𖤍𖡼↷ 𝐍𝐈𝐍𝐄𝐓𝐄𝐄𝐍
CASA DO TERROR
Aquela uma semana fazendo estágio com Ryukyu foi a melhor uma semana da minha vida. Naqueles dias que fiquei ao lado da super heroína, deixei todos os outros problemas de lado porque, de repente, eles não pareciam ter a menor importância para mim. Aprendi coisas que vou levar pra sempre comigo, e fiquei extremamente grata por ter chamado a atenção dela o suficiente para Ryukyu querer ser minha mentora. Não aprendi só sobre vencer vilões, mas também sobre a importância das outras partes que envolvem trabalhar como heroína. Tinha tanta coisa pra contar! Mas acho que as pessoas que mais tinham o que falar eram Poppy, Midoriya, Iida e Todoroki depois do susto com a situação com Stain, o assassino de vilões.
Quase morri quando descobri que minha melhor e única amiga estava envolvida daquela situação toda. Fiquei tão preocupada com ela que não parei de a encher de mensagens e a ligar quando descobri, mesmo que Poppy tivesse me assegurado que estava tudo bem. Nunca tinha sentido um medo tão grande pela vida de alguém como senti pela vida de Poppy! Aquilo me apavorou pra valer, mesmo depois dela ter me dado todos os detalhes e garantir que estava tudo em ordem.
Só fiquei mais tranquila quando finalmente nos encontramos pessoalmente novamente para irmos para aula e constatei que Poppy estava inteira. Ela teve coragem de rir de mim, se divertindo com minha preocupação toda, não perdendo a oportunidade de esfregar na minha cara que eu tinha feito o mesmo com ela quando sumi por horas depois de revelar que tinha me encontrado com Shigaraki Tomura no meio da rua. Eu nem podia julgar ela, porque estaria sendo hipócrita demais depois de realmente ter feito isso. Não dava nem para surtar com Poppy por ter quase me dado um ataque cardíaco de presente, droga!
Naquele dia depois que as aulas finalmente acabaram, não estava com nenhuma vontade de ir para casa e como não tinha nenhuma pista sobre meu caso, não tinha exatamente o que fazer. Eu tinha trazido meu violino na mochila porque já estava pressentindo que precisaria dele e que provavelmente não voltaria para casa tão cedo. Era a única coisa que aliviava minha ansiedade ultimamente, e tocar, apesar de minha maldita mãe odiar o som, era o que andava trazendo paz para o meu coração. De qualquer forma, me virei para fitar Poppy enquanto andávamos juntas em direção a saída da U.A.
-Ei, você quer sair hoje? Eu realmente não queria ir pra casa... - falei e Poppy notou que eu precisava sair para não ficar doida. Eu realmente gostava muito de Poppy por perceber tudo sem eu precisar dizer nada. Ela apenas deu um sorriso para mim e puxou o celular para mandar uma mensagem a sua mãe, o que me deixou aliviada. Quer dizer, geralmente quando eu não queria ir pra casa, saia por aí sozinha, mas depois de ter dado de cara com Shigaraki na rua, eu estava receosa demais em fazer isso. Tudo o que eu menos precisava era virar refém de vilão!
-Minha mãe deixou, contanto que eu não volte tarde. - Poppy disse com um sorriso e eu dei um suspiro aliviado. -Onde você quer ir?
Abir a boca para responder, mas me surpreendi quando a voz de Kirishima falou no meu lugar, fazendo Poppy e eu darmos um pulo e nos virarmos apenas para ver ele acompanhado de Bakugo.
-A gente podia ir no parque de diversões que abriu! - Kirishima disse de forma animada. Não sei quem ficou mais horrorizado, eu ou Bakugo com a sugestão. Poppy só ficou alarmada mesmo, olhando de relance para Bakugo. -O que foi? Vai ser legal!
-Para de se meter na conversa dos outros, cabelo de merda! - Bakugo reclamou, dando um tapa na nuca de Kirishima. Mas Kirishima nem mesmo pareceu sentir, o que me fez torcer o nariz e Poppy fazer uma careta. -Não vou a lugar nenhum com vocês!
-Ah, para vai, Bakugo. Você tá sempre com a gente, apesar de agir como se não quisesse. - falei com um sorriso maldoso para ele. Sem nem mesmo se dar conta, estávamos os três seguindo Kirishima em direção a estação.
-Alguém precisa ser a pessoa a impedir vocês de cometerem crimes, já que não tem neurônios funcionais! - ele gritou e eu ri com deboche.
-Poppy é muito capaz de ser essa pessoa. Admite, você anda com a gente porque gosta! E porque ninguém além de nós aguenta você e sua babaquice. - falei apontando para o nariz dele.
-Teu cú! - ele gritou e eu ri com maldade da cara dele. Sinceramente, eu não sabia o como aquele grupo entre nós dava certo, porque eu e Bakugo claramente estávamos sempre em conflito, ele não falava com Poppy direito e eu vivia tentando evitar Kirishima. Mas de uma forma ou de outro, era mais fácil estar com eles do que sozinha ou com qualquer outra pessoa. Por isso nenhum de nós protestou enquanto seguíamos Kirishima.
-Aliás, eu falei com o Todoroki hoje de manhã, ele parece bem diferente de como era antes. - comentei com Poppy, segurando a barra de metal do metrô e me inclinando para frente e para trás. Poppy apenas inclinou a sobrancelha para mim, como que quem pergunta onde eu queria chegar com aquilo.
-Você vai acabar caindo. - ela avisou e eu torci o nariz, mas não parei de fazer o que estava fazendo. -Na primeira freada, você vai cair. - ela reforçou. Bom, se eu caisse para trás, poderia bater a cabeça no chão e morrer. Se caisse pra frente, seria no colo de Kirishima. De qualquer jeito, só vejo vitórias.
-O que quero dizer é que o que rolou entre vocês quatro deve ter sido bem foda pra fazer Todoroki mudar um pouco. Todas as vezes que a gente conversou ele sempre era do tipo "vim aqui pra vencer todo mundo e não quero amigos" e agora ele parece estar tentando ser mais sociável. Pelo menos comigo. - dei de ombros e Poppy apenas riu baixinho.
-É porque ele percebeu que você entende ele, só isso. Nas questões familiares, no caso. - ela falou e eu torci o nariz.
-Você e o Todoroki ficaram bem próximos nos últimos dias, né. - Kirishima disse como quem não quer nada, apesar de eu literalmente ser capaz de sentir a pontada de ciúme dele. Não deveria, mas sorri mesmo assim. O que? Eu sou cuzona. Já deixei isso bem claro.
-Ele é legal. - falei com um sorrisinho. Kirishima fez um biquinho, o que fez Poppy rir baixinho e Bakugo revirar os olhos em desgosto, apesar de ele não ter nenhuma moral.
Poppy tinha razão. Quando o metrô freou para parar na próxima estação, eu me desequilibrei completamente já que não estava segurando direito e comecei a cair para trás. Teria definitivamente me estatelado no chão se Kirishima não tivesse sido rápido em segurar minha cintura, me mantendo no lugar. Fiquei tão vermelha quanto a cor de seu cabelo, e Poppy deu um sorrisinho que indicava que eu deveria definitivamente ter a escutado. Apenas murmurei e desviei o olhar.
-Já tá chegando? - falei, só para Poppy e Bakugo pararem de me encarar com aquelas caras idiotas. Que clima chato! Tudo culpa de Kirishima, por que ele precisa ter tanto efeito sobre mim? Droga!
Kirishima apenas riu e, meu Deus, por que eu gostava tanto de escutar o som de sua risada? Eu não podia sentir essas coisas! Que saco! Ainda assim, era meio que inevitável. Odiava o universo por ser tão desgraçado comigo. 7,7 bilhões de pessoas na Terra! E minha alma gêmea estava bem ali, do meu lado, apesar de eu ter zombado a vida inteira dizendo sobre o quão absurdamente raro de você achar sua alma gêmea isso era. Mas além de me provar que eu estava errada, o universo me provou isso duas vezes, já que tinha Poppy e Bakugo.
Minha cabeça ia explodir.
-Por que está fazendo essa cara? Tá tudo bem? - Poppy sussurrou ao meu lado enquanto comprávamos os nossos ingressos para entrar, ignorando Bakugo gritando com Kirishima por alguma idiotice que o ruivo tinha dito e Kirishima rindo.
-Queria não enxergar o akai ito. - confessei e Poppy franziu as sobrancelhas, sem entender o motivo de eu ter aleatoriamente dito isso. -Isso me deixa muito confusa. Além de, claro, ter estragado minha vida! - choraminguei. Poppy segurou minha mão na sua enquanto entrávamos no parque, largando Bakugo e Kirishima para trás já que ambos estavam ocupados demais em uma briquinha. Quer dizer, Bakugo estava brigando, Kirishima só estava rindo.
-Kirishima é uma boa pessoa, Aoi. E ele gosta de você pra valer. Quer dizer, qualquer um enxerga que ele tá apaixonadinho. - Poppy disse me empurrando de leve e eu apenas suspirei. Já tinha me dado conta disso, mas escutar outra pessoa falando atingia de um jeito diferente. -Sei que você não quer isso, mas eu duvido que Kirishima ia fazer algo pra te machucar. Ele é muito legal pra fazer isso, e gosta muito de você.
-Eu sei. - murmurei, afundando os dedos no cabelo e suspirando. -O problema sou eu, Poppy. Eu sou o problema. Não dá pra deixar alguém se aproximar desse jeito de mim, porque sou um problema e vai estar destinado ao fracasso.
Senti minha pele ardendo quando Poppy me deu um beliscão, me fazendo chiar e a olhar com indignação. Minha melhor amiga me olhou feio, como se nunca estivesse escutado tanta bosta quanto estava escutando naquele momento e eu fiz uma careta. Tá, eu sabia que Poppy odiava quando eu ficava me autodepreciando, mas o que eu podia fazer se estava certa?!
-Você não é um problema, Aoi! - queria tanto acreditar nas palavras de Poppy. Mas a verdade é que comecei a ficar pra baixo real. -Vamos, vai. Não quero ninguém triste hoje! Nós vamos ir na montanha russa!
-Montanha russa? - Poppy e eu nos viramos para ver Kirishima sorrindo e Bakugo com cara de cú. -Boa ideia!
-Eu não vou nessa droga. - Bakugo disse e, pela primeira vez, concordei com algo. Afinal, eu também não era lá muito fã de montanha russa já que tinha medo de altura.
-Tá com medo? - Poppy provocou com um sorrisinho e Bakugo só faltou virar do avesso, o que me fez rir.
-Medo é o caralho! Eu não sinto medo! - ele disse, começando a marchar na direção da montanha russa, se virando apenas para nos olhar irritado. -Vão vir ou não, porra?
-Ele vai gritar mais que todo mundo. - Poppy sussurrou e eu comecei a rir, entrelaçando o braço no dela enquanto seguíamos Bakugo e Kirishima.
Durante a fila toda Bakugo ficou gritando e tentando provar que ele era corajoso sim pra andar na montanha russa, mas ele tentar provar isso mais parecia que estava tentando convencer a si mesmo, o que foi hilário. Até eu me sentar do lado de Poppy, logo atrás de Bakugo e Kirishima, e ai eu comecei a me cagar pra valer.
-Eu não quero mais ir! - dei um gritinho assim que o carrinho começou a se mover. -Tenho medo de altura, bosta!
-Tá vendo? Você que tá surtando, porra! - Bakugo gritou, mas sua voz saiu bem mais fina, o que só deixava claro que ele também estava com medo, logo, não podia me julgar. Poppy e Kirishima começaram a rir pra valer enquanto o carrinho subia lentamente, tão inclinado que pensei que fosse desmaiar quando aquela merda começasse a cair.
-Ralaxa! O máximo que pode acontecer é dar tudo errado. - Kirishima riu. Eu quase comecei a chorar.
-Kirishima! - Poppy riu, como ela sequer podia dar risada com nossa morte eminente? Não sei, mas não tive tempo pra pensar nisso quando o carrinho começou a cair e eu comecei a gritar.
Verdade seja dita, Bakugo e eu ficamos empatados em quem gritou mais. Mas eu tinha o bônus que apenas me agarrei ao equipamento de segurança pra tentar fazer meu medo passar, já Bakugo agarrou a mão de Kirishima, o que teria me feito rir pra caralho se eu não tivesse quase fazendo xixi nas calças. Que ideia de merda! Ideia de merda!!!!!
-Vou vomitar. - falei, me curvando e apoiando as palmas nas coxas, olhando fixamente para o chão enquanto meu estômago se embrulhava completamente. Bakugo tinha literalmente deitado no banco com a desculpa idiota de que precisava de um tempo pra se recuperar do meus gritos no ouvido dele. Filho da puta! A verdade é que ele estava morrendo tanto quanto eu, mas não queria admitir.
-Foi legal! - Poppy disse e eu me virei apenas o suficiente para a olhar com indignação, mas isso só fez Poppy sorrir para mim.
-Toma. - Kirishima disse, colocando uma garrafinha de água gelada na minha mão e usando uma de suas mãos pra afastar meu cabelo do rosto para poder me olhar. -Você tá pálida, Aoi.
Apenas murmurei um palavrão enquanto levava a água até a boca. Nunca mais! Nunca mais vou dar ouvidos a Kirishima Eijirou! Nunca mais ele e Poppy vão me arrastar para uma montanha russa.
-Tá, vocês escolheram essa merda, acho justo a idiota inútil e eu escolhermos o próximo. - Bakugo falou parando ao meu lado e cruzando os braços. Dei um sorrisinho e assenti.
-Hum, tá bom. Justo! Onde vocês querem ir? - Kirishima perguntou. Bakugo e eu nem mesmo discutimos sobre antes de falarmos, ao mesmo tempo:
-Casa do Terror.
Agora foi o momento de Poppy e Kirishima ficarem alarmados, mas Bakugo e eu fingimos não perceber antes de nos virarmos para ir em direção ao local onde tinha uma grande fila e dava para ouvir os milhares de gritos. Ah, isso ia ser divertido!
-Só vê se não explode alguém sem querer por causa de medo, viu, Bakugo! - zombei e ele me empurrou com tanta força que quase cai no chão. Dei um sorriso debochado para ele.
-Vai se fuder! Quem gritou que nem criança foi você! - ele chiou.
-Mas quem tava agarradinho no Kirishima, hein? - zombei.
-Morre, porra! - ele gritou bem no meu ouvido, me fazendo ficar zonza por um instante.
-Vocês parecem crianças. - Kirishima gemeu logo atrás de nós e Poppy suspirou, concordando com ele.
-Não vai ter palhaços nisso não, né? - Poppy disse, alarmada. Bakugo e eu trocamos um olhar, mas nenhum de nós dois abriu a boca, silêncio total.
-Isso vai ser divertido, confia. - falei, mas Poppy me olhou de uma forma que indicava que a última coisa que ela faria naquele momento era confiar em mim. -Vamos!
Nós quatro entramos juntos e a iluminação era tão baixa que, a princípio, não enxerguei nada. Sons estranhos podiam ser ouvidos e, às vezes, escutavamos gritos ecoando pelos corredores.
Tá! Aquele clima tenso fazia sim uma parte de mim ficar cagada de medo. Estava preparada para dizer que deveríamos nos manter juntos quando escutei Poppy e Bakugo darem um grito que fez meu coração parar na garganta.
Sim, eu sei que sou super heroína e blá, blá, blá, mas simplesmente agarrei a mão da única pessoa que achei no escuro e saí correndo. Foi assim que ficamos separados em dois grupos, e logo descobri que a pessoa que arrastei comigo foi Kirishima.
-O que foi isso?! - ele disse e eu conseguia enxergar seus olhos vermelhos arregalados. -Será que eles precisam de ajuda?!
-Kirishima! Isso é um parque de diversões, ninguém morre numa coisa de... - dei um grito quando uma mão se fechou no meu ombro e Kirishima gritou junto quando vimos um zumbi. -Porra!
Kirishima me arrastou dessa vez e eu nem sabia que ele conseguia correr tão rápido, mas estávamos voando pelos corredores escuros, meu coração batendo acelerado dentro do peito, os dedos de Kirishima entrelaçados nos meus.
O que a gente mais fez foi gritar. Foi divertido porque não precisávamos agir que nem heróis ali naquele momento ou lembrar do como nossas vidas não eram nem de perto fáceis. Podíamos fingir que éramos adolescentes normais indo num parque de diversões se divertir e isso foi bom. Em ocasiões normais, Kirishima e eu não estaríamos fugindo, mas sim batendo de frente e entrando numa luta. Mas ali, não tínhamos que fazer nada disso e essa era a melhor parte. A gente podia só gritar, correr e rir do quão ridículo aquilo tudo era.
Quando finalmente conseguimos achar a saída, a mão de Kirishima ainda estava na minha e ele não fez nenhuma menção de soltar. Nós dois demos risada por termos sido tão medrosos e ridículos.
-Isso sim foi divertido! - falei para Kirishima e ele apenas sorriu, seus olhos fixos nos meus.
Eu conseguia sentir a mudança de humor dele, o que me pegou um pouco de surpresa. Toda aquela felicidade genuína foi substituída por outra coisa a medida que Kirishima brincava com nossos dedos ainda entrelaçados uns nos outros, observando nossas mãos por um instante antes de voltar a me olhar. Engoli em seco, qualquer palavra morrendo na minha garganta.
-É. - ele disse baixinho, quase que em um sussurrou. E quando ele me puxou de leve para que eu me aproximasse mais dele, eu não recuei.
Eu devia ter recuado. Mas não o fiz e, antes que eu pudesse me arrepender, Kirishima levou as mãos até minha cintura e me puxou para ainda mais perto de si, fazendo meu coração idiota, estúpido e maldito dar um salto dentro do peito com os dedos dele deslizando até minhas costas. E eu só ergui a cabeça o suficiente para fitar seus olhos escarlate, tudo o que Kirishima queria me dizer estava absolutamente nítido ali dentro. O que só fez meu coração bater ainda mais forte dentro do peito.
Kirishima suspirou, apoiando a testa na minha e me fazendo fechar os olhos. Eu também não deveria fazer isso. Eu deveria o afastar e, sei lá, falar que aquilo jamais poderia acontecer entre nós. Era o certo, né? Porque eu jamais poderia ser boa o suficiente para Kirishima, então o deixar se iludir achando que eu era boa pra ele era só muito cruel da minha parte.
E talvez eu estivesse ficando muito louca, mas afundei meus dedos no cabelo de Kirishima, o puxando para ainda mais perto de mim, sentindo a boca dele roçar na minha, o fazendo suspirar mais uma vez. Meu Deus, como eu queria poder fazer aquilo. Como queria poder beijar Kirishima e sentir a sensação da boca dele envolvendo a minha.
-Eu gosto muito de você, Aoi. - ele disse baixinho e, mesmo que eu já tivesse escutado isso, ainda assim fez meu coração disparar, arder e quebrar ao mesmo tempo. -Muito mesmo.
-Kirishima...- comecei, pois sabia que, por mais que eu também gostasse muito dele, não podia deixar aquilo continuar. Porque ele merecia coisa melhor do que eu, uma fodida da cabeça e com uma família de merda, podia oferecer. Kirishima era uma pessoa boa pra caralho! Merecia alguém que fosse o fazer feliz, e não o decepcionar. E a única coisa que eu trazia para as pessoas ao meu redor, era decepção.
Acho que teríamos cometido um erro se não tivéssemos escutado a voz irritante de Bakugo falando algo para Poppy, o que fez nós dois nos afastarmos rapidamente, nos virando para ver os dois se aproximarem. O lado bom é que não tinham notado o que estava prestes a acontecer entre Kirishima e eu, apesar de meu rosto pegando fogo.
-Eu quero um sorvete! - Poppy disse com um sorriso assim que chegou perto de nós. Seu sorriso vacilou um pouco assim que seus olhos astutos pousaram em mim. -Vem comigo?
Eu assenti, agradecida por ela ter percebido que eu precisava sair dali. E eu apenas agarrei a mão de Poppy na minha e deixei ela me levar, piscando os olhos com força mais uma vez para afastar as lágrimas que surgiram ali.
Data: 05/08/23
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