Jimin on.

— Quem é Ji-hoon, Jin? — perguntei muito interessado na resposta.

Ele arregalou os olhos percebendo que falou o que não devia.

— Quem é? — perguntei novamente.

— Namjoon está me chamando — realmente estava, saiu praticamente correndo para longe de mim.

Descubro sozinho.

Era uma mesa grande, para que todos pudessem sentar.

A tropa que ficou foi para fazer a segurança do lado de fora, a polícia está tentando de todo jeito entrar aqui.

Jeon está na ponta da mesa, Stephano ao lado esquerdo dele, me sentei ao lado direito, queria saber do que eles tanto conversam.

Na tradição de décadas entre máfias é clara, se o líder foi visitar outro líder, ele precisa servir o primeiro prato para quem está visitando.

Máfias são cheias de regras e tradições.

Enfim pude me servir, coloquei pouco, eu comi antes de vir.

Comi ouvindo os dois conversando.

— O que o filho da máfia inimiga faz aqui? — ele perguntou me olhando.

— Interesses em comuns — Jeon respondeu.

Ele iria falar algo, mas sua atenção foi para o portão, um alfa alto entrou, veio andando como se mandasse em tudo.

Quem és tu?

Parou ao lado do Stephano.

— Jeon, este é meu braço direito Rafael — apertaram as mãos — Trouxe o que eu pedi?

— Sim senhor, já está lá fora — ele respondeu em espanhol.

— Muito bem! — liberou o alfa, ele só pegou uma bebida e saiu — Ele não é sociável, prefere ficar na dele.

— Igual eu — Jeon engasgou rindo da minha fala — Qual a graça Jungkook?

— Você é sociável até demais — falou ainda rindo.

— Engraçadinho — forcei um sorriso.

— Vocês namoram? — Stephano perguntou.

— Não, não temos nada — respondi.

Infelizmente.

Terminei de comer e meu prato foi tirado da mesa, não demorou muito e todos terminaram, peguei outra bebida dessa vez de morango.

— Vamos tirar um racha — Jeon falou em voz alta chamando a atenção de todos.

Falou minha língua, amei a ideia.

Foram saindo todos do galpão, acabei de descobrir que tem uma pista atrás dos galpões.

Com os carros fomos para pista, era uns três quilômetros em linha reta.

Quem não queria participar, deixou os carros fora da pista.

— Vamos fazer em dupla — Jeon falou — Dois carros vão até o final, fazem o retorno e voltam entregando o carro para o seu parceiro.

— E o prêmio? — perguntei.

— Com quem você correr, ela te dá o prêmio que escolher — gostei disso.

— Quem vai correr? — Namjoon e Taehyung levantaram as mãos — A dupla de vocês?

— Jin — Namjoon falou.

— James — Taehyung falou.

— Amy você dá a largada? — a beta estava em cima de um senhor salto, com um vestido vermelho colado curto, e um rabo de cavalo, maravilhosa.

— Preciso de um lenço — ela falou se aproximando.

Stephano retirou a bandana que estava presa na calça e entregou para ela.

Primeiro seria Namjoon x James, depois Jin x Taehyung.

Os dois carros acelerando, Amy foi para frente deles parando no meio.

Levantou o braço balançando a bandana branca, sorriu grande e abaixou o braço dando largada.

Só sobrou poeira para trás, Amy parou ao meu lado na beira da pista.

James estava bem à frente de Namjoon, o pneu cantou na curva para fazer o retorno.

Como eu senti falta disso!

James chegou primeiro por cinquenta metros de diferença, Taehyung assumiu a direção.

Namjoon chegou quando ele saiu, Jin entrou no carro e se foi.

Não me decepcione Jin, você consegue!

Taehyung cantou vitória no momento errado, Jin o ultrapassou na curva, os dois carros fazendo o pneu cantar.

Jin chegou primeiro, pulou no colo de Namjoon.

Taehyung chegou.

As duas duplas se cumprimentaram e decidiram qual seria o prêmio, Jin decidiu que quer a nova coleção de roupa da Gucci.

— E eu Jinnie? — Namjoon perguntou.

— Você vai me ver usando as roupas, fique feliz por isso — Jin respondeu.

— Quem vai agora? — Jeon perguntou.

Foram mais seis duplas, muita adrenalina, eu vou ir na próxima, mas não sei quem irei levar comigo.

— Agora a última corrida — Hoseok falou — Entre os dois líderes.

Droga, eu quero participar também.

— Jimin vai ser minha dupla — ouvi Jeon falando.

Eu pensei que era só os líderes correndo.

— Rafael a minha — Stephano está muito confiante.

— Como quer fazer? — Jeon me perguntou perto do carro, seria com o meu, a Lamborghini.

Ele estava encostado no carro e eu na frente dele, do outro lado Stephano e Rafael planejavam o que iriam fazer.

— Você começa eu assumo depois — falei — Não deixa ele te passar na curva.

— Vou fazer curva fechada — é basicamente tomar todo o espaço da pista, você fechou o outro — Você vai ir com o Stephano, se ele te passar usa aquelas técnicas doidas sua, não vamos deixar gente de fora vencer no nosso território.

Eu sou mais competitivo que Jeon, até parece que vou deixar o outro vencer, vai sonhando.

Sussurrei uma estratégia no ouvido dele.

— Certeza que vai dar certo? — perguntou.

— Sim, confia em mim — falei.

— Tudo bem — concordou.

— Boa sorte! — falei antes dele entrar no carro.

Amy parou no mesmo lugar, balançou e deu largada.

Jeon saiu a frente, fez a curva fechando Rafael, faltando um quilômetro para ele chegar Rafael conseguiu ultrapassar.

— Já sei o que vai me dar — Stephano falou sorrindo, merda de sorriso, babaca!

— Estou louco para saber o que é — falei.

Rafael chegou e Stephano assumiu o volante, Jeon parou logo atrás.

Entrei no carro acelerando.

— Faz como o papai ensinou — falei com o carro.

Ele estava uns duzentos metros na minha frente, com jeitinho consegui chegar perto o suficiente dele.

Na curva ele me deu uma fechada, quase arranhou a frente do carro.

HIJO DE PUTA!

Acelerei mais, mas não conseguia passar ele.

— Solte seu cheiro — falei para o lobo.

Outro competitivo.

Abri as janelas do carro, em câmera lenta eu me vi passando por ele, pisquei e mandei um beijinho acelerando.

Palhaço!

Parei na linha de chegada, Jeon de braços cruzados sorrindo, balançou a cabeça negando, viu que meu plano deu certo.

Saí do carro, fizemos um highfive.

— Fazemos uma boa dupla — ele falou.

— Fazemos — falei sorrindo.

Stephano parou ao lado do meu carro.

— Muito bem Park, como conseguiu? — perguntou saindo do carro.

— Um mágico nunca revela os seus truques — falei.

Jeon ser ultrapassado o deu confiança, eu o guiei para a derrota eminente. Deixei ele pensar que ganharia por sair na frente.

E o meu cheiro o deixou alucinado por segundos, ele nem soube o que aconteceu, só viu eu passando por ele.

Privilégios de ser o único da sua espécie, tenho muita coisa guardada para usar em momentos especiais.

— Alucinou ele com seu cheiro né? — Jeon sussurrou no meu ouvido.

— Como sabe?

Alfas normais não sentem esse cheiro que eu produzo para fazer eles alucinarem.

— Eu sou um Golden esqueceu? — é mesmo, Jeon sente, mas não faz efeito nele.

Esse cheiro não, tem apenas um que funciona nele.

— O que serão os prêmios? — Taehyung perguntou.

— Eu quero uma moto — invejoso.

— Ainda não decidi — mentira, sei perfeitamente o que quero.

— Jimin e Jungkook, que tal uma entre vocês? — Amy sugeriu — Fiquei sabendo que Jeon perdeu feio da última vez, vamos de repeteco.

— Aceita? — perguntei para Jeon.

— Não tenho nada a perder mesmo — ele falou.

Pegou o carro dele que estava com Taehyung.

— Sem ficar bravinho tá?  — falei para ele, ele subiu a janela do carro mostrando o dedo para mim.

Ri no meu carro, isso vai ser divertido.

Eu venci é lógico, se ele me vencesse minha vida se tornaria um inferno.

— Jimin, tu é foda! — Amy falou após eu sair do carro.

— É mesmo — Jin falou, Jeon saiu do carro.

— Eu sei, eu sei — me gabei.

— Nem é convencido — Tae falou.

— O que quer como prêmio? — Jeon perguntou.

— Amanhã eu te mostro o que é — falei.

[...]

Voltamos para o galpão, eu estava encostado no carro vendo o vídeo que Hoseok gravou enquanto eu passava Stephano, se der zoom você vê eu mandando beijinho para ele.

— Park — tirei a atenção do celular e olhei para Stephano — Já decidiu seu prêmio?

— Eu já sabia o que iria querer antes de correr, só não podia falar perto de alguém — falei com a voz mansa.

— O que é para você não falar perto de ninguém? — colocou uma mão de cada lado do meu corpo se apoiando no carro, perguntou olhando dentro dos meus olhos.

— Me deixa... — sussurrei no ouvido dele.

— Isso é mais prêmio para mim — ele falou sorrindo.

— Acredite, é mais para mim — falei.

Ele ficou apoiado com apenas uma mão, a outra foi parar na minha cintura, grudou nossos corpos.

— Vou amar dar seu prêmio — falou, tomei atitude e beijei aquela boca tão convidativa.

[...]

Jeon estava saindo do galpão após tratar de negócios com Namjoon.

A primeira coisa que viu foi Jimin aos beijos com Stephano, pensou tanto faz e foi para o próprio carro.

Dirigiu para casa pensando em como Jimin estava entregue para aquele beijo com o outro.

Talvez tenha desejado estar no lugar de Stephano.

— Não, eu não quero beijar o Jimin — falou consigo mesmo. — Ou será que quero?

Estava com uma dorzinha no coração, bem no fundo, um medo irracional de perder algo que nunca foi seu.

— Nem será, eu não vou amar novamente — falou decidido. — Não vou?

Jimin chegou quase amanhecendo em casa, transou até dizer chega, mas nenhuma marca no corpo, só iria se deixar ser marcado por alguém que o amasse.

Transa de uma noite não vale a pena ficar todo vermelho.

Entrou segurando o tênis na mão, estranhou ver Jeon dormindo no sofá.

— Ji-hoon não faz... Isso — pesadelos de novo, se remexeu inquieto

Correu até ele o sacudindo, ele acordou assustado.

— Pesadelos novamente? — Jimin perguntou.

— Sim, o que eu falei? — perguntou.

— "Não faz isso" — Jimin escondeu a parte dele citar um nome, segunda vez que escutou aquele nome.

É alguém importante do passado de Jeon, Jimin pensou.

— Por que está dormindo aqui? Esses sofás acabam com as costas — Jimin falou.

— Não consegui dormir lá em cima — na verdade, Jeon não conseguiu dormir sem Jimin estando no quarto perto dele.

— Entendo, sugiro que tome um remédio — Jimin pegou o tênis e subiu, estava morto de cansaço.

Jeon observou o corpo pequeno se afastando, ele não podia se apaixonar!

Tem medo de se apaixonar e acabar precisando de remédios novamente.

[...]

Estou indo para o galpão, irei treinar com o irmão de Stephano, que ainda não sei o nome.

Estacionei quando cheguei, tirei o capacete jogando o cabelo para trás, dei uma bagunçada com a mão.

Desci da moto, deixei o capacete no acento mesmo, entrei no galpão abrindo minha jaqueta.

— Jimin — ouvi alguém me chamando, olhei para saber de quem se tratava, era Yoongi.

— Diga — voltei a andar quando ele me alcançou.

— Você viu o Hoseok e o Tae? Falou com eles? — perguntou.

— Acabei de chegar Yoon, só falei com eles ontem — respondi — Namjoon — chamei a atenção do alfa — Quando o irmão do Stephano chegar, você pode levar ele para minha sala fazendo um favor?

— Claro chefinho — me provocou e saiu andando.

— Eles sumiram, não vi em lugar algum — Yoongi voltou ao assunto, entrei na minha sala e ele junto.

— Não vi, liga para o Tae — falei, tirei minha jaqueta ficando só com a calça e o cropped preto.

— Já fiz isso — como eu sei que ele não vai sair até ter respostas, liguei para Jeon.

— Eu estava dormindo — falou quando atendeu.

Deu para perceber, a voz rouca o denunciava.

— Onde está Tae e o Hoseok? — perguntei.

— Me acordou para isso? Vai se foder Jimin — agressivo.

— Vai Jungkook, me fala — insisti.

— Fala para o teu amigo incolor que eles estão em missão fora do país — como ele sabia que Yoongi estava perguntando? — E é culpa dele.

Desligou na minha cara, grosso!

— E grande - o lobo completou.

Realmente deve ser, universo quando eu vou sentar nesse alfa?

— Bom, já sabe o que aconteceu — falei e guardei meu celular.

— Será que você faria um favor para mim? — perguntou todo mansinho.

— Não vou tentar convencer Jeon a trazer eles de volta — já respondi sabendo as intenções dele.

— Por favor, Jimin, faz isso por mim — já fiz muito por você Yoongi.

— Vou pensar — até parece que vou perder tempo pedindo para Jeon trazer eles, preciso convencer ele me foder e não ajudar Yoongi com os machos.

Não estou pensando só em mim, apenas não quero estar mais envolvido no rolo amoroso do Yoongi.

Sim, esse não é o primeiro, e sempre sobrava para eu resolver algum problema que surgia. Ele já é adulto, pode resolver sozinho.

E se ainda pensa que estou errado em não ajudar ele, se coloque no meu lugar na seguinte situação.

Já menti para os meus pais porque ele estava ficando com o chefe rival, causando quase guerra entre as duas máfias.

Eu que tive de dar a cara a tapa para convencer meu pai que o Yoongi não era o errado, mas ele era, foi ele que foi se esfregar no rival.

Faço mais isso não, ele que vá pedir para o Jeon.

Ele saiu da sala, preparei três armas para usar com meu aprendiz.

Ouvi a batida fraca na porta, permiti que entrasse, mas continuei montando a arma.

Senti o cheiro doce tomando conta da minha sala, cheiro de baunilha.

Muito raro ômegas com esse cheiro.

Pelo canto do olho, olhei ele pelo espelho na parede à minha direita.

— Venha, não seja tímido — chamei ele montando a arma.

Ouvi os passos se aproximando, parou ao meu lado esquerdo.

Soltei a arma e olhei para ele.

— Park Jimin — estendi a mão e ele apertou.

Ele é tímido, não por muito tempo.

— Jean-Pierre Rodriguez — soltou minha mão.

— Quantos anos têm? — perguntei.

— Dezenove e você? — mesmo tímido estava curioso sobre minha pessoa.

— Vinte e um, você fala coreano fluente ou só o básico? — até agora estamos no coreano.

— Intermediário, comecei a estudar ano passado — fala muito bem para quem estuda a pouco tempo.

— Se quiser podemos falar em espanhol, sou fluente, fica mais fácil para ensinar você — sugeri.

— Não precisa, eu quero treinar meu coreano — falou decidido.

— Tudo bem, já atirou antes? — confirmou — Vamos ver como está sua mira.

Peguei três alvos, os posicionei e liguei o painel que os fazia se movimentar.

— Atire, na cabeça, outro na boca, e o último no coração — entreguei um fone e coloquei o meu — Use essa — dei a Glock g17 para ele.

Ele colocou o fone, pegou a arma respirando fundo, a forma que ele está pegando na arma pode tirar o braço dele do lugar.

Vamos ver se ele vai consertar a postura.

A resposta é não, ele atirou três vezes, desliguei o painel.

Fui para perto dos alvos, não acertou um tiro, todos pegaram na parte de trás do painel.

— Você atirou em quê? — perguntei voltando para perto dele.

— No meu irmão — respondi.

— Stephano? — confirmou — Acertou? — negou — Vocês não são irmãos de sangue, né?

A aparência física não tem nada a ver, nada mesmo.

— Não, meu pai casou com a mãe dele, mesmo ele odiando meu pai me tem como irmão de sangue — ele comentou.

— Por que ele odeia seu pai? — sou curioso, tenho que saber a fofoca inteira.

— Ele pensa que meu pai traiu o pai dele, meu pai era melhor amigo do dele, e foi o dele morrer que o meu assumiu a mãe do Stephano — porra.

— Nossa — não vou dar opinião, mas concordo com o Stephano, talarico raspa canela esse pai do Pierre — Você não acertou um tiro, vamos primeiro consertar sua postura.

Coloquei ele na postura certa, e falei para ele atirar de novo, pensei eu que o problema era a postura, mas não, ele é ruim de mira mesmo.

— Os alvos estão muito rápido — reclamou.

— Preste atenção — falei calmo — Você precisa pegar a arma com mais leveza, eu sei que é pesada, mas se não diminuir a pressão que está colocando no gatilho vai acabar com sua mão, e a mira funciona dessa forma — expliquei o que era para ele fazer.

Dessa vez ele acertou dois, com paciência chegamos ao objetivo.

Transformar ele em uma máquina de matar.

É o que eu era em Busan, aqui está até tranquilo comparado a minha antiga vida.

— Quer treinar luta ou está cansado? — perguntei.

— Já descansei bastante — respondeu.

Tirei o cropped e vi em seus olhos a vergonha por ver meu tronco desnudo.

— Eu treino sem blusa, apenas com calça, pode tirar seu moletom — falei-lhe, ele negou — Vou te ensinar algo fácil hoje, amanhã vamos para algo mais difícil.

Não quero assustar ele, ensinando como matar com um chute.

Passou quinze minutos ele estava suado respirando pesado, eu completamente intacto respirando normal.

— Tire o moletom, está só nós dois aqui — falei.

Com muita vergonha ele tirou, nem olhei para o corpo dele para evitar que ele fique desconfortável, sei exatamente como é essa sensação.

Continuei passando o básico da luta com ele, ele aprende rápido então não foi tão difícil.

[...]

Voltei para casa já era noite, acabei ajudando James com alguns soldados, o que ocupou mais meu tempo.

Quando entrei tinha uma beta sentada no colo do Jeon, os dois transando no sofá.

— Que porra é essa Jeon?.................

Jean-Pierre

Será que teremos Jimin grudando no pescoço de Jeon?

Beijo na testa 💋💋!!!!!!!!!!!!!!!!