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𖤍𖡼↷ 𝐄𝐋𝐄𝐕𝐄𝐍

DESABAFO

Minha cabeça estava explodindo, apesar de Recovery Girl já ter feito tudo o que podia por mim. Eu sabia que minha dor de cabeça ia muito além do fato de eu a ter batido com força duas vezes; era mais pela força que eu fazia tentando puxar memórias que claramente não estavam ali, minhas sobrancelhas se franzindo em pura confusão enquanto nada vinha a minha mente. Absolutamente nada. Apesar de eu desejar entender o que tinha acontecido naquele ataque dos vilões, eu não conseguia encaixar as peças nos devidos lugares. Acho que a princípio eu deveria só ficar feliz por meus amigos estarem bem. Pelo menos na medida do possível, já que Midoriya ficou extremamente machucado, mas isso é mais um efeito da própria individualidade dele do que qualquer outra coisa.

E tinha Poppy, claro, que também ficou ferida. Talvez tenha sido por isso que fui até o quarto na enfermaria onde ela estava, a enchendo tanto o saco por conta da minha preocupação que Poppy me olhou com se estivesse prestes a atirar uma almofada em mim. Mas o que eu podia fazer?! Uma das únicas amizades que realmente significavam para mim era a dela, e se Poppy tinha se machucado, claro que eu ia ficar preocupada. Ela dizia estar bem, mas pela cara de dor que fazia apesar de ter tido seus ferimentos curados, eu sabia que não estava tão bem assim.

-Aoi, por que essa careta? - Poppy perguntou, arqueando a sobrancelha para mim e tentando se ajeitar na cama, mas aquilo provavelmente só fez ela sentir dor, pois tentou reprimir uma cara sofrida. Ver minha amiga com dor só me deixava ainda mais puta! Aqueles malditos vilões, além de terem um plano de merda, tinham que envolver logo os estudantes? É muita apelação, sinceramente, quanta baixaria. Espero que todos eles sofram consequências gravíssimas por fazerem isso com minha amiga.

-Não se mexe, vai doer mais. - reclamei, indo para o lado da cama de Poppy e ajeitando o travesseiro dela pra ficar mais confortável. Poppy apenas deu um meio sorriso em agradecimento, mas ficou esperando por uma resposta. Eu apenas suspirei, me arrastando até me sentar na beiradinha da cama, brincando com o lençol para tentar evitar responder aquela pergunta, afinal, eu nem mesmo sabia como responder aquilo. -Só é minha cara pensativa, nada demais, não precisa se preocupar com isso. - claro que meu discurso não tinha servido para nada. Poppy, além de ter uma individualidade poderosa, também era ótima em me ler quando eu não queria que ela o fizesse.

-Aoi, já te falaram que você é uma péssima mentirosa? - Poppy disse em tom de brincadeira, e aquilo só serviu para me fazer rir. Não era exatamente mentira, mas a verdade é que mentir para Poppy era realmente muito difícil, pois além de ela parecer sempre saber o que estava acontecendo, deveria ser considerado um tipo de crime mentir para alguém com a alma tão pura quanto Poppy. E mesmo que eu ainda estivesse um pouco confusa sobre o que tinha acontecido, acho que se fosse para desabafar com alguém e contar minhas preocupações, bem, não tinha ninguém melhor do que Poppy.

-Não quero colocar esse peso em você, ainda mais quando está machucada. - comecei, vendo a expressão de Poppy mudar completamente naquele momento para uma exasperada, e ela provavelmente estava muito perto de dizer o quanto eu estava errada em relação a isso, e talvez fosse um dos principais motivos para eu gostar tanto de Poppy. Ela era altruísta demais, e mesmo que claramente ela estivesse com dores por conta dos ferimentos, Poppy ainda assim fazia mais questão do que qualquer outra coisa em saber o que estava me incomodando tanto.

Então, eu deixei meu coração se abrir completamente para ela, pois percebi, um tanto espantada, que não tinha problema fazer isso contanto que fosse com Poppy. Eu carregava um peso muito grande dentro de mim mesma; tudo o que eu mais queria, era pelo menos poder desabafar com alguém, de uma forma que nunca me arrisquei a fazer antes. Mas Poppy fazia eu me sentir segura e confortável o suficiente para isso, e a amizade dela era algo pelo qual eu realmente prezava. Depois de ver aquele vilão sabendo exatamente quem eu era, seria mentira dizer que não me sentia um tanto desesperada, e mesmo que meus problemas claramente não fossem ser resolvidos da noite para o dia e que respostas não fossem vir tão rapidamente assim, pelo menos compartilhar meu desespero com Poppy já ia fazer eu me sentir um pouco melhor.

-Mas já que você quer mesmo saber, algo aconteceu durante o ataque. E não tô falando da sua costela quebrada ou de eu ter rachado a cabeça duas vezes no chão. - falei, brincando com a ponta do lençol. Poppy apenas me observou atentamente, seus olhos bonitos cravados em mim enquanto prestava muita atenção no que eu tinha a dizer. -Sabe aquele vilão estranho, o que invadiu primeiro?

-O com as mãos pelo corpo? O líder. - ela perguntou e eu apenas assenti. -Eu ouvi o resto do pessoal dizer que tudo o que ele toca vira pó. Provavelmente foi ele que causou aquela invasão no outro dia. - Poppy estava certa, tudo fazia bem mais sentido quando colocávamos aquele vilão nas lacunas vagas. Claro, ainda existiam muitas perguntas rondando minha mente, mas as respostas estavam em um lugar que eu não fazia a menor ideia de onde ficava. -Mas o que tem ele?

Por um tempo, apenas fiquei em silêncio. Senti meu corpo estremecer ao lembrar do jeito como meu nome saiu de sua boca, me confirmando que ele sabia exatamente quem eu era. O jeito como ele zombou da minha individualidade, de uma forma que milhares já fizeram antes, fazendo eu ficar completamente cega pela minha própria raiva por um instante. O que era realmente alarmante, pois era nítido que ele fez isso de propósito para me deixar nesse estado, o que só me fazia ter uma certeza assustadora de que ele não só sabia quem eu era, mas também sabia exatamente meus gatilhos e como mexer com meu emocional.

-Ele sabe quem eu sou, Poppy. - falei quase que em um sussurro, e pelo silêncio de minha amiga, me perguntei seriamente se ela tinha escutado. Mas ao erguer a cabeça para fitar Poppy, vi suas sobrancelhas franzidas em confusão. Claro, minha frase era vaga, mas ao mesmo tempo, eu não sabia exatamente o como a completar. -Ele sabe quem eu sou, sabe coisas demais sobre mim. Falou como se nós tivéssemos tido uma maldita história juntos, mas, juro para você, eu não faço a menor ideia de quem ele é.

Meus olhos estavam cheios de lágrimas de desespero que só percebi estarem escorrendo pela minha bochecha quando caíram nas minhas mãos pousadas no meu colo. Poppy pareceu um tanto alarmada, tentando se levantar, mas eu a impedi de fazer isso antes que ela se machucasse mais. Poppy aproveitou minha proximidade para agarrar minha mão na sua, apertando com força.

-Eu não sei o que isso significa, mas vamos descobrir, ok? Vamos fazer isso juntas. - a determinação e a confiança na voz de Poppy fizeram eu me sentir um pouco mais tranquila a medida que eu assentia para ela. Poppy era uma boa amiga, totalmente diferente de qualquer outra pessoa que eu já tivesse conhecido. E talvez tenha sido por isso que decidi abrir o jogo sobre mim mesma com ela. 

Temendo qual seria a resposta e a reação de Poppy, olhei bem para os olhos dela e engoli em seco. Reunindo toda a coragem que ainda me restava, falei de uma vez por todas algo que vinha pesando dentro de mim há muito, muito tempo:

-Eu consigo ver o akai ito. E o Kirishima é minha alma gêmea.

Falar em voz alta, definitivamente, tornava tudo bem mais real. O que só fazia eu me sentir ainda pior. Porque eu sabia que jamais poderia ficar com minha própria alma gêmea, ao menos, não nessa vida. O que era um verdadeiro lixo.

Aguardei o momento que Poppy zombaria minha individualidade, que diria o quão inútil era, ou que me perguntaria sobre si mesma. Mas esse momento jamais chegou, e eu soube que nunca deveria ter temido sua reação, pois Poppy abriu um imenso e sincero sorriso para mim que foi o suficiente para acalmar meu coração e levar embora todas as minhas dúvidas. Com carinho, ela apertou de leve minha mão antes de dizer:

-Eu sei.

Se eu dissesse que fiquei surpresa ao ver Katsuki Bakugo do lado de fora do quarto onde Poppy estava, seria mentira. Claro que ele estaria plantado ali, orgulhoso demais para entrar, mas preocupado demais para ignorar. Eu não sabia muito sobre Poppy e Bakugo, só o básico: eram amigos e agora, não eram mais. Saber que eles eram almas gêmeas, um fato que não quis revelar para Poppy pois nem mesmo sei como ela reagiria, apenas servia para me comprovar que talvez os sentimentos tenham sido ou sejam algo além de amizade. É difícil dizer, Bakugo é um verdadeiro mistério para mim e seus sentimentos são conflituosos demais. Ficar muito tempo perto dele me deixa nervosa, pois é como se os sentimentos dele me atingissem em cheio como socos na cara. E talvez tenha uma pequena parte minha que se identifique com ele, com seu próprio conflito interno.

Arqueei uma sobrancelha para Bakugo quando seus olhos vermelhos se fixaram nos meus, dando um sorriso sarcástico para o loiro que apenas os revirou em resposta. Ele estava apoiado contra a parede, e sequer fez menção de sair e fingir que nunca esteve ali, apesar de eu saber que ele provavelmente estava considerando fazer isso.

-Ela está bem, se é o que quer saber. Umas costelas quebradas e com dor, mas amanhã já não vai lembrar mais de nada. No quesito dor, claro. - falei, parando ao lado dele e me apoiando na parede também, cruzando meus braços. Bakugo apenas resmungou, um resmungo que eu não fiz menção de tentar entender o que queria dizer.

Por um tempo, ficamos quietos, fitando a parede na nossa frente. Querendo ou não, nós dois tínhamos muito em comum: personalidades ruins e ficávamos evitando pessoas boas demais porque éramos idiotas e orgulhosos. É, Bakugo era um bosta, e o pior disso tudo era admitir que eu era parecida com ele. O que será que Kirishima pensava ao meu respeito? Bem, ele tentava ser amigo de Bakugo; acho que isso já dizia o suficiente.

-Eu não sei quem ele é. - falei para Bakugo, pois eu sabia o que estava rondando em sua mente naquele momento. Claro, ele não era burro de pensar que o vilão e eu trabalhávamos juntos, pois caso isso fosse verdade, ele não revelaria que me conhecia. Mas eu notei que Bakugo não tinha deixado nada passar e estava tão intrigado com essa história quanto eu, mantendo os olhos em mim em busca de respostas para o que tinha acontecido.

-Isso ficou bem óbvio. - ele disse estupidamente, o que só serviu para me fazer revirar os olhos. Bakugo se virou para me fitar no mesmo instante que eu me virei para mandar ele ir a merda. Algo nos olhos dele me fez calar a bcoa e engolir em seco, pois eu sabia muito bem o que ele diria. -Mexeram com a porra da sua mente. Sabe disso, né?

Isso era algo que eu não queria admitir para mim mesma e Poppy tinha sido boazinha demais em não dizer, mas claro que Bakugo não tinha um pingo de senso e empatia. Apenas soltou de uma vez, fazendo eu realmente cair na realidade.

Tinham mexido com minha mente. Me fizeram esquecer aquele garoto; e por que? O que tinha acontecido? Quem tinha feito isso?

Que merda estava acontecendo comigo e porque meu caminho um dia tinha sido conectado ao dele, um vilão que tentou machucar meus amigos e matar meu professor?

Eu respirei fundo e tombei a cabeça para trás para poder fitar o teto. E minha voz rasgou minha garganta quando falei, a medida que me dava conta que minha vida estava ainda mais na merda do que eu tinha imaginado.

-Eu sei.

Data: 19/03/23

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