Capítųlo 15 - Refúgio
- Um dos animais de estimação do seu tio. - respondeu Rachel sem tirar os olhos da criatura que brilhava frente ao farol do carro - não façam movimentos bruscos.
Engoli em seco, só de olhar para aquilo, me dava vontade de correr e grita feito uma louca saindo do hospício, meu coração batia rapidamente, como uma britadeira despedaçando o asfalto,senti todo o sangue esvaziando da minha pele,eu mantia os olhos abertos, num intervalo de segundos eu piscava, hesitei fechar os olhos, mas, e se ela atacasse? Eu ficaria ali paralisada enquanto os outros corriam, quando aquele noturno gritava, um buraco enorme que tinha dentes afiados em todo a região escura,eu vou morrer, pensei, logo os olhos que estavam em meio à escuridão foram se escondendo entre as moitas e árvores, eu tentava respirar normalmente, mas aquela que estava em nossa frente não deixava,e ainda mais, minha mão formigava, mas eu tinha medo que se eu mexesse o braço, toda essa imobilidade iria ao fundo do poço, tentei mexer o braço lentamente, mas nada, até que então, senti um toque leve e quente, com precaução, virei o rosto, e conseguir olhar para a mão de Glodrel sobre a minha, ele deslizou o polegar pela pele formigando, e em poucos minutos, a coçeira tinha passado, mas a criatura continuava ali, me observando, ela lançou um olhar periférico e felizmente ela desistiu, eu acho,pois ela pousou as quatro patas no chão, como um pitbull desistindo da vítima, em um pulo, ela adentrou as moitas e arbustos, desaparendo de nossas vistas, Ufa,suspirei aliviada,Senti um toque em meu ombro, vinha de trás
- Lexi, você está bem? - perguntou Leon - Está pálida.
Balanço a cabeça rapidamente
- sim...- gaguejei - estou bem, acho.
Glodrel virou o rosto e deu um sorriso de lado, tentei retribuir, mas o que saiu foi um sorriso extremamente forçado, que o-fez rir baixinho, Rachel franziu o rosto
-Glodrel - perguntou ela - porque está rindo?
- nada de mais. - ele sorriu - mas, e então, vamos seguir?
Num impulso, ele girou a chave do carro, fazendo o motor ligar, mas para minha tristeza, o arranque ecoou pela floresta, e a floresta voltou à se movimentar,então algo bateu na lateral do carro, e eu não tive como contêr o grito, e então, outros começaram a fazer o mesmo, Glodrel me olhou, e percebeu meu estado
- temos que sair daqui. - disse ele - aqui ao lado tem uma ladeira, é bem capaz que o carro capote.
- meu carro?
Perguntou Rachel perplexa
- sim seu carro! - gritou Leon - se despeça num segundo abra a porta e corra!
Rachel passou a mão pelo estofado e susurrou algo como "Adeus Néonlino", segurei o riso, Glodrel pegou as bolsas de recursos e jogou uma delas para Leon
- vou contar até três.
Avisou ele
-mas e os noturnos? - Perguntei quase gritando - eles vão nos pegar!
- então cuide para que não te peguem.
Respondeu ele, Pelo retrovisor, conseguir ver, havia acho que uma matilha deles, "1" falou Glodrel se preparando, ajeitou a mochila nas costas, "2" eu engoli em seco, com a cabeça fervilhando, "3" ambos abrimos as portas, depois do carro despencar ladeira abaixo, as criaturas desviaram o olhar para nós, que já estávamos correndo, logo ouvi grandes estrondos nas folhas,eles estavam vindo atrás de nós, glodrel estava á alguns centímetros de mim, mas em intervalos, virava-se para certificar que eu estava correndo, a Lua minguante lançava feches de luz que atravessavam os galhos altos, olhei para o lado, e vi traços roxos na escuridão, era eles, meus braços balançavam em sincronia no propósito de aumentar minha velocidade,ouvi um rosnado próximo,e senti uma pequena dor corroer a pele,minhas pernas cambaleavam tentando correr, trêmulas, respirei ofegante
Glodrel! - gritei - eu não vou conseguir!
-o que?
Gritou ele,um pouco longe
- minhas pernas estão doendo!
Ele diminuiu a velocidade, quando aproximei dele
-Lexi- exclamou ele - você está sangrando!
suas mãos me agarraram, ele me suspendeu e me pôs em seus braços, senti um certo alívio ao deixar de tocar os pés no chão, mas ao mesmo tempo, queria dizer que não precisava me carregar, mas então seria uma mentira,me encolhi ao perceber que, mesmo com peso, ele continuava correndo,olhei ao redor com minha visão periférica,a procura de Leon e Rachel, a dor crescia cada vez mais, mas não hesitei em olhar o ferimento, eles corriam depressa em nossa frente, mas quando Leon se virou, ele deu meia-volta e se aproximou
- O que aconteceu com ela? - perguntou preucupado - Está ferida?
Glodrel respirava ofegante, já tinha andando muitos metros comigo em seus braços
- sim, um dos noturnos a-feriu. - disse ele apontando para o ferimento - ela não consegue correr.
Leon observou as pequenas linhas de sangue escorrendo até o tornozelo, e respingos sujavam a calça jeans de Glodrel,ele apalpou a região dolorida, e uma fraca luz esverdeada iluminou, e num processo de segundos, a dor diminuiu
- eu tentei curá-la, mas não tenho magia o suficiente.
Dei de ombros, pelo menos a dor tinha parado, Glodrel me colocou no chão
- você consegue andar?
Perguntou ele
- sim. - respondi - consigo.
Ele entrelaça seus braços musculosos em minha cintura, e começamos a caminhar, Leon andou em nossa frente, pronto para me defender diante de algum noturno, sim, eu estava protegida, e era reconfortante tê-los ao meu lado.
Depois de um tempo, não havia sinal algum de noturnos,e caminhávamos pela floresta,mas, e Rachel, onde está ela?, passamos por um paredão de rochas, alguns galhos verdes cresciam entre elas, e o chão era coberto por folhas secas, talvez o outono estivesse perto. De longe, consegui ver uma espécie de coreto sobre uma rocha, metade dele era coberto por folhas, suspirei aliviada, ali teríamos um bom lugar para passar a noite,ao seu lado, tinha um portão enferrujado, que felizmente estava entreaberto, e encostado nele, estava Rachel sentada, ela suspirou
- vocês são muito lentos. - exclamou ela - deram sorte que os Noturnos não continuaram.
- nunca iríamos deixar Lexi- falou Glodrel - ela foi ferida por um deles.
- maldito noturno - resmungou Leon e repetiu - maldito noturno.
- não foi nada demais. - exclamei tentando aliviar o clima tenso - só machucou um pouco.
- então, eu encontrei esse coreto - falou Rachel baixinho - Acho que podemos passar essa noite aqui.
Balanço a cabeça confirmando sua hipótese, passamos por uma escadaria de rochas lascadas e entramos, o teto era suspenso por pilares um pouco gastos, dava para ver a cor antecessora, era amarelada, e algumas plantas rasteiras cresciam ao redor, lá dentro,estava limpo, o chão branco só tinha um pouco de poeira, Leon abriu o zíper da bolsa e retirou alguns objetos, entre eles, uma pomada, que tal lançou para Glodrel
- coloque no ferimento, irá cicatrizar.
E mais quatro pequenos lenços, ele fechou os olhos e resmungou algumas palavras que não pude entender, então os lenços foram se expandindo até se tornarem sacos de dormir, Glodrel e eu nos entreolhamos, ele segurava a pomada com o olhar aflito, enrijeci o maxilar, preparada para voltar a sentir dores.
- prometo que será rápido. - disse Glodrel segurando uma das mãos em minha coxa - é só questão de segundos.
Assenti para que iniciasse,com cuidado, ele deslizou os dedos levemente pelo ferimento, antes disso, eu tinha lavado com uma das garrafas de água, e limpei o sangue com álcool, agora, Leon e Rachel já tinham dormido,meu corpo vibrava a cada toque,às vezes, ele me olhava a procura de uma expressão dolorosa em meu rosto, mas como não achava, dava um sorriso, e eu sentia minhas bochechas queimando, suas mechas loiras caíam sobre os olhos azuis feito o oceano, de repente, ele acabou tocando num lugar muito dolorido, fazendo com que eu mordesse os lábios,ele levantou os olhos preucupados
-desculpa, foi sem querer. - explicou - verdade.
- não foi nada. - falei tentando disfarçar - só está doendo mais aí nessa região.
- e então? - perguntou ele - você está legal, tipo, depois daquela conversa?
- sim. - respondi nervosa - acho que sim.
- também com Norleon por perto. - resmungou ele - quer dizer, você acha ele legal, não é?
Sim, ele estava com ciúmes, quando falou de Leon, deu ênfase sem querer, engoli em seco
- Sim, acho ele legal.
Respondi tentando não gaguejar
- que bom.
Seus olhos abaixaram, agora toda sua atenção era cuidar do ferimento, depois de enrolar uma atadura, ele limpou as mãos e disse
- pronto, agora você só precisa evitar corridas.
Dei um sorriso torto, e ele esboçou outro
- Vamos dormir?
Ele assentiu com a cabeça e me ajudou a levantar, caminhei até o saco de dormir e deitei, exausta,minha cabeça doía um pouco e minha perna às vezes latejava, e o pior disso, era que eu não conseguia dormir pelo fato de ver o rosto de Glodrel sempre que eu hesitava fechar os olhos, como ele, um garoto normal como qualquer outro, pode me fazer delirar, deseja-lo?acho que é apenas mais uma das dúvidas filosóficas que nunca irei saber a resposta.
Vocês estão gostando? Já deram o voto e o comentário? Não? Vai lá então? Ajudar o Angel 😜😜😜😜
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