Capítųlo 24 - Mortalidade
Borrões negros vindo de todos os pontos, o sangue fervente correndo pelas veias,a luz fraca ao longe,embaçada pelos vultos,fechei meus olhos por um segundo e pensei no que tinha acontecido
Eu seguer sabia o que havia acontecido
Glodrel. Eu o-tinha deixado lá, mas, será que ele voltara e neste estado momento estaria aqui?
Entreabri os olhos,enquanto a visão se tornava nítida,a imagem do garoto extremamente branco me deixou abatida
ele era branco demais
O tom de seu corpo era pálido, pálido o suficiente para ser mórbido,engoli em seco e o gosto de sangue desceu pela garganta, mas de onde vinha este sangue?
O garoto me olhava aflito,parecia preucupado,seus olhos corriam por todo o meu corpo,me deixando bastante envergonhada
- O que aconteceu? - perguntei pondo a mão sobre a cabeça,onde latejava de dor,e senti uma gosma sobre ela,quando olhei novamente, a Palma estava cheia de sangue - isto é sangue?
Ele virou o rosto para o outro lado,e fiz o mesmo, mas não havia nada seguer, nenhum automóvel, nem um ser humano, apenas eu e o garoto desconhecido
- por favor, tire sua mão da minha frente - arqueei a sobrancelha,confusa - é bem difícil suportar.
Com sua outra mão, ele me entregou um lenço e água oxigenada,diziam-me que ajudava nos casos de ferimentos,ele observava a lua,e evitava respirar, fora então que terminei de limpar os machucados,meus joelhos tinham sido feridos,meus cotovelos também,e ele mantia os olhos, e a respiração bem longe de mim
- terminou?- perguntou ele soando impaciente - você sabe o que aconteceu?
Tentei lembrar, foi então que algumas imagens veio em minha mente,eu dirigia minha moto. então um carro veio em minha direção. nos batemos. Não consegui segurar a direção. Meu corpo foi lançado.
- você me atropelou. - respondi rígida - e eu caí em cheio no asfalto.
Foi então que lembrei-me aonde eu estava,minhas mãos sobre o asfalto frio e áspero,a brisa leve do verão chegando.
O garoto retraiu-se, e bufou, parecia irritado,sendo que eu deveria estar irritada.Foi então que ele se aproximou, recuei um pouco, era algo bem estranho de se acontecer, um desconhecido querer olhar em seus olhos, foi então que percebi seus olhos ficando num tom sombrio,uma mistura de branco e cinza, parecido com o céu nublado. Seus olhos se iluminaram, e eu não conseguia dizer nenhuma palavra seguer. Foram-se alguns minutos e ele dizia certas palavras
- depois que eu estalar meus dedos três vezes; na terceira - ele mordeu os lábios - você irá esquecer tudo que aconteceu, terá perdido o controle da moto e sofreu um acidente.
- Mas eu não perdi o controle da moto! - retruquei - Quem me atropelou foi você.
- cale-se.Um. - ele estalou os dedos - dois. - estalou novamente - três.
Ele se levantou do asfalto e seguiu para o carro,foi então que percebi o quão forte era o garoto,seus músculos não eram enormes como os de Glodrel,mas também não eram magros, e seus cabelos eram negros como o véu noturno,e ele usava roupas escuras como seu cabelo
- espere um pouco. - Me levantei do asfalto e fui até o carro prateado que estava posicionado ao lado da pista - você me mandou calar a boca? Me atropela e pede que eu me cale?
Meu corpo doía exausto,a cabeça latejante, os olhos inebriados,eu não estava bem para ficar calada,eu sabia que iria estourar,esses dias em Rettory só abalando minha mente e eu continuava calada, aguentei os dramas de Glodrel confuso sobre nosso relacionamento,Rachel reclamando de tudo e todos,Leon pesando minha consciência. Eu gostava muito deles e ainda gosto, mas não é propriamente dito que devo suportar tudo que me falem,sem seguer abrir a boca
- você não sofre com os efeitos do hipnotismo. - disse o garoto retraindo os lábios - só integrantes do submundo...
- eu sei que o nome deste submundo é Rettory! - exclamei quase gritando - e que ele é uma bola de lã envoltas, num mistura de confusões.
Ele sorriu de lado,mostrando os dois caninos entre os dentes
- você conhece bem sobre Rettory.
Numa mistura de ódio e aflição,lágrimas começaram a derramar,tudo tão confuso e maluco,meus sentimentos faziam uma enorme estrago, eu, que sempre tive paciência, estava jogando discórdias e dramas em alguém desconhecido, talvez fosse por isso que não fui afetada,essa confusão veio apenas quando voltei
- não gosto que chorem perto de mim. - disse o garoto um pouco sentimental,ele parecia ter pena por eu estar chorando na porta de seu carro - é tão deprimente.
- que se dane o que você acha! - as palavras fugiram sem que eu me desse conta - se não está gostando,aperta o acelerador e se manda!
- calma garota. - ele se encolheu - você está muito alterada.
- é só que... - soluços junto a lágrimas pausando a cada tentativa de responder-lo - meu ex pensava que somos irmãos,e agora quer voltar depois de me dar um fora,descobri este maldito submundo chamado Rettory e agora tenho que recuperar três objetos inúteis!
- você é uma dos filhos da lua? Os que procuram as relíquias da noite?
Assento com a cabeça, suas palavras me lembraram as irmãs que tentaram me devorar
- e você? - perguntei engolindo em seco - o que você é? Anjo? Fada? Dragão de duas cabeças? Talvez um elfo natalino.
Minha expressão fora o mais rude que já tinha conseguido,e a sensação dele não me conhecer, dava a exata permissão para que gritasse,chorasse, descarregasse todo o peso
- eu sou um vampiro. - ele deu um sorriso malicioso - e não sou vegetariano.
- problema seu. - dei de ombros - beba quanto sangue quiser! Desde que não seja o meu.
Dei uma risada eufórica,tudo parecia uma piada,a lua brilhante e grandiosa no céu escuro,bela e solitária,quase não se via estrelas no céu,como ela poderia viver sozinha? Como ela poderia viver sem alguém? Todos precisamos de alguém para cuidarmos, protegermos,darmos todo carinho que temos contido em nossos corações, pois ambos somos como uma fruta,que ao ser deixada de lado,amadurece e depois se transforma em algo apodrecido.
Os olhos luminosos do vampiro tomava agora um tom castanho-claro,ele me olhou por alguns segundos, apreesivo
- desculpe. - disse ele pondo a cabeça no volante - eu não deveria ter feito isto.
Uma onda de consciência veio como um balde de água fria sobre mim
- eu que devo desculpar. - respondi cruzando os braços - eu estava bem alterada mesmo.
Ouvi ele dar uma risada como um sussurro,depois ele apenas levou a mão até a outra porta e abriu
- entre. - disse ele como se fosse um lamento - vamos.
Passei alguns minutos olhando apreensiva para ele,o vampiro respirou fundo
- prometo que você não será meu jantar. - ele sorriu debochando - tem algumas preferências.
Eu precisava mesmo conversar com alguém que não me conhecesse,como eu sabia que Leon tinha seus dois lados,era isto que ele fazia,o melhor modo de lidar com as coisas eram evitando-as,como por exemplo, uma discussão,quando mais você perder a cabeça, mais as coisas irão piorar,por esta causa ele estava tão feliz em alguns momentos, e rigorosamente rígido em outros, era seu próprio modo de lidar com a vida.
- vamos rápido. - O garoto suspirou nervoso - ou seus machucados vão piorar.
Rodeei o automóvel e sentei no banco alcochoado,o carro era modernizado, tinha gps, codificador,blackphone envolvido e outras tecnologias avançadas,ele apertou um dos botões néon e uma melodia pulsante começou a tocar, a letra era tão harmoniosa,dizia que ninguém pode controlar outra pessoa, e que precisávamos de força e controle.
Até então, tudo bem,mas quando eu vi a enorme casa em que ele colocara seu automóvel,senti minhas pernas tremerem
- onde você está me levando?
Um grande medo junto à pavor corria pelas minhas veias, saindo do pulso e correndo por todo o corpo, na mesma batida da música, que agora, soava aterrorizante
- á minha casa, porquê? - ele olhou para meu estado,imaginava uma garota loira com calça jeans tremendo apavorada - está com medo?
Ele sorriu,e não era como um dos sorrisos de Glodrel, era maléfico,e isso piorou o triplo, seguer pude responder
- Estou brincando. - desabou ele em risadas - apenas irei cuidar dos ferimentos.
- como ter certeza? - perguntei ainda nervosa - você disse que não é vegetariano.
- E não sou. - ele sorriu - como carne bovina,e se está referindo á sangue,pego algumas bolsas no estoque hospitalar.
- Mas você...
Antes que eu perguntasse mais alguma coisa, ele interrompeu
- primeiro entremos, depois perguntas.
Depois que saímos do carro, atravessamos a grama que crescia frente á casa,ele tirou algumas chaves de seus bolsos e abriu a porta, tudo estava escuro, mas quando ele ligou o interruptor,pude ver quão belo era o interior; a sala era imensa,haviam duas poltronas brancas sobre o carpete vermelho-vinho, um abajur foi posicionado ao lado de uma das poltronas,numa das paredes havia uma prateleira de livros,clássicos da literatura fantástica estavam sobre a estrutura branca,enquanto ele fora buscar medicamentos, retirei um dos livros, estava mofado mais ainda consegui ver a maçã vermelha sobre as mãos de uma garota,olhei para ele franzindo o cenho
- tenho um fraco por vampiros.- disse ele trazendo a pequena maleta branca com uma cruz vermelha estampada - você já leu algum destes livros?
Sim. Eu já tinha lido a maioria daqueles livros, mas não tinha boa memória, e com certeza tinha esquecido toda a história
- venha. - sorriu ele abrindo a maleta - sente-se na poltrona e aperte isto.
Ele me entregou uma pequena bola de plástico, olhei para ele mostrando o meu enorme bom humor
- Uma bola de cachorro?
- diminui a dor.- ele apertou ela algumas vezes - aprendi com os seriados.
Revirei os olhos, mas fiz seu pedido, foi então que senti a dor voltando com força o bastante para que eu me contorcesse
- falta só mais alguns.
Ele dizia tentando aliviar, mas eu pudia conter o gemido quando ele tocava sobre o machucado
- por que não conversamos? - perguntou ele - talvez você esqueça a dor, por exemplo, qual é o seu nome?
- O meu nome é... - Gemi novamente - Alexia Constantine.
- olá Alexia? - ele tirou os olhos dos ferimentos e sorriu - meu nome é James Lostiv.
- posso te chamar de Jen? - perguntei rindo, esquecendo por um momento a dor insuportável - gosto de apelidos.
Sim.Eu gostava de apelidos, mas nunca achei um apelido que pudesse retirar do nome "Glodrel" minhas tentativas eram "Drel",Glod", mas todas eram estranhas.
- então lhe chamarei de lex. - disse ele enfaixando meu joelho, causando um leve ardor - ou de Lexi.O que preferir.
- muitas pessoas me chamam de Lexi, mas se quiser, pode me chamar de Lex.
Ele pôs o recipiente dentro da maleta junto ao algodão. Estiquei a perna ferida e vi que ele tinha posto um curativo,mordi os lábios vermelhos pelo sangue,não sei como, mas acabei cortando-os, o gosto parecido com metal.
- sua boca está sangrando. - ele me fitava,seus olhos castanhos agora eram inundados pela cor vermelha - deixe-me limpar.
Ele levou a mão ao meu queixo, e com o polegar ele passou sobre o lábio inferior,seu toque era tão suave, e ao mesmo tempo frio;uma mistura de calor e frio ao mesmo tempo,ele se aproximou até ficar à poucos centímetros, pensei sentir sua respiração, mas na verdade nada saía de seu nariz ou boca, quando nossos lábios iam se tocar num toque melancólico e virei o rosto
- não é porquê está com fome que poderá se aproveitar dos meus machucados.
Ele soltou um sorriso malicioso e antes que eu pudesse me levantar,suas mãos foram a minha nuca e então nossos lábios se encontraram.
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