48. Eu sentia que estava onde deveria estar.
Harry Styles
Tomar a decisão de tirar o ano sabático foi algo mais simples e fácil do que imaginei. Já tinha alguns projetos em mente e o ultimato de Michelle apenas me impulsionou mais a tomar essa decisão. Contudo, não vou parar de trabalhar imediatamente, será daqui duas semanas pois estarei auxiliando Carol para me substituir no tempo que estiver fora.
Além disso, quando disse para meu pai que eu precisava desse tempo, o mais velho não pareceu surpreso, então, novamente repito. Estar entrando em um ano sabático veio se tornando uma decisão mais fácil do que eu imaginei e pode ser algo mais vantajoso do que espero.
Vou fazer isso por Marie Anne, estudar projetos e construir algumas escolas especializadas a crianças e adolescentes com deficiência e outras que possam receber crianças deficientes e não deficientes. Isso é essencial, porque se acreditamos que a educação é o futuro, devemos fazer algo e eu tenho o poder de realizar algumas mudanças. Sinceramente, não espero mudar o mundo com isso, é apenas uma ação diante de muitas outras que são necessárias para uma mudança significativa, porém, acredito que estou em um começo.
E além de Marie Anne, tem Michelle. Vou poder me dedicar ao nosso relacionamento e com certeza eu não estou afim de perdê-lo. Aquela mulher é a mulher da minha vida e eu estou bastante apaixonado por ela. Não quero perdê-la, o que ela fez por mim foi maior do que pude imaginar, esteve comigo nos meus momentos turbulentos e cuida da minha filha com carinho e afeto.
Dar atenção a ela e ao nosso relacionamento, é o mínimo que devo a Michelle.
Ao chegar em casa, depois de mais um dia de trabalho, vejo a mulher sentada no sofá dando mamadeira para a minha filha enquanto a televisão estava ligada no volume baixo. O cabelo de Michelle está com tranças e fez um coque com elas. Ela também está usando roupas folgadas e sinto o cheiro do seu hidratante e de sabão de bebê. É um cheiro aconchegante e me sinto em casa.
Fico observando as duas por um tempo. Um pano jogado sob o ombro da mulher e minha filha tomando a mamadeira enquanto segura o dedo de Michelle. A pequena está usando roupa amarelas e está sem touca dessa vez, mas está quente aqui dentro.
Quando leite na mamadeira acaba Michelle sorri e tira o objeto da boca da minha filha.
— Acabou — sorri e acabo sorrindo também. No entanto, minha filha chora e Michelle ri. — Sim, meu bem. Eu sei que você quer mais, por isso trouxe mais uma — ela conversa com minha filha e me escoro na parede me sinto entretido naquela cena. Michelle estica seu braço para pegar outra mamadeira e começa a alimentar minha filha.
Seus olhos estão atentos em Marie Anne e tem um sorriso em seu rosto. Ela canta baixinho alguma canção que não conheço enquanto a mãozinha da minha filha continua agarrada no dedo de Michelle. Aquele cheiro de bebê e do hidratante da mulher é algo bem presente no ambiente e eu sentia que estava onde deveria estar.
Acabo me lembrando que a pouco tempo atrás, Michelle estava apavorada e eu também, pelo fato dela ter uma massa no seio, poderia ter perdido ela. Aquilo poderia ter sido pior e eu não saberia o que seria de mim sem ela, pois observando Michelle neste momento com minhas filha nos braços eu tenho a total certeza de que sou capaz de tudo para vê-las sorrindo. Para ver que elas estão bem e que a presença de Michelle é brilhante e agora, imagino dentro de mim um momento que ao invés de Marie Anne estar nos braços dela, quem sabe um bebê dela.
Caramba, eu tenho minha pequena e estou muito feliz com ela, mas imaginar que talvez, eu possa vir a ter um com a Michelle. Isso me faz flutuar também e apenas mantenho tal sonho em minha mente porque sei que esses sonhos podem assustar Michelle, ela é nova e tem suas ambições e não vou impedir de conquistar elas, inclusive quero ajudar.
Entretanto, imaginar que em um futuro em que a mulher não desistiu de mim, possamos ter um filho nosso, bem, isso me deixa em êxtase.
— Ora! — Michelle diz surpresa e olho em sua direção. — Faz quanto tempo que chegou? Não te vi — diz e ela ainda está sentada no sofá com minha filha em seus braços.
— Algum tempo, vi uma cena agradável demais para interromper — dou de ombros e Michelle desvia os olhos, tímida. Sorrio e me aproximo dela e de Marie. — Parece que Elizabeth não sugou seu sangue, uh.
Também me sinto curioso para saber como foi esse encontro delas. Obviamente estava apreensivo de que elas brigassem e uma discussão entre as duas não seria nenhuma novidade. Porém, muita coisa aconteceu e a filha de Elizabeth está nos braços de Michelle.
— Não — murmura. — Ela me agradeceu e pediu desculpas. Depois ficamos conversando um pouco e contei sobre os dias que passei com a Marie.
— Então não foi um encontro ruim.
— Não, mas no início foi estranho e Louise Clifford disse coisas desagradáveis, mas Elizabeth mandou ela ir embora.
— Uau — digo surpreso. — Nenhuma menção sobre a disputa da guarda?
Ainda sinto medo disso, mesmo sabendo que Elizabeth e eu tínhamos um acordo e quando a vi ontem, ela parecia não ter ideia do que a mãe queria fazer. Contudo, a loira havia acabado de acordar, talvez Louise tentasse convencer ela nos próximos dias e isso é algo que não pode acontecer.
— Não, vai ficar tudo bem. Elizabeth quer melhorar para estar com a filha — Michelle garante. — E Louise Clifford vai ter que perceber que sou um efeito colateral que ela terá de lidar e que não vou atrapalhar ninguém. Não é o meu objetivo roubar espaços e nem alimentar brigas.
— Eu sei — balanço a cabeça e respiro fundo. — Espero que Louise note isso e que Elizabeth não se influencie pela mãe. Porém, se Louise fizer alguma ofensa a você por menor que seja, quem entrará na justiça será eu.
Um sorriso se forma nos lábios de Michelle.
— Obrigada por isso, mas saiba que também posso lidar com essas ofensas. Ainda sim, fique calmo — Michelle segura minha mão. Sinto meu corpo esquentar. — As coisas ficarão bem.
Sorrio e olho para minha filha. Ela está com os olhos abertos enquanto toma a mamadeira que está quase no fim. Seguro a mãozinha dela e ela me agarro.
— Oi, minha princesa, está gostando do leite? — Pergunto, mas Marie apenas volta a fechar os olhos e Michelle ri.
Olho para a mulher e ela olha para mim. Lindos olhos castanhos e brilhantes e beijo a bochecha dela.
— Como foi seu dia? — Ela pergunta, dou de ombros e me espalho mais no sofá deitando minha cabeça nele.
A mulher está me encarando e parece pronta para ouvir meus desabafos e relatos do dia, por mais que ela não entenda todos eles, está aqui para me ouvir. Contudo, antes de eu começar a falar, o telefone da cacheada toca e ela pega atendendo.
— Oi Stacey — diz e continua com a cabeça em meu ombro, mas ela se levanta assustada — Como?! Respira, Stacey — diz e olho para a mulher que me olha surpresa com algo que ainda não sei.
— Mas você já fez o teste? — Pergunta e afasta o telefone da orelha. — Certo, certo, estou indo para aí — desliga o telefone e me olha. — Stacey está grávida.
— Sério?! — Pergunto surpreso e Michelle concorda.
— Vou lá antes que ela exploda a casa ou o Tyler chegue — fala e deixa Marie em meu colo. — Se eu for demorar, te ligo, te amo — diz e me beija rápido.
Dessa forma, Michelle simplesmente vai e eu fico com a minha filha nos braços. Olho para Marie e ela simplesmente arrota.
— Opa — digo e ela sorri. Com certeza, posso ficar aqui com minha pequena e linda Marie Anne.
Onze meses depois...
Saio do banheiro com uma toalha na cintura e sinto o cheiro do hidratante de baunilha da Michelle quando chego no quarto vejo a mulher usando um vestido longo e vermelho, tem botões na frente e para ajustar a parte do pulso da manga. Além disso, tem tecido para amarrar na altura da cintura, é um vestido bonito e Michelle também está usando saltos, o cabelo está liso batendo até a altura dos seios.
Ela está linda e nesse momento está passando maquiagem, praticamente pronta para ir até o seu salão de festas. Frankie Rayes organizou uma festa para a nova coleção de primavera. Michelle estará lá, não apenas como dona do salão de festas e buffet, mas também como uma das modelos dessa nova coleção.
Minha mulher de negócios.
Obviamente eu irei com ela, contudo, nesse momento apenas sinto vontade de arrancar cada peça que Michelle está usando e aproveitar um momento com ela na cama.
— Harry, você está babando — diz e sorrio.
— Tenho motivos concretos para isso — digo e deixo a mulher tímida. No entanto, ela pega o gloss e passa nos lábios enquanto me encara. Ela só pode estar me provocando.
Michelle levanta suas sobrancelhas e eu caminho até ela.
— Se eu não te conhecesse, diria que estava me provocando — murmuro e ela sorri. A mulher cruza as pernas e aproximo o meu rosto do dela.
— E você me conhece? — Seguro o queixo dela e seus olhos castanhos não desviam a atenção dos meus olhos verdes.
— Eu te conheço — digo e a beijo.
É um beijo devagar, que me tira o fôlego enquanto movo meus lábios e ela move os dela e agarra meu cabelo molhado. Contudo, quando ela me afasta e volta a se arrumar, sei que né momento ela não quer nada. Pelo menos, não agora.
— Estamos atrasados?
— Você está atrasado, eu estou pronta — ela se levanta e caminha até a cama para pegar o celular. — Depois dizem que as mulheres demoram demais. Nenhuma delas teve que lidar com Harry Styles.
— Ouch — digo indignado e ela sorri para mim.
A mulher se senta na cama e começa a digitar algumas coisas e paro por um momento apenas para observar ela. Acredito que eu venha fazendo muito isso ultimamente, mas para ser honesto, me vejo mais apaixonado por Michelle a cada dia que passa e não menos o que é uma loucura. Afinal, ontem a mulher comentou algo que eu concordei.
Ela disse que estávamos parados, digo, caímos em rotina e Michelle não gosta muito disso, ela fica estressada e agitada procurando por algo novo. Para mais, o evento de hoje é algo que vem deixando ela ansiosa, desse modo, andei pensando em mudar um pouco isso. De fazer algo que possa animá-la, uma surpresa.
Felizmente, tenho a oportunidade de fazer isso de um modo que talvez ela goste. Quando formos embora do evento de hoje planejo levá-la para uma casa que aluguei na França. Veja, apesar de ter tirado o ano sabático eu ainda venho trabalhando com o projeto das escolas, que vem caminhando para algo tangível. Não é como se eu fosse inaugurar minha primeira escola ano que vem, mas o projeto está caminhando. Me sinto exausto e por isso, me permitir tirar uma semana de folga e Michelle também terá a semana de folga, porque Rosane praticamente mandou ela descansar — ironia imaginar que Evans é quem mais me xinga por trabalhar muito —, nesses últimos meses Michelle realmente veio trabalhando muito, além de me ajudar a cuidar de Marie Anne e fazer um curso de administração e contabilidade. Portanto, irei levá-la para França e planejo fazer a proposta para ela.
Acho que esse nervosismo e a certeza de que quero noivar com ela me faz ficar encarando ela mais do que o normal. Caramba, poderia ir até o meu escritório e pegar o anel que comprei para ela, me ajoelhar em sua frente e fazer a proposta. Porque ela é a mulher da minha vida e sei que ela não quer se casar agora, que ela quer continuar aproveitando esses momentos de namoro, mas quero que ela seja minha noiva, porque estou certo do que eu sinto como nunca estive antes.
Entretanto, não faço nada disso, não digo nada a ela sobre as surpresas que planejo que estão me enlouquecendo. Eu apenas, entro no closet e troco de roupa, engolindo minha ansiedade e repetindo para mim mesmo que devo fazer isso no momento certo que ensaiei nos últimos dias.
{•••}
Quando chegamos no salão de festas, vi que Elizabeth já chegou com Marie Anne. A loira realmente voltou a se relacionar com Liam e ele desistiu de ficar nos Estados Unidos por causa da loira, mas também desistiu de continuar na Empire, ele me pediu desculpas de modo sincero e está trabalhando em outra empresa. Uma cooperativa da Empire, de certo modo, trabalhamos juntos, mas muito pouco nos vemos, na verdade, nós nos vemos apenas em momentos assim e me sinto satisfeito por isso.
Entretanto, quando vejo Marie Anne no chão, em pé, querendo andar tudo que eu consigo ver é apenas ela. Minha filha está usando um vestido lilás, um laço no cabelo e ela está usando aparelho auditivo e desde que ela passou a usá-lo é indiscutível a forma de como ela passou a notar os sons e a ficar atenta a eles. Inclusive agora quando Michelle se intrometeu na mesa que Elizabeth estava e falou com a loira, minha filha olhou para e esticou os braços.
Elas estão conectadas e apenas Louise Clifford que se incomodou com isso, mas não o suficiente para continuar com aquela briga falha sobre guarda. Elizabeth não mora mais no mesmo prédio que eu, mas mora no mesmo bairro. Ela se mudou tem algum tempo, agora que Marie está maior, ainda é perto o que facilita na guarda compartilhada e na mudança de ambiente da minha filha, por hora, Marie Anne vem se adaptando bem e o fato de se sentir confortável tanto no ambiente que Elizabeth proporciona como no ambiente que eu vivo, bem, isso já é algo apreciável para o desenvolvimento da minha garotinha.
Nesse momento, contudo, ela está no colo de Michelle com a cabeça deitada no ombro da mulher, enquanto Evans move seu corpo de lá e de cá. Marie Anne adora isso e quando Michelle para, ela reclama. A cacheada tem um poder incrível com as crianças, foi a mesma coisa com Penélope, a filha de Stacey com Tyler. Na semana passada quando fomos visitá-los Michelle pegou a garotinha no colo e ela adorou estar com a cacheada.
Contudo, mesmo sendo uma mulher que se dá bem com crianças, Michelle não quer bebês agora e nem eu. Estou bem com minha filha e planejo casar com Michelle Leslie Evans primeiro. Com ela, pretendo fazer tudo certo.
— Oi filha — digo e ela me olha. Marie estica os seus braços e eu a seguro.
Cumprimento Liam e Elizabeth, enquanto minha filha agarra a corrente do meu colar. Sorrio para ela e ela me olha e sorri. Algumas palavras saem da boca dela, as consoantes P e T saem mais forte de sua boca, mas ela também move suas mãos, ela deixa a mão no queixo e move para frente. Beijo a testa dela e isso faz ela agarrar minha corrente mais ainda.
— Isso é mamãe — digo e ela fica me olhando, direciono o polegar dela para a testa e movo a mão dela para a frente. — E isso é papai.
Marie repete o movimento batendo na testa e sorrio. Ela está no caminho.
Aprendi a língua de sinais, assim como quase todo mundo que precisa para interagir com Marie Anne, minha pequena também vem sendo estimulada a aprender desde os seis meses, mas a coordenação motora dela ainda não é totalmente formada, então ela se bagunça toda com os movimentos das mãos, mas já consegue nos escutar e isso já é ótimo. A fonoaudióloga que está acompanhando minha filha disse que deveríamos começar a orientá-la desde cedo e estamos fazendo isso.
Minha filha também é uma menina esperta e está pegando as coisas no seu ritmo, além disso, ela está conseguindo aprender a falar sem demonstrar dificuldades.
Liam e Elizabeth vão até um casal de amigos e Michelle e eu ficamos com Marie enquanto isso. Minha filha está com sua atenção na corrente em meu colar enquanto a mulher ao meu lado arruma o laço no seu cabelo.
Marie Anne ainda não está com muito cabelo, mas ainda sim é possível prender um laço nele.
— Ela vai ser sua cara quando crescer — Michelle diz e a bebê fica olhando para ela. Eu também olho para Evans e ela sorri. — Você mesma — diz e gesticula na linguagem dos sinais.
Marie Anne sorri e junta as mãos fazendo um barulho com a boca.
Com isso, de uma maneira bem simples, tanto Michelle quanto eu começamos a bajular a pequena em meus braços. Não demora muito, para deixar ela no chão e ajudá-la em seus primeiros passos.
É um evento de negócios, uma inauguração de um empreendimento da mulher que eu amo adicionado a uma campanha que ela fez fotos. Contudo, eu apenas me sentia em casa de alguma forma. Consigo me lembrar bem de um momento a um tempo atrás em que Michelle estava febril e estressada e cancelamos o jantar.
Aquela noite tinha tudo para ser uma tragédia e não foi, agora, penso em como os momentos com Evans importam para mim, mesmo com o tédio ou momentos incômodos. Até mesmo, as discussões e os ultimatos que me estressam. Mesmo com essa parte negativa, estar com Michelle Leslie Evans é onde eu quero estar e espero que daqui algumas horas, quando eu fizer a proposta, ela diga sim. Contudo, devo ressaltar que a um ano atrás ela respondeu sim sobre ser minha noiva. São outras condições e espero que a resposta permaneça positiva.
Nesse momento, no entanto, sinto uma mãozinha agarrar minha calça e quando olho para baixo, vejo minha filha olhando para cima. Ela sorri para mim e dá alguns passos sozinha até Michelle que está em minha frente. A mulher a pega no colo e sorri.
— Parabéns, boneca — diz e gesticula com a mão o sinal de boneca. Marie ri e eu sorrio também. Olho para Michelle e ela me olha também.
Eu sou muito sortudo em tê-la.
Continua...
Notas: Oioi amores como estão?
Espero que tenham gostado do capítulo!
E aí, a Michelle fala sim? O próximo capítulo já será o último e eu quero saber de vocês, posso postar tudo agora?
Por favor não deixem de comentar o que estão achando. Vejo vocês em breve. Anna. Xx
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