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https://youtu.be/hjxPv8kWaCk

Hoje

Deja vu

O estômago o reconheceu antes mesmo que o cérebro.

Foi aquele frêmito tão familiar e inconfundível, descendo e atravessando o organismo como uma adaga gelada... O estômago se rasgou para depois se contrair – tudo isso em um milionésimo de segundo, antes que seus olhos o identificassem, em meio à multidão que ocupava a sala de espera do aeroporto internacional de Norfolk, nos Estados Unidos.

À identificação visual seguiu-se o reconhecimento. Até pareceu ensaiado, mas ela tinha as dúvidas... Seria esquizofrenizante demais para sua cabeça.

Afinal, dizem que Deus não joga dados...

O fato é que o Portão C abriu-se à passagem de Gislaine e lá estava ele, parado, olhando diretamente para ela. Tudo o mais desapareceu ao redor: o burburinho, o barulho das rodinhas das malas, as interjeições de alegria frente ao reencontro entre familiares, amantes e amigos. Estavam apenas os dois, envolvidos numa onda de eletricidade - olhos nos olhos - até que ela levou um empurrão de um senhor bastante idoso, que vinha logo atrás. Ele a contornou e ultrapassou, resmungando sem parar naquela língua maldita que ela ainda não entendia muito bem... E detestava! Ela queria conhecer qualquer parte do mundo, menos os Estados Unidos. Mas parece que aquele seria um lugar com o qual teria que se relacionar com frequência. Além de negócios, era o país onde Lara vivia com o marido, Derek, um militar das forças especiais; e como ele era um cara muito legal, Gislaine já o perdoou por ser americano. Afinal, ninguém era perfeito.

Gis tinha alguns motivos pra desgostar dos americanos. Para começo de conversa, o povo era arrogante, a língua era difícil... Os militares eram uns insuportáveis, pensando que toda mulher morria por causa eles. Ela bufou, indignada.

Tá... Tudo isso era desculpa furada, mas ela precisava se agarrar a alguma coisa. Senão, teria que reconhecer que o homem a sua frente não era um demônio da Tasmânia, mas um cara até que muito fofo e atencioso, quando queria ser.

Apesar de não ser muito boa no inglês, foi impossível Gislaine não perceber que o "bom velhinho" a estava xingando. Ela o ignorou, procurando pelo par de olhos que, pouco antes, mantiveram-na cativa. Engoliu em seco ao constatar que ele estava do mesmo jeito: parado, olhando para ela. Droga... Onde estava Abner quando ela mais precisava dele? Era para estar esperando por ela ali! Gislaine nem teve tempo de se preparar para aquele reencontro. Mas... será que teria adiantado?

Deja vu.

O sorriso dele, antes uma promessa, iluminou o rosto másculo e bronzeado. Como um raio de sol que se infiltra pelas nuvens de tempestade... O maldito sabia que sua presença não era esperada e a estava deixando constrangida. Era óbvio que se divertia com isso, como um felino se diverte com a presa... Antes de devorá-la. Ocorreu a Gislaine que aquela não era a primeira vez que ficavam assim, frente a frente, no portão de desembarque de um aeroporto. Naquela mesma posição, e com o mesmo constrangimento.

Deja vu.

O mesmo constrangimento, não. Agora era muito pior - em dobro!

Da última vez em que esteve nos States, Spencer também foi o chofer de Gislaine – ela era a madrinha de casamento da melhor amiga, Lara. E olha só no que deu...
Nos filmes americanos, as pessoas sempre arrumam alguém para transar nas festas de casamento. Quem não se lembra de "Quatro Casamentos e Um Funeral", com Hugh Grant preso no armário enquanto o casal mandava ver...?

No caso de Gislaine, porém, as coisas começaram a se complicar durante a despedida de solteira de Lara. Quer dizer, mais especificamente... No dia da noiva. Não, pensando bem, foi na despedida de solteira e também no dia da noiva... Quer saber, Gislaine refletiu, tudo era complicado o tempo todo, em relação a Spencer. Episódios que renderiam dois livros hot, contando o que rolou e o que deixou de rolar entre eles... Lara poderia se deliciar com a informação... Certamente, aproveitaria para suas estorinhas bregas de amor... O cavaleiro salva a dama... O amor e uma cabana... Bah!

Até hoje, ela não conseguia entender, nem acreditar que os dois tiveram... um lance. Por via das dúvidas, nunca contou a ninguém! Era como se contar a alguém concretizasse aquela loucura. Então, Gis não contou.

Aí, quando foram às vias de fato... Tudo piorou. O clima passou a pesar cada vez que se encontravam, quase soltando faíscas no ar. E as vias de fato tiveram algumas consequências que ela ainda não tinha certeza se ignorava ou se apenas se resignava a elas. No fundo, no fundo, porém, sabia que não poderia fazer nem uma coisa, nem outra.

Bem...

Ao menos, Spencer fora cavalheiro o bastante para não sair se gabando com os amigos de que "tinha traçado a brasileira". Para ele, aliás, era como se nada tivesse acontecido. Gislaine ainda não sabia se ficava ofendida ou aliviada pela sua discrição... Ela precisava ignorar o que aconteceu... Na época, refugiou-se na raiva e ficou indignada com a capacidade de Spencer em ligar e desligar o interruptor de sua vida amorosa. Mas isso foi para preservar o seu orgulho, agora ela reconhecia, porque não queria que ele se comprometesse por causa de qualquer obrigação moral que julgasse ter em relação a ela.

Gis estava decidida a evitá-lo a todo custo. E era por isso que, antes de viajar, ela telefonou para Abner. Precisava de um escudo. Nada como um SEAL para entender a mente de outro SEAL. Os dois estavam na mesma companhia. Spencer era o líder alfa de uma das equipes seis, os Shadow Walkers. Abner era o novato do grupo.

Gislaine estava confiante de que o seu estratagema fosse funcionar. E agora ela estava começando a achar que algo dera errado. Abner não apareceu. No seu lugar, veio Spencer. Droga... De todas as coisas que poderiam acontecer; de todos os planos que ela elaborou para evitar Spencer, antes de vir, não previu dar de cara com ele no aeroporto!

Para piorar, ainda se lembrava de como era sentir as mãos enormes de Spencer em seu corpo e não podia permitir que aquela situação voltasse a acontecer.
Ele era um cara perigoso de muitas maneiras. Desde a época do casamento de Derek e Lara, ele lhe pareceu tão assustador e enervante quanto uma esfinge; especialmente pela falta de expressão... Um rosto inexpressivo com um olhar alerta, que não perdia nada. Os olhos pareciam duas pequenas adagas cortando o ar onde miravam, num tom de azul cobalto.

Ele simplesmente não demonstrava seus sentimentos. Seu rosto era como uma máscara impenetrável. E olhe que Gis tinha uma ampla bagagem em ler as pessoas - experiência que adquiriu como caixa de supermercado.

As únicas poucas vezes que ela flagrou Spencer relaxado e a vontade foi com os amigos e colegas. Seus brothers, como ele costumava chamá-los. No mais, ele tratava todos os civis com indiferença e distanciamento acintosos... Sua postura era tão fria, que ela acreditava que, na maioria das vezes, desprezava os civis. Gislaine avaliou seu jeito de ser e o classificou como... arrogante e indolente.

Como um leão descansando ao sol.

As vezes ela imaginava se poderia obrigá-lo a perder a pose... Mas desistia da ideia só de se lembrar do que ele era capaz, quando se sentia desafiado. Sua indiferença podia desaparecer num piscar de olhos. A calma e tranquilidade parecia ser o seu comportamento padrão... Mas esse comportamento exterior escondia no interior um cara capaz de extremos, como beijar com loucura, ou quebrar ossos (até mesmo matar) com alguns poucos golpes.

Ela sabia disso, porque já testemunhou Spencer sair do sério.

Ela também já o viu treinando krav magá, jiu-jitsu brasileiro e também, naquela noite fatídica... No bar, ela viu Spencer reduzir um homem atrevido a um simples pano de chão...

Estremeceu ao se lembrar de que o sujeito em questão colocou a mão na sua bunda e foi girado e espremido contra o piso sujo do bar... Nossa, ela teve a impressão de o rapaz ter perdido vários dentes.

Gis piscou algumas vezes, forçando-se a devolver aquela noite e aquele bar de volta às brumas nebulosas de uma memória prejudicada pelo álcool. O presente é que importa. Os dois se encarando, em meio a um aeroporto movimentado.

Diante do olhar profundo e perscrutador de Spencer, Gislaine abriu a boca para dizer algo legal, cordial... Algo legal, cordial e apropriado. Mas nem teve tempo de articular as palavras. Abner apareceu, interrompendo o clima e os pensamentos caóticos de Gislaine.

-Oi, tô muito atrasado? – Ele perguntou e Gislaine sorriu de puro alívio. Uma desculpa perfeita para romper o contato visual com Spencer e, também, extinguir a eletricidade que envolvia os dois num clima explosivo.

Quanto a Spencer, ela tremeu ao observar seus olhos penetrantes se deslocaram dela para Abner e de novo para ela. A mensagem para Abner foi clara: "O que você está fazendo aqui, e porque não me disse que viria?". Quando retornaram para Gislaine, a mensagem foi outra, inequívoca: "Então é assim que quer jogar?".

"Meu Deus, ele era rápido. Pegava tudo no ar. Até o meu estratagema.", ela pensou, sentindo-se nua diante daquele homem. E não de um jeito prazeroso.

A expressão sombria de Spencer não mudou. Nada conseguia abalar aquele homem.

Deja vu.

Nossa, nem parece que o nosso enrosco aconteceu há seis meses, mais ou menos.

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