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𖤍𖡼↷ 𝐓𝐇𝐈𝐑𝐓𝐘 𝐎𝐍𝐄

MÃE? NÃO, BRUXA

Depois de passar alguns dias no hospital, dei graças a Deus quando finalmente recebi alta. As novidades não paravam de rolar e Aizawa tinha me dito que tinham criado dormitórios na U.A para os alunos por conta dos ataques dos vilões. Ele me disse que estava no processo de convencer os pais dos alunos a deixar que eles fossem, mas como ele era o meu guardião, não teria motivos para me preocupar com aquela autorização. Quer dizer, Violet ficou meio contrariada, mas ela também sabia que era melhor assim. De qualquer forma, não era como se eu fosse conseguir fugir dos olhos de Aizawa.

Fiz uma careta quando finalmente consegui colocar a prótese no lugar e me olhei no espelho, virando um pouco o rosto para analisar melhor. Pelo menos o ferimento já tinha melhorado o suficiente para fazer isso e os pontos tinham sido todos tirados. Me olhando assim, nem parecia que Toga tinha me feito perder o olho, pois realmente aquela prótese era realista o suficiente para parecer um olho de verdade. A única coisa que deixava claro que algo tinha acontecido, era a cicatriz imensa e totalmente visível no meu rosto. Ela ia do meu maxilar até o meio da minha testa no lado esquerdo do rosto, uma lembrança constante do que tinha acontecido naquela noite. Talvez eu devesse me importar com isso, já que tinha me marcado para sempre. Mas a verdade é que eu só tava grata por estar viva. É engraçado que talvez no passado eu tivesse ficado me sentindo péssima por perder o olho, por aquela cicatriz. Talvez tivesse até desejado morrer. Mas as coisas tinham mudado drasticamente para mim.

Encontrei os olhos vermelhos de Kirishima através do espelho. Apesar de conseguir sentir seus sentimentos, era em seus olhos que eu conseguia ver claramente o quanto aquilo ainda estava o deixando incomodando. A cicatriz no meu rosto, o olho faltando, Kirishima achava que aquilo que tinha acontecido comigo era sua culpa, mesmo que não fosse. Só uma pessoa era a culpada por aquilo, e nem era Toga, mas sim Shigaraki. Ver Kirishima se chatear por coisas que não podemos controlar me fazia querer o abraçar com força. E também me deixava puta.

Me virei apenas o suficiente para o encarar e Kirishima fez uma careta. Ele me conhecia muito bem e sabia exatamente o que eu estava pensando, principalmente quando já tivemos aquela conversa pelo menos cinco vezes nos últimos dois dias. Eu tinha deixado bem claro para Kirishima que nada daquilo me incomodava pelo simples fato que ou eu tinha feito o que fiz, ou Bakugo podia estar morto agora. Ainda assim, Kirishima não parecia capaz de esquecer daquela noite no acampamento; e eu não podia o julgar quando às vezes nem mesmo eu conseguia fingir que tinha deixado pra lá. De fato, o olho perdido era o menor dos meus problemas.

-Não disse nada! - ele se defendeu, erguendo as mãos em sinal de rendição e eu dei risada. Dei um passo em sua direção, o suficiente para agarrar a camiseta de Kirishima e o puxar para perto de mim. Era fofo o jeito como suas bochechas ficavam vermelhas e ele ficava totalmente sem jeito e sem graça. Nem parecia a mesma pessoa que tinha grudado a boca na minha pra me fazer parar de ter um ataque de pânico ou que tinha deixado extremamente claro o quanto gostava de mim, antes mesmo de eu dizer ou demonstrar que sentia o mesmo. Agora, Kirishima sempre parecia a beira de um colapso todas às vezes que eu o agarrava e o obrigava a ficar tão perto assim de mim.

Passei os braços ao redor do pescoço de Kirishima e arqueei a sobrancelha para ele, não o deixando escolhas que não se aproximar mais de mim, suas mãos segurando minha cintura com firmeza. Eu tinha que admitir que ter aceitado meus sentimentos por ele tinha sido muito melhor e bem mais fácil do que apenas negar. Afinal, agora eu podia ficar assim com Kirishima sem me sentir péssima depois por estar o dando falsas esperanças. Se ele gostava e queria ficar comigo, eu aceitaria isso até Kirishima decidir não querer mais. E ele estava certo, estávamos em um curso de super heróis, enfrentar vilões e ter alvo nas costas era algo inevitável. Eu queria proteger alguém que não queria ser protegido, então apenas parei de tentar nadar contra a maré. E foi a melhor coisa que poderia ter feito.

Suspirei quando os dedos de Kirishima acariciaram minha bochecha e fechei minhas pálpebras, me inclinando na direção de sua mão. Ele deslizou lentamente, contornando a cicatriz no lado esquerdo do meu rosto. Kirishima parecia incapaz de fazer isso, de ficar se lembrando do quanto eu tinha perdido. Estava prestes a dizer que aquilo não tinha a menor importância quando ele se inclinou e beijou minha bochecha com carinho, me pegando de surpresa. Os sentimentos dele por mim eram óbvios e eu conseguia sentir toda vez que estávamos juntos. Era um carinho muito grande, algo que jamais alguém tinha sentido por mim, o que me fez suspirar e apoiar a testa contra o ombro de Kirishima, esticando as mãos para afundar os dedos em seu cabelo vermelho.

-Violet disse que foi assinar sua alta e ela já vem pra te buscar. - Kirishima avisou e eu assenti, me afastando um pouco dele para olhar seus olhos. Soltei um suspiro dramático, pois sabia que ele iria para casa quando Violet voltasse, já que Kirishima tinha que arrumar suas coisas para se mudar para os dormitórios da U.A. Apesar de eu ter que fazer o mesmo, ainda ficaria um tempo em casa antes de me mudar. Toda a questão de recuperação já que tive que fazer uma cirurgia, e adaptação por ter perdido o olho esquerdo. Eu achava isso meio exagerado, mas vai tentar dizer isso para Violet? Ela apenas se recusou a escutar e disse que eu não ia ir para os dormitórios até estar no meu cem porcento, e como o diretor autorizou eu ficar afastada até estar bem, não tinha muito o que eu pudesse fazer para convencer Violet e sua teimosia. Não quando nem mesmo Aizawa conseguiu, se bem que acho que ele nem tentou!

-Não vai dar certo todo mundo da nossa sala morando sobre o mesmo teto. Bakugo vai matar metade da sala, a começar pelo pobre do Midoriya. - falei com uma careta e Kirishima deu risada, me ajudando a terminar de colocar minhas coisas dentro da mochila. Foi um tédio passar aqueles dias no hospital, se não fosse Poppy e os mangás que ela tinha me dado, eu teria morrido de falta do que fazer. 

-Vai ser divertido! Todo mundo junto. - Kirishima disse de forma animada e eu dei um sorriso. Por que ele tinha que ser tão assim? Me fazia parecer uma idiota já que sempre estava arrancando sorrisos estúpidos de mim.

-Se a gente fizer o Mineta ser expulso vai ser perfeito. - falei com um sorriso maldoso que fez Kirishima fazer uma careta. -Ele é um filho da puta, Kiri.

-É, ele não tem atitudes muito másculas. - Kirishima disse e eu suspirei. Mineta era mais radioativo que Chernobyl e precisava urgentemente tomar uma surra para aprender a virar gente.

Estava preparada para contar isso a Kirishima quando a porta se abriu, fazendo tanto eu quanto ele nos virarmos. Esperamos ver Violet e seus olhos astutos, mas o que encontrei foi algo que fez meu coração ir parar na garganta e o ar faltar dos meus pulmões.

Porque minha mãe tinha acabado de fechar a porta atrás de si, seus olhos maldosos se fixando em mim e um sorrisinho sarcástico crescendo nos lábios.

Como ela tinha me achado? Por que estava ali? O que queria comigo?

Kirishima não hesitou antes de se colocar na minha frentede forma protetora, e dava pra sentir sua irritação sendo direcionada a minha mãe. Nunca vi Kirishima demonstrar um sentimento tão negativo até aquele momento, e não tenho nenhuma vergonha de admitir que me agarrei a sua camiseta, tentando me manter mais calma. Aquilo era tudo o que eu menos precisava naquele momento.

-A senhora deveria sair. - a voz de Kirishima estava séria. Apesar da sugestão ter sido pacífica e amigável, não deixava dúvidas de que se ela não o fizesse, Kirishima a arrastaria para longe de mim sem nem mesmo hesitar. Perceber aquilo fez minha mãe dar uma risada debochada, como se Kirishima não passasse de um incômodo que ela pudesse se livrar com um balançar da mão.

-Não se mete nisso, garoto. Eu ainda sou mãe dela e isso é assunto de família. - ela disse o olhando com irritação antes de cravar os olhos em mim, um sorriso falsamente simpático surgindo. -Oi, filha. Acho que temos bastante pra conversar, né?

Senti o ar faltando cada vez mais e mais. A ter de volta na minha vida era como se ela tivesse me fazendo despertar de um sonho. Achei que tinha me livrado para sempre, mas ali estava ela, me provando que eu estava errada. E que estava enganando a mim mesma com aquela ilusão.

-Saí. - falei, entre dentes, a olhando com irritação. -Vai embora e não volta nunca mais.

Ela deu um suspiro exagerado, como se tivesse lidando com uma criança birrenta. Cruzou os braços e arqueou a sobrancelha pra mim, como se não fosse sair dali até eu parar com aquilo e resolver fazer o que quer que ela fizesse. Mas eu não faria nada disso.

-Vamos parar de agir assim, certo? - ela falou, seus olhos brilhando por um instante ao mostrar sua individualidade como uma ameaça. -Ou talvez eu deva fazer o seu namoradinho esquecer quem você é? Não seria legal, Aoi?

Senti pânico tomar conta de mim, meu coração batendo tão forte que imaginei que fosse sair para fora do peito.

-Você pode tentar, mas não vai conseguir. - Kirishima disse como se não fosse nada demais. Ele segurou minha mão com força na sua em uma tentativa falha de me acalmar. -E mesmo que você fizesse isso, eu ia dar um jeito de lembrar.

-Ah, você é um idiota. - ela riu, apontando para Kirishima. -Aoi vai quebrar seu coração, porque ela só sabe destruir tudo o que toca.

Fiquei calada, pois ela estava certa. Eu não conseguia fazer nada de certo; só trazia caos por onde passava e...

-Você tá muito errada. - Kirishima disse seriamente. -E deveria sair.

-Ela é minha filha, quem acha que a conhece mais, eu ou você? E ela vai vir comigo. Isso não é negociável. Vamos, Aoi, pare de palhaçada. Você já fez sua gracinha fugindo de casa e indo na polícia, mas ir no conselho tutelar foi demais até pra você. - ela rosnou, raiva brilhando cada vez mais em seus olhos. -Você ainda é minha!

-Mas que droga tá acontecendo aqui? - Senti um imenso alívio quando ouvi a voz de Violet e vi seus olhos inteligentes olharem de mim e Kirishima para a mulher que se dizia minha mãe. Senti Violet aos poucos encaixar as peças e a raiva começou a transbordar dela quando percebeu que aquela ali era minha mãe. -Vá embora agora e talvez eu não te soque pelo que fez com minha criança imprudente.

-Violet. - minha mãe engasgou com o nome dela, seus olhos se arregalando no mais sincero horror. Eu franzi o cenho, assim como Violet. Por que ela conhecia Violet?

Mas então os olhos de Violet se encheram de reconhecimento a medida que ela se lembravam de quem minha mãe era. E depois veio a confusão, Violet se virou para me olhar bem. E como se tivesse tomado um soco no estômago, ela arfou, chocada, os olhos se enchendo de lágrimas que eu não era capaz de entender de onde vinham. Logo depois, veio a raiva a medida que Violet se virava como um raio.

-Você. - ela rosnou para minha mãe e antes mesmo que alguém pudesse reagir, Violet a tinha dado um tapa tão forte no rosto que me fez estremecer. -Sua vagabunda! Foram onze anos!

A voz de Violet estava cheia de raiva e de dor, algo que jamais imaginei que fosse escutar. Minha mãe gritou, mas não teve tempo para sequer conseguir erguer os braços para se defender antes de Violet a derrubar no chão. E aí vieram os socos, me fazendo arregalar os olhos.

Kirishima deu apenas um passo na direção de Violet, sentada sobre minha mãe no chão a dando uma surra digna, quando o puxei de volta.

-Ela não merece ajuda. - murmurei. Kirishima me olhou horrorizado.

-Ela vai matar sua mãe! - ele quase gritou, mas meus olhos estavam fixos na cena na minha frente, em toda a raiva de Violet e desespero da minha mãe.

-O que é isso? - Aizawa apareceu no momento em que dei um passo para impedir Violet de cometer um crime. Mesmo que minha mãe não merecesse misericórdia, era com Violet que eu estava preocupado.

Aizawa suspirou, como se apenas em um piscar de olhos já tivesse entendido perfeitamente a situação. Gentilmente, ele passou os braços ao redor de Violet e a puxou para longe. Fiquei surpresa ao perceber que ela se deixou ser tirada de cima da minha mãe, suas mãos cheias de sangue que não era dela e o rosto repleto de lágrimas de ódio. O que estava acontecendo ali?

-Se acalme. - Aizawa disse suavemente, mas os olhos de Violet estavam cravados na minha mãe, suas mãos tremendo.

-Como? Como? Essa é a minha tia! - Violet disse, cheia de raiva. Aizawa ficou visivelmente surpreso, assim como eu. E seus olhos se encheram de compreensão quando olhou para mim. Franzi as sobrancelhas, não entendendo mais absolutamente nada.

-Isso quer dizer que você é prima da Aoi? - Kirishima perguntou baixinho, visivelmente confuso.

Foi mais ou menos nesse momento que minha ficha caiu e senti as lágrimas se formarem enquanto eu olhava para Violet.

Você tem um nome bonito. Faz eu me lembrar de alguém importante.

-Não. - minha "mãe" disse, sorrindo de uma forma maliciosa que deixava amostra seus dentes cobertos de sangue graças a Violet. Ela riu de forma maldosa. -Elas são irmãs. Tirei a Aoi daquele pai estúpido delas quando essa idiota tinha quatro e era pequena demais pra entender que eu estava sumindo com ela. Aoi deveria ser minha galinha dos ovos de ouro graças ao akai ito, mas é uma maldita teimosa.

-Sua filha da puta! - Violet disse, tentando a alcançar mais uma vez para a encher de porrada, mas Aizawa ainda a segurava.

E eu estava em choque.

Violet e Florence tinham me contado sobre a irmã que elas julgavam ter sido morta. Que tinha sido sequestrada pela tia.

Eu.

Era eu.

Minhas mãos tremiam e a raiva e tristeza foram tão fortes dentro de mim que eu sentia vontade de destruir tudo no meu caminho. Mas dei apenas um passo na direção daquela mulher antes de Kirishima me segurar com força.

-Me solta! - falei, mas isso só serviu para o fazer me segurar com ainda mais força. -Kirishima!

-Não vale a pena, Aoi. - ele disse, me virando e me fazendo fitar seus olhos vermelhos. -Não vale a pena fazer isso por causa dela. Essa mulher vai ter o que merece, na prisão.

Senti as lágrimas caindo pelas bochechas. Sentia vontade de fugir e correr enquanto afundava os dedos no meu cabelo e os polícias entravam no quarto pra algemar aquela velha maldita. Enquanto Violet dizia ofensas para ela e o quanto esperava que o restante de sua vida fosse desgraçado.

Mas eu só conseguia pensar no como minha vida inteira foi uma mentira. No como eu deveria ter tido uma família boa, mas isso foi tirado de mim. No como eu já não sabia mais de nada a respeito de mim mesma.

-Eu já nem sei mais quem eu sou. - falei com a voz embargada, afundando meu rosto em minhas mãos e desejando fugir. -Não sei nada sobre mim mesma!

-Isso é mentira. - Kirishima disse suavemente, segurando minhas mãos e me fazendo o fitar. -Você continua a mesma pessoa, Aoi. A pessoa que toca violino melhor que qualquer um. A pessoa que ama qualquer coisa que tenha zumbis e que tem medo de montanha russa. Que gosta de rock e que é teimosa pra caramba. Você é uma pessoa boa, não importa o que digam. É quem você é.

Eu apenas suspirei e deixei Kirishima me abraçar com força, afundando o rosto em seu peito e respirando fundo. Kirishima me afastou delicadamente e eu me virei para olhar Violet.

Não hesitei antes de a abraçar com força, um abraço que ela retribuiu da mesma forma, me apertando em seus braços com carinho. Apesar de tudo, Violet riu.

-Faz tanto sentido isso. Explica o porque de eu te amar tanto assim, pirralha. - ela disse sorrindo para mim com carinho. E eu ri, a abraçando mais uma vez.

Minha vida podia ser um verdadeiro caos. Mas agora mais do que nunca eu sabia que não estava sozinha e jamais estaria novamente. E era isso que bastava.

Data: 17/03/24

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