O barulho da arma forma um alto eco em meio às paredes da caverna. Eu tento de todas as formas acender o mais rápido possível alguma tocha para que pudesse ver quem acertei.
Pego pedras e tento secá-las,pois estavam úmidas,assim com muito esforço consigo acender a tocha e ir em direção de onde atirei.
Me aproximo e para meu alívio está Adam no chão se contorcendo de dor,ele volta a sua forma humana ainda sangrando.

—Você me paga caçadora! –Diz Adam com olhos de raiva.

Sthefan também volta ao normal, aparenta estar amanhecendo.

—Você é um monstro! Matou meus pais,me deixou órfã e também deixou outras crianças sem pais,nunca vou te perdoar pela dor que me causou. –Digo limpando as lágrimas que caíam e Sthefan me abraça.

—Pai! Quando eu era pequeno,você me contava histórias de heróis que sempre salvavam o mundo,eu te achava meu herói, você era meu herói Pai!Por que? Me diz por que teve que ser assim? –Diz Sthefan que está com os olhos umedecidos.

—Me perdoe filho! Me perdoe Karrolayne! Eu sinto muito por tudo que fiz ! –Diz Adam que se arrependeu e nos olha com um rosto triste.

Nesse momento seus olhos se fecharam. O lobisomem estava finalmente morto.
Famílias tiveram sua vingança, deste dia em diante não haveria mortes, transformações,os filhos das pessoas cresceriam seguros da besta,o povo de Lamberhurst estava seguro,noites sem dormir com pavor da criatura,sangue de inocentes foi derramado sem piedade,são dias que ficaram marcados na memória deste vilarejo, e você acredita em lobisomens?

Pegamos o corpo do lobo e o levamos até o vilarejo. As pessoas que haviam ficado,estremecem-se de alegria ao ver a criatura morta. Levamos-o até o rio, amarramos junto a ele uma pedra e o jogamos. As tristes lembranças se afundavam junto ao lobisomem.

Logo Sthefan e eu retornamos ao vilarejo.

—Obrigada Karrolayne! –Diz uma mulher.

—Você nos salvou! –Fala um garoto.

—Filha! Eu agradeço-te de coração, sem você, não conseguiríamos tal façanha! –Diz o padre. —Aqui está o vosso pagamento.

—Não precisa padre! Não cobrarei! Sei que vocês sofriam muito com esse lobo.

—Deus lhe abençoe! –O padre Carlos diz.

Em um canto, isolado, estava Sthefan. Eu me aproximo dele.

—Conseguimos! –Digo alegre.

—Sim! –Sthefan diz feliz,mas um pouco triste.

—Sinto muito pelo seu pai!

—Não se preocupe quanto à isso! Você conseguiu! –Ele sorri.

—Nós conseguimos!

—Karrolayne... Eu... –Aproxima-se de mim.

-Você o que?

Sthefan se aproxima e com gestos gentis toca o meu rosto.

—Eu amo você! –Ele diz um pouco envergonhado. —Sei que é errado,pois ainda continuo sendo um lobisomem,mas...

Não permito que ele termine, e beijo-lhe.

—Não diga "mas" ! –Sorrio após o beijo. —Às vezes o errado pode ser o certo!

Sthefan se surpreende com a resposta.
Minutos  se passam e Charles e Linda aparecem.

—Titia! Ainda bem que você está a salvo! O tio Sthefan cuidou muito bem de você!  –Ela sorri e eu beijo sua bochecha.

—Eu lhe julguei mal Sthefan! Você é um bom homem! –Diz Charles.

—Obrigado! –Ele diz.

—Karrolayne! Tem alguém que quer lhe ver! –Diz Charles e atrás dele surge Pedro.

—Pedro! –Grito de emoção.

—Karrolayne! Que saudade! –Ele me abraça.

Pedro se aproxima de Sthefan e diz:

—Ouvi muitas coisas sobre você meu rapaz! Mas não julgo-te, apenas faça a minha Karrolayne feliz que eu permito que você viva. –Brinca.

—Farei! –Ele diz rindo.

O vilarejo enfim estava livre de tal tormento. A promessa que fiz aos meus pais não foi em vão. Matei o lobisomem que matou a minha família.