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𖤍𖡼↷ 𝐒𝐄𝐕𝐄𝐍𝐓𝐄𝐄𝐍

ESCUTANDO MAIS DO
QUE DEVERIA

A gente não perdeu, mas Bakugo agiu como se tivéssemos sofrido uma imensa derrota, o que só serviu para me irritar. Tá, eu tinha vacilado um pouco na hora de controlar Todoroki para ele me dar a faixa dos dez milhões de pontos, mas a culpa não é minha de Yaoyorozu tinha previsto meus movimentos e impedido Todoroki de dar sua faixa para nós! E ai, ficamos sem tempo e acabou. Não sabia dizer o que tinha deixado Bakugo mais bravo, se foi o segundo lugar ou o fato de que quem pegou os dez milhões de Midoriya foi Todoroki. De qualquer forma, não liguei pra isso, pois estava feliz demais com o segundo lugar e por poder mostrar minha individualidade para me importar com o resto. Que foi? Adorava me exibir sabendo que estava passando na televisão.

Bakugo não parava de xingar enquanto andávamos pelos corredores já que era o momento de pausa. Tínhamos nos perdido do restante da nossa sala, pelo menos era isso que eu achava. Kirishima tinha simplesmente desaparecido, me deixando completamente sozinha com esse maldito Bakugo, que parecia muito querer colocar as mãos no pescoço de alguém. Eu deveria sair correndo antes que ele decidisse que essa pessoa seria eu, mas estava completamente perdida e ele estava andando com muita determinação para não saber onde íamos.

-Ei, o refeitório não é pra...- comecei, mas Bakugo me deu um puxão e me fazendo parar de andar. Ele me fez apoiar as costas na parede que nem ele e fiquei quieta, franzindo a sobrancelha com confusão. O que ele tinha vista para o deixar dessa forma? Me inclinei apenas o suficiente para espiar o que tinha no corredor que estávamos prestes a passar, vendo que era Todoroki e Midoriya. O climão ali chegava até a ser palpável, e eu nunca tinha visto Todoroki fazer uma expressão tão séria.

Senti as mãos de Bakugo agarrarem meu uniforme e me obrigarem a parar de bisbilhotar, mesmo que tenha sido ele a parar para escutar a conversa! Mas eu não disse nada, apenas me mantive bem, bem quieta, apesar de ser bem errado ficar escutando a conversa alheia, mas ok. Acho que eu ia passar bem mais vergonha ao dar o fora dali, pois não tinha como fazer isso discretamente e sem deixar na cara que estivemos ali o tempo inteiro. Não sei se Bakugo pensava o mesmo ou só queria escutar a conversa, mas eu não liguei.

-Você me pressionou e me forçou a ir contra minha própria palavra. - Todoroki estava dizendo. -Nem Iida, Kaminari, Tokoyami, Uraraka... Nenhum deles sentiu. Naquele último instante, eu fui o único afetado pela sua pressão. Eu que presenciei em primeira mão todo o poder do All Might sendo liberado.

-O que você está dizendo? - Midoriya perguntou e sua voz estava alarmada.

-Estou dizendo que sentia a mesma coisa quando te enfrentei. Só isso. Você por acaso é um filho bastardo do All Might ou algo assim? - Todoroki soltou com tanta convicção que tive que colocar a mão na boca para conter uma risada que ameaçou escapar. Bakugo enfiou o cotovelo nas minhas costelas, fazendo eu me curvar em uma tentativa de não fazer barulho.

-Não! É que... Mesmo se eu fosse realmente filho dele, você nunca acreditaria em mim, mesmo se eu negasse. Não é o que você está pensando! - Midoriya retrucou. -Mas já que estamos fala do disso, bem, eu também queria te perguntar uma coisa. Por que você acha que alguém como eu seria...

-"Não é o que você está pensando" -Todoroki repetiu. -Isso é o mesmo que confessar. Com certeza tem alguma coisa rolando entre vocês. - talvez a gente devesse chamar ele pra nosso grupinho de detetives já que ele parece bem empenhado em bancar o papel de um. -E provavelmente algo que você não pode contar pra ninguém. Mej pai é o Endeavor, acho que você já sabe disso. O herói que é semore o número dois. Se por acaso tiver algo do herói número um em você, me sinto ainda mais motivado a te superar. Meu pai é um homem que simplesmente não aceita derrota. Embora tenha feito todo o possível para ser reconhecido como um grande herói, graças a sua personalidade, ele simplesmente não consegue aceitar ficar abaixo da lenda viva, All Might. Como meu pai não foi capaz de superá-lo, pensou em outro plano.

-Do que está falando, Todoroki? O wue exatamente você está tentando me dizer?

Até mesmo eu estava alarmada. Tinha me dado conta que a família dele era bem ruim, mas escutar ele começar com essa conversa me deu a impressão que era bem pior do que eu imaginava.

-Casamento por individualidades. Talvez você já tenha ouvido falar disso. Depois do surgimento de poderes anormais, a 2° ou a 3° geração criou um novo problema social. Para poder evoluir suas próprias individualidades, eles escolheram suas esposas a dedo e assim forçaram os casamentos. É uma linha de raciocínio totalmente irracional de muito tempo atrás. Meu pai era um homem de sucesso muito rico, assim ele se aproximou dos parentes da minha mãe e obteve a individualidade dela. Ou seja, meu pai me criou simplesmente para me usar e ter um herói poderoso o bastante para superar o All Might. Apenas para realizar sua própria ambição. Mas dane-se ele! Nunca vou ser uma simples ferramenta para seus caprichos. Todas as memórias que tenho da minha mãe são dela chorando. Lembro dela dizendo "seu lado esquerdo é horrível". E depois jogando água fervendo em mim.

Senti vontade de vomitar. Minha família era uma merda, mas isso... Isso... Meu Deus, não sabia nem mais se eu estava respirando.

-Resumindo, estou te dizendo que vou te enfrentar não por meus próprio motivos. Mas para mostrar ao idiota do meu pai que sem a individualidade dele... Sem usar seu poder, eu posso ser o número um. Pretendo usar esse método para rejeitar os métodos do meu pai. Tudo bem se não quiser me contar. Não importa qual seja sua relação com All Might, eu vou continuar usando só meu lado direito para te superar. Desculpa por tomar o seu tempo.

-Eu sempre recebi ajuda dos outros. Até mesmo agora. - Midoriya disse. -Só consegui chegar até aqui graças a ajuda de todos. Quero ser como o All Might. Por isso, também quero ficar mais forte para ser o número um. Comparada as suas, minhas motivações são nada. Mas eu também não quero perder. Não posso desapontar todos que me ajudaram. Por isso vou devolver na mesma moeda a sua declaração de guerra contra mim. Eu vou te superar!

Fiquei um tempo estática, apesar de os dois terem ido embora logo depois dessa conversa estranha e desnecessária. A história de Todoroki tinha me feito perder completamente a fome.

-Você e o meio a meio deveriam conversar, se dariam bem. - Bakugo murmurou. -Dois fodidos da cabeça.

Eu o ignorei, pois depois desse soco no estômago que Todoroki tinha dado indiretamente, eu nem tinha forças para brigar com Bakugo. Apenas o deixei ali e fui procurar o refeitório, soltando um gemido de infelicidade ao notar que estava lotado. Eu até podia estar sem um pingo de fome, mas precisava comer algo para depois não acabar passando mal na hora que as lutas começassem.

-Ah! Onde você estava? - Poppy perguntou assim que me aproximei dela. Eu apenas suspirei e deixei meu corpo cair na cadeira ao seu lado, tombando a cabeça para trás e fitando o tero por um instante. -Aoi?

-Tá tudo bem. Só tava ouvindo mais do que deveria. Sabe, cheguei a conclusão que ninguém da nossa turma tem sanidade mental.- murmurei e Poppy franziu as sobrancelhas em confusão, mas não perguntou mais nada, pois as meninas se aproximaram de nós duas. E pelo menos naquele momento esqueci todo o restante.

Eu tinha certeza que essa ideia de usar uniforme de líder de torcida era zoação com nossa cara, um planinho de merda vindo de Mineta obviamente, que só queria nos ver de minissaia. Ainda assim, eu aceitei usar junto com as outras meninas, porque Yaoyorozu era uma mulher bonita e eu jamais recusava pedidos de mulheres bonitas.

-Antes de anunciarmos o evento final, tenho ótimas notícias para os participantes que se classificaram e para os eliminados também! Este ainda é um festival esportivo! Por isso, estamos preparando um evento que todos os participantes vão gostar! Convidamos essas líderes de torcida dos estados unidos para aumentar a empolgação de todos! - Present Mic disse assim que voltamos para o estádio. -Oh? Ora! O que aconteceu com a classe A?!

Comecei a rir, por que o que mais eu poderia fazer?! Estava óbvio que tínhamos sido enganadas, o que nos restava era só fingir demência e aproveitar o momento.

-Mineta! Kaminari! Como ousam me enganar?! - Yao-Momo gritou, morrendo de raiva e vergonha ao mesmo tempo. -Como eu pude cair nessa idiotice do Mineta...

-Idiotas. - Jiro falou, claramente envergonhada pela roupa curta.

Eu ri, dando um tapinha no ombro de Yaoyorozu para a consolar. Poppy estava tão vermelha quanto a cor de seu cabelo.

Percebi Bakugo se aproximando um pouco para cobrir a visão dos outros de Poppy já que ela estava visivelmente incomodada com a roupa curta. O encarei descaradamente, dando uma risada chei de escárnio. Ele fez uma cara feia pra mim e ergueu o dedo do meio.

-Vamos lá, vamos lá todos aproveitar, pessoal! Assim que terminarmos, vamos para o evento principal! Os quatro times que passaram para a próxima fase, num total de dezesseis participantes! Dentre eles, vamos decidir o vencedor do torneio! Vão ser batalhas diretas! De um contra um!

-Agora, vamos fazer um sorteio para determinar as combinações. - Midnight disse. -Assim que confirmadas, vamos continuar com os eventos recreativos antes de começar o torneio. Os dezesseis participantes podem escolher ficar de fora dos eventos de recreação, não tem problema se quiserem descansar e guardar energia. Então, começando com o time que ficou com primeiro lugar...

-Licença, por favor. - Ojiro disse, erguendo a mão e chamando a atenção de Midnight e todos nós. -Eu tô saindo fora.

Choque foi o que se seguiu quando Ojiro disse isso e depois explicou que não se lembrava de quase nada da briga de galo.

Claro. Controle mental. Quem mais tinha essa individualidade? A minha, pelo menos, fazia a pessoa se lembrar depois. Ao menos que eu a fizesse esquecer, mas eu nunca fazia já que era bem mais divertido ver a pessoa ficar envergonhada pelos sentimentos que a fiz sentir ao meu respeito. Sim, eu sei, sou uma cuzona.

No final das contas, Midnight aceitou que Ojiro saísse e as combinações foram feitas. A primeira pessoa com quem eu lutaria seria Kirishima, o que me fez gemer infeliz. Minha individualidade não funcionava nele, porque aparentemente você não pode controlar sua própria alma gêmea! E a individualidade dele era literalmente ser resistente! Como caralhos eu lutaria contra ele, afinal? Tentei não pensar muito nas batalhas que seguiriam enquanto me divertia com as meninas no evento recreativo. Eu já estava com a vida fodida demais pra esquentar minha cabeça com o que quer que fosse.

-Aoi, a gente pode conversar? - tomei um susto quando Kirishima apareceu do meu lado. O olhar determinado dele quase me fez chorar. Quer dizer, como eu conseguiria negar algo para ele quando estava me olhando dessa forma? Mesmo querendo fugir, eu assenti e o segui para uma parte um pouco mais afastada do restante do pessoal afim de entender o que ele queria falar comigo.

Por um tempo, Kirishima apenas me fitou, parecendo incerto do como começar aquela conversa. De uma certa forma, ficar sozinha com ele sempre trazia sentimentos estranhos que eu tentava a todo custo reprimir. Daquela fez não foi diferente, apenas fiquei olhando para seus olhos escarlate tentando a todo custo ignorar o quanto eu achava Kirishima bonito. E não só por fora...

Merda! Eu gostava de zombar a cara de Bakugo, mas estava sendo tão patética e orgulhosa quanto ele. Por que era isso, não? Um orgulho idiota para provar a mim mesma que o akai ito não me define e, ao mesmo tempo, uma vontade de fazer Kirishima encontrar alguém que realmente o merecesse. Eu não era essa pessoa. Eu era ruim, desnecessária e ignorante. Não merecia alguém tão brilhante como Kirishima.

-A gente vai lutar um contra o outro. - ele disse, me fazendo perceber o quanto aquele fato estava o deixando alarmado. Eu apenas arqueei a sobrancelha para ele, cruzando os braços e abrindo um meio sorriso. As bochechas de Kirishima começaram a ficar vermelhas quando ele viu minha expressão, o que eu achei bem fofo. Tentei ignorar o meu lado empático que conseguia sentir o afeto dele por mim, focando em suas palavras. -E eu não quero te machucar.

Eu dei uma risadinha, o que só fez Kirishima ficar com mais vergonha.

-Ousado da sua parte assumir que você conseguiria fazer isso. - falei com um sorrisinho, cutucando as costelas dele. -Não vou desistir tão fácil, Kirishima.

-É que eu sei que sua individualidade não funciona em mim! - ele disse, coçando a nuca. Eu dei de ombros, como se esse fato não importasse, apesar de que, sim, faria uma grande diferença na hora do vamos ver.

-Eu não sou só minha individualidade. Foca aqui nos meus músculos, Kirishima. - falei, erguendo o braço e dando um tapinha nele, mostrando para Kirishima. Eu não estava me exibindo (talvez só um pouco), estava falando a real. Foram anos treinando as mais diversas lutas, fazendo academia, balé, ginástica. Tudo perfeitamente arquiteto, já que não dava para depender apenas da minha individualidade. Ela podia vir a falhar. -Claro, é bem irritante não conseguir usar meu poder pra fazer você se apaixonar por mim e virar meu capacho, mas da pra lidar com isso. Vou te encher de porrada.

-Você não precisa usar sua individualidade pra fazer eu gostar de você, Aoi. - ele disse olhando para a parede, tão baixo que pensei que tivesse escutando coisas. Meu coração foi parar na garganta; abri a boca, mas nada saiu.

-Ei! Vocês dois! - Kirishima e eu nos viramos como se estivessemos fazendo algo muito errado, ambos tomando o maior susto. Poppy tentou disfarçar um sorrisinho, mas falhou miseravelmente, o que me fez revirar os olhos. É, eu sabia quais eram as opiniões dela sobre Kirishima e eu, não precisava de lembrete, valeu! -As lutas começam em cinco minutos.

Com a mesma velocidade que surgiu, Poppy desapareceu, me deixando sozinha com Kirishima mais uma vez. Eu apenas olhei para ele, desejando tanto poder ser sincera com ele. Mas não podia. Nunca. Jamais.

-Boa sorte, Kiri. - falei num sussurro, o fazendo piscar surpreso por ter o chamado pelo apelido. Tive que ignorar o sorriso gigante que ele deu pra não acabar ficando com meu coração doendo mais ainda enquanto seguia para ir até as arquibancadas esperar por nossa luta começar. Ainda assim, tive que piscar para afastar as lágrimas que surgiram nos meus olhos.


Estava só parcialmente prestando atenção nas lutas que vieram antes da minha, já que estava ansiosa demais para qualquer coisa. Poppy estava se sentindo na mesma, pois nós duas nem mesmo chegamos a conversar sobre algo para distrair. Quer dizer, aquela luta estava sendo transmitida ao vivo na televisão, sem contar que tinha diversos heróis presenciando aquele momento. A mãe de Poppy inclusive, apesar de eu saber que Psique ia ficar orgulhosa independente se Poppy ganhasse ou perdesse. Às vezes, só às vezes, eu desejava ter alguém do meu lado para me apoiar dessa foma. Queria ter uma mãe que me amasse, e não que escondesse coisas de mim e mexesse em minha mente!

-Merda. - murmurei quando percebi que minha luta com Kirishima ia começar. Antes de me levantar, Poppy segurou minha mão e apertou, abrindo um sorriso para mim.

-Vai lá e mostra pra todo mundo o motivo de você não precisar de ninguém, Aoi. - ela disse e eu ri, apertando sua mão de volta. Não era verdade, eu precisava muito de Poppy, mas ver que ela tinha fé em mim fez eu me sentir bem melhor.

Eu até que gostei de ficar ali naquela arena, ciente da atenção de todos sobre mim. A parte ruim disso tudo, era não poder usar minha individualidade, pois não tinha nenhum tipo de efeito sobre Kirishima. Por isso, quando Midnight disse que podíamos começar, não fiz nenhuma menção de me mexer. Se eu queria pelo menos me exibir um pouco, tinha que agir de forma estratégica e inteligente. Era isso que você fazia quando estava enfrentando alguém mais forte, e não tinha como passar por cima da individualidade de Kirishima na base do soco, mesmo eu querendo muito.

Comecei a ficar irritada quando aquela plateia maldita começou a gritar que deverias nos mexer logo. Minha individualidade ondulou pelos meus dedos, mas tratei de a conter. Afinal, não ia servir para nada, só para aflorar meu lado empático, e o que eu menos queria era mergulhar nos sentimentos desesperados de Kirishima por estar lutando comigo.

-Calem a boca! Venham aqui se querem fazer melhor. - falei, erguendo o dedo do meio para um pro hero que disse que aquela luta era entendiante. A cara horrorizada dele me fez sorrir. -Então, Kirishima? Você tá com medo, é?

Se você não pode ser tão forte quando seu oponente, vá lá e tente o desestabilizar. Jogo sujo, eu sei, mas aquela era uma luta que eu não podia vencer. O máximo que eu podia fazer, era mostrar o meu valor.

Ele hesitou um pouco, mas deve ter sentido a pressão da plateia e da minha frase, pois avançou na minha direção.

Ah, eu amava ser uma garota. Era tão mais fácil de esquivar dele quando Kirishima era bem maior e bem mais desengonçado do que eu! Foi fácil de desviar de seu ataque e eu não pensei nem duas vezes antes de afundar a sola do meu all star rosa choque nas costas de Kirishima, o empurrado contra o concreto do chão. Escutei ele arfar chocado, e deu uma risada baixinha.

-O que foi, Kiri? - falei, me afastando o suficiente para não ser pega de surpresa. Ele se levantou, fixando os olhos em mim e dando um sorrisinho. Tudo bem. A gente podia se divertir com aquilo. Foda se o festival esportivo. E não precisava ser grande coisa, né? -Minha individualidade pode até não funcionar em você, mas eu ainda tenho algumas coisas pra mostrar.

-Nunca duvidei disso, Aoi. - ele falou e atacou mais uma vez.

Nenhum de nós estava usando a individualidade, e sei que Kirishima só estava com medo de me machucar. Ficou claro que aquilo não era uma luta pra valer, mas sim que só estávamos nos provocando, mas eu não podia me importar menos com isso. Kirishima não estava me desvalorizando de forma alguma; ele estava me dando a oportunidade de mostrar quais eram minhas qualidades já que eu não podia usar minha individualidade nele, e eu nunca fui tão grata a ele quanto estava sendo naquele momento.

Os movimentos de Kirishima eram rápidos, mas minha reação também era. Ele não conseguia acompanhar direito o ritmo, por isso sempre acabava levando um chute ou um soco nas costelas que o fazia ficar totalmente desconfigurado e me fazia rir baixinho.

-Você precisa usar sua individualidade, Kirishima. - falei no ouvido dele quando o atingi no estômago, o fazendo se curvar. -Sério. Eu vou ficar legal. Mas não da pra você desperdiçar essa chance por medo de me machucar, tá? Não abre mão disso por mim, por favor.

-Mas você precisa disso muito mais que eu! - ele protestou, e eu não consegui desviar a tempo antes que Kirishima me derrubasse no chão. Soltei um gemido infeliz, pois aquilo machucava pra cacete. Ele arregalou os olhos, mas eu o dei uma rasteira em resposta.

-Sem "mas", Kiri. É uma luta que já tá vencida, cacete. - era verdade. Kirishima não me deixava o empurrar parar fora porque, querendo ou não, ele também tinha o desejo de vencer. Então teria que usar sua individualidade se queria me parar. -Não me subestima, vai. - eu sabia que não era aquilo que ele estava fazendo, mas precisava fazer ele acreditar que era no que eu estava pensando para que Kirishima tivesse reação.

E ele teve. Antes mesmo que eu pudesse recuar mei ataque, Kirishima ativou sua individualidade, me fazendo chocar meu punho com força contra seu rosto endurecido. Soltei um palavrão tão alto e tão sujo que acho que deu pra escutar de Marte. Meu Deus. Eu sabia que isso ia machucar, mas não achei que ia queimar como o inferno! Minha mão tinha sido completamente esmagada, definitivamente estava quebrada.

Segurei meu braço, percebendo que não conseguia mais fechar os dedos. Caralho! Meus preciosos ossos, esmagados assim dessa forma! Que dor do caralho!

-Aoi, foi mal! - Kirishima disse, mas eu deu risada, apesar de doer.

-Cala boca, Kirishima. - retruquei. Ainda não tinha desistido. Pelo menos, não tão fácil assim.

Kirishima estava tão em choque pela minha mão quebrada que não usou sua individualidade quando acertei um chute com força no seu peito, o fazendo cair e deslizar pelo chão, ficando a centímetros de sair da arena. Eu não ia desperdiçar a chance, por isso corri para terminar o trabalho.

Quando minha perna o atingiu mais uma vez, dessa vez Kirishima usou sua individualidade. Meus ossos não chegaram a quebrar, isso eu podia dizer com certeza, mas doeu tanto que me fez cair no chão. Porra! Isso ai é sacanagem.

-Garota! Usa logo sua individualidade nele! - alguém gritou na plateia e algumas pessoas começaram a acompanhar, dizendo que eu precisava parar de brincar com ele e lutar pra valer. Fiquei bem puta, pois não era nada disso que estava acontecendo ali.

Me apoiei na mão e e na perna boa para conseguir me manter de pé, lançando um olhar de morte para aquela plateia maldita.

-Como espera que eu lute com ele se minha individualidade não funciona nesse infeliz? Não tem sentido ficar nessa merda, só pra quebrar todos os meus ossos? Não sou tão negligente assim! Tô fora. - falei de forma irritada, me preparando para sair e entregar aquela luta para Kirishima. Vi os olhos de Eijirou se arregalarem e ele ficar alarmado, mas ele precisava entender que aquilo era uma decisão minha. E ele não precisava ficar se sentindo mal por isso.

-Sua aluna ficou doida, Eraserhead!- escutei a voz de Present Mic ecoando nos microfones e a plateia gritar que eu estava desperdiçando uma chance só me deixou ainda mais louca da vida. Meu Deus, como pode serem tão burros assim?!

-Ela está sendo inteligente. - a voz de Aizawa sensei foi a única coisa que fez eu me acalmar, ainda mais notando o leve tom orgulhoso em sua voz. -Aoi sabe que não vai conseguir usar a individualidade em Kirishima, e em uma luta corpo a corpo contra ele, ela não vai ganhar. Vai se desgastar atoa e ter que aturar a frustração depois disso. Não, ela não está sendo doida e nem covarde. Está apenas sabendo aproveitar os momentos e quando recuar, algo que falta muito em heróis profissionais nos dias de hoje. - Aizawa sensei disse e isso era tudo o que eu precisava para mancar para fora da área delimitada e acabar com aquilo, declarando a vitória de Kirishima. Se meu sensei me apoiava e me reconhecia, o resto que se fodesse.

-Aoi! Você tá bem? Machucou demais? Me desculpa! - Kirishima disse alarmado, seus olhos transbordando em desespero. Eu apenas ri um pouco, estendendo a mão boa para empurrar o ombro dele.

-Cala boca, cabelo de merda. - zombei, fazendo ele fazer uma careta. -Eu tô bem, Kirishima. Mas ainda acho sua individualidade coisa de filha da puta. - Kirishima ainda parecia alarmado, apesar de eu estar tentando fazer ele parar de se sentir tão culpado.

-Vou te levar para enfermaria. - ele disse e, antes que eu pudesse dizer algo, Kirishima passou um braço aredor da minha cintura e os outros por baixo das minhas pernas, me tirando do chão e me pegando no colo.

Arregalei os olhos em choque, só tendo tempo de me agarrar ao pescoço dele para me estabilizar. Queria mandar ele parar com aquilo, mas minha vergonha me fez travar, ainda mais quando aquela maldita plateia começou a gritar palavras de incentivos, achando a cena bem fofinha. Ah, mas que porra!

Meu rosto estava queimando quando chegamos até Recovery Girl. E continuou queimando até mesmo depois que Kirishima saiu de perto de mim. Mas essa não era a pior parte, a pior parte era o coração. E os sentimentos que eu não conseguia lidar.

Data: 08/07/23

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