♪ || PRÓLOGO || Don't Stop Me Now || ♪
Love Of My Life
"Don't stop me now
I'm having such a good time
I'm having a ball
Don't stop me now"
— Queen - Don't Stop Me Now
— Espere, vá mais devagar! — alguém agarrou meu pulso, me virei de supetão. Enxergando logo a figura de Castiel, ali, parado em meio ao escuro pátio da Universidade Anteros.
— Castiel? — franzir o cenho em dúvidas do repentino aparecimento dele.
Aquele dia estava uma confusão.
Primeiro, havias várias tietes atrás de mim por causa do beijo que Castiel me lascou em seu show. Logo depois, várias fotos minhas junto á ele, entrando seu apartamento, começaram a circulas nos jornais e sites de fofocas. Minha vida nunca foi tão fuçada como esses dias, parecia que um bando louco queria minha cabeça.
— Fui ao seu quarto para te ver, mas você não estava. — ele soltou meu pulso lentamente. — Esperei escondido num canto para ver se você acabaria aparecendo.
Ri sem humor nenhum.
— Escondido para evitar ser visto por jornalistas, por exemplo?
— Exatamente.
— Eu não esperava ver uma foto minha no jornal. Primeiro foi minhas coisas, agora isso! — resmunguei nem um pouco satisfeita com a situação. Logo após o beijo na noite do show, minhas coisas começaram a sumir e aparecerem destruídas. A tietes esperavam eu dar bobeira, para pegar meus pertencem e sumir com eles.
— É culpa minha. Eu deveria ter tomado as devidas precauções. — ele desviou seus olhos cinzas, procurando alguma coisa errada.
— E você não sabe que os jornalistas ficariam acampados na frente do seu apartamento? — fiz tom de ironia. Ele tinha muitos fãs doidos e jornalistas malucos por uma matéria.
— Sim. — suspirou. — Meu empresário já tinha me avisado que esse tipo de coisa poderia acontecer. Certeza que vou apresentar queixa contra eles, mas, de qualquer maneira, o mal já está feito.
Eu suspirei junto a ele. Realmente, já está feito e muito difícil de aturar.
— É por isso que você veio me ver? — indaguei ajeitando a alça da bolsa no meu ombro esquerdo.
— Não, sobre ontem á noite. — sua voz saiu um pouco baixa e um tanto falha.
As imagens da noite anterior passaram bruscamente em minha mente. Momentos íntimos e deliciosamente assustadores que tivemos juntos. Após anos longe um do outro, tivemos mais uma noite juntos. Parecia que era a nossa primeira vez novamente, descobrindo o corpo um do outro. Parecíamos adolescentes, afoitos e em euforia com o sentimento recém descoberto. Parecia. Pelo menos para mim. Já que logo depós, Castiel soltou-me uma frase que eu nunca esqueceria. "Apenas uma noite."
Eu sabia muito bem que isso poderia acontecer. Mas como uma mariposa, eu voei encontro á luz.
— Acho que ficou claro que não estávamos na mesma sintonia. — exclamei de imediato. Enquanto eu me iludia com um recomeço, recebi um tapa na cara. Eu o amava demais, nunca deixei de ama-lo. E isso é um saco, me deixava burra.
— Eu não devia ter agido daquele jeito. — humedeceu os lábios, parecia pensar muitos nas palavras que escolhia.
— Você ter me beijado, na frente de todos, para deixar as suas tietes malucas? Ou ter transado comigo?
Ele piscou os olhos diante das minhas perguntas afiadas.
Soltei um suspiro pesado, essa semana foi muito longa. Minha cabeça dói com tantos problemas em poucos dias, preciso fazer o que sempre faço de melhor. Ser direta e fria. Nosso relacionamento sempre foi a base de piadinhas irônicas e sinceridade seca.
— O que você quer realmente comigo? — perguntei olhando-o nos olhos. Um vento gelado passou, levantando nossos cabelos e arrepiando minha pele. Castiel olhou-me de forma intensa. — Está simplesmente brincando com os meus sentimentos? E não me veja me dizer que não sabia que eu sinto algo, pois eu sei que você sabe. Eu sei muito bem que sabe do que sinto por você.
— Eu, eu agir assim por que não podia me permitir ter um relacionamento de verdade com você. — ele engoliu em seco enquanto eu sentir meu coração apertar em batidas loucas. — Você está vendo que o Crowstorm está começando a crescer e isso é apenas o começo. E já deve imaginar que recebemos propostas do mundo inteiro, visto que o estouro que está tendo.
— Então, você vai embora?
Ele olhou nos fundos dos meus olhos, para então confirmar com a cabeça.
— Transou comigo para ter algum tipo de despedida da sua velha vida?
— Não, não foi assim. — negou ao dar alguns passos, aproximando-se ao ponto de conseguir o abraçar. — Se não existisse a banda, se estivéssemos em outras circunstâncias, se não houvesse essa perspectiva de futuro longe daqui. Eu gostaria de passar meus dias com você.
Apertei os lábios para suprimir meu desejo interno de dizer algo ruim.
— Eu realmente não queria te machucar fazendo isso. Passar a noite com você trouxe tantas memorias e sentimentos de volta, morro de vontade de te ter sempre em meus braços. — ele ergueu as mãos e alisou minha pele dos braços. — Mas era tudo o que eu tinha para oferecer, uma noite. Não posso ter oferecer mais do que isso, Aranel.
Abrir um sorriso cínico.
— Uau, Castiel. Você tem mais talento para escrever musicas do que para explicar o que pensa sobre tudo isso. — ele continuou me encarando, pasmo, com minhas palavras. — Você tinha só isso á "me oferecer"?
Seus lábios entreabriram, mas nenhum som saiu. Era engraçado, nos conhecemos desde os quatorze anos. Ficamos juntos por cinco anos, até as circunstâncias nos separar. Daquela vez não havia muito o que fazer, eu fui obrigada pelos meus pais a mudar de cidade. Para longe dele. Nos obrigando a terminar nossa relação, já que nós dois concordamos com isso. Namoro a distância não funciona, já tentamos.
Quatro anos depois, o reencontro. Os sentimentos passados nunca haviam desaparecido, nunca havia me sentindo tão feliz em vê seu rosto. Em falar com ele novamente, em o sentir perto de mim. Os sentimentos de tê-lo de novo não parava de crescer dentro do meu coração, que clamava loucamente. Ele me dizia para não o deixar.
Eu sei!
Sim, eu sei que ter sucesso com as músicas era o seu sonho. Eu sei!
Passei muitas noites junto a ele, ouvindo suas canções e sentindo seu entusiasmo com um futuro promissor. Ajudando-o com o que puder e sempre torcendo para que tudo dar certo. Eu sei! Eu sei! Eu sei! Eu sei! Eu sei! Eu sei!
Poha, eu sei muito bem!
Longos minutos que pareciam horas se passaram. E a voz dele não saiu nenhum instante para me dizer nada.
Sentir minha garganta entalada com a mágoa. Enfim, eu inspirei profusamente e dei dois passos para trás. Tomando distancia dele e de tudo que ele representa na minha vida.
— Sabe que eu sempre torci pelo seu sucesso, né? — encolhi meu corpo e olhei para baixo, meus olhos começaram a embaçar pelas lágrimas que teimam em sair antes que eu chegasse no meu quarto.
— Aranel. — murmurou meu nome com tristeza.
Ergui a cabeça e lhe ofereci o meu melhor sorriso. Um sorriso choroso.
— Lhe desejo boa sorte em tudo.
Me virei de costas e corri em direção ao dormitório. Subindo as escadas aos tropeços e me trancando no quarto. Encostei as costas na porta e escorreguei até o chão, sendo tomada pelo choro e o desgosto de todo aquela situação.
Chorei por horas. Esperando que ele viesse atras de mim e me dissesse alguma coisa. Ou só que ele viesse atrás de mim. Castiel era mais de ação e não de palavras, por isso eu esperei. E esperei.
Até adormecer pelo choro e o cansaço.
Quando acordei, no dia seguinte, já era mais de nove horas da manhã. No meu celular não havia nenhuma mensagem de Castiel e ele não me procurou desde então.
Eu o deixei ir. Mesmo querendo que ficasse.
Era o seu sonho.
O que acharam? Merece uma continuação?
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