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01 | garota do noroeste


     EM VINTE E DOIS ANOS DE VIDA EU NUNCA TINHA PASSADO POR UMA MUDANÇA DE CASA, aquela estava sendo a primeira e particularmente difícil. Eram tantas caixas e coisas que até então eu nem sabia que tinha. Minha mãe costumava dizer que ninguém tem nada em casa até precisar se mudar e eu finalmente estava vendo isso com meus próprios olhos.

E ainda havia um pequeno detalhe: o cara que trouxe minhas coisas deixou tudo na calçada e foi embora. Nem para me dar uma mãozinha, sabe? E o porteiro parecia estar de mau humor e não se importou muito quando eu perguntei se haveria alguém que pudesse me ajudar a subir as caixas.

Depois de mais ou menos meia hora saindo e entrando do apartamento eu estava exausta. Deixei duas caixas empilhadas perto da porta entreaberta e sentei ali mesmo. O celular vibrou no bolso do short e eu fingi que não era comigo. Antes de entrar em contato com qualquer pessoa, ia precisar de um bom tempo descansando e sozinha comigo mesma.

Olhei para as caixas ao meu lado — ainda haviam duas e meia no saguão — e depois para o elevador no final do extenso corredor. As portas se abriram e de trás dela saiu um rapaz mais ou menos da minha altura. Estava tão cansada que sequer me intimidei com sua presença.

Nem mesmo quando ele foi se aproximando e seu rosto se tornou mais visível.

Bom, eu não era nenhuma fã de Fórmula 1 nem nada, mas claro que o conhecia. Especialmente depois da aula sobre os pilotos e as equipes que Louisa me deu apenas para garantir que eu não a faria passar vergonha. De qualquer forma, tentei não parecer muito chocada — embora estivesse mesmo meio chocada. Porque Louisa me disse que pelo menos metade do grid morava em Mônaco e que as chances de acabar encontrando um piloto na rua eram… altas.

Acho que ela só não esperava que um deles morasse bem de frente para mim.

Olhei na sua direção e ele olhou na minha.

Seu cumprimento foi breve, um aceno de cabeça, e entrar em casa se tornou sua prioridade. O piloto se concentrou em abrir a porta e eu foquei em reunir alguns restos de coragem para buscar as caixas que haviam ficado lá embaixo. Suspirei só de pensar. Mesmo de elevador, subir com elas era exaustivo.

— Ei.

Aquela voz me deu um pequeno susto. Ergui o rosto e de repente me encontrei sendo observada por um par de olhos verdes curiosos. Lando Norris estava tentando sorrir e parecia meio desajeitado enquanto eu esperava que ele dissesse o que tinha para dizer. Apenas desejava que não fosse nenhuma reclamação por eu estar sentada no corredor.

— Aquelas caixas lá embaixo são suas? — perguntou casualmente.

— São. Infelizmente são — abri um sorriso acompanhado de outro suspiro. — Elas estão atrapalhando a passagem? Eu já ia pegar, sabe. É só que eu fiquei meio cansada e quis sentar.

Ele concordou e houve meio segundo de um silêncio desconfortável entre nós.

— Não estão não, relaxa — ao ouvir aquilo me senti mais aliviada. Eu tinha acabado de chegar, não queria causar nenhum transtorno. Especialmente com moradores mais… influentes do que eu. — Só perguntei porque queria saber se precisa de ajuda. Tá meio óbvio que você cansou.

Acabei rindo. É, era meio óbvio sim. Além da cara de quem não dormia há uma semana, eu provavelmente estava com o cabelo desgrenhado e a roupa suja e amassada. Uma bagunça ambulante. Além do mais, ninguém senta no corredor se não estiver cansado o suficiente para nem conseguir se arrastar até o sofá.

— Na verdade eu preciso de ajuda sim — admiti. Não custava nada. — Devo ter subido umas cem caixas desde que cheguei.

— Beleza, então. Espera só um segundo.

O piloto entrou no apartamento, fechou a porta e saiu depois de uns dois minutos lá dentro. Ainda vestia a mesma roupa, mas agora as mangas do moletom cinza estavam arregaçadas até a altura dos cotovelos e a aba do boné tinha sido virada para trás. Ele sorriu sem mostrar os dentes e não me disse nada, apenas saiu trotando na direção do elevador.

Bom, não esperava por essa gentileza. Realmente achei que ia levar uma bronca ou ser ignorada por completo, mas graças aos céus encontrei alguém que teve pena de mim. A essa altura do campeonato, depois de um voo de duas horas e quase meia hora de estrada, eu só queria um banho e minha nova cama.

Um tempo se passou e o plim do elevador chegando ao meu andar ecoou de uma ponta a outra do corredor. Lando Norris saiu de lá carregando minhas duas caixas com uma tranquilidade que eu sabia que jamais teria em toda a minha vida. Abri um sorriso largo e muito grato para ele.

Levantei do chão.

— Obrigada, sério — ri fraco. — Você acabou de me fazer a garota mais feliz desse principado inteiro.

Ele gargalhou e perguntou se podia entrar no meu apartamento. Concordei e disse que a porta estava entreaberta, me virando apenas para pegar as outras caixas que estavam no chão. Ele já estava lá quando entrei e parecia admirar o lugar, o que me deixou curiosa.

— Todos os apartamentos do prédio não são iguais? — perguntei. Parei do lado de uma pilha e apoiei os braços. Tudo tinha cheiro de novo.

— Na verdade não. Cada um é diferente. E o seu é bem diferente do meu. — o piloto se virou. Estava com as mãos na cintura e seus lábios foram apertados em uma linha fina. — Eu gostei, é bonito.

— Ah, valeu. Não fui eu quem escolhi, mas a pessoa imaginou que eu ia gostar.

Era verdade. Minha irmã, Hannah, se ofereceu para olhar os apartamentos por mim. Eu estava tão atolada com outras coisas que não ia ter tempo para isso, então confiei que ela conhecia meu gosto e ia acertar na escolha. Ainda bem que Hannah e eu sempre fomos próximas o suficiente para isso, porque eu não queria mais uma dor de cabeça; tudo já vinha sendo tão exaustivo.

— Você é daqui?

— Não — fui andando até a ponta da sala e abri as cortinas brancas e finas, depois as portas de vidro, dando passagem para uma brisa fresca entrar. A vista da sacada era linda. — Sou da Inglaterra.

Como você, pensei em dizer. Só que eu não queria que o garoto soubesse que eu sabia quem ele era, portanto me contive. Ele parecia à vontade ali e longe de mim cortar o barato dele e fazê-lo achar que eu era uma apaixonada por automobilismo ou algo do tipo quando estava longe disso.

— Caraca, sério? Eu também! — respondeu animado. — Mas… Você não tem sotaque inglês.

Me virei em sua direção e agora Lando Norris me encarava com uma suspeita no olhar. Dei risada. Tá, ele tinha razão.

— Eu passei a infância e metade da adolescência nos Estados Unidos — dei de ombros. — Acho que é por isso. O sotaque acabou pegando e não saiu mais.

— Ah, tá explicado — ele balançou a cabeça e olhou ao redor, como quem caçava algo para dizer. Eu já estava abrindo algumas caixas. — Você nasceu em Londres mesmo?

Não tirei os olhos das coisas que estava desempacotando, mas gostaria muito de encará-lo. Fiquei curiosa com sua curiosidade, porque também não esperava que ele fosse se interessar em saber de onde eu era. Na verdade, nem achei que ele fosse do tipo que conversa bastante, especialmente com estranhos.

Levei um tempo para processar minha resposta.

— Você sempre faz essas perguntas aos novos vizinhos? — perguntei em tom descontraído. Esperava que ele não encarasse isso como uma grosseria.

— Eu mal conheço meus vizinhos direito, se você quer saber — ele assumiu. Finalmente o olhei outra vez. — Você deve ser a primeira que eu consigo trocar mais do que cinco palavras.

— Vida agitada, né? — eu sabia que sim. A julgar pelo pouco que conhecia da Fórmula 1, tinha noção de que estar em casa não era tão fácil assim. — Sei mais ou menos como é.

— Uma loucura.

Mais uma onde de silêncio se estendeu entre mim e Lando Norris.

— Sou de Liverpool. E você?

— Uma garota do noroeste — ele deu um risinho e foi caminhando até a porta. Estava sutilmente se retirando, então o acompanhei. Antes de chegar na porta, dei uma vasculhada na minha bolsa. — E eu sou de Bristol.

Ficamos frente a frente, ele fora e eu dentro do apartamento. Agora que conseguia vê-lo de perto, achei-o bastante atraente. Lando tinha olhos bem verdes, mas verdes de um jeito diferente, como se fossem vários tons misturados em suas írises, um sorriso doce e várias pintinhas espalhadas pelo rosto. Suas sobrancelhas não possuíam um formato muito definido e isso era engraçado e bonito.

— Nem é tão longe assim. — brinquei, porque na verdade era sim. De uma cidade à outra eram quase três horas de viagem. — Bom, obrigada pela ajuda, garoto de Bristol. Acho que se não fosse você eu só ia pegar as caixas amanhã. Ninguém ia roubar, né?

— Pode ter certeza que não. E foi um prazer ajudar você. — Lando Norris estendeu a mão para que eu o cumprimentasse. Ele entreabriu a boca, parecendo hesitante em falar. — Posso saber o seu nome?

— Holly — respondi. — E o seu?

Dessa vez ele não hesitou.

— Lando.

— Foi um prazer te conhecer… — parei na metade da frase. Fiquei a um fio de completá-la com "pessoalmente". — Lando.

— O prazer foi meu, Holly. Boa noite também e seja bem-vinda à vizinhança.

Nós tomamos distância um do outro e ele foi até a porta do próprio apartamento. Só então lembrei de algo e dei uns passos para a frente, interceptando-o. Antes que o piloto pudesse dizer algo, estendi a palma da mão. Os olhos dele brilharam como o de uma criança.

— Seria estranho demais te dar dinheiro por ter me ajudado, então acho que um chocolate dá pro gasto — ri. Balancei um pouco a mão, incentivando-o a pegar a mini barra de Lindt que eu estava oferecendo.

— Não precisava disso.

— Sei que não, mas quero deixar uma boa primeira impressão pros meus vizinhos. — dei de ombros e fui recuando. Ele balançou o chocolate com a ponta dos dedos e eu sorri curto. — Boa noite mais uma vez, Lando.

— Boa noite mais uma vez, Holly.

Dessa vez, cada um realmente entrou. Eu caminhei até o sofá e me joguei nele, apreciando sua maciez. Esperava que o piloto tivesse encarado meu gesto apenas como uma gentileza, não como algo mais. Porque definitivamente não era algo mais.

Passei tanto tempo deitada no sofá que desconfio ter dado uma cochilada rápida. E assim que me senti mais disposta, saí andando pela casa para estudá-la com mais precisão. Era tudo muito lindo, bem arrumado e decorado. Tinha bastante cores, mas nada chamativo demais, a quantidade certa de móveis e cômodos nem muito grandes nem muito pequenos; o apartamento era ideal para mim e eu sempre seria grata a Hannah por isso.

Olhar para os lados e não ver tudo o que eu estive acostumada a ver durante anos ainda era estranho, mas me trazia uma sensação boa. Já fazia tempo que eu sabia da minha necessidade de voar um pouco mais alto e para mais longe. Depois que vovô morreu as coisas ficaram meio esquisitas na família e eu já estava de saco cheio.

Aguentei um ano e aguentei muito.

Mas agora, ali… Era diferente. Parecia mais fácil — embora eu soubesse que me acostumar com uma nova vida, ainda por cima sozinha, estivesse longe de ser fácil — e relaxante. Era um novo capítulo, definitivamente.

Entrei no quarto, decidida a tomar um banho e dormir. As caixas eu deixaria para desarrumar no dia seguinte.

E então, em menos de meia hora eu já estava confortavelmente aninhada na cama e pronta para ligar para Louisa e dar um rápido boa noite. Ela me atendeu animada e começou a fazer milhares de perguntas em uma sequência impressionantemente rápida.

Já esbarrou com algum piloto por aí? — do outro lado da linha minha melhor amiga riu. Uma risada meio sarcástica que me arrancou outra risada, porém uma risada nervosa.

Eu deveria contar ou ficar na minha?

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primeiro capítulo no ar e eu espero que vocês tenham gostado! :)

me perdoem pelos possíveis erros ortográficos (capítulo não revisado) e me contem nos comentários o que acharam.

obrigada por lerem e até o próximo capítulo!

beijinhos, beijinhos, beijinhos! <3

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