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𖤍𖡼↷ 𝐓𝐇𝐑𝐄𝐄

CHUVA

Eu não sabia que precisava tanto de um abraço até ter Poppy me envolvendo com seus braços e passando a mão de leve pelo meu cabelo para me acalmar. Durante muito tempo, eu tentei ser forte ou pelo menos fazer os outros acreditarem nisso. Mas reprimir meus sentimetos não era a coisa certa nem a ideial, eu sabia. Quando tudo explodia, a pessoa que mais saía machucada, era eu. E talvez tenha sido por isso que acabei indo parar no banheiro chorando sozinha até Poppy chegar. Acho que se fosse qualquer outra pessoa a me ver naquele estado deplorável, eu teria me sentido péssima pra valer. Mas a verdade é que eu não ligava se Poppy me visse dessa forma, porque eu sabia que existia apenas bondade em seu coração. Tá ai outra coisa sobre minha individualidade, é que eu literalmente posso sentir isso (bem, quando eu não me faço se sonsa e ignoro).

Quando me acalmei o suficiente, me afastei de Poppy apenas para poder olhar seus olhos cheios de preocupação. Eu também teria me sentindo um lixo se essa preocupação toda viesse de qualquer outra pessoa, mas eu sabia que Poppy não estava me vendo como uma pessoa fraca naquele momento, mas sim como uma amiga que precisava de ajuda.

-Me sinto meio patética em estar chorando assim no banheiro da escola durante o horário de almoço. - murmurei um pouco irritada enquanto passava a mão para limpar as lágrimas nas minhas bochehcas. Poppy apenas deu um meio sorriso e eu suspirei, afundando meus dedos no meu cabelo escuro. Ela não disse nada, mas se levantou e estendeu a mão para mim. Eu não hesitei nem por um segundo antes de deslizar minha palma pela dela e permitir que Poppy me ajudasse a sair daquele chão gelado. -Desculpa ter feito você perder seu tempo me consolando, Poppy.

-Você não é perda de tempo, Aoi. - ela falou tão séria que me fez até piscar, surpresa com seu tom. Acho que nunca tinha sentido tanta convicção numa frase como naquele momento e isso me fez acabar sorrindo involuntariamente. -Tem certeza que está tudo bem?

Eu assenti. Quer dizer, eu tinha ficado estressada ao ponto de começar a chorar, mas agora as coisas estavam bem e eu me sentia mais calma. Mesmo que ainda tivesse algo me incomodando pela forma como aquelas pessoas reagiram, eu não ia começar a chorar no segundo seguinte.

-Eu só tô cansada de ficar escutando merda por causa da minha individualidade. - suspirei, fitando meu reflexo no espelho. Meu rosto estava um lixo, e nem dava para tentar esconder que eu tinha chorado já que meus olhos estavam vermelhos e inchados. Puta que pariu. -Acho que eu já deveria ter acostumado a essa altura a escutar que eu deveria der vilã e blá-blá-blá, mas sei lá.

Poppy apenas ficou em silêncio enquanto eu lavava meu rosto em uma tentativa de amenizar o estrago. Era como se ela estivesse escolhendo as palavras certas para usar, mas no final não soubesse exatamente o que falar. Eu não podia a julgar; a situação era mesmo um lixo.

-Eu te entendo muito bem. - ela falou, baixinho. Eu franzi as sobrancelhas e me virei para a olhar.

Tem outra coisa sobre ter a individualidade ligada a sentimentos, é que eu conseguia sentir eles vindo de outras pessoas. Não necessariamente significava que eu compreendia, mas a forma como Poppy ficou para baixo já me dizia o suficiente sobre o quanto ela entendia o que eu estava sentindo. Eu nem mesmo sabia direito qual era a individualidade de Poppy, mas apenas pela forma como ela abaixou a cabeça me fez ter a certeza que ela tinha sofrido tanto quando eu.

-Sinto muito. - falei, esticando a mão para segurar a dela. Poppy piscou e ergueu a cabeça para fitar meus olhos surpresa antes de apertar minha mão de volta.

-Ei, isso é sobre você. Tem certeza que está bem agora, Aoi? - se ela não tivesse me perguntado uma segunda vez, talvez eu não tivesse falado. Mas a verdade é que eu estava tão cansada disso tudo e de saco cheio que só queria desabafar com alguém. E Poppy era o mais próximo que eu tinha de uma amiga ali na U.A.

Com um suspiro, fitei minhas próprias mãos por um instante. Fitei o fio vermelho no meu dedo mindinho, desejando desesperadamente poder fazer ele sumir, poder fazer todos os fios vermelhos sumirem da minha visão. Mas eu não podia; apenas podia aceitar o fato de que não me livraria jamais daquele peso sobre meus ombros. Mas pelo menos eu podia o dividir com alguém.

-Digamos que minha individualidade não é uma das mais úteis ou heroicas. - falei baixinho, passando a mão pelo meu cabelo, como eu sempre fazia quando estava nervosa. Eu não queria acabar espantando uma possível amiga com a revelação do como minha individualidade atuava, mas algo me dizia que Poppy entenderia. -Sendo sincera, é uma merda. Quer dizer, minha individualidade é o amor. É tão chata. E quando as pessoas descobrem o como esse amor atua quando eu o uso, digamos que não ficam muito satisfeitas.

Eu não sabia se Poppy tinha entendido o que eu quis dizer, mas não importava no final das contas. Ela apenas se aproximou de mim e deu um meio sorriso antes de colocar a mão no meu ombro e apertar de leve.

-Sua individualidade não faz de você quem você é, Aoi. - ela disse com convicção. -E o que os outros pensam não importa.

Ela tinha razão. Não importava o quanto me atormentassem ou achassem minha individualidade péssima. Ela era minha e eu a usaria para fazer o bem. O resto das pessoas podia ir para o inferno! Não era porque eles esperavam coisas ruins de uma individualidade como a minha que eu necessariamente precisava seguir esse caminho.

Eu sempre quis ser super heroína e lutei para chegar onde cheguei. Eu não deixaria minhas inseguranças e traumas me afetarem dessa forma. Poppy estava certa; o que os outros pensavam não valia de nada. O que importava era quem eu realmente era. E eu era alguém que viraria uma super heroína muito fodona.

O dia conseguiu se desenrolar de uma forma bem pior. Quando finalmente as aulas acabaram e eu já estava completamente morta após a aula de All Might, estava sozinha a caminho da estação após não achar Poppy quando começou a chover. E não foi só uma chuvinha de nada, mas sim aquelas que já começam de forma agressiva e em questão de segundos te deixam completamente e totalmente encharcados.

Veja bem: quando eu saí de casa, o sol estava brilhando lindamente no céu, sem nenhum indício de que uma chuva poderia dar as caras. Claro que eu nem mesmo me preocupei em pegar um guarda chuva, e eu nem mesmo tinha levado um casaco para o frio já que estava calor. Motivo pelo qual agora eu estava tremendo e parecendo um pinto molhado, o que não estava ajudando em nada a deixar esse dia de merda e catastrófico melhor.

Xingando e querendo chorar de ódio mais uma vez naquele dia, a única coisa que eu podia agradecer era pela minha mochila ser impermeável. Se aquela chuva molhasse meus cadernos e os destruísse, eu ia definitivamente morrer. Tinha passado horas organizando a matéria bonitinha e estudando para perder tudo graças a essa merda de chuva? Não mesmo! Isso eu não ia aceitar mas nem ferrando.

Ainda tinha uma bela caminhada até eu chegar na estação e tudo o que eu queria era atravessar um portal e ir parar na minha casa onde poderia tirar aquela roupa molhada e tomar um banho. Se eu acabasse ficando doente por causa daquela chuva gelada, ia definitivamente ficar puta. Perder aula não era uma opção, não depois de tudo o que eu fiz para conseguir entrar na U.A!

-Ei! - tomei um susto quando escutei aquela voz, estava tão perdida em meus pensamentos que não notei a aproximação até ser tarde demais. Meu coração deu um salto dentro do peito e minha vontade de sumir triplicou conforme eu me virava para fitar os olhos vermelhos e o sorriso sincero de Kirishima, parado bem na minha frente. -Você tá indo pra estação?

Eu poderia apenas ignorar, minha vontade era de me enfiar em algum canto e desaparecer para não ter que ficar perto de Kirishima. Mas não ia dar para ficar sempre fugindo dele, ainda mais quando éramos da mesma turma. Por isso, mesmo que muito relutante, acabei assentindo.

-Sim, e como tá chovendo e eu claramente estou na merda, tô indo, então... Até amanhã. - me virei e voltei a andar de forma apressada.

De repente, a chuva parou de cair sobre mim e eu franzi o cenho em confusão já que ela estava caindo matando. Piscando os olhos, parei de andar e me virei, apenas para ver Kirishima do meu lado estendendo seu casaco em cima de mim para impedir que eu ficasse na chuva gelada. Eu sequer consegui reagir enquanto fitava seus olhos vermelhos mais uma vez.

Apesar de estar tentando fugir de Kirishima desde o dia que o conheci, eu sabia que ele era uma boa pessoa. Eu conseguia sentir a bondade dentro do coração dele e também que suas ações não tinham um pingo de maldade, apenas uma genuinidade que poucas pessoas possuíam. Apesar disso, eu ainda assim fiquei surpresa com o gesto dele, principalmente porque agora quem estava completamente molhado era ele. O cabelo que antes era espetado para cima tinha sido completamente destruído, caindo sobre seus olhos, deixando Kirishima com um rosto mais infantil.

-Você não precisa...- comecei, mas Kirishima não me deixou terminar de falar.

-Você vai acabar ficando doente, o que não vai ser legal. Sério, não tem problema! Vou com você até a estação. - Kirishima respondeu de uma forma animada, e apesar de eu saber que deveria, depois daquele gesto bondoso dele, não fui capaz de ser grossa e o mandar me deixar em paz. Apenas aceitei o casaco dele, me encolhendo mais dentro dele enquanto caminhávamos juntos para a estação.

Eu não conseguia parar de olhar para aquele fio que nos conectava um ao outro, o tamanho dele menor já que estávamos tão próximos um do outro. Se eu não soubesse que Kirishima era minha alma gêmea, eu teria deixado ele se aproximar de mim? Talvez. Era difícil dizer. Mas saber quem ele era e o que deveria significar para mim apenas me fazia querer ficar o mais longe possível dele.

Eu sei. Era ridículo e provavelmente todos para quem eu contasse achariam o mesmo. Por que eu insistia em fugir da minha maldita alma gêmea, ainda mais sabendo quem ela era? Mas para mim era bem simples: eu não queria que as coisas fossem assim. Honestamente, eu queria ter o poder de escolher. Durante todos esses anos, ver as pessoas sofrendo por causa do fio vermelho apenas me fez querer o rejeitar mais e mais e mais. E agora, eu apenas era incapaz de ver algo de bom nisso.

O amor machucava. Isso foi o que aprendi durante todos esses anos com minha individualidade. Ele apenas servia para trazer dor, sofrimento e era ótimo para manipular os outros. Podia até existir certa beleza no amor, mas não o suficiente; não era nem de perto o suficiente para me fazer querer arriscar alguma coisa. Eu apenas queria fingir que o akai ito não existia e que eu poderia continuar fugindo.

Mas olhando para a forma como Kirishima me olhava com preocupação fazia algo estranho pesar dentro do meio peito. Um nó se formava na minha garganta toda vez que eu olhava para os olhos bonitos dele e só via bondade ali dentro. Acho que seria bem mais fácil manter Kirishima longe de mim se ele não fosse uma pessoa que brilhava tanto assim.

-Obrigada. - falei para ele com sinceridade assim que chegamos na estação. Ficamos em silêncio o caminho todo, mas não havia sido um silêncio constrangedor. Kirishima me deu o meu espaço e me deixou em paz, sabendo que se eu quisesse dizer algo, eu diria. E eu o agradeci silenciosamente por isso.

Estendi o casaco na direção de Kirishima, mas ele apenas deu um meio sorriso e não fez menção de o pegar.

-Ainda tá chovendo. Pode ficar. Você me devolve depois. - Kirishima retrucou, dando de ombros como se não fosse nada demais. Ele estava completamente encharcado pela chuva, mas não parecia se importar muito em tomar um pouco mais dela. Senti um pouco de vergonha por deixar ele acabar ficando ainda pior só pra não me deixar tomar mais chuva.

-Não precisa, sério...- tentei, balançando o casaco para que Kirishima o pegasse de volta. Mas ele não pegou, e apenas acenou para mim antes de começar a ir para o caminho oposto ao meu. -Kirishima!

Ele me ignorou completamente, mas sorriu só por perceber que eu sabia o nome dele, o que me fez revirar os olhos. Kirishima acenou e logo em seguida desapareceu, me deixando para trás com o casaco dele ainda em mãos.

Apenas suspirei; provavelmente eu deveria me sentir irritada e com raiva, mas a verdade é que fui para casa sentindo meu coração um pouco mais calmo. E com um pouco menos de todo o caos.

Boa noite povo bonito! Tudo bem com vocês? Espero que sim!

Um capítulo fofo e mais leve depois do caos do anterior. Aoi em conflito sobre o que deveria sentir em relação ao Kiri, a coitada ainda tem muito chão pela frente KKKK

Poppy e Aoi são assim 🤏🏻🥺
Também teve atualização de Complete Mess, da nikolaistorms, a fanfic da Poppy, vão lá ler <3

Votem e comentem, isso ajuda demais e me deixa mais inspirada a continuar!

Espero que gostem <3
~Ana

Data: 15/10/22

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