Lua em Leão
plot fofo e clichê, espero que gostem :3
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Jeon Jeongguk tinha nascido com a bunda virada para a lua. Ou, em outras palavras, com Lua em Leão.
No dia do seu nascimento, que foi em 1 de Setembro de 1997, os astros estavam alinhados para que o destino do garoto fosse exemplar e brilhante, digno de uma celebridade. Talvez tenha sido por isso que ele sempre soube que não precisava viver a vida como as outras pessoas, estudar, se formar, ter um emprego banal e ser apenas um cidadão mediano de Seoul.
Enquanto todos os seus coleguinhas de classe disputavam notas altas, ele jogava. Enquanto faziam planos para qual Escola Técnica ir depois do Ensino Médio, Jeongguk se perguntava quando iria aparecer a grande oportunidade que o arrancaria da ensolarada Busan e o levaria para o alto, muito alto.
Ele tinha essa sensação inata de que havia algo guardado para ele no futuro, um plano maior, e ele só precisava existir e naturalmente tudo se encaixaria para que ele se tornasse, aos 15 anos, o mais novo talento da empresa de entretenimento NS, uma das maiores fábricas de idols da Coréia do Sul.
Jeongguk tinha tanta certeza de que esse era o seu caminho na vida que, no aeroporto, ao se despedir de uma mãe aos prantos e de um pai apreensivo, ele sorriu pacificamente e disse com sua vozinha doce de adolescente de 13 anos:
"Não chore, omma. Pense pelo lado bom: você e appa nunca mais vão precisar trabalhar para pagar suas aposentadorias, e eu vou levá-los para conhecer todos os lugares do mundo que quiserem."
E ele sabia que cumpriria a promessa.
***
O que Jeongguk não sabia é que nem tudo em sua vida seria fácil, começando pela experiência com seu primeiro manager. Era um homem de quarenta anos, expressão ranzinza e olhos suínos estreitados que estavam o tempo todo cravados no garoto. Jeongguk tinha só 15 anos, recém debutado pela empresa, e estava lidando com uma excelente aceitação do público e da crítica. Ele havia sido escolhido numa seleção de mais de trinta traineers, superando garotos realmente bons; acontece que todos eles tinham pequenas falhas, ou cantavam muito bem, mas não eram tão bons na dança, ou dançavam bem e não eram capazes de manter a afinação e o fôlego por mais de um minuto. Mas Jeongguk nascera praticamente pronto e levava a sério uma competição. Chegava a ser injusto. Os ensaios, a facilidade em lidar com as avaliações sob pressão, ele fazia com que parecesse fácil demais - os outros não tinham a menor chance contra o garoto que nascera com Lua em Leão.
Jeongguk tinha magnetismo; quando entrava na sala de treino para se apresentar na frente dos jurados, junto com os outros candidatos, todos os olhos voltavam-se para ele e então, numa sequência de acontecimentos naturais, ele estava subindo no palco pela primeira vez, diante de uma plateia real, o holofote sobre si, e todos gritavam o seu nome.
Ele atraía atenção, especialmente de seu manager.
Jeongguk se esforçava para ser exemplar em tudo, por isso não reclamava ou achava que seu manager estava passando dos limites ao ordenar que ele fosse lhe buscar café nos intervalos dos treinos, ou usando um tom ríspido demais quando Jeongguk estava conversando com os staffs ou jogando em seu celular, quieto num canto do camarim.
"Quanta mordomia", o homem dizia, mordaz, e Jeongguk sentia o rosto arder de vergonha e culpa. O Manager estava certo, ele devia treinar mais, não era porque tinha conseguido se tornar um idol numa empresa grande que podia ser relapso. Tinha que melhorar, sempre.
Às vezes, enquanto Jeongguk estava sendo maquiado por alguma staff, o manager se aproximava, sorrindo desdenhosamente, e apertava o rosto macio do garoto entre os dedos ásperos, espremendo-o até que a boquinha rosada formasse um bico ridículo.
"Olhe só para esse rostinho, SunHee", ele debochava para a maquiadora, que apenas abaixava o olhar e fingia que não estava vendo nem ouvindo nada. Todos na empresa tinham medo dele, especialmente as garotas. "Tão novo e tão sortudo."
Quando o homem o soltava, Jeongguk sentia uma estranha vontade de chorar, como se tivesse feito algo muito errado. A pressão dos dedos do manager ficava latejando em sua pele mesmo depois que ele ia embora, deixando para trás uma atmosfera de tensão.
Durante as entrevistas que dava para os programas de rádio e de televisão, o manager o acompanhava e estava sempre olhando Jeongguk friamente, como se esperasse que o garoto falasse alguma besteira, o que deixava Jeongguk nervoso e o fazia gaguejar. Além disso, ele estava sempre segurando Jeongguk com mais força do que o garoto achava necessário ao guiá-lo para fora do carro ou pelos corredores da empresa. Reclamava que Jeongguk se atrasava, reclamava se Jeongguk chegava muito cedo nos compromissos.
"Qual o seu problema em acertar os horários?", o manager resmungava quando estavam a sós. "Não faz nada da vida, só joga e se diverte, vive com essa cabeça no mundo da lua. Vou te chamar de cabeça de camarão, garoto avoado", e ele finalizava o discurso com um tapa na nuca de Jeongguk.
A impressão que Jeongguk tinha era de que, não importava o quanto se esforçasse, era insuficiente e estava constantemente decepcionando e frustrando as pessoas.
Jeongguk sentia que havia algo errado, mesmo que não esperasse que ser um idol fosse absolutamente fácil. Seu peito apertava, alertando-o, e ele começou a ter pesadelos e perder o apetite. Dobrou os turnos de ensaio. Passou a se cobrar três vezes mais, o que não adiantou muita coisa. O manager continuava reclamando que ele não fazia nada direito e lhe chamando de cabeça de camarão.
Não conseguia falar sobre isso com ninguém. Quando tentou se abrir com a mãe, comentando envergonhado ao telefone que estava achando as coisas um tanto difíceis de suportar, ela lhe encorajou carinhosamente:
"É claro que não é fácil, meu amor, mas é o seu sonho, não é? E você está indo muito bem. Sabe que pode voltar para casa quando quiser, não sabe?"
Ele sabia, mas não queria. Ainda era cedo, e ele sentia que devia continuar. Havia algo lá na frente, maior e melhor, o aguardando, mesmo que não soubesse exatamente o que era.
Quando completou 16 anos, uma bomba estourou na empresa. O manager de Jeongguk foi acusado por uma das staffs de abuso sexual e por mais que a princípio a postura da empresa tivesse sido a demitir a funcionária, os CEOs voltaram atrás e demitiram o manager também quando a staff abusada, SunHee, ameaçou contar para a mídia que o manager cometia constantes abusos morais contra a maior estrela deles, Jeon Jeongguk.
Numa ascensão meteórica, Jeongguk já era um dos idols que mais dava retorno financeiro para a NS.
Sem entender muito bem como a sorte havia virado a seu favor, Jeongguk se viu livre de seu pior pesadelo. Ele foi dormir e, no dia seguinte, quando chegou na empresa para começar a gravar seu novo álbum, um homem que ele nunca tinha visto na vida entrou no estúdio de gravação e andou em sua direção enquanto Jeongguk ajeitava os enormes fones de ouvido ao redor da cabeça.
"Annyeonghaseyo!", o homem disse, a voz surpreendentemente macia e amistosa. Estendeu a mão grande e bonita para Jeongguk ao curvar-se numa mesura educada. "Sou Kim Taehyung, seu novo manager."
Jeongguk piscou, atônito. Para ele, todos os managers deviam ter uma imagem rígida, homens mais velhos e irritáveis, fora isso que passara a ter como padrão. Acontece que Kim Taehyung não era nada disso. Ele parecia ser bem mais jovem que seu ex manager e, definitivamente, nada intragável. Seu sorriso era gentil, olhos cor de avelã doces e francos. Em vez das camisetas polo, calças jeans e cintos bregas que seu outro manager usava, Kim Taehyung vestia um terno leve de meia estação, azul marinho com largos botões vermelhos em fila dupla, sapatos lustrosos e cabelos lisos num tom de loiro pêssego tão suaves que podiam ser feitos do mais puro cetim. O rosto bonito de traços bem definidos era expressivo e fofo mesmo por trás dos aros quadrados dos óculos de grau.
A cabecinha de Jeongguk deu um nó.
"A-ah", ele disse, mesmerizado.
Taehyung sorriu e acenou para o produtor por trás do vidro de isolamento acústico.
"Precisamos falar sobre sua agenda antes do comeback. Mas não se preocupe com nada agora, apenas termine o que tem que fazer, e então vamos almoçar aqui perto para nos conhecermos melhor", com uma saudação simpática e ainda exibindo os dentes brancos e alinhados no sorriso retangular, ele saiu.
Durante o almoço, Jeongguk não sabia nem como se comportar. Seu antigo manager jamais marcava almoços ou reuniões fora da empresa para conversarem, nem mesmo se preocupava em lhe manter ciente de sua agenda - apenas ditava os horários e o que ele tinha que fazer na semana. Passou o tempo inteiro cutucando a costura do guardanapo sobre a mesa enquanto ouvia a voz aveludada de Kim Taehyung recitando todos os compromisso que teriam, mencionando os horários cuidadosamente.
"... e marquei o massagista na quinta. Na sexta..."
"Massagista?", Jeongguk quase engasgou com o refrigerante. Ele tinha sessões de massagem agendadas pela empresa, mas apenas em períodos de shows, o que não era o caso agora.
Taehyung levantou a cabeça do tablet e o encarou, inexpressivo.
"Sim, Jeongguk. É uma rotina estressante, creio que seja obrigatório que você tenha momentos de relaxamento", ele ajeitou os óculos sobre o nariz grande e bonito. "Por isso deixei seu sábado livre. Você pode visitar sua família se quiser."
"Eu posso?", ele olhou para os lados. Qual era a possibilidade de que estivesse participando de uma pegadinha da empresa?
Fazia mais de um ano que ele não visitava sua família, pois não havia "espaço" entre um compromisso e outro.
Taehyung deu de ombros e voltou a ler a agenda no tablet.
"É claro que sim. Como eu ia dizendo, na sexta..."
Jeongguk sentia-se estranho. Ele tinha aprendido a ser tratado de um jeito e a reagir de acordo, com medo e culpa, e de repente não havia mais isso. Os funcionários da empresa, em geral, eram educados com ele, mas nada além disso. Não nutriam nenhum tipo de afeto especial por Jeongguk, até porque estavam sob pressão o tempo inteiro e não tinham tempo para dispender dando um tratamento diferenciado para um adolescente. Se ele estava carente ou não, sentindo-se sozinho ou não, triste ou não, que importância tinha? Todos ali tinham seus problemas também.
Mas Taehyung fazia pausas e perguntava se Jeongguk o estava acompanhando e, quando Jeongguk confessou, envergonhado, que não ia conseguir decorar todos aqueles compromissos, Taehyung sorriu mais uma vez (ele fazia isso vezes demais para a sanidade de Jeongguk) e disse que ele não precisava decorar, pois havia enviado o link de compartilhamento da agenda para o contato de Jeongguk.
Sem dúvida, o ápice da perplexidade do garoto foi quando terminaram o almoço e Taehyung pediu a conta, sacando o cartão corporativo da empresa. Jeongguk estranhou.
"Hyung, eu que devo pagar a conta. Estamos tratando sobre assuntos meus."
"De onde tirou isso, Jeongguk?", Taehyung abanou a cabeça, já encostando o cartão na máquina de pagamento que o garçom trouxera. "Faz parte do seu contrato, todos os gastos que você tenha a serviço da empresa são por conta dela."
Jeongguk jamais soubera disso. Quando estava com o ex manager e tinham que se alimentar em tempo de serviço, ele lhe dizia que quem deveria pagar os gastos de ambos era ele, ora essa, pois tratava-se de assuntos de Jeongguk e o mais novo nunca se questionou que, na verdade, era um funcionário da NS e, portanto, estava sempre trabalhando para ela.
Taehyung notou a confusão no rostinho do adolescente e ficou preocupado.
"Jeongguk, você já leu o seu contrato, certo?"
Jeongguk baixou o olhar e ficou calado. Taehyung suspirou, entendendo tudo bem depressa. Não era nenhum tapado, trabalhara em outras empresas antes, como manager, e sabia que o cargo dava brechas para relacionamentos abusivos com os idols mais jovens e inocentes.
Naquela mesma semana, Taehyung levou Jeongguk para um café nas proximidades da empresa, com uma cópia impressa do contrato dele, e leu cláusula por cláusula para Jeongguk, e foi assim que o garoto ficou sabendo de todos os seus direitos e deveres enquanto funcionário da NS. E foi dessa forma também que Taehyung entendeu que Jeongguk era possivelmente a criatura mais inocente e doce que já conhecera. O garoto simplesmente não tinha malícia para enxergar o mundo e isso, de certa forma, deixou o manager aflito.
"Jeongguk, você deve ler tudo que assina", alertou, olhando no fundo daqueles olhos grandes e escuros, "E você deve dizer se concorda ou não com tudo que lhe é imposto. Agora, diga, tem algo que você queira dizer para mim sobre o que aconteceu antes, você sabe... Quando eu não estava aqui?"
Os olhos de Jeongguk arderam. Ele apertou os punhos sobre as coxas debaixo da mesa, incapaz de abrir a boca para falar. Reprimira tanto por tanto tempo, nem sabia como começar, então achou melhor esquecer o passado, não fazia mais diferença de qualquer forma.
"Não, hyung. Está tudo bem, obrigado."
Alguns meses depois, num dos shows da turnê, Jeongguk cometeu um deslize durante a apresentação. Acostumara-se ao ritmo exaustivo dos treinos antes das turnês e durante elas, e isso significava mais esforço físico, menos tempo para dormir e se alimentar, o que resultou nele desmaiando no meio do palco. O show teve que ser cancelado, as fãs choraram de tristeza e frustração e parte da venda dos ingressos teve que ser estornada.
Ele foi reanimado no camarim e, quando voltou a si e ficou sabendo do que havia acontecido, imaginou o pior dos desfechos. Ele cometera um erro grave e ia pagar por isso, não era só uma nota desafinada numa música ou um erro de coreografia. Envolvia lucro e ele sabia como erros desse tipo eram tratados na NS.
"Saiam, por favor", Taehyung disse ao entrar no camarim e ver grande parte da equipe em volta do menino, sufocando-o com tagarelices. "Deixem o garoto respirar, pelo amor de Deus, saiam!"
Todos saíram, inclusive a equipe médica, e então Taehyung ajudou Jeongguk a sentar no chão e afastou os cabelos do rosto afogueado e suado. Não sabia explicar de onde vinha a vontade de protegê-lo e cuidá-lo, ia bem além de suas obrigações profissionais, talvez fosse a forma como as coisas aconteciam ao redor de Jeongguk, de maneira inusitada e espontânea, e Taehyung via o menino como uma criança cega atravessando uma avenida expressa. Ele era puro demais para lidar com uma carreira tão tirana, jovem demais para carregar tanta pressão.
"Me desculpe", Jeongguk soluçou, o rostinho sendo riscado por lágrimas gordas tão logo os olhos encontraram os de Taehyung. As mãos seguraram com força os ombros do manager, quase desesperadas, as palavras se atropelando numa torrente emocional, "Eu sinto muito, eu não fiz de propósito, eu sinto muito hyung, por favor me perdoe, nunca mais isso vai acontecer, por favor!"
Taehyung levantou a mão para enxugar as lágrimas de Jeongguk, mas o garoto se encolheu inteiro como se esperasse um tapa e Taehyung ficou mortificado. Seu peito apertou com uma dor angustiante. Jeongguk soluçou alto, o corpo tremendo, e tudo que Taehyung conseguiu fazer foi abraçá-lo com força, envolvendo-o nos braços e sentindo o coração de Jeongguk batendo prestes a explodir contra o seu.
"Jeongguk, acidentes acontecem", disse com carinho, por mais que soubesse que talvez estivessem ultrapassando uma delicada barreira entre o pessoal e o profissional. "Foi um erro da empresa negligenciar a sua saúde, e um erro meu também por não perceber que você estava indo além do próprio limite. A pessoa que menos tem culpa aqui é você, não se cobre tanto, está tudo bem, vai ficar tudo bem."
"O show foi cancelado, hyung!", Jeongguk soluçou em seu peito. "Isso é grave!"
"O que é grave é que você não entenda que o lucro que dá para a NS é muito maior que o prejuízo", Taehyung afastou Jeongguk de si apenas o suficiente para olhá-lo nos olhos com um sorriso confidente. "Eles não são tolos, Jeongguk. Sabem o que têm a perder e a ganhar."
Dessa vez, quando enxugou as lágrimas de Jeongguk, o garoto apenas arregalou os olhos e piscou, incrédulo e fascinado pelas palavras de Taehyung, o calor reconfortante e o cheiro amadeirado de sua colônia agora tão perto de seu nariz.
No fundo, Jeongguk experimentava um tipo novo de felicidade e alívio. Um peso enorme saía de suas costas, o sol surgindo por trás das nuvens negras. Tudo daria certo agora, ele não se sentia mais tão sozinho. Ainda era novo demais para saber que nome dar para a euforia quente que sentia no peito quando estava com Taehyung, quando o olhava ou escutava sua voz de veludo dizendo coisas gentis, então ele deu o nome que lhe pareceu mais certo e simples: amizade.
***
Levou dois anos para que Jeongguk finalmente criasse coragem para admitir para si que estava apaixonado pelo próprio manager.
Foram dois anos de crises existenciais e humilhação até aceitar que era isso, ele era homossexual, o que não chegava a ser uma novidade tão grande àquela altura de sua vida, e sentia coisas intensas por Kim Taehyung, seu manager de vinte e cinco anos e, ao que tudo indicava, hétero.
Jeongguk passou por todas as fases de se apaixonar: negação, repúdio, autocomiseração, desilusão e, por fim, conformação. Taehyung jamais lhe dera indícios de que retribuía esse sentimento, apesar de ser a única pessoa na vida de Jeongguk que estava sempre preocupada com seu bem estar, excetuando-se, é claro, os próprios pais. Taehyung cuidava de sua dieta, de sua rotina, de sua carreira. Ele fez questão que Jeongguk frequentasse psicólogos e fizesse terapia para lidar com a pressão excessiva da carreira, e também arrumava brechas na agenda para enfiar pausas esporádicas para que o garoto espairecesse.
Mas, por mais que Taehyung e Jeongguk fossem próximos e se dessem bem, o manager recusava todas as indiretas que Jeongguk dava para que saíssem juntos, mesmo que fosse só para tomar algo, como amigos.
O máximo que Jeongguk conseguiu de aproximação com Taehyung num nível pessoal foi quando estavam em turnê pela Europa e, por conta de um overbooking no check in da equipe no hotel, tiveram que compartilhar o mesmo quarto. Jeongguk tinha dezoito anos na época, e Taehyung já notava os olhares nada castos que o garoto lhe lançava em algumas situações.
Naquela noite, Taehyung tomou banho e saiu já de pijama do banheiro, deixando um rastro perfumado que invadiu o quarto e as narinas de um Jeongguk que foi pego desprevenido. Estava deitado na cama, cutucando o celular e esperando sua vez de tomar banho, quando ergueu o olhar e seguiu Taehyung indo em direção à sua cama de solteiro. O manager raramente usava roupas que marcavam o corpo, mesmo no verão estava sempre de mangas compridas, calças folgadas, camisas largas. Aquele pijama de seda era a coisa mais indecente que Jeongguk já vira Taehyung usar, ainda que cobrisse o corpo do manager de cima a baixo. O tecido macio moldava os ombros largos e o dorso, vincava nas coxas e nas nádegas quando ele se movia e fluía deliciosamente ao redor das coxas naturalmente musculosas de Taehyung.
Jeongguk sentiu a boca secar. Taehyung deitou na cama após pegar o tablet na mesinha de cabeceira, arrumou os óculos no alto do nariz e concentrou-se na leitura de algum livro digital.
Jeongguk limpou a garganta.
"Bom, vou tomar banho", avisou, querendo chamar a atenção do manager de algum modo, mas Taehyung apenas assentiu distraidamente.
A indiferença do manager lhe feria, não era natural. Às vezes, Jeongguk tinha a impressão de que Taehyung era propositalmente distante e frio. Não era da natureza dele ser tão seco e, no entanto, quando estavam muito próximos, ele era.
Enquanto se masturbava no banho, Jeongguk evitou o máximo que pode fazer barulhos constrangedores; mordeu o braço, engoliu gemidos e tapou a boca com a mão que não deslizava pelo próprio pau dolorosamente duro. Foi difícil, mas Jeongguk teve um dos melhores orgasmos, esguichando em jatos fortes na parede de azulejos imaginando Taehyung logo ali do lado, naquele pijama sensual, cheiroso e macio... Sim, Jeongguk tinha certeza que ele era macio e quente, tão quente quanto o tom dourado de sua pele.
Saiu do banheiro só com uma toalha enrolada no corpo, decidido a provocar Taehyung. Era humanamente impossível que o manager não se sentisse nem um pouco afetado por sua beleza, quando milhares de fãs dariam um rim para tocá-lo e beijá-lo. O ego de Jeongguk não aceitava isso. Ele sabia que era gostoso. Sua autoestima estava sempre em dia, assim como os exercícios físicos; exceto quando Taehyung a colocava à prova.
Atravessou o quarto até a própria mala e, de costas para Taehyung, que continuava centrado na leitura, simplesmente deixou a toalha deslizar por seu traseiro nu até cair no chão. Fingiu revirar a mala, demorando para encontrar uma boxer limpa. Assobiou uma música aleatória apenas para preencher o silêncio constrangedor no quarto. Ainda bem que estava de costas para Taehyung, assim, o manager não podia ver o quanto seu rosto estava em chamas.
"O que está procurando, Jeongguk?", Taehyung murmurou, a voz profundamente rouca.
"Acho que esqueci de trazer cuecas limpas, veja só que distração a minha", ele não sabia que era tão bom em atuação até o momento. "Ah, e parece que também não trouxe pijama."
Suspirando teatralmente, virou-se de frente para Taehyung e andou em direção à cama. Taehyung o olhava, a expressão inelegível, os olhos ardendo por trás das lentes dos óculos. Baixou o olhar para as coxas nuas de Jeongguk, incapaz de piscar, e Jeongguk preocupou-se quando a rosto do manager começou a ficar um pouco pálido.
"Hyung, está tudo bem?", parou ao lado da cama, meio inclinado para puxar as cobertas, menos de um metro de distância os separando. O olhar de Taehyung estava vidrado deslizando por seu peito num, abdômen trincado e mais para baixo... Ele tossiu e os dedos longos começaram a desabotoar os primeiros botões da camisa do pijama.
"Você tomou banho quente? Deus, como o quarto está abafado."
"Vou abrir a janela", Jeongguk sentiu-se feliz em ter uma razão para desfilar um pouco mais pelo quarto. Ele não queria se dar ao luxo de acreditar que Taehyung estava meio que passando mal por sua causa, mas ainda assim estava sendo divertido.
"Bem, acho que terei que dormir nu", disse ao voltar para a cama e deslizar por baixo das cobertas, deixando-as de lado um instante, o corpo despido completamente voltado na direção de um Taehyung roxo de vergonha. "Você não se importa, certo, hyung?"
"Claro que não", Taehyung ajeitou os óculos no nariz e encarou seriamente a tela do tablet.
Jeongguk enfim se cobriu, satisfeito por ter arrancado alguma reação de Taehyung, mas isso em vez de tranquilizá-lo só o deixou mais inquieto. Revirou-se na cama, sem encontrar posição para dormir, a mente zumbindo como uma colmeia.
"Hyung", chamou ao deitar de barriga para cima, uma mão atrás da nuca, encarando o teto.
"Sim?", a voz rouca de Taehyung fez Jeongguk fechar os olhos um instante. Deus, podia ouvir aquela voz a vida inteira e nunca se cansar.
"Como veio parar na NS? Você é tão novo. A maioria dos managers são homens velhos e rabugentos."
"Cursei Relações Públicas na faculdade", Taehyung explicou, então deixou o tablet de lado e sentou na beirada da cama para olhar para Jeongguk. Ele estava disposto a conversar, era um bom sinal. "E tenho alguma noção de administração de negócios, meu pai gerencia uma linha de fast food. Mas eu não queria seguir esse ramo, parecia chato. Então, estagiei em empresas de entretenimento e, quando me formei, fui contratado por uma empresa pequena. Fui manager de alguns idols menos conhecidos, o salário não era bom, mas eu gostava. Gosto de lidar com pessoas, cuidar delas", ele sorriu; o peito de Jeongguk aqueceu e ele se viu imitando o sorriso de Taehyung, embora duvidasse que fosse tão doce e terno quanto o do manager.
"E como conseguiu entrar na NS? É uma empresa grande e rigorosa."
"Sim, mas vi que estavam precisando de um manager com urgência para gerenciar um idol jovem. Não sei se você sabe, mas o incidente que aconteceu com seu ex manager... fez com que a NS revisse alguns procedimentos internos. Na minha entrevista, eles disseram que queriam começar a renovar o quadro de funcionários, queriam mentes novas e flexíveis. E então, aqui estou."
"Você é feliz, hyung?", Jeongguk surpreendeu-se ao perceber que realmente queria saber isso. Queria saber tudo sobre Taehyung.
"Sim. E você?"
"Eu não sei", outra vez, Jeongguk chocou-se com a verdade nisso.
"Jeongguk, muitos idols trabalham duro para chegar onde você chegou. Tem noção disso?"
"Tenho, hyung", uma tristeza esquisita preencheu o peito de Jeongguk. "Sei que tenho sorte, mas falta alguma coisa. Eu não sei o que é."
Taehyung o encarou com afeto antes de voltar para baixo das cobertas e ajeitar-se na cama.
"Espero que descubra logo, Jeongguk", disse, e então desligou a luminária.
Na mesma turnê, Jeongguk fez nova tentativa de sair a sós com Taehyung, mas outra vez foi rejeitado.
"Somos funcionários da mesma empresa, Jeongguk", ele ajeitava os óculos na ponte do nariz e dizia, sempre muito sério. "Sermos vistos em público num evento é uma coisa, sermos vistos juntos num momento que não tem a ver com sua carreira e sim com sua vida pessoal é outra coisa. É contra as regras, vai gerar burburinhos desnecessários que podem afetar a você e a mim."
Claro. Jeongguk sabia de tudo isso, ele sabia como o mundo de uma celebridade funcionava, mas, ainda assim, não aguentava mais esconder os sentimentos. Conviver todo dia com Taehyung, tão perto, querendo tocá-lo e não podendo, era desesperador. Estava literalmente sofrendo de amor, um sentimento tão forte e inexplicável que nem compreendia.
Taehyung não era só seu manager, a pessoa que administrava sua carreira. Era seu único amigo e seu heroi. A pessoa que ele admirava de todas as formas, que lhe estendera a mão nos piores momentos e lhe passava segurança e equilíbrio. Taehyung era calmo, educado, cordial, resolvia assuntos embaraçosos de maneira diplomática e dava a Jeongguk o que ele precisava antes mesmo que o garoto soubesse do que precisava.
Tentou confessar o que sentia através de uma carta. Parecia antigo e cafona, mas ainda era mais fácil que falar pessoalmente e menos frio que uma mensagem de celular.
Taehyung-ssi, sinto muito por dizer isso...
Não. Taehyung não gostava quando ele se desculpava ou se sentia culpado sem motivo, e não tinha culpa de estar apaixonado, não mesmo. A culpa era toda de Taehyung por ser tão encantador e bonito. Tão dolorosamente lindo.
Taehyung-ssi, não vou me desculpar por isso. Se você soubesse o quanto é incrível e maravilhoso...
Não. Tão apelativo, por Deus.
Por todos esses anos eu escondi um segredo e agora preciso confessar para você...
Dramático.
Por que era tão difícil amar uma pessoa? Céus, ele queria gritar e bater com a cabeça na parede. Depois de muito choro e fossa, Jeongguk já tinha até mesmo aceitado que, ainda que confessasse, não ficariam juntos, porque Taehyung saía com mulheres (e fazia questão que Jeongguk soubesse), e ele era seu manager. Fruto proibido. Tudo que queria era colocar para fora aquela quantidade massiva de sentimentos que faziam seus miolos derreterem.
Era só um garoto de dezoito anos, pelo amor de Deus! Nem toda fortuna que fora capaz de alavancar em sua carreira precoce era capaz de comprar o que ele realmente queria - Taehyung. Era tão frustrante! Tinha tudo, carros caros, coberturas, artigos de luxo, mansões na Tailândia, mas não podia sequer beijar Taehyung, e Deus sabia o quanto ardia de desejo por isso.
Não era mais um garotinho assustado. Tinha necessidades hormonais e era fisicamente doloroso não conseguir extravasar isso completamente; as punhetas, os encontros às escondidas e os amassos com os staffs, nada disso saciava Jeongguk porque a única pessoa capaz de preenchê-lo da forma certa era Kim Taehyung.
Ninguém podia dizer que ele não estava tentando ter uma vida normal. Chegou mesmo a sentir algo próximo a uma atração física por um outro idol da NS, o que facilitava muito as coisas. O garoto era bonito e tinha a mesma idade de Jeongguk, o mesmo impulso sexual insaciável do tipo que nem ao menos seleciona garotos ou garotas, e foi fácil demais marcar um encontro com ele. O garoto morava sozinho num apartamento com vista para a torre de Namsan e Jeongguk tinha que admitir que os amassos que deram no sofá da sala foram uma delícia. Até que o garoto resolveu chupá-lo e Jeongguk simplesmente broxou na boca do menino.
Ele realmente murchou, seu corpo se recusando a ceder quando a mente estava todinha em outro lugar, por mais excitado que estivesse. E ele se deu conta de que não era do tipo que conseguia encarar o sexo como algo puramente fisiológico - pelo menos não agora que sabia o que sentia por Kim Taehyung.
Arrependeu-se amargamente de ter tentado extravasar sua frustração sexual com um colega da empresa. Agora, Jeongguk tinha que encarar o garoto pelos corredores sabendo que tinha broxado lindamente na boca dele. Humilhação nível máximo.
Voltou para as punhetas. Pelo menos assim conseguia ir até o final.
Desistiu da carta e, sentindo-se deprimido, focou na carreira, como sempre fazia quando queria esquecer a dor do coração partido. Escrevia letras e compunha músicas falando sobre amores não correspondidos e proibidos, primeiros amores e amores platônicos. Praticamente gritava para o mundo inteiro que estava miseravelmente apaixonado, mas não tinha coragem de revelar isso para Taehyung.
E, incrivelmente, quanto mais Jeongguk cantava músicas sinceras sobre amores sofridos, mais sucesso fazia. As pessoas adoravam. As fãs se identificavam, porque elas mesmas eram apaixonadas por um homem que jamais poderiam ter.
Jeongguk ascendia cada vez mais alto. Crescia, dia após dia mais afiado, mais ousado, mais bonito e irresistível.
Cada dia mais vazio.
***
Taehyung olhou para os comentários feitos abaixo da foto que as mídias digitais haviam divulgado naquela manhã. Os sites de fofoca estavam fervendo com o que as manchetes diziam ser O Casal Eleito Mais Bonito da Coreia do Sul.
Ele nem sabia que tinham feito uma eleição sobre isso.
Na foto, ele e Jeongguk desciam a escada rolante do aeroporto após voltarem de um show no Japão. Jeongguk estava com seu uniforme habitual, preto dos pés à cabeça, máscara higiênica ocultando metade do rosto e o capuz do moletom cobrindo a outra metade. Atrás dele, no degrau de cima, Taehyung parecia grande no terno de cashmere cinza escuro, suéter de tricô e boina. Alguns comentários eram interessantes:
Incrível como o manager do Jeongguk fica tão bem em roupas que um velho de 60 anos usaria.
Não sei quem é mais gostoso, o idol ou o manager.
Eu acho que esse Kim Taehyung deveria debutar, eu pagaria por isso.
Mas então Taehyung bateu os olhos em um comentário que o deixou preocupado.
Só eu acho que eles têm um caso?
E as respostas a esse comentário logo abaixo:
Isso soa proibido e romântico.
Zero chances de que Jeongguk seja gay. Nem o manager dele. Eles parecem tão héteros.
Taehyung olhou melhor a foto, procurando indícios de que de algum modo parecessem realmente um casal. Não viu nada. Sim, estava muito perto de Jeongguk, os ombros do garoto praticamente aninhados em seu peito, mas as pessoas não entendiam que isso fazia parte de sua profissão? Estar perto? Hm, bem, talvez, apenas talvez, estivessem perto demais. E Taehyung realmente não havia feito de propósito ao pousar uma das mãos no pescoço de Jeongguk de forma protetora, os dedos longos envolvendo a nuca inteira do menino. Estava acostumado a tocá-lo assim, era um gesto natural. Por que as pessoas viam isso como um tipo de sinal de romance?
Bloqueou o celular, decidindo que os coreanos estavam consumindo doramas demais.
***
Taehyung tinha uma lista no celular que ele intitulara de Motivos Para Ser o Manager de JJ. Por causa de sua Lua em Virgem, era metódico e organizado e se sentia aliviado quando conseguia organizar seus sentimentos e ideias em planilhas e listas e dar nomes a eles.
Ele criou a lista no décimo sétimo aniversário de Jeongguk, quando o garoto viajou para visitar os pais em Busan e ficou uma semana lá. Taehyung dormia e acordava com a sensação de que estava esquecendo algo importante, o peito vazio apertando com uma falta que ele atribuiu ao trabalho. Era porque, com Jeongguk longe, suas funções como manager ficavam em suspenso e ele passara os últimos dois anos de sua vida se dedicando ao garoto.
Mas então o garoto voltou e Taehyung foi buscá-lo no aeroporto e, durante todo o trajeto até a empresa, Taehyung usou a mão que não segurava o volante para acariciar a nuca de Jeongguk enquanto o garoto tagarelava alegremente sobre tudo que tinha feito quando esteve com a família. Taehyung sentia-se estranhamente quente por dentro, o peito borbulhando, os dedos roçando sem parar a pele macia de Jeongguk, contornando as orelhas fofas, a mandíbula e a pintinha na lateral do pescoço. Não conseguia parar de tocá-lo. E a sensação de vazio sumira por completo.
Foi quando começou a se perguntar vagamente se não estava... Apegando-se demais a Jeongguk. Quando o olhava, queria tocá-lo. Quando o tocava, queria abraçá-lo. Sentia-se nervoso quando não estava perto do garoto, imaginando todas as possibilidades que o mundo tinha de machucá-lo de algum modo. No início, era apenas excesso de zelo. Jeongguk era tão jovem e desprotegido. Mas agora que Jeongguk tinha dezoito anos, Taehyung sabia que continuar acreditando que seu sentimento em relação ao garoto era apenas cuidado da profissão era ridículo.
Sobretudo depois que viu Jeongguk completamente nu e desejável.
Quando aquilo tinha acontecido? Quando foi que o garotinho distraído e de olhos assustados que ele surpreendeu no estúdio de gravação dois anos atrás se tornou um homem tão gostoso? O corpo magro esticara, Jeongguk agora era quase tão alto quanto Taehyung, mas as gordurinhas infantis do rosto sumiram, dando lugar a ângulos masculinos, embora o olhar ainda fosse inocente e doce.
Horas e horas de dança tinham esculpido o corpo do garoto, deixando-o flexível e tonificado. Os músculos das coxas e das nádegas eram desenhados, a cintura estreita e os ombros largos. A pele era totalmente livre de pelos, lisa e clara feito leite, pontuada por constelações de pintinhas cor de chocolate.
E ora se ele não tinha um material muito bom entre as pernas.
Naquela noite no hotel, Taehyung dormiu muito mal, pois passou a madrugada inteira condenando-se por estar desejando arrancar as cobertas de Jeongguk e unir-se ao corpo nu e quente do garoto. Ouviu a respiração suave do menino e fechou os olhos desejando tanto respirar o cheiro puro que ele tinha que sua boca chegava a estalar, cheia d'água. Insone, Taehyung pegou o celular e abriu sua listinha.
Motivos Para ser o Manager de JJ.
JJ precisa de um bom manager, que realmente se preocupe com seu bem estar;
JJ é um bom garoto, de gênio fácil e humor equilibrado;
JJ sente falta da família e precisa de uma figura afetuosa por perto;
JJ mostra pouca ou nenhuma habilidade de perceber o perigo e se cuidar sozinho;
O salário é bom.
É, uma lista bem curta e, iluminado pela realidade do desejo, Taehyung entendeu o quanto andara se enganando. O único item que fazia algum sentido naquela lista era o último, e ele nem se lembrava quando fora a última vez em que pensou no dinheiro que recebia por ser manager de Jeonguk. Ele não podia se importar menos.
Os meses passaram, Jeongguk lançou um álbum novo, saiu em turnê novamente, a carreira subindo vertiginosamente como um foguete. Taehyung continuava saindo com mulheres, como se isso pudesse desligar por alguns instantes o sentimento que crescia cada vez mais em seu peito pelo idol que jamais poderia ter.
Por isso marcava encontro atrás de encontro com mulheres, às vezes atendendo ligações na frente de Jeongguk. Não se sentia atraído por nenhuma delas, mas talvez se Jeongguk acreditasse que sim, haveria uma barreira maior entre eles, pois as vezes Taehyung tinha a impressão de que Jeongguk estava correspondendo seus sentimentos e isso tão errado.
Transava com as garotas com quem saia com raiva, destruindo-as e as deixando exaustas, cravando-as com toda a força de seu amor renegado. Elas não tinham culpa, mas Taehyung não estava mais raciocinando. Ele precisava extravasar de algum modo toda a frustração por ter se permitido cometer o maior errado de sua vida: se apaixonar por Jeon Jeongguk.
***
No ano em que completou dezenove anos, Jeongguk recebeu uma indicação numa premiação de música importante na Ásia. Ele e Taehyung chegaram na noite da premiação juntos, na mesma limousine e, como de praxe, Taehyung desceu antes, trajando preto da cabeça aos pés, para abrir a porta para Jeongguk. Estava orgulhoso de Jeongguk. Depois de todos aqueles anos sendo o manager do garoto e o vendo crescer e se tornar um homem responsável e bem resolvido, Taehyung nutria um carinho especial por Jeon.
Algumas coisas haviam mudado, no entanto. Ainda tinha um desejo estranho de protegê-lo, por mais que Jeongguk já fosse um homem feito; quando aqueles olhos escuros e redondos o encaravam, tudo que Taehyung via era o garoto sensível por dentro, e não o homem de pernas compridas e tonificadas que fazia as fãs gritarem e suspirarem nos palcos.
Eles ainda tinham uma boa relação e Taehyung ainda era carinhoso com o garoto - exceto que não se segurava mais como antigamente. Abraçava Jeongguk quando queria, sem se importar com boatos; as pessoas sempre falariam o que quisesse, que diferença fazia se estavam certas ou erradas? Afagava-o quando queria e até mesmo ligava para o garoto mais vezes do que a profissão pedia, em horários nada recomendáveis. Certa vez até mesmo puxou a cabeça de Jeongguk para seu peito e aninhou o garoto em seus braços num voo durante a turnê. Velou o sono de Jeongguk e espalhou beijos suaves pelo rosto macio enquanto Jeongguk murmurava manhosamente hyung, imerso em sonhos.
Mas ele nunca daria o primeiro passo.
Taehyung esperava, dando para Jeongguk todo o espaço e tempo que o garoto precisasse enquanto, dia após dia, apaixonava-se mais.
Jeongguk tinha um jeito único. Era tímido para assuntos pessoais, mas audacioso para todo o resto. Um pouco distraído, mas dedicado. Ridiculamente talentoso. E tão desastrado. Taehyung perdera as contas de quantas vezes tivera que salvar o garoto, como da vez em que ele dormiu enquanto cozinhava arroz no fogão e quase tocou fogo na cozinha. Por sorte, Taehyung já morava no apartamento em frente ao de Jeon na época e sentiu o cheiro de queimado a tempo. Quando conseguiu arrombar a porta e entrar, o andar inteiro cheirava a arroz carbonizado, mas Jeongguk estava bem, dormindo na santa paz de Deus enrolado nas cobertas fofas. Nem mesmo escutou o alarme de incêndio berrando pelo prédio.
Na maioria das vezes, ele nem tinha ideia dos riscos que corria, sem mencionar as sasaengs que o perseguiam. Jeongguk era descuidado e por mais de uma vez teve o celular hackeado, as redes sociais invadidas, fotos e informações pessoais vazadas e Taehyung tinha que resolver a confusão. Por sorte, Jeongguk não era um garoto promíscuo, não havia tanto que a mídia pudesse usar para prejudicá-lo.
Ser o manager de alguém como Jeon era exaustivo, mas valia a pena quando, no fim do dia, eles voltavam para casa e Jeongguk se despedia dele com os olhos cheios de gratidão e carinho.
"Obrigado, hyung. Por tudo", ele sorria e entrava, deixando Taehyung com o coração na mão e a sensação de que amava aquele garoto. De verdade.
Bem mais do que deveria.
Taehyung esperava e esperava pelo dia em que Jeongguk enfim daria o primeiro passo, sabendo exatamente o que fazer. E estaria mentindo se dissesse que ficou surpreso quando, naquela noite, enquanto aguardava que a premiação terminasse na salinha de espera dos staffs, Jeongguk surgiu do nada, esbaforido e vermelho, arrastando Taehyung para um dos camarins. Ele girou a tranca e se voltou para o manager.
"Hyung, eu preciso contar uma coisa", disparou, a voz esganiçada.
Taehyung engoliu em seco. Era isso. Era agora! Mas, meu Deus, o garoto tinha um péssimo timing para momentos oportunos. Olhou para Jeongguk, muito mais bonito do que tinha permissão de ser no terno cor de vinho, as argolas prateadas nas orelhas, o cabelo cor de ébano macio e bem penteado sobre a testa.
"Gukie", usou o apelido que dera para Jeon. "Volte para a premiação, podemos conversar depois. Vão anunciar sua categoria em breve, se você ganhar, deverá estar lá para receber o prêmio..."
"Hyung, o que importa esse prêmio?", Jeongguk parecia indignado, desesperado. Ele se aproximou mais e Taehyung teve o reflexo de recuar, mas não o fez. Tudo nele alertava para o quanto aquilo era errado, mas seu coração dizia que era certo. Ele era o seu garoto, sempre fora. "O que importa tudo que eu tenho, dinheiro, sucesso, se eu me sinto incompleto?"
"Eu sinto muito por isso, Gu..."
"Ouça!", Jeongguk passou as mãos pelos cabelos, desarrumando-os, Taehyung reprimiu a vontade de afagá-los e puxá-lo para si como fazia quando o garoto ficava nervoso antes das apresentações. Jeongguk fechou os olhos, controlando a respiração, e então disse num só fôlego: "Eu amo você. Hyung, eu... Estou apaixonado por você. Sei que não é recíproco, que você nem ao menos gosta de garotos, mas eu não consegui impedir. Juro que tentei, mas quanto mais eu tentava arrancar esse sentimento, maior ele ficava. Eu amo você com todas as minhas forças", os olhos dele brilharam, emocionados. "Todas as músicas, esses anos todos, foram para você, só para você. Me desculpe por ter me apaixonado, eu sei que haverá consequências, só não posso mais guardar isso em mim. Eu só queria que você soubesse que, mesmo que não me corresponda, eu largaria tudo, o meu sonho, o sucesso, esse prêmio, por você, porque percebi que não foi para ficar rico que saí de casa, hyung. Não foi para ser famoso, foi para te conhecer e te amar."
"Gukie, você não vai abrir mão de nada."
Jeongguk assentiu, derrotado.
"Eu quis dizer que..."
"Eu vou."
Jeongguk levantou o olhar, incrédulo, as lágrimas cintilando no canto dos olhos.
"Mas... por que você iria...?"
Taehyung venceu a distância entre eles e tomou o rosto de Jeongguk nas mãos, plantando um selinho suave nos lábios entreabertos do garoto, que arfou em surpresa.
"Você ainda é tão inocente. Acha que alguém que deixe que abra mão do seu sonho merece o seu amor?", ele viu mais lágrimas descendo pelo rosto de Jeongguk, dessa vez de descrença. Ele olhava para Taehyung como se visse uma miragem e fechava os olhos quando o manager pressionava sua boca em beijos lentos como se vivesse um sonho. "Eu sempre soube. Mas você era só uma criança vivendo tantas coisas tão depressa, não era certo me aproveitar disso. Então eu vivi minha vida e esperei, protegendo-o da melhor forma possível, mas você já é um homem, Jeongguk", Taehyung sorriu, "Gosta mesmo de mim tanto assim?"
Jeongguk puxou Taehyung pelas lapelas e beijou-o como desejou por tanto tempo, encaixando os lábios nos do manager e tocando a ponta da língua molhada com a sua. Suspirou; o gosto de Taehyung era sagrado. Doce e quente. Não demorou para Taehyung descer as mãos até a cintura de Jeongguk e apertá-lo contra si, correspondendo ao beijo. Pareceu durar a vida toda, as línguas se tomavam devagar e intensamente, mas passaram-se apenas alguns minutos quando foram interrompidos por alguém batendo na porta, avisando que a categoria de Jeongguk seria anunciada.
Taehyung manteve o rosto de Jeongguk entre as palmas grandes ao separar as bocas num último beijo macio. O coração de Jeongguk estava minúsculo de amor.
"Vá buscar seu prêmio, garoto de sorte. E então, vamos para a minha casa conversar."
Jeongguk sorriu. Naquela noite, ele subiu no palco da premiação após ter, de fato, ganhado o prêmio e agradeceu aos fãs, à empresa, aos pais e aos staffs. Estava feliz, tão feliz que chorava sem parar ao sorrir.
Ao chegarem em casa, agradeceu Taehyung com todos os beijos que guardara para ele, dedos agarrando a camisa do manager e o puxando para si vorazmente. Taehyung levou as mãos até os dedos de Jeongguk e afrouxou gentilmente o aperto deles em sua roupa.
"Está me sufocando, Gukie", murmurou contra a boca do garoto e viu Jeongguk corar ainda mais.
"Desculpa", Jeongguk disse depressa antes de voltar a tomar a boca macia de Taehyung com vontade, fazendo Taehyung sorrir com o desespero do garoto.
Beijaram-se no hall de entrada e nos corredores, largando as peças de roupa pelo caminho até o quarto. Jeongguk jamais sentira uma vontade tão grande de ser preenchido, se entregar e se unir com alguém. Tremia todinho de expectativa e ansiedade, mal acreditando no que estava acontecendo quando Taehyung beijou todo o seu peito nu e o fez virar de bruços na cama.
Jeongguk arquejou alto ao sentir as mãos grandes de Taehyung descendo por suas costas até as nádegas, espalmando-as e beijando-as, a respiração cada vez mais quente e próxima ao seu ponto de tensão conforme Taehyung afastava as carnes duras.
"Mhhmm", Jeongguk choramingou nos travesseiros, tentando olhar por cima do ombro, mas desistiu e tombou a cabeça de volta, sem forças.
"Shh, não se mexa", Taehyung plantou beijos gentis em suas coxas. O membro de Jeongguk pulsou com força, comprimido entre sua barriga e o colchão. Ele sentia a umidade e o calor se formando em seu ventre e fechou os olhos para não gemer alto demais assim que a língua de Taehyung deslizou por seu anel de pregas. O polegar tocou a área sensível ao redor, lubrificada com saliva. Taehyung apertou as nádegas de Jeongguk com mais força, controlando-se para não estapeá-las de tesão. Não queria assustar o garoto com sua excitação desenfreada; pelo modo como seu orifício rosado parecia apertado, Jeongguk era um virgem nisso e por mais que Taehyung estivesse silvando enter dentes de vontade de transar com ele, precisava se conter e ir devagar. "Isso vai doer, meu amor. Diga até onde suporta, está bem?"
Jeongguk esfregou os quadris no colchão e gemeu em resposta. Taehyung chiou, a visão do corpo de Jeongguk nu e vulnerável para si ia enlouquecê-lo. Ele levou uma das mãos até o próprio membro e se masturbou, gemendo no ânus de Jeongguk com a sensação de alívio e o tesão crescente. Espalhou o pré-gozo pela glande e pela extensão dolorida, chupando o nó pulsante de Jeongguk e forçando a língua pela cavidade rígida. Ela não cedeu e Taehyung teve que usar o polegar, penetrando-o com o máximo de cuidado.
"A-Ah, hyung", Jeongguk reclamou, mas ergueu os quadris no ar num pedido implícito por mais. Taehyung largou a ereção depressa, uma onda súbita de calor ameaçando levá-lo para mais perto da borda. Ele testou até onde Jeongguk aguentava e, quando os arquejos do garoto ficaram mais manhosos, tirou o polegar e inseriu o indicador e o médio, primeiro as pontas, depois até os nós, atingindo Jeongguk fundo. "Mhhh", o garoto rebolou em seus dedos, forçando a ereção no colchão e agarrando a travesseiro embaixo da cabeça. "Já chega, hyung, eu quero você , por favor, não posso mais esperar."
"Paciência, meu bem", Taehyung beijou as costas de Jeongguk num caminho até a nuca macia e respirou o cheiro puro dele. A ereção molhada deslizou por entre as coxas abertas do garoto, pulsando contra as bolas inchadas de Jeongguk e ambos gemeram em necessidade. Sem tirar os dedos do ânus do garoto, Taehyung deslizou-os para dentro e para fora, revirando os olhos ao imaginar aquele calor e pressão apertando em torno de seu pau, "Não quero machucar você. Deus, é tão apertado."
Com três dedos, testou as paredes rígidas e quentes de Jeongguk, girando-os até encontrar a região mais macia e esponjosa com a ponta dos dedos longos. Jeongguk estremeceu, gritando abafado no travesseiro, um tiro de pré-gozo molhando a própria barriga.
"Mete, hyung, por favor", Jeongguk enterrou o rosto em chamas no travesseiro e empurrou as nádegas contra a ereção de Taehyung. O movimento foi repentino; Taehyung retirou os dedos de Jeongguk para segurá-lo pelos quadris, o anel agora esticado de Jeongguk pulsou ao redor de nada, receptivo, e a glande pingando pré-gozo do manager quase empalou o garoto completamente. Os dois arfaram alto em surpresa, Taehyung praticamente vendo estrelas.
"Jeongguk", respirou fundo e acertou um tapa no traseiro do garoto, soltando um palavrão. Jeongguk moveu-se depressa na cama, virando de barriga para cima e oferecendo uma visão obscena do próprio corpo flexionado, os músculos trincados e o membro bonito arqueando contra a barriga trêmula e completamente molhada de pré-gozo.
Num gesto que fez Taehyung soltar uma imprecação de tesão, Jeongguk chupou dois dedos, os levou até o ânus e penetrou-os, mordendo o lábio inferior com os olhos ardentes cravados nos do manager. Taehyung manteve as pernas de Jeongguk abertas para apreciar a visão deliciosa do aperto de Jeongguk engolindo os próprios dedos com facilidade enquanto o garoto gemia sofregamente, alucinado por mais.
"Seu pau grosso, hyung, preciso do seu pau, não é o bastante, por favor!"
Taehyung já estava fora de si, bem longe de qualquer senso de lucidez. Nem em seus sonhos mais excitantes imaginou que Jeongguk fosse tão entregue no sexo, tão devasso, ia fodê-lo tão bem, cristo.
"Merda, tome meu pau, Jeongguk, vou foder você tão fundo que você vai chorar."
Taehyung puxou a carteira de dentro do bolso da calça, largada no chão, e seus dedos nunca foram tão hábeis ao encontrar o pacote de preservativo extra lubrificado e desenrolá-lo depressa no membro duro, incapaz de tirar os olhos de Jeongguk.
"Faça, hyung", pediu, a voz entrecortada. Num movimento ágil, Jeongguk iniciou uma masturbação afoita e gemeu.
"Ei, calma", Taehyung teve que pará-lo ou ele ia se deixar levar pelo prazer e se estimular até gozar.
Jeongguk abriu mais as pernas, os calcanhares pousando nas costas de Taehyung num convite explícito. Taehyung lambeu os lábios e apertou as coxas gostosas do garoto, sabendo que não lhe restava mais um pingo de sanidade, pois ele ia afundar todo o seu comprimento em Jeongguk e Deus o perdoasse, mas ia preenchê-lo inteiro com gosto.
"De uma vez, hyung, e não seja gentil."
Os dois gritaram quando Taehyung entrou num único golpe, o osso pubiano colidindo com as nádegas de Jeongguk, as bolas duras apertadas contra as carnes macias; os olhos de Jeongguk perderam o foco e ele pareceu ficar totalmente ausente por alguns segundos. Taehyung expeliu o ar dos pulmões de uma só vez quando toda sua extensão entrou naquele aperto quente. Os músculos internos do garoto o esmagaram sem dó, resistindo e pressionando as veias pulsantes do pau de Taehyung. A sensação era a de sufocamento; ao mesmo tempo em que o estímulo era demais, a pressão o impedia de ejacular. Precisava se retirar, se mexer, mas Jeongguk ainda não estava pronto, então Taehyung respirou fundo e sustentou o peso do corpo nos braços instáveis. Embaixo de si, Jeongguk estava imóvel, o olhar vidrado.
"Jeongguk. Ei, olhe para mim."
Os olhos do garoto estavam embaçados de lágrimas, a boca aberta e a testa franzida. Taehyung queria fazer o garoto chorar, mas não desse jeito.
"É demais?", afagou o rosto de Jeongguk e beijou-o nas bochechas com carinho. Era difícil ficar imóvel quando seu pau dolorido estava sendo comprimido, ele precisava se friccionar dentro de Jeongguk em busca de alívio, o aperto excessivo era desagradável, mas o garoto estava claramente em choque e com dor. "Fale comigo, amor, é demais para você?"
Jeongguk negou com a cabeça e fechou os olhos, as bochechas sendo molhadas pelo rastro das lágrimas, que Taehyung beijou e lambeu murmurando palavras doces.
"Devagar, hyung", pediu num fiapo de voz. Taehyung assentiu, deslizando para fora do interior que o estrangulava e voltando com cuidado, prestando atenção aos sinais que a expressão de Jeongguk lhe dava, ofegando de alívio quando Taehyung se retirava e se encolhendo quando o manager entrava novamente, indo cada vez mais fundo.
Lentamente, o alívio e a dor criaram uma nova sensação para ambos. Era bom quando sentia todo o pau de Taehyung saindo, centímetro por centímetro, e a dor do preenchimento completo quando voltava era estranha, mas então a rigidez de Taehyung pressionava algum ponto lá dentro e uma descarga de prazer fazia a mente de Jeongguk entrar em curto. Abriu os olhos e fitou Taehyung acima de si, a pele dourada coberta de suor e os tendões dos braços esticados sobre os músculos macios. Ele era tão lindo e finalmente seu, completamente seu.
Jeongguk passou os braços ao redor do pescoço de Taehyung e o abraçou, apertando mais as coxas em torno de sua cintura conforme o ritmo ia gradativamente ficando mais rápido e melhor. A respiração descompassada de Taehyung trovejou em seu ouvido, arrepiando a pele inteira de Jeongguk e o fazendo flexionar embaixo do corpo pesado do manager.
Taehyung se afastou e olhou para baixo, para os músculos do abdômen de Jeongguk retraindo conforme absorvia o impacto das investidas, o membro vermelho e teso cada vez mais inchado. Espalmou a mão na barriga do garoto, maravilhado em como sua palma cobria quase toda a distância de uma extremidade a outra na cintura estreita, em como o membro de Jeongguk era bem acolhido em sua mão grande. Num aperto confortável e quente, Taehyung deslizou a mão para cima e para baixo na ereção de Jeongguk, adorando a mudança na expressão do garoto, que foi rapidamente relaxando, os gemidos ficando mais roucos e manhosos.
Acertando-o fundo, Taehyung assistiu embevecido seu garoto suplicando coisas sem sentido enquanto gozava incontido em seus dedos, os jatos espessos atingindo o peito e respingando nos mamilos. Jeongguk ainda era apertado demais para que as penetrações fossem confortáveis a ponto de conseguir gozar, então Taehyung se retirou, livrou-se da camisinha e se masturbou de joelhos entre as pernas abertas de um Jeongguk extasiado.
"O que está fazendo?", o garoto perguntou, piscando para afastar as lágrimas e a névoa que o orgasmo intenso deixou.
"Está tudo bem, eu só... preciso..."
Não terminou a frase. Jeongguk o puxou para mais perto, apoiando-se num cotovelo, e guiou o pau de Taehyung para dentro da boca. O manager imaginara ser chupado por Jeongguk diversas vezes em sonhos proibidos, mas quando enfim viu a boca do garoto deslizando por sua extensão e o acolhendo com vontade, custou a crer que estava mesmo acontecendo. O queixo caiu, um gemido rouco de puro deleite escapando pela boca aberta. Acariciou os cabelos macios de Jeongguk e arregalou os olhos, perplexo, pois Jeongguk empurrava seu falo para dentro da garganta com gula, engasgando-se e babando e, ainda assim, gemendo como se o pau de Taehyung fosse a coisa mais palatável que já provara.
"Ah, Gukie", Taehyung suspirou, dedos se fechando em torno das mechas escuras. Segurou gentilmente o queixo do garoto para manter a cabeça dele no lugar e ondulou os quadris, deslizando a extensão para dentro e para fora da sucção da boca quente e molhada de Jeongguk. O garoto não parava de gemer, levando uma das mãos por entre as coxas de Taehyung e além; o manager olhou para trás, admirado ao ver que Jeongguk estava se masturbando apesar de ter acabado de gozar em abundância, a glande vermelha brilhando em pré-gozo e sêmen. Aquilo foi demais, Taehyung sentiu um repuxamento intenso nos testículos e no ventre, tentou afastar a cabeça de Jeongguk, mas o garoto soltou um som de protesto e voltou a enfiá-lo na boca, recebendo os esguichos de Taehyung de olhos fechados e língua estirada. Três disparos fortes atingindo o fundo da garganta de Jeongguk, dois curtos salpicando a boca e as bochechas coradas do garoto.
Ficaram duros novamente cinco minutos depois, beijando-se devagar e deixando que as vontades fossem aplacadas. Embora Jeongguk pedisse, Taehyung não voltou a penetrá-lo, poupando-o por uma noite, mas o beijou e deu prazer ao garoto de todas as formas que podia, assim como deixou que Jeongguk tomasse de si o que quisesse. Fez seu garoto chorar e implorar, beijando-o e falando com carinho quando Jeongguk soluçava, os orgasmos vindo secos após a superestimulação.
Quando estavam cansados demais para sequer se mover, Jeongguk deitou de bruços, agarrado ao travesseiro, e Taehyung olhou para a expressão pacífica do garoto até que suas pálpebras pesassem e eles pegassem no sono, as respirações quentes embolando-se juntas.
***
Taehyung pediu sua demissão da NS no mesmo dia em que Jeongguk anunciou que não renovaria o contrato com a empresa. Seguiria carreira solo. Já tinha fãs que confiavam em seu trabalho, conquistara esse mérito, escrevia e produzia as próprias músicas. Não podia permanecer numa empresa cujas regras o impediam de ser plenamente feliz.
Seus pais o apoiaram, inclusive aceitaram (com algum susto) quando Jeongguk revelou que estava namorando o próprio manager.
Seis meses depois, Jeongguk lançou um novo álbum com o nome de You and Me, com músicas que falavam sobre um amor proibido que enfim se realizava, sobre estar apaixonado e viver um sentimento único e perfeito. A música título chama-se Euphoria. Saiu em turnê mundial. Taehyung foi junto como seu manager, amigo e amante.
E essa é a história de Jeon Jeongguk, o garoto com sorte, que conquistou o mundo e o amor de sua vida. Ou, em outras palavras, o garoto que tinha Lua em Leão.
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