Rodrigues.
_ Akira? _ questiona Karen surpresa.
_ Sim, ela é uma de minhas grandes amigas da escola, mas por uma infelicidade não estamos na mesma classe esse ano. _ disse Joseph.
_ Amiga, heim! Meu nome é Karen Nero. Eu estudei com Joseph uma parte do fundamental.
Joseph ficou olhando as duas, que pareciam ser grandes inimigas, então tive que me meter no meio da conversa.
_ Que bom que já está andando com o pessoal do clube Marina. _ disse.
_ A presidente me chamou para vir ao parque para divertir um pouco. _ falou Marina corada.
_ Se eu soubesse que estavam com esse plano, chamaria para vir todos juntos. _ disse Joseph.
_ Tudo bem. Luna daqui a pouco chega, programamos uma coisa mais para garotas. _ disse Akira.
Akira me olhou, mas não disse nada, então apenas saiu indo em direção aos brinquedos do parque.
_ Que tal um filme agora? _ pergunta Joseph.
As meninas mais que depressa aprovaram a ideia, até porque seria mais duas horas perto do famoso, mas eu já queria ir para casa. Eram só algumas horas...
Chegamos ao cinema e mais um dilema, qual filme deveríamos assistir. As amigas de Karen queriam algo como romance, mas Karen pedia ação e aventura.
_ Isaack, porque não fala um filme que já gostou no cinema? _ perguntou Joseph.
_ Eu tenho cara de quem vem ao cinema? Assisto filmes em minha casa mesmo. _ respondi.
Claro que eu poderia ajudar, mas cada vez que não ajudo me sinto melhor para descontar o tempo que ele está me deixando fora de casa.
_ Mas qual gênero você prefere? _ perguntou Karen.
_ Terror! _ respondi.
Na verdade, meu gênero favorito é fantasia, mas às vezes terror é muito bom. Com a concordância de todos assistimos um filme de suspense, que ficou mais divertido, principalmente por ver essas garotas tão assustadas.
_ Joseph, nós vamos comprar um refrigerante, você quer algo? _ perguntou Karen.
_ Não, vou esperar vocês aqui. _ respondeu Joseph.
_ E você Isaack? _ perguntou Karen.
Ela foi tão seca que quase pedir para ela trazer um pouco de água ou até tomar.
_ Só paz. _ respondi.
_ Tudo bem então! _ disse Karen.
As três foram comprar o refrigerante, enquanto Joseph e eu nos sentamos para esperar.
_ Está muito cansado? _ perguntou.
_ Preferia estar em casa, mas acho que tudo bem. Vamos só terminar com isso. _ respondi.
_ Rachel disse que ela gostava de mim no fundamental, e que provavelmente gosta até hoje.
_ Parabéns por despertar tanta paixão nas garotas.
_ As garotas começam a gostar dos garotos bem cedo e muitas vezes é só uma paixão boba.
_ Então o perfeito não gostava de ninguém na infância? _ perguntei.
_ Você gostava. _ ele devolveu a pergunta.
_ Você acha mesmo que teria como eu gostar de alguém ali? Eu não tinha amigos e ficava afastado de todos.
_ Mesmo afastado você poderia gostar de alguma pessoa. Mesmo que em silêncio. _ disse Joseph.
_ Acostumado a gostar das pessoas em silêncio Joseph?
_ E você, está?
Novamente ele devolveu a pergunta, o que me deixava com um pouco de raiva.
_ Está querendo colocar suas crises em mim?
_ Só queria saber se o solitário Isaack já se apaixonou por alguém na infância. Você teve a Rachel. _ disse Joseph.
_ Ela foi só uma pessoa especial, mas aconteceu tudo aquilo. _ respondi.
_ Mas ela está de volta. _ disse Joseph.
_ E nada mudou. _ falei.
As meninas voltaram e se sentaram também, mas Karen percebeu que tinha algo tenso no ar.
_ Aconteceu alguma coisa? _ perguntou a garota.
_ Não! Só estávamos conversando sobre algumas coisas, mas nada demais. _ respondeu Joseph.
_ O que vamos fazer agora? _ pergunta uma das garotas.
_ Que tal comer alguma coisa. O dia foi muito longo. _ falou Joseph.
_ Eu concordo! _ disse a garota.
_ Só precisamos de um lugar. _ disse Karen.
_ Tem uma lanchonete perto da escola e já é caminho de minha casa. _ falei.
As garotas começaram a rir e eu fiquei sem entender nada.
_ Uma lanchonete Isaack? _ perguntou Karen com a mão na barriga de tanto rir.
_ Eu achei a ideia válida. Eu já fui nessa lanchonete e achei o local muito bom. Tem o clima agradável e as coisas bem organizadas. _ falou Joseph.
_ Se o Joseph está falando, então vamos. _ disse uma das amigas de Karen.
Seguimos até a lanchonete, onde pedimos batata frita e sanduíches.
_ Foi um dia muito bom, poderia se repetir mais vezes. _ disse Karen.
_ Você acha? _ pergunta Joseph sorrindo.
_ Claro! Isaack só tem que ser menos estranho, assim ficaria incrível. _ disse Karen sorrindo.
_ É verdade! _ falou a amiga.
_ Estranho? Como assim, estranho? _ perguntou Joseph.
_ Mais sociável talvez. Aquela garota do nome esquisito mesmo conversou com você e nem olhou para ele direito e até a outra garota que estava com ela parece que estava com medo. _ disse Karen.
_ Realmente é estranho... _ falou Joseph.
_ Sim! _ disse Karen rindo.
_ Estranho é isso tudo aqui! _ fala Joseph dando um soco na mesma.
Eu fiquei muito surpreso. A última vez que vi Joseph assim foi no começo do ano passado quando estava discutindo comigo.
_ O que aconteceu? _ perguntou uma das garotas.
_ Do que está falando? _ perguntou Karen.
_ Primeiro que o nome esquisito da garota é Akira e ela não é só minha amiga, como uma grande amiga do Isaack também. _ disse Joseph.
_ O que! _ falou Karen assustada.
_ Eu não acabei! Em segundo lugar, a Marina não estava com medo de Isaack, era mais fácil ela está com medo de vocês. _ falou Joseph.
As garotas ficavam se olhando e eu estava mais surpreso que todas juntas. Eu nunca o imaginei assim.
_ Eu aceitei sair com você, porque imaginei que havia mudado Karen, mas sua infantilidade é a mesma. Você é a mesma garota que causou sofrimentos ao Isaack e a Rachel no primário.
_ Isso não tem nada a ver com você. Rachel fez aquilo tudo porque quis e não obriguei Isaack a ser amigo dela. _ disse Karen.
_ Você apenas teve a ideia da aposta e você obrigou Rachel a contar tudo, mesmo ela não querendo. Talvez fosse inveja da amizade dos dois.
_ Inveja? Por que eu teria inveja logo deles? Isso não tem sentido. _ questionou Karen rindo.
_ Se você conhecesse o Isaack saberia a pessoa que ele é. Eu o admirei em segredo por muito tempo e tenho orgulho de ser amigo dele. _ falou Joseph.
Eu poderia ter dito alguma coisa, mas eu estava completamente sem fala.
_ Uma vez eu disse a Rachel que a mais ferida foi ela, mas talvez você tenha sido, por ter inveja e não conseguir uma amizade como aquela. _ disse Joseph.
O clima ficou completamente tenso e ninguém abria a boca para dizer se quer uma palavra.
_ Parece que o clima aqui não está tão agradável.
Quando olhei para trás vi Anne chegando perto de nossa mesa.
_ Vice-presidente!
_ Olá Isaack! Olá Joseph! Olá meninas!
_ O que está fazendo aqui? _ perguntou Joseph.
_ Hoje é sábado e como tenho o dia livre estava passeando, mas não esperava encontrar vocês aqui. Essa tensão no ar... _ falou Anne.
_ Nós vamos embora. _ disse Karen.
_ Só por que cheguei? _ perguntou Anne.
_ Temos que ir. _ respondeu Karen.
As três saíram e logo depois Rachel, que estava na lanchonete de óculos escuro e boné apareceu.
_ Foi mais divertido que eu imaginei, mas confesso que não esperava esse final. _ disse Rachel.
_ Você estava nos seguindo desde quando?
_ Desde que saíram de sua casa. _ falou Rachel sorrindo.
_ Eu nunca te vi tão descontrolado Joseph. Tente se acalmar. _ disse Anne.
_ Tudo bem Anne, já passou. _ disse Joseph.
_ Não precisava me defender. _ falei.
_ Somos amigos e não consegui ficar quieto nessa ocasião. Elas ficaram te criticando o tempo inteiro e dando risadinhas. _ disse Joseph.
_ Eu não ligo com isso. _ respondi.
_ Mas eu ligo! _ disse Joseph.
_ Está melhor? _ perguntou Anne.
_ Não sei. Estou horrível por dizer tais palavras, mas estou muito aliviado de soltar tudo o que eu queria. _ disse Joseph.
_ Obrigada por me proteger. Você ficou até mais bonito Joseph. _ disse Rachel.
_ Fica quieta. _ falou Joseph.
Continuamos na lanchonete, mas dessa vez com boas companhias, principalmente que já tinha certo tempo que eu não via a vice-presidente.
1 Anime japonês trasmitido pela TV Tokyo.
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