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𖤍𖡼↷𝐅𝐎𝐑𝐓𝐘

SENTIMENTOS FORTES

-Sinto muito por ontem. - falei com sinceridade na manhã seguinte quando entrei na cozinha e me deparei com Poppy tomando seu café da manhã. Minha melhor amiga apenas me fitou com seus olhos bonitos, e apesar de não dizer nada, eu a conhecia o suficiente para saber o quanto minha reação negativa tinha deixado Poppy chateada. Não precisava usar minha empatia para sentir os sentimentos de Poppy; podia ver em seu rosto o incômodo que causei de madrugada. Eu dei um longo e pesado suspiro, afundando os dedos nos cabelos e bagunçando de leve. -Você também tá passando por muita coisa e eu fui uma amiga de merda. Desculpa, Popps. Cometi um erro e percebo que não deveria ter descontado minhas frustrações em vocês. Sério.

-Aoi, tá tudo bem. - Poppy disse, indicando para que eu me aproximasse para me sentar de seu lado. E é claro que não hesitei antes de fazer isso, dando um suspiro aliviado ao me dar conta que de fato estava tudo bem. Poppy não era uma pessoa orgulhosa e ela sempre estava disposta a dar segundas chances. Nessa dupla em que nós formavamos, era ótimo que alguém fosse a pessoa mais racional e compreensiva, já que eu claramente era uma bomba prestes a explodir em todo e qualquer momento. -Eu sei que você tá passando por um momento péssimo, mas realmente não tivemos intenção nenhuma de deixar você de lado, entende?

-Eu sei, Poppy! É só que... Sei lá. É muito difícil, primeiro toda a história com Shigaraki e minha mãe, depois descobrir sobre minha verdadeira família e que passei a vida toda vivendo uma mentira e agora perder Kirishima. Me faz questionar o que mais eu vou perder. O que mais preciso sofrer até ter um segundo de paz que seja. - eu não queria, mas sentia as lágrimas surgindo, o que me encheu de irritação. Odiava me sentir desse jeito e de parecer tão patética e frágil, como se tivesse tentando jogar meus problemas nos outros. Mas Poppy não era qualquer uma, era minha melhor amiga e me entendia melhor que ninguém. Por isso, apenas permiti que ela me desse um de seus abraços apertados e suspirei, me sentindo mais calma com isso. -Você sempre me conforta e eu sou muito grata por ter você na minha vida, sabia disso?

Poppy apenas riu, fazendo um carinho suave no meu cabelo que me fez suspirar e fechar as pálpebras, querendo ficar ali pelo restante do dia, me escondendo de todos os meus problemas. Mas isso não era um ato heroico e eu sabia muito bem disso.

-Que bicho te mordeu? Pode voltar a ser minha amiga surtada e impulsiva. - Poppy brincou, me fazendo dar uma risada sincera enquanto me afastava dela o suficiente para começar a pegar alguma coisa para comer. Nos últimos dias, era verdade que eu não estava fazendo isso direito, o que era burrice já que eu estava em um curso de super heróis e era bem dependente da minha força física. Ficar sem comer direito não ia resolver meus problemas, mas sim apenas causar mais. Mas era complicado; não tinha muito que eu pudesse fazer a respeito quando minha ansiedade me consumia e me privava de sentir vontade de qualquer coisa que fosse. Mas eu não pensaria naquilo naquele momento.

-Quê foi? Ss o Kirishima não lembra de mim e não posso demonstrar meu eu afetivo, sobrou pra você. - brinquei, o que fez Poppy engasgar com uma risada. -Katsuki que lute, Popps. Tô cagando pra quem conheceu quem primeiro, eu com certeza posso te fazer muito feliz, gatinha. - falei dando uma piscadinha na direção dela, o que só fez Poppy rir mais ainda.

-Você caiu e bateu a cabeça quando levantou da cama ou só comeu merda mesmo, hein? - a voz encantadora (note o tom de sarcasmo) de Bakugo chegou até meus ouvidos, me fazendo fazer a minha melhor cara de tédio e deboche. Me virei apenas o suficiente parao encarar, arqueando uma sobrancelha para Katsuki. Eu não tinha um olho, mas enxergava perfeitamente a carranca no semblante dele, o que de fato era divertido de ver. -Ela nunca nem ia olhar pra você, se enxerga, Yamazaki. Tem coisa muito melhor que isso ai.

-Tipo você? - perguntei, dando uma risada cheia de deboche enquanto arqueava uma sobrancelha para ele. -Vê se se olha no espelho, Katsuki. O que você tem a oferecer de melhor que eu? Absolutamente nada. Então fica quietinho ai na sua. - falei, balançando a mão na direção dele, como se Katsuki não passasse de uma mosca irritante. Mas ele me deu um sorrisinho venenoso, o que geralmente me faria ficar puta da vida, mas não hoje. Minha vida estava uma merda, isso era um fato, mas nem mesmo ele ia me irritar naquele dia. Pelo menos eu esperava.

-Estabilidade mental. - ele disse cheio de orgulho. Poppy realmente tentou esconder a risada, fingindo uma tosse para disfarçar. Mas eu cai na gargalhada, dando uma risada tão sincera que meu estômago até mesmo doeu. Era impressionante que Katsuki conseguisse dizer aquilo quando a última coisa que ele tinha dentro de si mesmo era estabilidade mental, mas quem era eu para julgar, certo? Eu era totalmente instável, mas acho que estava tudo bem em perceber isso. Mas muita coisa tinha mudado na minha vida de uns tempos pra cá. Algumas para melhor e outras nem tanto assim. Às vezes me perguntava se ter me esquecido de Tenko não havia sido uma espécie de dádiva, mas agora que eu me lembrava de tudo sobre ele, era tarde demais para me perguntar isso.

-Tudo bem, Katsuki, eu vou fingir que acredito nisso. - falei com uma risada enquanto me levantava. O bom de ser sábado, é que não tinha nem aulas e nem estágio para ir. Eu adorava Ryukyu, mas também gostava de descansar depois de uma semana particularmente péssima. E olha que ultimamente eu vinha tendo várias semanas particularmente péssimas, o que era uma merda, mas não havia nada que eu pudesse fazer a respeito. -Vou deixar vocês dois ai, porque eu não estou afim de ficar segurando vela.

-Não é tão bom assim quando você que é a pessoa a estar sozinha, não é? - Katsuki debochou, provavelmente pelas incontáveis vezesque fiz isso com eles quando Kirishima e eu estávamos juntos. Eu não dei muitos ouvidos a isso, apenas fitei Katsuki por um instante. Pra que tocar na ferida, afinal? Era tão claro que estar sem Kirishima era uma merda pra mim que Katsuki só estava sendo um cuzão totalmente insensível fingindo não se dar conta disso. Mas tudo bem, porque no final das contas, eu sabia exatamente quem ele era.

-Na verdade, não é bom quando sua alma gêmea e a pessoa que você é terrivelmente apaixonada não lembra de você e nem de nada que tiveram juntos. As pequenas coisas que maracaram tanto assim, cada vez que meu coração se sentiu mais em paz por algo que ele tinha feito por mim, a forma como me estendeu a mão quando o mundo me virou as costas. Isso sim é uma merda, olhar pra ele todos os malditos dias sabendo que eu não significo mais absolutamente nada, uma mera colega de classe. E eu odeio isso. - falei com sinceridade, vendo aquele sorriso debochado de Katsuki morrer completamente. Poppy fez uma careta e abriu a boca algumas vezes, incapaz de dizer algo. Mas eu dei uma risada fraca, mesmo que sem nenhum tipo de humor. -Ah, relaxem. Eu tô bem.

-Vi isso claramente ontem. - Katsuki debochou e eu apenas revirei os olhos e fiz um gesto de tanto faz. Quem ele era agora para controlar minha vida, meu pai? Eu já tinha dois e podia dizer com certeza que já estava de bom tamanho, a última coisa eu queria e precisava era de um idiota achando que tinha alguma moral para falar algo, ainda mais quando ele e Poppy passaram tanto tempo sem se entenderem por causa da dificuldade de Katsuki em agir como um ser humano que presta.

-Eu acho que tenho direito de me chatear de vez enquanto, Katsuki. - retruquei antes de sair completamente da cozinha, dando espaço para os dois conversarem. Eu que não queria ficar no meio daquilo e querendo ou não, eu tinha coisas mais interessantes para fazer no meu sábado. Pelo menos saie com Florence e Violet ia fazer eu me sentir melhor, eu supunha. Elas eram minha família e aquilo bastava.

Estava distraída quando me choquei contra alguém no corredor. Eu fiz uma careta e estava prestes a arrumar uma confusão naquela manhã quando ergui a cabeça e meus olhos deram de cara com olhos escarlate. Por um segundo, apenas pisquei, incapaz de dizer algo. Ou de sequer respirar, meu olhar fixo em Kirishima, o analisando por completo. O rosto amassado de quem tinha acabado de acordar e o cabelo vermelho baixo completamente bagunçado. Ele ainda não parecia estar processando direito, o que eu achei fofo e quase me fez sorrir. Já estava acostumada com aquilo; com Kirishima e seu jeito quando acabava de acordar. E era uma merda me dar conta que pequenos detalhes como aquele entre eu e Kirishima, apenas eu me lembrava.

-Desculpa. - murmurei, sentindo minhas bochechas ficando quentes ao me lembrar do que tinha acontecido de madrugada entre Kirishima e eu. Ele também teve ter se lembrado disso pela forma como também estava sem graça, apesar do meio sorriso em seu rosto enquanto coçava a nuca.

Eu não queria ficar tão perto assim de Kirishima, porque eu estava bem ciente do quanto minha presença era desconfortável para ele. Kirishima não se lembrava de mim e de nós dois, e já estava ma hora de eu começar a aceitar esse fato, por mais que me machucasse profundamente. Olhar para seus olhos escarlate e ter a compreensão de que não havia nenhum sentimento por mim ali, era uma droga. Eu me sentia uma grande idiota; sabia que o karma era verdadeiro, mas até que o meu veio rápido demais. Ficar fugindo dos meus sentimentos por Kirishima durante tanto tempo tinha vindo cobrar o preço, e agora que eu estava aberta a sentir cada um deles, a pessoa que eu amava com todo meu coração não fazia a menor ideia do que eu significava. E nem parecia interessada em saber.

Por isso, eu apenas dei uma última olhada para Eijirou antes de continuar meu caminho. Consegui sentir a surpresa dele por eu não ter iniciado algum tipo de conversa já que nos últimos dias eu vim tentado falhamente qualquer tipo de aproximação que fosse. Revivendo cada momento que tive com Kirishima antes do nosso namoro, eram memórias que apenas eu entendia o significado. O dia que emprestei meu guarda chuva para que ele não tomasse chuva; esperar por ele para voltarmos até o prédio juntos; até o beijo na noite passada, tudo isso eram coisas que Kirishima tinha feito por mim e agora eu fazia por ele. E ainda assim, nada parecia o suficiente para o fazer sentir alguma coisa, o mínimo que fosse, que passasse de um afeto amigável. E conseguir sentir isso, mesmo que ele tentasse esconder de mim, era uma bela de uma merda.

-Aoi, espera ai! - eu não queria esperar. Honestamente, eu não queria ter nenhum tipo de conversa, mesmo que eu soubesse que era impossível fugir disso, ainda mais depois da noite passada, onde colocamos para fora e de forma clara tudo o que sentíamos diante daquela situação horrível e totalmente caótica.

Mas eu me virei e sabia que não deveria fazer isso. Olhar Eijirou sempre era uma perdição; ele era tão terrivelmente bonito e bondoso que doía no meu coração me lembrar que Eijirou não era mais meu. E talvez nunca mais fosse ser. Era como tomar um tapa na cara perceber que apesar do akai ito, isso não significava que ele seria para sempre meu. E era uma droga me dar conta que passei tanto tempo entendendo o fio vermelho da forma mais errada possível. Era justo que agora eu pagasse e sofresse por isso.

-Tá tudo bem, Kirishima? - perguntei tentando soar o mais tranquila possível, mesmo que meu coração estivesse partido em pequenos pedacinhos dentro de mim. Eu sentia falta de seus abraços, de seus beijos, do som da sua risada. Mas acima de tudo isso, sentia falta do meu melhor amigo, de estar ao lado dele, de todo o apoio, amor e carinho que Eiji sempre me deu. Agora eu me sentia, em partes, vazia; o amor dele sempre me cobriu como um cobertor, me protegendo de todo o restante do mundo. Agora eu sentia que estava completamente sozinha.

-Você tá bem? - ele me perguntou, seus olhos escarlate em busca de algo fora do lugar. Eu tive que conter aquela vontade estúpida de chorar; chorar não ia ajudar em absolutamente nada, e definitivamente ia fazer Kiri se sentir pior. Não era culpa dele, claro, mas eu tampouco controlava o que sentia. Eu o amava, o amava tanto que meu coração chegava a doer. Não o ter de volta depois de tanto tempo me fazia perder as esperanças de que talvez um dia isso pudesse acontecer. E eu teria que arranjar um jeito de lidar com esse fato. Por isso, forcei meu melhor sorriso, me obrigando a aparentar estar em perfeito estado, mesmo que tudo dentro de mim estivesse completamente caótico.

-Sim, claro, eu tô bem. Eu vou sair com minhas irmãs, então...- indiquei o caminho até meu quarto atrás de mim, não deixando brecha para que Kirishima continuasse o assunto. Ele deve ter percebido isso pelas formas como suas bochechas se tingiram de vermelho pela vergonha, coçando a nuca de forma sem graça. Eu queria segurar suas mãos e dizer que se ele quisesse, eu deixaria tudo de lado para passar o dia inteiro com ele; mas eu não podia fazer nada disso.

-Ah, sim, certo, desculpa. Espero que sua tarde seja boa, Aoi. - ele disse com um sorriso sincero antes de se virar e sair de forma desajeitada. Eu apenas o observei até que Kirishima saísse completamente do meu campo de visão, até que eu estivesse tão sozinha e no profundo silêncio que era capaz de escutar o som da minha própria respiração trêmula enquanto continha um soluço preso na minha garganta. Não importava o quantos dias se passassem, aquilo jamais se tornaria mais fácil. Não importava o que quer que acontecesse, nada seria capaz de tirar aquele sentimento horrível de dentro do meu peito.

Quando voltei ao meu quarto e parei diante da parede cheia de fotos com Kirishima, me perguntei o porque eu ainda as mantinha ali. Era uma tortura diária ver cada uma daquelas fotos, dos abraços, dos beijos, de toda aquela felicidade que já não existia mais entre nós dois. Era como olhar para um grande mentira. E por mais que doesse, eu tirei cada uma delas dali com carinho, as guardando dentro da minha gaveta. Aquilo doía, porque significava que eu estava tentando colocar um ponto final em uma história que eu não queria dar um ponto final. Mas de certa forma, também me libertava. Porque eu não poderia para sempre sofrer por algo que eu não sabia se voltaria a ser o que era antes.

Quando terminei, respirei fundo e sequei as lágrimas que escorreram pelo meu rosto. E assim, peguei meu celular e mandei uma mensagem para Violet e Florence. Porque se tinha algo que poderia me alegrar naquele dia de merda, seria ver elas. E isso, naquele momento, me bastava.

Data: 26/03/24

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