𖤍𖡼↷𝐅𝐎𝐑𝐓𝐘 𝐎𝐍𝐄
SENTI SUA FALTA
Com o passar do tempo, as coisas no estágio começaram a ficar mais intensas, principalmente com a notícia de que iríamos participar no resgate da garotinha chamada Eri, a tirando das mãos de uma organização criminosa poderosa. Mas, quando o dia finalmente chegou, fui barrada de participar desse momento ao lado de heróis profissionais e de meus amigos, Midoriya, Ochako, Tsuyu e Kirishima pelo incrível fato de que eu estava com gripe. E não qualquer gripe, eu sabia. Para minha imensa revolta, eu tinha ficado completamente derrubada. Até mesmo Recovery Girl se mostrou preocupada com miha febre beirando aos 40°C e o frio absurdo que me fazia tremer sem parar. Minha pele parecia estar queimando, mas eu não conseguia ficar fora dos cobertores que me cobriam, mesmo com Recovery Girl me dizendo que não deveria fazer isso.
Quando Aizawa saiu do meu lado naquela noite, eu sabia que era para resolver o caso sem minha presença. Quem me acompanhou durante o restante da madrugada e o começo da manhã, foi Violet, visivelmente preocupada com meu estado de saúde, como a ótima mãe que ela era. A verdade é que aos poucos eu já estava me sentindo bem melhor graças a Recovery Girl. Às vezes é engraçado lembrar que não é porque somos super heróis que estamos livres de coisas tão simples quanto um resfriado. E que, querendo ou não, não somos todos invencíveis. E não tem problema nos priorizar às vezes. Perceber aquilo era como tomar um tapa na cara, mas em um bom sentido.
-Já teve notícias sobre eles? - perguntei a Violet, fazendo uma careta notando o quão péssima estava minha voz. Violet franziu o cenho, mas não se virou para me fitar, seus olhos ainda fixos na tela de seu celular. -Mãe? Eu vou morrer em agonia sem nenhum tipo de notícias!
-Você precisa parar com isso, Aoi. - Vioket resmungou, me fazendo dar uma risada. Sua impaciência era algo que definitivamente vinha das irmãs Yamazaki. -Operações desse nível nunca são tão rápidas e simples, sabia? Fique tranquila, Shota é um ótimo profissional e tenho certeza que nada de ruim vai acontecer aos seus amigos enquanto ele estiver lá. Especialmente ao seu querido.
Eu fiz uma careta, desviando o olhar dos olhos acusadores de Violet. Sabia muito bem de quem ela estava falando e o que estava buscando em meu rosto quando disse isso; Violet claramente queria saber o quanto eu estava sofrendo com aquela história e, bem, eu não ia mentir. Sequer conseguia esconder minha cara de sofrimento dela! A verdade é que Violet estava coberta de razão, eu de fato estava profundamente apreensiva com Kirishima ter ido até lá. Mas acho que algumas coisas acontecem para o melhor; eu estar junto talvez tivesse atrapalhado nós dois, e com toda certeza isso faria Aizawa ficar bem irritado. Bom, de qualquer forma, eu esperava que aquele pesadelo acabasse logo e eu tivesse notícias de todos, de preferência que fosse uma grandíssima de uma vitória para nós. Eu não ia aguentar receber mais notícias ruins na minha vida miserável.
Batidas na porta fizeram a atenção de Violet sair de mim, me fazendo agradecer mentalmente aos deuses por isso. No segundo seguinte, Poppy tinha aberto apenas uma fresta para olhar, dando um sorriso para mim antes que Violet fizesse um sinal indicando que ela podia entrar. Eu dei um suspiro aliviado por ver minha melhor amiga ali, assim pelo menos Violet não iria me fazer perguntas que eu definitivamente não queria responder. E pelo menos desse jeito eu desviava completamente minha atenção a minha maior preocupação naquele momento: Eijirou Kirishima.
-Ei! Recovery Girl acabou de me dizer que você já vai poder voltar ao dormitório em meia hora. - Poppy disse de forma animada, se sentando na beirada da cama e dando um sorriso. -Aproveitei o intervalo entre as aulas para vir te ver. Acredita que Aizawa sensei não apareceu hoje? Você sabe se está tudo bem? - era uma merda não poder contar a minha melhor amiga o que realmente estava acontecendo. Eu não conseguia mentir para Poppy; ela me conhecia bem o suficiente para dr quando tudo estava fora do lugar, e daquela vez não foi diferente quando vi a compreensão chegando aos seus olhos. -Ah, entendi. Você não pode falar sobre, não é?
-Ahan. Desculpa, Popps, prometo que assim que eu puder, vou te contar todos os detalhes. - falei juntando as mãos em uma promessa e aquilo fez Poppy dar uma risada sincera. Ela apenas deu de ombros, como se aquilo não importasse e, a conhecendo como a conhecia, não importava mesmo. Poppy tinha preocupações bem maiores naquele momento, e eu sabia quais eram cada uma delas. Também ficava apreensiva de ver minha amiga passar pelo que estava passando e eu não poder fazer nada a respeito para ajudar. Pelo menos eu poderia dar a ela todo o apoio que precisava, sempre. -Que bom que logo vou poder sair desse quarto branco horrível! Já me sinto tão melhor, mas Recovery Girl não me libera.
-Compreensível, Aoi, você estava queimando em febre ontem de noite. É super perigoso. - Poppy disse arqueando uma sobrancelha para mim e eu fiz uma careta. Os sermões de Poppy conseguia me deixar mais apreensiva do que a cara de brava de Violet, porque era simplesmente horrível ser repreendida pelo meu girassol. Mas no fundo eu sabia que ela estava certa e Poppy só estava preocuoada comigo, como a amiga incrível que ela era.
-Acho que você já vai poder falar para a Poppy onde Shota foi. - Violet disse e apesar de sua voz não demonstrar, eu conseguia sentir a preocupação emanando dela naquele momento. Não só eu, mas Poppy também, pois ela se virou na direção da minha mãe quase na mesma velocidade que eu, fazendo a mesma expressão preocupada que eu estava no rosto naquele momento. Violet nos fitou por um instante antes de estender o celular na nossa direção, fazendo com que tanto Poppy quanto eu nos inclinassemos um pouco mais para olhar. Meu coração quase foi parar no teto com a matéria. -Parece que acabou, Aoi. Eles ganharam e prenderam esses bandidos.
Mas a que custo? Pelo que estava escrito ali, Sir Nighteye estava profundamente ferido, sendo encaminhado para o hospital. E não só ele! Mas haviam também outros heróis que haviam ficado feridos de alguma forma, como Fatgum, Ereaser Head, Rock Lock e... Red Riot.
Meu coração quase saiu da garganta quando li aquilo, e eu levantei em um pulo. Eu ainda estava de pijama, mas não hesitei antes de caminhar até a porta, prestes a dar o fora dali e ir o mais rápido possível para o hospital para onde eles tinham sido encaminhados. Mas a maldita porta não estava abrindo; e eu sabia bem o porque.
-Poppy! - reclamei, me virando furiosa para minha melhor amiga. Mas ela sequer se abalou com meu tom de voz, não parecendo estar fazendo nenhum tipo de esforço para manter a porta fechada daquele jeito. Eu grunhi, totalmente frustrada, lançando um olhar feio para ela enquanto Violet e Poppy me olhavam como se eu estivesse ficando doida de querer sair daquele jeito estando doente e debilitada do jeito que eu estava. Mas era de Kirishima que eu estava falando! Minha alma gêmea! Se eu não tivesse tão doente assim, teria conseguido reparar que o sentimento estranho dentro do meu peito se devia ao fato de ele estar machucado, e não por eu estar doente! Argh!
-Você ainda nem está no seu total, Aoi. Se estivesse, não estaria sendo tão fácil assim manter a porta fechada. Você é bem mais que isso. - Poppy disse me encarando e eu torci o nariz para minha amiga. -Se sente e se acalme. Sair daqui correndo que nem uma maluca não vai fazer Kirishima melhorar das lesões em um passe de mágicas.
Eu bufei irritada, mas fiz exatamente o que Poppy mandou, afundando os dedos nos meus cabelos e puxando de leve. Aquela situação era uma merda, e saber que eu não estive lá nesse momento... Bem, era ainda pior. Mesmo que Kiri não se lembrasse de quem eu era, eu sabia de cada maldito detalhe do que tinha ocorrido entre nós dois. Era pior ainda me dar conta de que mesmo que eu fosse correndo até o hospital, desesperada para poder o ver bem, eu nem era uma pessoa que ele iria querer estar do lado naquele momento; porque, no fundo, eu apenas não significava nada.
-Aoi. - a voz de Violet fez eu me virar em sua direção, fitando seus olhos que sempre eram tão profundamente intensos. Minha irmã, minha mãe, se aproximou mais de mim, se sentando ao meu lado e segurando minhas mãos nas suas. -Não ache que também não estamos preocupadas com todos. Não esqueça que Shota estava lá também. Mas faz parte da vida de um super herói agir com a razão, e não com o sentimento. Sei que é fácil falar isso e difícil de seguir, mas digo isso para o seu bem.
Eu sabia que ela estava certa, sabia que Poppy estava certa. Por isso, apenas dei um suspiro dramático e aceitei minha derrota, me afundando um pouco mais nos travesseiros enquanto esperava para der liberada. Não tinha muito o que eu pudesse fazer agora, era verdade. Apesar de toda a minha preocupação, isso não seria o suficiente para curar quaisquer que fossem os ferimentos de Eijirou e o que tinha acontecido com ele. Por mais que eu quisesse muito, apenas o amor que eu sentia por Kirishima não bastava e não era o suficiente. Pelo menos, não era mais o suficiente.
-Ele nem lembra de mim, de qualquer forma. - eu murmurei, um pouco amargurada, estendendo a mão esquerda para fitar o fio vermelho que me ligava a minha alma gêmea. A pessoa que eu amava com todo meu coração, mas que sequer se lembrava dos momentos incríveis que compartilhamos juntos. Cada sorriso, cada risada sincera, cada abraço cheio de sentimento, cada beijo apaixonado. Era hora de começar a aceitar que minha realidade era aquela: uma na qual Eijirou era apenas meu colega de classe, nada além disso, alguém totalmente e completamente fora do meu alcance. E esse era o meu karma. -Ai! - reclamei ao perceber que Violet tinha me dado um beliscão doloroso no braço. Massageei o lugar, olhando feio para ela.
-Desde quando você passou a ser um bebê chorão que desiste fácil assim das coisas? - ela disse, arqueando a sobrancelha para mim. -Cadê a garota que desafiou o líder da Liga dos Vilões?
-Morta junto com o amor do Kirishima por mim. - Resmunguei infeliz, apenas para receber outra beliscada. Eu olhei feio para Violet, ignorando seu olhar cheio de repreensão. Eu sabia que ela achava que eu estava sendo idiota por parar minha vida daquela forma e que tudo iria se acertar com o tempo pois, segundo Violet, a amnésia não faz uma conexão forte como a de almas gêmeas se romper. Mas eu tinha minhas dúvidas; a cada dia que se passava, eu me perguntava o quanto no limite o fio que nos unia poderia chegar antes de se tornar tão frágil que se torna até meio assustador. Eu sabia que era impossível se livrar de uma alma gêmea, mas eu também sabia que nem sempre elas faziam bem umas para as outras, e a possibilidade de me tornar uma alma gêmea horrível para Eijirou me atormentava todas as noites.
-Não desista assim. - Poppy disse, fazendo com que eu me virasse para fitar seus olhos bonitos. Minha melhor amiga segurou minha mão na sua e abriu um sorriso sincero para mim, como se ela verdadeiramente acreditasse que toda aquela história um dia pudesse se ajeitar, apesar de eu já ter perdido todas as minhas esperanças. -Não quanto Kiri não desistiu de você também.
Eu não sabia o que aquilo queria dizer, mas pelo olhar de Poppy, eu também não precisava saber; pelo menos, não naquele momento. Então apenas decidi confiar nas palavras de Poppy.
Eu não sabia se tinha sido uma boa ideia ir até o hospital visitar Eijirou,minhas mãos tremendo um pouco enquanto apertava o cabo dos lírios azuis que eu carregava comigo. Eu estava nervosa pra caramba, isso era evidente enquanto eu andava de um lado para o outro na frente da porta do quarto em que Eijirou estava, sem saber se deveria só deixar as flores ali no chão e sair correndo. Talvez aquela tivesse sido a atitude errada, mas era difícil admitir isso depois que infernizei a vida de Violet para ela me levar até ali para visitar Kirishima. Sem nem mesmo saber se ele queria a minha visita, o que era uma merda. Tinham pessoas bem mais importantes e que ele certamente iria preferir ver naquele momento. Porque eu sequer estava ali, afinal?
Ah, certo. Porque apesar de Eijirou não se lembrar de mim ou de quem eu era, eu o amava. Eu o amava tanto que meu coração doía, principalmente sabendo que ele não lembrava de quem eu era. É. Entrar ali apenas para ver em seus olhos aquela expressão de pena e tristeza por não se lembrar de mim talvez fosse a última coisa que eu precisava naquele momento.
Foi no exato momento que me virei para ir embora, desistindo daquela ideia ridicula de encontrar com Eijirou, que vi a mãe dele se aproximar de mim. E era tarde demais para me esconder em qualquer lugar, pois os olhos dela que eram exatamente iguais aos de Kiri se fixaram em mim enquanto ela abria um sorriso sincero e caminhava na minha direção.
A mãe de Eijirou era tão calorosa quanto ele, e não pensou nem mesmo duas vezes antes de me envolver em uma abraço apertado que quase esmagou as flores que eu estava carregando. Eu não consegui evitar um sorriso enquanto retribuia da mesma forma; a mãe de Kirishima tinha me acolhido mais de uma vez quando a situação na minha casa estava uma merda, e ela nunca me olhou com nenhum tipo de julgamento. Eu verdadeiramente gostava dela.
-Aoi, querida, que bom te ver! Fiquei tão preocupada quando você foi sequestrada por aqueles vilões, Eiji não conseguia nem dormir direito, sabia? - ela disse, se afastando o suficiente para me olhar. Foi quando ela realmente viu a cicatriz imensa que tinha no meu rosto, sua expressão passando para choque e depois raiva. -Aqueles malditos! Foram eles que fizeram isso com você, não é?
-Não se preocupe, eu estou bem. - falei e era sincero. Perder um olho e receber uma cicatriz tinha sido o menor dos meus problemas nos últimos meses, por mais incrível que pudesse parecer. -Quer dizer, mais ou menos. Eiji está bem?
-Ah, fique tranquila, Eiji é forte! Ele está bem. Mas você não quer entrar pra ver ele? - ela disse, agarrando minha mão para me puxar para o quarto, o que quase fez meu único olho saltar para fora com o desespero, meu coração indo parar na garganta.
-Não, não! - eu quase gritei, o que fez ela franzir as sobrancelhas, sua mão quase na maçaneta da porta. -Tá tudo bem, eu não quero atrapalhar. Eu posso ver ele quando voltar para escola.
-Bobagem! Você é namorada dele, não é? Claro que não vai atrapalhar, vem!- ele não tinha contado pra mãe dele que não fazia ideia de quem eu era?! Durante todos esses meses?!
Não tive tempo para protestar quando ela abriu a porta do quarto e me puxou para dentro. Apenas pude aceitar minha derrota.
-Olha quem encontrei no corredor! - ela disse de forma animada, me exibindo para Eijirou. Eu tentei não o olhar, mas foi inevitável; apesar de todas as ataduras que cobriam seu corpo, ele realmente parecia bem, o que fez meu coração ficar um pouco mais em paz. -Vou deixar vocês conversarem e vou ir tomar um café. Volto logo.
E sem mais nem menos, ela apenas saiu, me deixando ali com Kirishima, completamente sozinha.
Eu não disse nada enquanto me aproximava de um vaso de flores perto de sua cama para ajeitar os lírios que eu tinha levado para ele e encher de água. Por um tempo, o silêncio constrangedor reinou.
-Desculpa passar aqui assim. - murmurei. -Eu sei que nem deveria, que você não lembra de mim, mas eu só estava meio preocupada. E eu comprei esses lírios azuis porque...
-Foi a primeira flor que eu te dei.
Silêncio; por um instante, fiquei em um profundo silêncio e nem sabia se estava respirando direito enquanto deixava as palavras de Eijirou assentarem dentro de mim. E quando eu compreendi o que ele queria dizer com aquilo...
Eu me virei tão rápido na direção de Eijirou que quase derrubei no chão o vaso em minhas mãos, meu coração batendo acelerado dentro do peito, engolindo em seco enquanto fixava meu olhar em seus olhos vermelhos. Aqueles olhos vermelhos que eu amava tão intensamente e que sentia falta todos os dias. Eu tinha escutado direito ou...
-É. - falei, quase em um sussurro, meu coração prestes a sair para fora. Me aproximei um pouco mais da cama, franzindo as sobrancelhas para ele, tentando não ter esperanças, tentando nãoesperar por nada, apenas tentando. -Como você...
-Eu te amo, Aoi.
As palavras de Eijirou me pegaram tão de surpresa que não tive nenhuma reação que não o olhar. Olhar no fundo de seus olhos. E eu podia ver toda a verdade ali, em cada palavra. E podia sentir seus sentimentos, sentimentos tão fortes, tão intensos que me admirava eu não ter notado no segundo que pisei naquele quarto. O como eles eram fortes e intensos. Que eles estavam ali. De volta. De onde nunca deveriam ter saído.
Senti as lágrimas surgindo antes mesmo que Eijirou esticasse a mão e segurasse a minha com força, me puxando até que eu estivesse sentada na sua cama, até que seus olhos estivessem fixos em mim, até que suas mãos segurassem meu rosto. Até que ele desse aquele sorriso lindo para mim, um sorriso que achei que jamais seria direcionado para mim novamente.
-Me desculpa ter esquecido de você. - ele disse, seus olhos cheios de lágrimas, e eu sabia o quanto Kiri estava agoniado com aquilo. Mas eu ri, me sentindo leve de um jeito que não me sentia fazia muito tempo. E sem mais ou menos, eu o beijei.
Eu havia passado meses sem poder fazer isso, mas não me esqueci nem por um segundo do quão boa era a sensação de ter os lábios de Eijirou contra os meus. A forma apaixonada com a qual ele me beijava ou o jeito que me segurava, como se nada nunca tivesse mudado entre nós.
E naquele momento, foi como se uma parte muito importante de mim tivesse acabado de voltar para seu devido lugar. Enquanto eu beijava Eijirou e o abraçava com força, eu sentia uma paz crescer dentro de mim.
-Eu estava preocupada com você. - falei, me afastando apenas o suficiente para o olhar. -Eijirou, você não faz ideia...
-Eu sei.- ele disse baixinho, me puxando para um abraço apertado. E eu sabia que ele entendia. O como eu tinha me sentido sabendo que ele estava machucado, mas mais que isso; o como ele sabia o quanto eu tinha me magoado durante todos aqueles meses sem ele. -Me perdoa.
-Eiji, não é sua culpa. - eu murmurei, me afastando para o olhar. Estendi a mão, fazendo um carinhoso suave em seu rosto coberto por ataduras. Ele fechou os olhos por um instante e deu um susrpiro, apertando minha mão contra sua bochecha para que eu não a tirasse dali. -Mas como?
-Foi a Poppy. Ela passou meses tentando tirar o efeito daquela individualidade e me fazer voltar a lembrar de você. - ele disse, dando um sorriso para mim. Ah. Ah.
Foi ai que eu realmente entendi.
-Então todas as noites que vocês ficavam sem mim...
-Ela não queria te dar falsas esperanças. E nem eu. - ele disse baixinho e eu apenas fechei minhas pálpebras. Poppy era uma amiga incrível; eu sabia o quanto ela se sentia desconfortável em mexer na mente dos outros, mas lá foi ela, fazer exatamente isso com Eijirou em uma forma de tentar fazer ele se lembrar. Porque ela não aguentava mais me ver sofrendo. Poppy era uma amiga maravilhosa e eu para sempre iria valorizar isso.
-Eu me sinto uma amiga de merda agora. - murmurei. -Mas quando você lembrou da gente?
-Ontem de noite. Não deu tempo de te contar, mas o que eu mais queria fazer era isso. - ele disse, passando a mão com carinho pelo meu rosto.
-Eu senti sua falta. Todos os dias.- falei de uma forma meio chorosa. Eijirou não respondeu; apenas me puxou para seus braços e me abraçou com toda a força que conseguia. E ali, nos braços dele, eu chorei. Tudo o que não havia chorado, eu chorei ali, nos braços da pessoa que eu amava. E chorei principalmente por alivio. -Eu amo você.
-Eu amo você, Aoi. Desculpa ter levado tanto tempo pra lembrar disso.
Data: 26/03/24
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