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Capítulo 1 - Inquietações


         Enfim consigo sentar um pouco. Depois de toda a correria das aulas da manhã e do estágio à tarde, sinto o cheiro da pipoca quentinha nas mãos das pessoas que estão procurando lugar na arquibancada ao meu redor. À direita, está o famoso grupinho do curso de Arquitetura – as metidas – no mais galante desfile de moda, para assistir a um jogo de vôlei no ginásio da Faculdade. É verdade que os times masculinos de Engenharia Civil e Direito têm muitos atrativos, mas elas bem que poderiam encontrar mais o que fazer além de ficarem se produzindo o tempo todo. Isso nem deveria me incomodar mais depois de quase dois anos aqui na PUC, mas sendo bem franca, ainda me irrito sim. É um saco ver esse grupinho de meninas que, por onde passam, conseguem atrair os mais variados olhares e é frustrante constatar o quanto os homens são vulneráveis a elas.

— Oi Monique.

Levo um susto com a chegada da minha amiga.

— Oi Gabi.

— Você viu que as metidas também vieram?

— Vi. Não tem como não ver, né?

A Gabi está cursando o segundo ano de Civil comigo e começa a fazer críticas sobre as roupas das meninas, mas viajo pelas lembranças. O Paulo já ficou com uma delas, a Letícia – que por sinal hoje não está aqui –, e mesmo estando comigo há 8 meses, quando a encontra nem disfarça sobre o quanto a acha atraente. Não é para ser motivo de preocupação. Ele é muito legal comigo, estamos superbem, é carinhoso e vive me dando presentes. Apesar de ser de família rica, não são presentes caros, apenas alguns mimos para massagear o meu ego. Mas não consigo deixar de me incomodar com a dita cuja.

Os times começam a entrar em quadra para o aquecimento e em meio às observações da Gabi sobre a equipe de Direito, nossa adversária, vejo o Matheus, formando de Civil e meu amigo, me acenando. Desço até a grade que limita a quadra para ver o que ele quer.

— Oi Monique. Que bom que você veio.

— Sempre que consigo, eu venho. — Sou alta, mas tenho que olhar para cima para responder.

— Eu sei, senhorita, mas só pra constar, o jogo não é o mesmo sem a sua presença.

— Sei... — Sorrio.

— Você me faz um favor? — pergunta e conforme movimenta a cabeça, reparo no cabelo escuro que ele mantém bem curto.

— O que você precisa?

— Pode ficar com o meu celular, chave do carro e a minha carteira?

— Claro, mas por quê? Ninguém vai mexer nas mochilas aqui, na frente de todo o mundo.

— Fico mais tranquilo se souber que está com alguém cuidando de perto.

— Tá bom, dá aqui. — Pego os objetos que ele me passa. — E aí, estão preparados?

— O time deles é bom, mas treinamos bastante. Se não dermos bobeira, penso que dá pra ganhar.

— Então vê se não dão bobeira, quero sair daqui com a vitória.

— Sim, senhorita. Vou me esforçar ao máximo pra atender ao seu pedido. — Dá uma piscada e se despede para ir aquecer.

Quando volto ao meu lugar, já espero os comentários da Gabi sobre o Matheus, mas ela está hipnotizada pelos seus movimentos, que ao arremessar a bola com força no chão evidencia a musculatura definida do seu peitoral avantajado.

— O que ele te deu, Monique? — Aponta para as minhas mãos.

— Carteira, chave, etc... Disse que fica meio inseguro de deixar na quadra.

— Ah, tá. O cara está no quinto ano, joga desde o primeiro e só agora resolveu se preocupar?

— Gabi, dá um tempo! Se ele fica mais tranquilo, tudo bem, eu posso fazer isso. Afinal é meu amigo. Amigo, entendeu? A-mi-go!

— Ele pode ser um amigo pra você, mas você é bem mais que amiga pra ele.

O Matheus tem um sorriso fácil, premiado com dentes brancos e perfeitos e é daqueles que conquistam qualquer pessoa com simpatia e atenção. E ela acha que ele tem uma queda por mim

— Gabriela, menos! — respondo, mas estou rindo.

— Tá bom, tá bom. Escuta, o 'namo' não vem?

— Não. Ele tem academia.

— Ah. — Ela me analisa.

Ainda fico incomodada do Paulo não curtir os meus programas, nem a maioria dos meus amigos. Acabamos fazendo mais as coisas que ele gosta e saindo mais com os colegas dele. Então, quando quero ver a galera da PUC, acabo indo sozinha. Se dependesse do meu namorado, eu nem sairia com eles, mas o pessoal é muito legal e rimos para valer.

E é entre um devaneio e os pontos do jogo, que assisto à vitória de Civil sobre o Direito por 3x1, o que nos dá uma vaga para a semifinal. Depois de muita vibração, a Gabi vai embora de carona e o Matheus me acompanha até o carro que o meu pai liberou para eu usar. Ele me convida para comermos alguma coisa, já que são quase 9h da noite e nenhum de nós jantou ainda.

— Olha, eu te agradeço, mas não vai dar. Tenho aula amanhã cedo e quero ver se vou pra cama logo.

— É sério que não vai comer nada?

— Vou, mas vai ser um lanchinho rápido. Estou precisando dormir. Estando em casa consigo agilizar o lanche, o banho e a cama.

— Tá bom. Vou fazer de conta que acredito que não tem nada a ver com o namorado.

— É, também tem. Ele não iria gostar de me ver saindo só com você, né? Você gostaria de ver a sua namorada jantando com outro cara? Mesmo que fosse um amigo?

— A senhorita sabe que eu não tenho namorada, mas se tivesse iria me esforçar pra acompanhar mais a menina, estar mais com ela até pra evitar convites como esse — diz com um meio sorriso. — Tá bom. Vai pra casa descansar.

Ele me dá um beijo em cada bochecha – eita homem cheiroso –, espera eu entrar no carro e só então segue para o dele. E vou para casa, mais perdida do que nunca nos meus pensamentos.

------------- XXX -------------

Passo o dia seguinte todo, ansiosa por esse momento. Vou jantar com o Paulo. Estou com saudade, já que ontem não nos vimos por causa do jogo. Espalho dezenas de roupas sobre a cama, mas nada me atrai. Preciso lembrar de comprar roupa. Decido por uma saia preta reta e guardo todas as demais junto com as calças, mantendo só as blusas para facilitar a escolha. Em meio à indecisão, observo minha imagem no espelho. Fiz uma maquiagem leve e o cabelo tão castanho quanto os olhos, está com suas ondas brilhantes e macias devido à hidratação. Contente com o resultado, volto a olhar para a cama e dou de cara com o cropped de renda marfim soltinho que quase deixa a minha barriga de fora, só que não, e penso que pode ser uma boa opção. Ponho a sandália de salto alto preta e o batom rosa envelhecido. Sou tímida e não uso nada que seja ousado, mesmo tendo um corpo magro e torneado, então para mim está ok. Por último, borrifo o perfume que ele adora e me deu de aniversário, que faz eu me sentir em meio a um jardim em pleno verão.

Levo um susto quando ouço a campainha e desço correndo para atender a porta.

— Oi, linda.

— Oi Paulo, tudo bem?

Adoro abraçar o corpo alto, magro e bem definido, além de sentir a maciez do cabelo escuro e curto. E é isso que faço agora. Reparo que o tom das listras azuis da camisa é o mesmo dos seus olhos. Fico com medo de que esse homem não seja real.

Ele me dá um beijo leve nos lábios. É real.

— Que saudade, amor. Estava precisando te ver — ele me diz.

Sorrio. Nos despedimos dos meus pais e entramos no presente que ele ganhou de aniversário, um Audi TT. Não que eu saiba o real significado de se ter um 'Audi TT', apesar do carro ser lindo, mas sei que é o máximo de tanto ouvir ele falar.

— Hoje visitei o Pedro e vi que está melhor — continua —, já não está revoltado e nem tão desanimado.

— Mas ele vai permanecer lá por enquanto, não vai?

— Vai — responde com tristeza. — O risco de fraquejar ainda é grande.

— Você sabe que ele vai ter que se cuidar todos os dias. Pra sempre.

— Sei.

Quando me olha, sua fisionomia está carregada de preocupação. É muito ligado ao irmão mais novo e não se conforma com o fato do Pedro ter se envolvido com drogas. Foi tudo muito pesado desde que começou com as más amizades no início da Faculdade. Foi daí à farra descontrolada, aos sumiços, às confusões com a polícia, ao desespero dos pais e do irmão, ao acidente onde o Pedro quase morreu, até a clínica de reabilitação. É fato que se o irmão não tiver o propósito diário de se manter 'limpo', vai recair. É triste, mas verdadeiro. Sei bem disso porque o marido da minha irmã passou pela mesma situação. Aliás, foi esse o gatilho que aproximou o Paulo de mim. Tendo vivenciado o sofrimento de perto, assim como ele, podemos trocar experiências e dar força um ao outro para continuar. Se bem que no meu caso, o meu cunhado já deixou o vício há algum tempo.

Eu acaricio a sua nuca.

— Onde a gente vai jantar? — pergunto, reparando no seu perfil tenso enquanto dirige.

— Pensei em comer uma lagosta.

Prefiro uma massa ou pizza, mas decido não contrariar. Ele está tão chateado e, afinal, o que importa é estarmos juntos.

O restaurante fica no último andar de um dos prédios centrais mais altos e é cercado de janelas que favorecem a visão das luzes da cidade. Olho para as mesas ao nosso redor e quase todas estão ocupadas por casais, das mais variadas idades. Sinto uma leve brisa no rosto, mas não consigo identificar de onde vem. As luzes indiretas clareiam parcialmente as mesas, de modo que a penumbra seja um convite ao romance. Eu nunca havia estado aqui e o fato de ele me trazer nesse local maravilhoso e romântico, me deixa muito feliz.

— Fazia tempo que eu não vinha aqui.

Então ele já esteve nesse lugar. Com quem será que ele veio?

Ele nem percebe o meu incômodo.

— A comida é uma delícia e faz tempo que estou com vontade de comer lagosta. Que tal essa, grelhada com aspargos, amor? — Paulo me pergunta. — Dá pra duas pessoas.

Amor? Ai meu Deus.

— Tudo bem, pode ser.

O garçom se aproxima e o meu namorado faz o pedido do prato, acompanhado de um vinho frisante. Quando estamos sozinhos, me olha e toca a minha mão.

— Ah, Monique, não sei o que seria de mim sem você.

Acaricio seu rosto. Ele não imagina o quanto é importante para mim.

— Com toda essa história do Pedro, estaria perdido se não estivesse ao meu lado.

Ah, ele está falando disso.

Paulo, não vamos pensar nisso agora. O seu irmão está bem, está se tratando. Me conta como foi o seu dia hoje e ontem, que a gente não se viu.

— Hoje o dia foi normal, de muito trabalho. Mesmo com toda essa crise, o escritório está crescendo e a quantidade de coisas pra fazer também. Não parei um minuto.

— E ontem? Você poderia ter dado uma passada no jogo. Depois, a gente teria saído comer alguma coisa.

— Ah, não curto esse lance de vôlei. Não curto mesmo e eu tinha academia. Aí rolou uma esticada depois da aula.

— Uma esticada?

— A galera foi num bar bem massa. Estava superlegal.

— Por que não me chamou? Se tivesse me ligado eu teria ido ao seu encontro depois do jogo — sinto um misto de raiva, ciúme e decepção.

— Pra ser sincero, nem pensei nessa possibilidade. Você nem conhece o pessoal da academia e também estava com os seus amigos. Então não havia mal nenhum em sairmos separados.

— É claro que não. Só não entendo porque temos que manter essa história de meus amigos e seus amigos. Por que não dá pra serem 'nossos' amigos? Posso apostar que me daria bem com os 'seus' amigos, já que me enturmo fácil.

— Monique, não esquente e nem fique chateada. Não aconteceu nada, a gente foi pra lá, encontrou outro grupo de amigos e ficamos conversando. Só isso, nada além.

O garçom chega com o pedido, mas já não sinto tanta fome. Estou a mil com tantos pensamentos e meus sentimentos estão à flor da pele. Tenho muito que organizar na minha cabeça, mas sei que não é o local nem a hora certa. Então, acabo me distraindo com o jantar e com as palavras leves que trocamos até o Paulo me deixar em casa.

— Tchau, amor. — Ele me beija. — E obrigada por ser quem é. Eu te amo!

— Tchau. — Acaricio o rosto dele e retribuo o beijo. Gostaria que esse encontro não estivesse terminando. — A gente se vê amanhã?

— Claro. Te pego na cafeteria depois da aula.

— Tá bom. — Nos beijamos mais uma vez antes de eu entrar em casa.

Ao chegar ao meu quarto, dou de cara com o espelho grande que fica numa das paredes.

Ele nem pensou em me chamar...

Ponho a bolsa na cadeira e contemplo a minha imagem. Não consigo fugir da pergunta que me persegue. O que é o amor? Olho para mim e sei que estou bonita. A maquiagem, o cabelo, a roupa, tudo arrumado com o maior cuidado e ele nem percebeu. Não disse nada nem sobre o perfume, mas me chamou de amor e disse que me ama. É sério que o amor é isso? Continuo me analisando e apoio as duas mãos abertas nas extremidades do espelho. Meus pais sempre dizem que para uma relação dar certo, precisa ter muita amizade envolvida e um deve apoiar o outro. Então por que meu coração segue apertado?

A minha cabeça não para, mas meu corpo dá sinais de cansaço, porque permaneço em pé, com as mãos apoiadas. Não sei a quanto tempo estou assim. Fecho os olhos, alongo os braços e as pernas devagar, e me preparo para dormir. Deito sobre a cama que me acolhe com carinho, mas enquanto o corpo precisa das horas de sono reparadoras, minha mente precisa de respostas.


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Este conto faz parte do livro Amor em Desafio ( Histórias de amor, drama, humor ... feitas para cada leitor ) de Aretha V. Guedes.

Este livro contém uma coletânea de contos onde cada um é inspirado em uma música indicada por um leitor. A idealizadora - Aretha - , a quem agradeço mais uma vez por essa oportunidade, gentilmente convidou outros autores a abraçarem essa parceria com ela.

Esse conto foi escrito baseado na música Love is a Verb ( John Mayer ) pedida por Krasniak.

Monique ( @krasniak ), mais uma vez ressalto o meu carinho a você, por aceitar que eu fizesse esse trabalho

Vale conferir! Deixo, abaixo, o link para quem desejar conhecer a obra completa.

https://www.wattpad.com/story/98095908-amor-em-desafio-hist%C3%B3rias-de-amor-drama-humor

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Recadinho:

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