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Capítulo único

Birmingham, West Midlands, Inglaterra 14 de janeiro de 2013

Esfreguei os olhos, irritando-me com a luz vinda da janela. Não queria levantar, só queria viver como um lagarto, livre e sem responsabilidades. É claro que, aos 16 anos, qualquer um tem responsabilidades, exceto lagartos, é claro. Joguei um pé para fora da cama, depois o outro, em segundos estava de pé, extremamente cansado, mas preparado para enfrentar a vida... Ou quase. Dei alguns passos e observei meu lagarto, Rex, invejando-o por poder descansar a manhã e a tarde toda. Caminhei até o banheiro, encarando meu reflexo no espelho. Meu rosto demonstrava o quão cansado estava, e eu sabia que encarar o espelho não ajudaria em nada. Ele não tinha culpa pela minha aparência, eu sim, pois tinha ficado horas e horas ensaiando. Gostava de fazer vídeos para meu canal do Youtube, cantando e tocando guitarra ou violão, tudo porque queria investir em minha carreira artística... Se é que eu tenho uma.

Saí do quarto, suspirando, em seguida desci as escadas correndo. Ouvi minha mãe gritar meu nome da cozinha, perguntando-me se eu gostaria de tomar meu café da manhã.

- Não mãe, vou tomar em algum café na rua. - Gritei em resposta, pegando minha mochila e saindo de casa em seguida.

Logo percebi que estava nevando e agradeci a meu cérebro por ter me feito pensar em colocar cachecol azul e uma jaqueta quente, junto, é claro, com algumas várias blusas de frio. E bem, não posso esquecer das calças, porque sem elas eu estaria congelando e sem conseguir andar. Balancei a cabeça para espantar a neve que grudara no meu cabelo e voltei a andar, pronto para ir ao café mais próximo. É claro que depois eu ainda tinha que ir ao colégio, mas eu preciso me alimentar certo? Certo.

Em minutos eu estava dentro do Starbucks mais próximo, pedindo a primeira coisa que veio na minha cabeça: muffin de blueberry. Assim que meu pedido foi atendido, sentei-me em uma mesa próxima à parede. Mordisquei o muffin com certa pressa, apenas porque precisava ir ao colégio em seguida. Não prestava atenção ao que acontecia ao meu redor, pelo menos não até ouvi-la. O que eu ouvi? Simplesmente a voz mais melodiosa já existente, melhor do que qualquer cantora profissional que eu conhecia. Levantei o olhar, procurando de onde vinha a voz. Em uma mesa, no canto, uma garota morena, com pele clara e olhos castanhos enrolava o fio do seu fone de ouvido, cantarolando Use Somebody como se a música fosse feita para ela, ou como se ela fosse a escritora. Contive um sorriso e me contentei apenas em observá-la. A garota parecia gostar de cantar, e isso me animou ainda mais. Lembrei-me da minha própria versão de Use Somebody, já devidamente hospedada no Youtube e me perguntei se as pessoas sentem o que estou sentindo. Quero dizer... Será que eu pareço gostar do que faço, assim como ela? Espero que sim.

Balancei a cabeça quando ela começou a cantarolar uma música desconhecida e encarei meu muffin, dando mais algumas mordidas. Não sei por que, mas, assim que terminei de comer, voltei a observá-la. Era como se uma força estranha puxasse minha atenção, quase como se a garota tivesse poderes mágicos, ou algum tipo de encanto. Teria falado com ela se um garoto não tivesse aparecido e sentado à sua frente, fazendo com que ela parasse de cantar e o encarasse. Bufei, levantando-me e saindo do café para a fria manhã. Por algum motivo eu queria voltar e me apresentar, coisa que nunca tinha feito antes. O que estava acontecendo comigo?

***


Birmingham, West Midlands, Inglaterra 19 de janeiro de 2013

Todo dia antes de ir ao colégio eu passava no mesmo Starbucks, comprava o mesmo muffin e sentava na mesma mesa, observando a garota da mesa do canto. Todo dia ela cantava, e em três dos dias em que a observei ela estava com o mesmo garoto, pelo menos quatro anos mais velho que eu. Tinha conseguido ouvi-la falar seu nome, Jake, um nome estranho se quer minha opinião. Mas no dia anterior eu não o tinha visto, e olha que tinha chegado mais cedo, só para poder observá-la por mais tempo. Foi melhor assim, pois ela sorria ainda mais quando cantarolava sozinha. Não tive coragem de me apresentar, mas a cada dia que a observava cantar, sorrir, rir ou até mesmo fazer caretas, a vontade de chamá-la para sair aumentava, o problema é que eu não sabia como fazer isso. Eu não sabia nem seu sobrenome, mas o nome... Bem, essa era uma história diferente. Do mesmo modo que tinha descoberto o nome de seu acompanhante, eu descobri o seu. Lola. Um nome bonito para uma garota bonita.

O fato de eu saber seu nome só tornava tudo mais estranho, porque a garota não fazia a menor ideia de quem eu era. Na verdade, nem deveria ter notado minha presença, enquanto eu estava me apaixonando por uma desconhecida... Ou praticamente desconhecida. Sabia mais sobre ela do que sabia sobre algumas colegas de classe. Sabia mais sobre ela do que sabia sobre meus vizinhos. Em minha cabeça era como se eu já a conhecesse, e toda vez que eu a via meu coração disparava, como naqueles filmes românticos. O problema é que eu não vivo em um! Tenho 16 anos, sou um garoto sem experiência e nunca fiquei assim antes, então a lógica seria ignorar isso e parar de frequentar o café, contudo, não conseguia fazer isso. Sentia necessidade em vê-la todos os dias.

Estava sentado, observando-a cantarolar. Não conhecia a música, mas ela estava de tão bom humor que resolvi levantar e me aproximar. Ouvi Wonderwall vindo de seu fone de ouvido. Aproximei-me um passo de cada vez, com cautela. Não queria que ela percebesse minha presença antes do previsto, por isso prestei atenção em cada movimento dela, tentando prever se olharia em minha direção ou não. Por sorte ela não o fez, porque, se fizesse, eu fugiria, sem nem ao menos pensar duas vezes.

Lola errou a letra da música e mostrou a língua para o vento, como se estivesse irritada e isso me fez sorrir um pouco. Estava nervoso demais para sorrir de verdade. Eu poderia simplesmente me virar e ir embora, esquecendo a existência da pequena garota à minha frente, mas minha intuição dizia que eu deveria tentar. Afinal de contas, o que eu tenho a perder? E, além disso, se eu não tentar serei um covarde completo. Respirei fundo pela última vez antes de tomar coragem para fazer o que já vinha querendo fazer há dias.

- Com licença. – Disse ao ficar em frente à garota. 

Observei-a se atrapalhar para tirar o fone do ouvido, colocando-o na mesa e me observando.

- Meu nome é Connor, e sei que pode parecer estranho, mas... Não gostaria de sair comigo hoje à noite? – Perguntei e ela arqueou a sobrancelha.

- Acho que seria mais prudente nos conhecermos antes, certo Connor? – Lola sorriu, indicando a cadeira a sua frente. – Sente-se, assim poderá saber um pouco sobre mim... A propósito, meu nome é...

- Lola. – Interrompi, me arrependendo em seguida.

- Sim. Como sabe? – Ela cruzou os braços, olhando-me de cima a baixo.

- Eu te observei por alguns dias... – Suspirei. – E sei que o nome do seu hum... Namorado? – Fiz careta – Bem, não sei ao certo, só sei que o nome dele é Jake.

- Esse é meu irmão. – Lola sorriu. – Você é uma espécie de perseguidor, Connor?

- Não! – Arregalei os olhos. Nada estava saindo como eu tinha planejado. Eu só queria que ela respondesse minha pergunta, nem que eu tivesse que esperar o dia todo para isso. – Eu só... Me interessei por você, entende?

- Entendo. – Ela deu uma risadinha e se curvou sobre a mesa. – Eu me interessaria por você também se não estivesse distraída esses dias. – Sussurrou, voltando à sua posição inicial.

- Sério? – Indaguei surpreso. Ela apenas balançou a cabeça, afirmativamente. – Não aceitaria sair comigo então? – Arrisquei. Lola riu, bebendo seu Frappuccino e me olhando.

- Você é insistente, não é mesmo? – A morena sorriu, tocando uma das minhas bochechas antes de se levantar. Levantei-me ao mesmo tempo, não querendo deixá-la escapar. – Faz isso com todas as garotas?

- Não, você é a primeira que convido para um encontro. – Admiti.

- Sério? – Foi a vez da garota ficar surpresa. – Você está se saindo muito bem para uma primeira vez, Con.

- Con? – Ri baixinho, apreciando o apelido.

- É, acho que esse apelido é carinhoso. – Lola explicou, se aproximando e beijando minha bochecha. – Bom, eu tenho que ir. – Se virou, prestes a ir embora.

- Espera! – Segurei em seu pulso e virei-a para mim. – Não me respondeu, Lola. Vai ou não sair comigo hoje?

A garota ficou me encarando, parecendo incerta. E então, para minha sorte, a linda garota balançou a cabeça, concordando. Animei-me com a resposta e abri a mochila, apressado. Escrevi meu endereço em um papel e entreguei a ela, com o sorriso mais bobo no rosto. Lola conseguiu soltar seu pulso e sorriu pela última vez.

- Te vejo mais tarde, Con. – Balançou a cabeça e tocou meu nariz. – Espero que tenha uma boa ideia de como um primeiro encontro deve ser. – Assim que disse isso, a garota se virou e saiu, deixando-me sozinho com meus pensamentos.


***


Um ano depois...

Aquela foi a última vez que vi Lola, pois ela não apareceu para o nosso encontro. Fiquei decepcionado e tive que comer todo o piquenique sozinho. O pior é que eu tive que arrumar todo o quintal depois, e ainda tive que aturar as brincadeirinhas do meu irmão. Mas ele estava certo, eu havia levado um bolo no meu primeiro encontro, e isso me desiludiu. Não tentei fazer o mesmo depois. A coisa boa que aconteceu depois foi que arranjei uma banda, The Vamps, sou o baixista. Os garotos acabaram me convencendo a escrever sobre Lola. Antes de lançarmos nosso primeiro CD, eles me ajudaram a escrever uma música sobre tudo o que tinha acontecido, melhorando toda a situação. Pelo menos o "eu" da música é profundamente romântico, e ele sim não perderia a garota. Apesar disso, eu sabia que nunca me apaixonaria à primeira vista de novo, até mesmo porque isso é uma bobagem. E mesmo tendo sido a coisa mais estranha que já me aconteceu, eu sei que nunca esquecerei Lola, não enquanto eu viver.

FIM

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