♪ || I || Part of Me || ♪
Love Of My Life
"You ripped me off, your love was cheap
Was always tearing at the seams
I fell deep and you let me drown
But that was then and this is now
Now look at me"
— Katy Perry - Part of Me
Olhei atentamente para as figuras paradas em frente à minha loja. Sorrir, era divertido ver as pessoas passarem pelo vidro e imaginar como eram suas vidas. Era um costume que eu havia adquirido ao decorrer das minhas longas horas no balcão. Rosa me disse uma vez que, era meio depressivo eu fazer aquilo.
Voltei meu olhar para o notebook aberto na página de um site conhecido. Após pensar muito nos últimos meses, decidi fazer uma exposição os meus próprios quadros. Eu me formei em História da Arte e montei um café galeria, que promovia artistas não só locais. Coffe Kore era realmente um sucesso, havia aparecido em diversos jornais e citados por artistas inusitados.
Mas nunca dei uma chance a alguma arte minha. Eu sempre pintei, pois aquilo para mim era um modo de escape dos turbilhões que minha mente se afundava. Em meu apartamento haviam vários quadros espalhados por todo o local, até no banheiro onde Rosa citou ter um pouco de medo. Os meus estilos variam do meu humor, os quadros do banheiro são do estilo grotesco. E assusta um pouco as visitas que não sabem o que é.
O site onde estava olhando, era o site oficial do Coffe Kore. Onde tentava bolar um marketing para promover a minha exposição. Eu sempre tento fazer tudo sozinha, era algo que eu aprendi desde criança, ser independente. Mas, claramente estava levando uma surra desse site.
Vou precisar ligar para Hyun. Sohn Hyun era um amigo querido e me ajudava muito com o marketing do Coffe Kore. Ele é formado em Comunicação e Informação e tem uma loja de cupcakes junto com sua irmã caçula.
Peguei meu celular e digitei algumas mensagens de socorro. Hyun riu e informou que não poderia vim me acudir, já que estava em uma viajem para a casa dos pais. Mas que bolaria algo para mim e enviaria via e-mail. Agradeci e logo me voltei para uma figura conhecida que adentrava na loja.
— Boa noite, my princess.
Sorrir para o moreno que se aproximava do balcão com uma mochila.
— Game boy! — dei a volta no balcão e o abracei com força. Armin sempre foi uns dos meus melhores amigos. Ele sempre estava ali para me ajudar quando as coisas iam mau e eu adorava isso nele. Atualmente ele trabalhava com designe de jogos, mas sempre que tinha algum tempo, saia em competições de jogos. Não importava qual fosse o prêmio, Armin estava mais interessado em competir. — Como foi em Milão?
— Ganhei o primeiro lugar. — sorriu me dando uma piscadela. Nos separamos e ele colocou a mochila em uma cadeira, e tirou algo de lá. — Como eu sei que vai me cobrar, te trouxe uma lembrança de lá.
— Ahh, não acredito. — sorrir ao pegar a caixinha muito fofa em formato redondo e puxar o laço de cima. Ao abrir a caixinha, me deparei com vários chocolates em formatos de patinha. Peguei um e enfiei na boca, sentindo o chocolate derreter na minha lingue. Era do jeitinho que eu gostava, chocolate amargo. Muito doce enjoa, eu amava os amargos. — Uhum, meu precioso.
Abracei a caixinha de forma possessiva.
— Você é estranha. — riu da minha cara e se sentou.
— Você que é.
Ri junto a ele e dei a volta novamente no balcão. Coloquei a caixinha de lado e fui preparar o preferido de Armin. Um Frappuccino grande com café extra. Rapidamente prepare sua bebida enquanto ela me contava como fora a competição e de como riu dos perdedores.
— Você muito sádico.
— Sou apenas um bom ganhador. Alias, se eu sou assim, adquirir de você.
— Eu? — fiz cara de ofendida.
— Claro. Quem mais me faria ficar horas ouvindo podcasts de seriais killers?
— Mas são interessantes.
— Interessante é como você ainda não foi presa por acessar tanto essas coisas. Já sabe até alguns de cor e salteado.
Fiz uma careta.
— Você também sabe.
— Meu amor, eu sou obrigado a saber contra a minha vontade. Até parece que eu sou uma vítima sua.
— Se você fosse minha vítima, estava amarrado e amordaçado no meu porão.
Ele me encarou até soltar uma gargalhada contagiosa. Ri junto a ele e lhe entreguei a bebida. Conheci Armin aos quatorze anos, quando me mudei pela primeira vez para essa cidade. Logo nos tornamos amigos e mais tarde, melhores amigos. Tínhamos muitos em comum, uma vibe geek. E apesar de que naquela época, ele poderia parecer desligado do mundo e só atento em seus jogos, Armin era o primeiro a me socorrer.
Quando me mudei para longe dessa cidade, sempre mantivemos contato. E como ele geralmente ia a competições, sempre dava um jeitinho de me visitar. Sempre gostei de como me tratavam como uma irmãzinha caçula e me incluía em todos os eventos especiais de sua família. Já que a minha não existia mais, Armin fazia questão de que eu não me sentisse sozinha. Ele e Alexy são os irmãos mais velhos que ganhei inesperadamente.
Após conversar muito, Armin me ajudou a fechar a loja e me acompanhou até a lateral do prédio. O meu apartamento ficava acima da loja aonde sou dona, era algo muito conveniente. Já que era rápido e fácil de chegar e monitorar. Ele subiu junto comigo até o andar de cima e logo se jogou no sofá, se espreguiçando e bocejando de forma engraçada. Preparo algo para comemos quanto ele fuçava na televisão, afim de achar algo interessante para assistir.
— Avisou o Alexy que está de volta?
— Nam... — resmungou engolindo a macarronada que fiz. — Ele e Morgan andam brigando muito, toda vez que ligo, ouço discussão.
— Precisamos fazer uma intervenção no Alexy. — lhe olhei séria. — A relação dele com o Morgan não está muito boa e ele anda muito nas boates. Em algum momento, algo pode acontecer. Sabe o que acontece quando ele bebe demais.
Armin soltou um suspiro profundo. Alexy era seu gêmeo e ele sempre iria apoia-lo com o que fizesse, na maioria das vezes. Mas Alexy tinha uns hábitos ruins, que poderia o coloca-lo em uma má situação.
O moreno passou seus olhos pelo cômodo da sala e assobiou.
— Como fico fora por apenas uma semana e você consegue aumentar a quantidade de quadros ao triplo?
— Não foi tanto assim. Só foi uns cinco que pintei e que eu não gostei e pintei outros cincos.
— A ideia de expor eles está te deixando muito maluca. — ergueu as sobrancelhas, acertando em cheio o que estava acontecendo.
— Você é muito irritante, sabia?
— É, eu sei. Esse é o meu jeito ninja de ser. — me olhou com um sorrisão. — E é por isso que me ama.
— Convencido. — resmungo ao colocar o prato vazio na mesinha de centro e me acomodar no sofá. Armin ergueu o braço, fazendo-me aconchegar minha cabeça no seu peito de forma confortável. — O que vamos assistir hoje?
— Achei interessante começarmos a assistir a nova cena que estreou hoje. Ela é baseada em uns dos meus jogos favoritos. — ele ergueu o controle e colocou exatamente no início da série.
— Ohh, vamos ver então se seguiu o roteiro do jogo. Qual o nome?
— The Last Of Us.
Armin meu deu um beijinho no topo da cabeça e apetou o play.
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